Sir Salman Rushdie
Enviado: 21 Jun 2007, 07:39
Um novo furacão toma conta do Islã
Depois das charges sobre o profeta Maomé publicadas inicialmente por um jornal dinamarquês e de um polêmico discurso do papa Bento XVI na Alemanha, agora é uma decisão do governo britânico que está causando a ira do mundo muçulmano.
No sábado, a Grã-Bretanha concedeu ao escritor anglo-indiano Salman Rushdie o título de cavaleiro (sir), uma das maiores honrarias do país. O ato foi visto como uma provocação pelos governos do Paquistão, do Irã, da Malásia, do Egito e do Iraque, entre outros. O autor de Os Versos Satânicos é odiado pelos muçulmanos radicais desde que escreveu sua obra, na década de 80, considerada por setores do Islã uma blasfêmia contra o profeta Maomé.
Uma das reações mais ferozes veio do Paquistão. O ministro para Assuntos Religiosos, Mohammad Haq, chegou a dizer que qualquer atentado suicida contra Rushdie seria justificado diante da decisão de conceder a condecoração ao escritor.
O governo britânico reagiu à ameaça com preocupação. Na terça-feira, houve um encontro entre o embaixador britânico em Islamabad e representantes do governo paquistanês. As autoridades paquistanesas entregaram uma cópia da resolução aprovada pelo parlamento do Paquistão, que pede a retirada do título dado ao escritor.
Como nas crises envolvendo as charges sobre Maomé e a declaração de Bento XVI (que relacionou o Islã e a violência), os protestos no mundo islâmico aconteceram em efeito cascata. Depois do Paquistão, foi a vez do Irã. O Ministério das Relações Exteriores do país convocou o embaixador britânico em Teerã para protestar formalmente. Ontem, foi a vez de o parlamento do Egito condenar a iniciativa britânica.
- O título fere os sentimentos dos muçulmanos do mundo em um momento em que a campanha contra o Islã se agravou - afirmaram os parlamentares.
Quem é
Aos 60 anos, Salman Rushdie se tornou o inimigo número 1 dos radicais islâmicos ao publicar o livro Os Versos Satânicos, em 1988. A obra foi considerada uma blasfêmia. No livro, o autor insinua que Maomé estava sob a influência de haxixe quando criou o Islã. Em 1989, o aiatolá Khomeini, guia supremo da Revolução Islâmica, proferiu uma "fatwa" contra Rushdie, condenando-o à morte. O escritor teve de viver na clandestinidade por nove anos. Mais tarde, o governo iraniano decidiu não aplicar a fatwa.
http://zh.clicrbs.com.br
Depois das charges sobre o profeta Maomé publicadas inicialmente por um jornal dinamarquês e de um polêmico discurso do papa Bento XVI na Alemanha, agora é uma decisão do governo britânico que está causando a ira do mundo muçulmano.
No sábado, a Grã-Bretanha concedeu ao escritor anglo-indiano Salman Rushdie o título de cavaleiro (sir), uma das maiores honrarias do país. O ato foi visto como uma provocação pelos governos do Paquistão, do Irã, da Malásia, do Egito e do Iraque, entre outros. O autor de Os Versos Satânicos é odiado pelos muçulmanos radicais desde que escreveu sua obra, na década de 80, considerada por setores do Islã uma blasfêmia contra o profeta Maomé.
Uma das reações mais ferozes veio do Paquistão. O ministro para Assuntos Religiosos, Mohammad Haq, chegou a dizer que qualquer atentado suicida contra Rushdie seria justificado diante da decisão de conceder a condecoração ao escritor.
O governo britânico reagiu à ameaça com preocupação. Na terça-feira, houve um encontro entre o embaixador britânico em Islamabad e representantes do governo paquistanês. As autoridades paquistanesas entregaram uma cópia da resolução aprovada pelo parlamento do Paquistão, que pede a retirada do título dado ao escritor.
Como nas crises envolvendo as charges sobre Maomé e a declaração de Bento XVI (que relacionou o Islã e a violência), os protestos no mundo islâmico aconteceram em efeito cascata. Depois do Paquistão, foi a vez do Irã. O Ministério das Relações Exteriores do país convocou o embaixador britânico em Teerã para protestar formalmente. Ontem, foi a vez de o parlamento do Egito condenar a iniciativa britânica.
- O título fere os sentimentos dos muçulmanos do mundo em um momento em que a campanha contra o Islã se agravou - afirmaram os parlamentares.
Quem é
Aos 60 anos, Salman Rushdie se tornou o inimigo número 1 dos radicais islâmicos ao publicar o livro Os Versos Satânicos, em 1988. A obra foi considerada uma blasfêmia. No livro, o autor insinua que Maomé estava sob a influência de haxixe quando criou o Islã. Em 1989, o aiatolá Khomeini, guia supremo da Revolução Islâmica, proferiu uma "fatwa" contra Rushdie, condenando-o à morte. O escritor teve de viver na clandestinidade por nove anos. Mais tarde, o governo iraniano decidiu não aplicar a fatwa.
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