A Construção de Cristo

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Res Cogitans
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A Construção de Cristo

Mensagem por Res Cogitans »

A construção de Cristo

Como as palavras de um profeta pouco conhecido em seu tempo deram origem à maior religião do mundo

Ivan Padilla


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VITÓRIA FINAL Ressurreição, de Pietro Vannucci, 1448-1522
A princípio, Jesus parecia apenas ser mais um profeta entre dezenas de pregadores que disputavam a atenção do povo judeu na cidade de Jerusalém. Afinal, a antiga Judéia era um ambiente bastante conturbado naquele primeiro século da Era Cristã. Todos os profetas da época apresentavam um discurso semelhante. Jesus não foi reconhecido como o verdadeiro Messias e teve poucos seguidores em vida. Mas, nas décadas seguintes, suas palavras conquistaram o mundo numa velocidade impressionante, considerando-se a precariedade dos meios de transporte e de comunicação daqueles tempos. Nos primeiros anos após sua crucificação, não havia mais que mil fiéis. Apenas um século depois, mesmo perseguidos, já estavam espalhados por todo o Império Romano, da Síria às ilhas britânicas. No ano 350 d.C., eram cerca de 34 milhões, mais da metade da população dos territórios romanos, segundo estimativas do sociólogo Rodney Stark, autor de O Crescimento do Cristianismo. Hoje, sua fé é professada por 2 bilhões de pessoas, um terço da população mundial. O que fez de Jesus um profeta diferente dos demais? Como ele se tornou Cristo - o ungido, em grego?

Pelo menos 20 messias pregaram no século I d.C.

Cada vez mais teólogos, historiadores e arqueólogos investigam esse enigma. As pistas começam na Jerusalém da época. A população, estimada em 80 mil habitantes, dividia-se entre uma pequena elite sacerdotal judaica e uma imensa massa de pobres. A região era controlada pelos romanos, que permitiam a liberdade de culto ao deus Jeová, mas exigiam o pagamento de pesados impostos. A falta de perspectivas favorecia o surgimento de movimentos apocalípticos, que anunciavam o iminente fim do mundo e a promessa de um reino nos céus - não em um futuro próximo, mas em questão de dias. Relatos históricos registram, nesse período, discursos de pelo menos duas dezenas de profetas.



O principal local de pregação era o templo de Jerusalém. De acordo com a tradição judaica, o prédio havia sido construído por Salomão. Derrubado pelos babilônios, foi reconstruído como uma pequena casa de culto no período persa e ampliado no período do rei Herodes, no ano 19 a.C. Nas datas festivas, recebia até 250 mil fiéis, que ofereciam vacas, carneiros e pombos para sacrifício. No altar, o balido dos animais aterrorizados se misturava ao cheiro de sangue e à fumaça das piras. Dois tipos de profeta atuavam então, de acordo com Richard Horsley, professor de Ciências da Religião da Universidade de Massachusetts e autor de Bandidos, Profetas e Messias - Movimentos Populares no Tempo de Jesus. Os oraculares anunciavam o julgamento divino. Os de ação inspiravam revoltas armadas contra o Império Romano.



As atividades desses profetas foram relatadas pelo historiador Flávio Josefo, que viveu entre 37 d.C. e 100 d.C. Um deles foi Teúdas, que persuadiu muitas pessoas a pegar seus pertences e acompanhá-lo até o Rio Jordão, onde as águas se separariam para dar passagem ao grupo. O governador da Judéia mandou então que o capturassem e decapitassem. Um samaritano, cujo nome foi perdido na História, prometeu mostrar ao povo os vasos sagrados de Moisés no alto do Monte Garizim. Muitas pessoas se apresentaram no local. Também acabaram perseguidas e executadas. O pregador mais conhecido naquele tempo foi João Batista. Vestido com peles de camelo, ele realizava cerimônias de batismo para remissão dos pecados no Rio Jordão. Foi preso e degolado.

Nos relatos, Jesus assume qualidades mitológicas

"A promessa de salvação eterna era comum a todos, mas eles estavam voltados para o judaísmo", explica Louis Painchaud, professor de Ciências da Religião da Université Laval, em Quebec, no Canadá. "Jesus não rompeu com as antigas tradições, mas também não se apegava aos rituais e aos ensinamentos da Torá." As lições de Jesus passaram a ser difundidas em um momento em que o próprio judaísmo entrou em crise. No ano 66 d.C., a insatisfação crescente dos habitantes da Judéia gerou uma revolta generalizada. A resposta dos romanos foi brutal. O templo e parte de Jerusalém foram destruídos e milhares de judeus acabaram mortos. O desamparo do povo aumentou ainda mais a ânsia por uma resposta espiritual, mas ao mesmo tempo desvinculada do culto anterior a Jeová. Nesse momento, o cristianismo surgiu. Ao se afastar dos ritos judaicos, ele se tornou uma religião nova, de fácil conversão. Desde o início, atraiu pessoas de todas as etnias e credos. "A principal marca desse início de expansão é o pluralismo, o diálogo", diz Paulo Roberto Garcia, coordenador do curso de Teologia da Universidade Metodista, em São Paulo. "Os encontros aconteciam nas casas, em pequenos grupos, abertos a discussões, e não em grandes templos. Enquanto no judaísmo a comida é um elemento de divisão, no cristianismo é o que une puros e pecadores. Isso abriu um canal de comunicação com as outras crenças." Em 48 d.C., um concílio em Jerusalém oficializou o direito dos gentios tornar-se cristãos sem precisar tornar-se judeus.

Os apóstolos tiveram um papel decisivo nessa primeira fase de difusão da mensagem de Jesus. "Enquanto os profetas falavam aramaico, usado na Judéia e na Galiléia, os cristãos pregavam em grego, o idioma mais difundido em todo o Império Romano, mais do que o latim", afirma Pedro Lima Vasconcellos, professor de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Toda a literatura do Novo Testamento, formado pelos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, está escrita na língua helênica, assim como versões da Torá. Sem barreiras culturais, religiosas e lingüísticas, os discípulos logo se espalharam pelo mundo.

Um terço da população do mundo é cristã

Paulo foi o missionário mais ativo - para alguns autores, é o verdadeiro pai do cristianismo. Ele foi um fariseu chamado Saulo, convertido quando estava a caminho de Damasco para prender seguidores desse novo credo. Entre 46 d.C. e 67 d.C., empreendeu quatro viagens pelo Oriente Médio e pela Europa. O ponto de partida foi Antioquia, a terceira maior cidade do Império Romano, depois de Roma e da egípcia Alexandria. Local de encontro entre os mundos semita e grego, foi lá que surgiu o termo "cristão". Em 61 d.C., Paulo chegou a Roma, onde foi preso e decapitado. Suas epístolas são os mais antigos escritos cristãos. Os Evangelhos surgiram uma década depois.

Os historiadores calculam que os Evangelhos foram escritos pelo menos três décadas após a crucificação. Um dos evangelistas, Lucas, nem sequer conheceu Jesus. São relatos que misturam fatos históricos com façanhas heróicas, um gênero literário bastante usado na Antiguidade. O historiador Alan Dundes, da Universidade de Berkeley, elaborou uma lista com 22 pontos em comum dessas narrativas mitológicas, como o nascimento a partir de uma virgem, no livro In Quest of the Hero. Nas narrativas sobre Jesus, ele encontrou 17 dessas características. Acredita-se que muitos dados biográficos foram adaptados pelos evangelistas como forma de criar uma atmosfera épica. O local de seu nascimento deve ter sido Nazaré. Quem nasceu em Belém, de acordo com o Antigo Testamento, foi o rei Davi. A presença de 12 apóstolos também pode ser uma referência ao número de tribos da antiga Israel. Algumas informações vêm de outras culturas. A data de 25 de dezembro foi adotada a partir do século IV - nesse dia, era comemorada em Roma uma festa pagã em homenagem ao Sol.

Dessa maneira, diferentes qualidades de Jesus foram ressaltadas em cada Evangelho: piedoso, combativo ou místico. As diversas versões conseguiam responder assim a anseios distintos. "Querer saber o que realmente aconteceu é equivocado", teoriza Paulo Garcia. "Jamais saberemos o que Jesus disse. Os dados que temos foram filtrados, alterados ou inventados. A pergunta certa é: por que essas histórias são contadas? A resposta está na religiosidade das comunidades, que acrescentam a esse personagem toda sua crença."

Todo o Novo Testamento foi escrito em grego

A ressurreição é um desses grandes atos de fé e, segundo especialistas, uma das principais chaves para decifrar a construção do mito em torno de Cristo. O elemento da vitória sobre a morte não foi atribuído a nenhum outro profeta. As escrituras sagradas descrevem o retorno de Jesus três dias após sua crucificação. De novo, as aparições variam segundo o autor: às vezes é feito de carne e osso, às vezes tem mão furada, às vezes é imediatamente reconhecido, às vezes nem mesmo seus seguidores mais próximos sabem com quem estão falando. O retorno à vida, ponto central da pregação de Paulo, não foi enfatizado em um primeiro momento. Os Evangelhos relatam que os discípulos ficaram em dúvida quando receberam a notícia, e mesmo quando o viram diante de si.

A primeira pessoa a ver o sepulcro vazio e, em alguns casos, o próprio Jesus ressuscitado foi Maria Madalena. A valorização do papel feminino nos Evangelhos pode ter ajudado na propagação do cristianismo entre as mulheres. "A ressurreição dividiu a nova fé em facções", diz o arqueólogo André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A vida após a morte foi um referendo de poder para o grupo de Antioquia, do qual Paulo fez parte. Nos chamados documentos Quelle, um conjunto de discursos de Jesus usados como base para as narrativas de Mateus e Lucas, o que interessa são as idéias. Jesus é um reformador de carne e osso. Pouco importa como nasceu e viveu. Para o grupo de Tomé, autor de um dos evangelhos apócrifos (não-reconhecidos), Jesus é apenas um símbolo. Tomé não entra no mérito de Jesus ter vivido ou morrido conforme as Escrituras. Refere-se a ele simplesmente como "aquele que vive". Todos esses elementos - a ressurreição, o afastamento do judaísmo, a diversidade de relatos, a falta de barreiras culturais - contribuíram para a rápida propagação dessa nova religião nos primeiros séculos e, posteriormente, para sua consolidação. Para o cristianismo, a fé foi mais poderosa que a história comprovada do filho de José e Maria. E Cristo se tornou maior que Jesus.

Pelo menos 20 profetas apocalípticos disputavam a atenção das massas no primeiro século da era Cristã. Mas Jesus se destacou por alguns motivos

Abertura - A maioria dos profetas pregava dentro dos fundamentos judaicos. Já as promessas de Jesus eram destinadas a todos os povos

Flexibilidade - Preceitos judaicos, como a circuncisão e o ensino da Torá, não eram exigidos, o que fez do cristianismo uma religião de fácil conversão

Comunicação - Seus seguidores, como Paulo, pregavam em grego, a língua mais corrente naquele tempo, e não em hebraico ou aramaico, falados apenas pelos judeus

Equidade - As mulheres tinham papel ativo, como registram os Evangelhos. Maria Madalena foi a primeira pessoa a ver que Jesus havia ressuscitado

Caridade - Era uma época de muita miséria e repressão. Os judeus pagavam impostos pesados a Roma. Nesse ambiente de pobreza, Jesus pregava a caridade

Múltiplas faces - Os Evangelhos apresentam Jesus de diversas maneiras: combativo, misericordioso, espiritualizado. Assim, sua imagem amolda-se a diferentes anseios de vários povos

Ineditismo e misticismo - Com exceção de João Batista, somente a Jesus foi atribuída a ressurreição. Relatos de milagres e curas também ajudaram a formar uma aura mística


Como o cristianismo se tornou a religião com maior
número de adeptos no mundo

4 a 8 a.C. Jesus nasce na cidade de Belém (a data e o local são incertos)

26 d.C. Pôncio Pilatos é nomeado prefeito da Judéia. Jesus é batizado por João Batista

30 d.C. Jesus é preso, condenado e crucificado em Jerusalém. Dez anos depois, cerca de mil seguidores se espalham pela região

70 d. C. Os romanos reprimem a revolta dos judeus e destroem o Templo de Jerusalém. Início da diáspora judaica

313 d.C. O Edito de Milão legaliza o cristianismo no Império Romano

350 d. C. O número de cristãos gira em torno de 34 milhões, mais da metade da população do Império Romano

611 d. C. Maomé recebe a revelação do Alcorão pelo Ar-canjo Gabriel e funda a religião muçulmana

637 d.C. Os muçulmanos conquistam Jerusalém, mas as peregrinações dos cristãos eram permitidas

751 d.C. Vinte cidades são doadas a São Pe-dro e a seus sucessores por Pepino, o Breve, rei dos francos. Nasce o Estado Pontifício
880 d.C.



Início da canonização dos santos pelo papa Adriano II
1095 d.C. O papa Urbano II convoca a primeira das oito cruzadas, até 1270, para reconquistar a Terra Santa
1054 d.C. Ocorre o primeiro cisma da Igreja entre uma ala oriental e outra ocidental. Nasce a igreja ortodoxa
1186 d.C.


A Santa Inquisição é estabelecida no Concílio de Verona
1517 d.C.

Martinho Lutero começa a reforma protestante na Alemanha
1545 d.C. Tem início o Concílio de Trento, que condena o pluralismo de crenças

1870 d.C. Fim do Estado Pontifício. O território papal se restringe a uma pequena área no centro de Roma. O I Concílio Vaticano estabelece a infalibilidade papal

1929 d.C. O Tratado de Latrão, assinado por Mussolini, estabelece o Vaticano como um Estado Pontifício independente

1947 d.C. Encontrados os pergaminhos de Qumran, no Mar Morto, com as mais antigas versões de passagens da Bíblia

1962 a 1965 d.C. O II Concílio Vaticano estabelece reformas litúrgicas, como o fim das missas em latim

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*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.

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Fernando Silva
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Re: A Construção de Cristo

Mensagem por Fernando Silva »

Res Cogitans escreveu:As atividades desses profetas foram relatadas pelo historiador Flávio Josefo, que viveu entre 37 d.C. e 100 d.C. Um deles foi Teúdas, que persuadiu muitas pessoas a pegar seus pertences e acompanhá-lo até o Rio Jordão, onde as águas se separariam para dar passagem ao grupo.

O Novo Testamento também fala desses messias fracassados:

Atos 5:
36. Algum tempo atrás apareceu Teudas, que se fazia passar por uma pessoa importante, e a ele se juntaram cerca de quatrocentos homens. Depois ele foi morto e todos os que o seguiam debandaram e nada mais restou.
37. Depois dele, no tempo do recenseamento, apareceu Judas, o galileu, que arrastou o povo atrás de si. Contudo, também ele acabou mal, e todos os seus seguidores se dispersaram.


Havia também, na Galiléia, homens chamados de hassidim, famosos por sua vida simples e seu desprezo ao dinheiro, seu grande fervor religioso (embora menos radicais que os fariseus quanto à estrita observância da Lei) e por curarem e fazerem milagres.
Um deles, Honi, que teria vivido na época de Pompeu, controlava a chuva e os ventos. Dizia-se de Hanina ben Dosa que, além de também fazer chover, ele continuava rezando mesmo que cobras se enroscassem nele.
Vários desses homens santos eram denominados "filhos de Deus".

Ou seja, Jesus não surgiu do nada.

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L O S T
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Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por L O S T »

Cristo foi tornado Deus por cristão helénicos, porque nem Paulo o via como Deus. Para os Judeus Cristãos, e Paulo nunca Deixou de ser Judeu, Cristo apenas manifestava o poder de Deus, como Moisés, por exemplo. Mas não era Deus. Aliás a seita Cristâ fundada por Paulo acabou por ser aceite mais tarde pelo Sinédrio, porque não era herética. Ou seja, a afirmação de que Jesus era o Messias, que ressussitou e que voltaria não contrariava a Tora. Só mais tarde, o cristianismo foi considerado herética. Porque o Deus cristão se foi tornando cada vez mais parecido com o Deus passivo de Aristoteles (motor) e não com o Deus ativo que a Biblia descreve.

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Tchobi
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Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por Tchobi »

Cristo não é grande porque fez milagres. Cristo assim o é por suas palavras de sabedoria e por ter feito de sua vida o maior exemplo de amor ao próximo de todos os tempos. Ele é um modelo a ser seguido no que se diz respeito à conduta moral.
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aknatom
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por aknatom »

Tchobi escreveu:Cristo não é grande porque fez milagres. Cristo assim o é por suas palavras de sabedoria e por ter feito de sua vida o maior exemplo de amor ao próximo de todos os tempos. Ele é um modelo a ser seguido no que se diz respeito à conduta moral.


Gostaria de saber quais atitudes são atitudes de amor ao próximo. Poderia citar os trechos da biblia ou não, e se citar, especificar a atitude de "amor ao próximo" alí especificada?
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Flavio Costa
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por Flavio Costa »

Tchobi escreveu:Cristo não é grande porque fez milagres. Cristo assim o é por suas palavras de sabedoria e por ter feito de sua vida o maior exemplo de amor ao próximo de todos os tempos. Ele é um modelo a ser seguido no que se diz respeito à conduta moral.

Você é quem diz. Para os cristãos, a realização mais importante de sua vida foi a ressureição dentre os mortos, evento bastante secundário do ponto de vista espírita.
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006

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Tchobi
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Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por Tchobi »

Algumas atitudes de amor ao próximo que Cristo nos ensinou através de sua vida:

1. Abnegação;
2. Caridade;
3. Cura de Doentes;
4. Instrução de seus seguidores;
5. Sacrifício;

Qualquer trecho do evangelho implica em um destes cinco ítens, com excessão do nascimento de Cristo, onde ele ainda não agia diretamente em prol da humanidade.

Leia a bíblia, mais especificamente o evangelho de Mateus Capítulo 5, 6 e 7 que é o Sermão da Montanha. Neste trecho está praticamente toda sabedoria do Cristo, do mestre!
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Tchobi
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por Tchobi »

Flavio Costa escreveu:
Tchobi escreveu:Cristo não é grande porque fez milagres. Cristo assim o é por suas palavras de sabedoria e por ter feito de sua vida o maior exemplo de amor ao próximo de todos os tempos. Ele é um modelo a ser seguido no que se diz respeito à conduta moral.

Você é quem diz. Para os cristãos, a realização mais importante de sua vida foi a ressureição dentre os mortos, evento bastante secundário do ponto de vista espírita.


Você tem razão. Alguns religiosos acreditam que um dia Cristo voltará e que ressucitará todos os mortos que tiveram boa conduta em suas vidas. E atualmente suas almas estariam em estado latente, em sono profundo apenas no aguardo disso.

Para o espírita isto é um absurdo que contraria o bom senso. Visto que o mundo espiritual é fato para nós e que sabemos o que ocorre após a morte, o mais importante é a evolução, a reforma interior pela qual passamos em vida, na encarnação.
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aknatom
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por aknatom »

Tchobi escreveu:Algumas atitudes de amor ao próximo que Cristo nos ensinou através de sua vida:

1. Abnegação;
2. Caridade;
3. Cura de Doentes;
4. Instrução de seus seguidores;
5. Sacrifício;

Qualquer trecho do evangelho implica em um destes cinco ítens, com excessão do nascimento de Cristo, onde ele ainda não agia diretamente em prol da humanidade.

Leia a bíblia, mais especificamente o evangelho de Mateus Capítulo 5, 6 e 7 que é o Sermão da Montanha. Neste trecho está praticamente toda sabedoria do Cristo, do mestre!


Não vejo nada de excepcional nessas atitudes de Cristo... abnegação é qualidade necessária a qualquer líder... caridade é uma das que tem destaque, visto a situação social que viviam, mas nãolembro de atitudes de caridade explícitas, poderia citar alguma? Cura de doentes é louvável, mas forma poucas e contadas de forma a ressaltar o milagre, não a cura.... instruções de seus seguidores é característica básica de qqr líder, e Cristo fez isso muito mal, afinal, o melhor de todos o traiu vergonhosamente... por fim sacrifício não acho uma atitude moral ou amor ao próximo quando não resulta em nada, e só um Cristão que acredita piamente no pecado original e em Cristo como filho de Deus acha que seu sacrifício teve algum efeito prático. Para aqueles que acreditam em Cristo como um líder moral, não vejo bons motivos pro seu sacrifício.
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por Tchobi »

aknatom escreveu:
Tchobi escreveu:Algumas atitudes de amor ao próximo que Cristo nos ensinou através de sua vida:

1. Abnegação;
2. Caridade;
3. Cura de Doentes;
4. Instrução de seus seguidores;
5. Sacrifício;

Qualquer trecho do evangelho implica em um destes cinco ítens, com excessão do nascimento de Cristo, onde ele ainda não agia diretamente em prol da humanidade.

Leia a bíblia, mais especificamente o evangelho de Mateus Capítulo 5, 6 e 7 que é o Sermão da Montanha. Neste trecho está praticamente toda sabedoria do Cristo, do mestre!


Não vejo nada de excepcional nessas atitudes de Cristo... abnegação é qualidade necessária a qualquer líder... caridade é uma das que tem destaque, visto a situação social que viviam, mas nãolembro de atitudes de caridade explícitas, poderia citar alguma? Cura de doentes é louvável, mas forma poucas e contadas de forma a ressaltar o milagre, não a cura.... instruções de seus seguidores é característica básica de qqr líder, e Cristo fez isso muito mal, afinal, o melhor de todos o traiu vergonhosamente... por fim sacrifício não acho uma atitude moral ou amor ao próximo quando não resulta em nada, e só um Cristão que acredita piamente no pecado original e em Cristo como filho de Deus acha que seu sacrifício teve algum efeito prático. Para aqueles que acreditam em Cristo como um líder moral, não vejo bons motivos pro seu sacrifício.


Tudo isso que você está falando faz sentido, porém a diferença de Cristo para estes outros líderes está na intensidade em que ele pregava estas atitudes. Ele se abnegou de uma maneira desigual.

Quanto aos discípulos, ele já sabia das fraquezas deles. Judas queria um Messias que vencesse Roma através da força. Ele se frustrou, pois Cristo era adepto da não-violência. Jesus já sabia disso, aliás, desde que nasceu estava planejado que seria crucificado. Jesus permitiu ser pego quando no monte das oliveiras. Não faltou oportunidade alguma para fugir.

Não foi Pilátos, nem Caifás, nem Judas os responsáveis pela morte de Cristo. Foi ele mesmo quem foi. Estes foram apenas instrumentos para que a grande obra impulsionadora do cristianismo se concretizasse.

O sacrifício de Cristo foi tão pouco relevante, que um terço da população mundial continua o seguindo depois de quase dois milênios. O calendário de todo o mundo é baseado em Cristo. Vejo então sua irrelevância!
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Fernando Silva
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por Fernando Silva »

Tchobi escreveu:Cristo não é grande porque fez milagres. Cristo assim o é por suas palavras de sabedoria e por ter feito de sua vida o maior exemplo de amor ao próximo de todos os tempos. Ele é um modelo a ser seguido no que se diz respeito à conduta moral.

Se é que ele existiu mesmo...

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Fernando Silva
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por Fernando Silva »

Flavio Costa escreveu:
Tchobi escreveu:Cristo não é grande porque fez milagres. Cristo assim o é por suas palavras de sabedoria e por ter feito de sua vida o maior exemplo de amor ao próximo de todos os tempos. Ele é um modelo a ser seguido no que se diz respeito à conduta moral.

Você é quem diz. Para os cristãos, a realização mais importante de sua vida foi a ressureição dentre os mortos, evento bastante secundário do ponto de vista espírita.

E do qual não há provas.
Antes que alguém fale da "prova do túmulo vazio", nem sabemos se Jesus foi mesmo enterrado lá. Ou se ele saiu de lá vivo.
Se é que ele existiu...

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aknatom
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por aknatom »

Tchobi escreveu:Tudo isso que você está falando faz sentido, porém a diferença de Cristo para estes outros líderes está na intensidade em que ele pregava estas atitudes. Ele se abnegou de uma maneira desigual.


Menos, menos...

Tchobi escreveu:Quanto aos discípulos, ele já sabia das fraquezas deles. Judas queria um Messias que vencesse Roma através da força. Ele se frustrou, pois Cristo era adepto da não-violência.

E Pedro, o que Pedro queria? E os outros 10?


Tchobi escreveu:O sacrifício de Cristo foi tão pouco relevante, que um terço da população mundial continua o seguindo depois de quase dois milênios. O calendário de todo o mundo é baseado em Cristo. Vejo então sua irrelevância!


Você leu a reportagem acima? Entendeu como o cristianismo se proliferou? Entendeu que para cada momento histórico e grupo um dos aspectos era reforçado? Pela frase que vc escreveu acima parece que tudo aconteceu "somente" por causa do sacrifício... e só pra confirmar, quando vc escreve sacrifício está falando da crucifixação, certo?
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por Fernando Silva »

Tchobi escreveu:Algumas atitudes de amor ao próximo que Cristo nos ensinou através de sua vida:

1. Abnegação;
2. Caridade;
3. Cura de Doentes;
4. Instrução de seus seguidores;
5. Sacrifício;

Além de:
-Abandone sua família (e não se preocupe em enterrar seu pai)
-Se lhe baterem, deixe que continuem batendo.
-Se lhe roubarem alguma coisa, dê o resto.
-Dê tudo o que tem aos pobres e saia por aí.

Desde quando "instruir seguidores" é virtude? Qualquer candidato a messias faz o mesmo.
Curar doentes? Médicos fazem isto todos os dias.
Sacrifício? É virtude se deixar condenar no lugar de um criminoso para que este fique livre?
Algum tribunal sensato aceitaria isto?

Tchobi escreveu:Leia a bíblia, mais especificamente o evangelho de Mateus Capítulo 5, 6 e 7 que é o Sermão da Montanha. Neste trecho está praticamente toda sabedoria do Cristo, do mestre!

O Sermão da Montanha não passa de um monte de promessas. É preciso morrer para receber a recompensa.
Ele não diz: "Faça isto porque é a coisa certa" e sim "Faça isto e serás recompensado".

o pensador
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Mensagem por o pensador »

Há muita manipulaçâo de informaçâo nestes textos.O autor modula a interpretaçâo da história de acordo com a própria cosmovisâo.

Um cético interpreta Cristo sob a ótica do ceticismo,como também há crentes que vergonhosamente fazem o mesmo.Há pessoas que infelizmente nunca conseguem se desvencilhar do preconceito e da parcialidade.

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Fernando Silva
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por Fernando Silva »

Tchobi escreveu:O sacrifício de Cristo foi tão pouco relevante, que um terço da população mundial continua o seguindo depois de quase dois milênios. O calendário de todo o mundo é baseado em Cristo. Vejo então sua irrelevância!

Argumento falacioso.
Krishna é seguido por 1 bilhão de pessoas, e há muito mais tempo que Cristo.
O calendário de todo mundo usa o calendário dos romanos como referência, pois o império romano dominou grande parte do mundo conhecido por séculos.
Entretanto, há muitos outros calendários: chinês, judeu, hindu, islâmico etc.
O calendário romano é um padrão assim como o inglês é a língua padrão, mas só para os negócios. Para a religião, prevalecem os outros calendários.

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Fernando Silva
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por Fernando Silva »

Tchobi escreveu:Ele se frustrou, pois Cristo era adepto da não-violência.

E como fica a história de "vender o que for preciso para comprar uma espada"?
Já sei, era no sentido figurado. Era uma espada espiritual para lutar contra o mal...

E quando ele chamou uma mulher e sua filha de cachorrinhas?
Já sei, era para testar a fé delas...

E quando ele fez secar uma figueira só porque não tinha frutos fora da estação?
Já sei, era .... esta eu não sei ...
Alguma sugestão?

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L O S T
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Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por L O S T »

O que é irónico, é que o Cristo que seguem é uma confabulação que Islãmicos e judeus consideram herética. Quanto mais as pessoas sabem isto mais aumenta a descrença no mundo Cristão. Descrença essa que só crenças carismáticas e doidas parecem atenuar de vez em quando...

o pensador
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por o pensador »

Powerfull escreveu:O que é irónico, é que o Cristo que seguem é uma confabulação que Islãmicos e judeus consideram herética...


A ironia reside no fato dos judeus considerarem Cristo herético,nâo nos muçulmanos que surgiram bem mais tarde.

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Fernando Silva
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por Fernando Silva »

o pensador escreveu:
Powerfull escreveu:O que é irónico, é que o Cristo que seguem é uma confabulação que Islãmicos e judeus consideram herética...


A ironia reside no fato dos judeus considerarem Cristo herético,nâo nos muçulmanos que surgiram bem mais tarde.

Para os islamitas, a heresia está em se acreditar que Jesus é Deus, quando, para eles, Jesus não passava de mais um profeta.
E que não morreu na cruz.

o pensador
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por o pensador »

Fernando Silva escreveu:
o pensador escreveu:
Powerfull escreveu:O que é irónico, é que o Cristo que seguem é uma confabulação que Islãmicos e judeus consideram herética...


A ironia reside no fato dos judeus considerarem Cristo herético,nâo nos muçulmanos que surgiram bem mais tarde.

Para os islamitas, a heresia está em se acreditar que Jesus é Deus, quando, para eles, Jesus não passava de mais um profeta.
E que não morreu na cruz.


Jesus para eles é o segundo mais importante profeta,pois em seu conceito de revelaçâo progressiva Jesus foi o revelador imediatamente anterior à Maomé,a quem Deus teria entregado a revelaçâo final.Para os muçulmanos a heresia está em atribuir parceiros à Deus(A Trindade) e em afirmar que Jesus é seu Filho.

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Fabricio Fleck
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por Fabricio Fleck »

Fernando Silva escreveu:
Tchobi escreveu:O sacrifício de Cristo foi tão pouco relevante, que um terço da população mundial continua o seguindo depois de quase dois milênios. O calendário de todo o mundo é baseado em Cristo. Vejo então sua irrelevância!

Argumento falacioso.
Krishna é seguido por 1 bilhão de pessoas, e há muito mais tempo que Cristo.
O calendário de todo mundo usa o calendário dos romanos como referência, pois o império romano dominou grande parte do mundo conhecido por séculos.
Entretanto, há muitos outros calendários: chinês, judeu, hindu, islâmico etc.
O calendário romano é um padrão assim como o inglês é a língua padrão, mas só para os negócios. Para a religião, prevalecem os outros calendários.


O Cristianísmo se expandio na "ponta da espada" e não a base do "amor". Eis o grande motivo pelo qual o cristianísmo se expandio tanto: a violência

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L O S T
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por L O S T »

o pensador escreveu:
Fernando Silva escreveu:
o pensador escreveu:
Powerfull escreveu:O que é irónico, é que o Cristo que seguem é uma confabulação que Islãmicos e judeus consideram herética...


A ironia reside no fato dos judeus considerarem Cristo herético,nâo nos muçulmanos que surgiram bem mais tarde.

Para os islamitas, a heresia está em se acreditar que Jesus é Deus, quando, para eles, Jesus não passava de mais um profeta.
E que não morreu na cruz.


Jesus para eles é o segundo mais importante profeta,pois em seu conceito de revelaçâo progressiva Jesus foi o revelador imediatamente anterior à Maomé,a quem Deus teria entregado a revelaçâo final.Para os muçulmanos a heresia está em atribuir parceiros à Deus(A Trindade) e em afirmar que Jesus é seu Filho.


Outra ironia é que a trindade pode nem ser heresia. O mistério da trindade foi construida para mostrar que Deus é insondável. Deus é essência mas age através de 3 energias ou hypostases. Deus é um mas pode manifestar-se de forma plural. Para os cristãos gregos não há confusão, até porque esta teologia nasceu de ideias gregas. A trindade é simbolismo e pretende mostrar que não se chega a Deus de forma racional. De resto não quer dizer nada. Maomé, por exemplo, também vê Deus como inefável e usa linguagem simbólica e contraditória para expressar a sua insondavel natureza. Os muitos nomes de Alá, por exemplo. Ele é o Clemente mas também é o que esmaga os seus inimigos. O recurso á contradição é propositada e serve para mostrar que a linguagem não é adequada para compreender Deus. Mas a tradição racionalista Ocidental não absorveu isto.

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Fernando Silva
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Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por Fernando Silva »

Powerfull escreveu:O recurso á contradição é propositada e serve para mostrar que a linguagem não é adequada para compreender Deus. Mas a tradição racionalista Ocidental não absorveu isto.

Nem deveria. Se não faz sentido, ainda mais propositalmente, deve ser ignorado.

o pensador
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Re: Re.: A Construção de Cristo

Mensagem por o pensador »

Powerfull escreveu: O recurso á contradição é propositada e serve para mostrar que a linguagem não é adequada para compreender Deus. Mas a tradição racionalista Ocidental não absorveu isto.


Para mim a linguagem é suficiente para nos revelar diversos aspectos do caráter e do ser de Deus.ela é inadequada para descrever sua infinita natureza em plenitude,mas é eficaz em descreve-la parcialmente,seja diretamente seja por intermédio de analogias e comparaçôes.

Trancado