Bush culpa Brasil e Índia por fracasso no acordo
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Bush culpa Brasil e Índia por fracasso no acordo
Bush culpa Brasil e Índia por fracasso no acordo sobre comércio
Da Redação
Em São Paulo
A Casa Branca declarou na quinta-feira estar desapontada com o fracasso da reunião que tratou da Rodada de Doha de liberalização comercial, em Potsdam, na Alemanha, e culpou Brasil e Índia cujos representantes participaram do encontro, por ficarem no caminho de um acordo que poderia ajudar nações menos desenvolvidas.
"O presidente está desapontado com certos países que estão bloqueando uma oportunidade de expandir o comércio global", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto.
Mais cedo, Brasil e Índia haviam decidido retirar-se das negociações com os EUA e a União Européia. A reunião entre as quatro partes termina dois dias antes da data prevista para o encerramento, no sábado 23.
"Era inútil prosseguir com as negociações levando em conta o que havia sobre a mesa", declarou à imprensa o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao lado do ministro indiano do Comércio, Kamal Nath.
Brasil, Índia, Estados Unidos e União Européia formam o G-4, grupo com o objetivo de chegar a um acordo entre países ricos e emergentes sobre a redução de tarifas e subsídios no comércio internacional. Nesse grupo, Brasil e Índia representam o G-20, que reúne duas dezenas de países em desenvolvimento.
Amorim disse que a questão agrícola, principal pomo da discórdia na rodada de negociações de Doha para a liberalização do comércio mundial, foi o detonador do fracasso do encontro com seus interlocutores, o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, e a representante dos Estados Unidos para o Comércio, Susan Schwab.
Impasse europeu
Ontem, o representante da União Européia afirmou que poderia aceitar redução de 70% nas tarifas mais altas de importação, que atingem carne bovina, frango e açúcar vindos do Brasil.
Mas a confederação Copa-Cogeca, que reúne milhares de agricultores europeus, confirmou em Bruxelas que não aceita a abordagem negociadora de Mandelson, estimando que ele está fazendo concessões demais para o Brasil. A diretoria da Copa-Cogeca insistiu que não dá para aceitar o corte de 70% nas tarifas mais altas, mesmo que se protejam produtos considerados "sensíveis".
Mesmo que não fosse considerada a posição dos agricultores, o corte de 70% não é totalmente bem visto por brasileiros. O receio é de que os europeus classifiquem como "sensíveis" boa parte dos produtos que hoje estão na banda da tarifa mais alta.
Com isso, a taxa sobre importação de carne bovina, por exemplo, pode ter redução de apenas 24%, e não de 70%. A grande discussão entre o Brasil e a UE envolve as carnes (bovina, de frango e suína).
Subsídio americano
A proposta de Brasil e Índia é que o teto para o subsídio dos Estados Unidos aos produtores rurais fique entre US$ 12 bilhões e US$ 15 bilhões por ano. Atualmente, é de cerca de US$ 48 bilhões.
Antes de começar o encontro na Alemanha, o governo norte-americano havia proposto um limite de US$ 22,5 bilhões. Declarou, na ocasião, que melhoraria essa proposta apenas se os grandes países em desenvolvimento e a UE abrissem seus mercados a mais exportações agrícolas dos EUA.
(Com informações de France Presse, Reuters e Valor Online)
Fonte: UOL
Da Redação
Em São Paulo
A Casa Branca declarou na quinta-feira estar desapontada com o fracasso da reunião que tratou da Rodada de Doha de liberalização comercial, em Potsdam, na Alemanha, e culpou Brasil e Índia cujos representantes participaram do encontro, por ficarem no caminho de um acordo que poderia ajudar nações menos desenvolvidas.
"O presidente está desapontado com certos países que estão bloqueando uma oportunidade de expandir o comércio global", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto.
Mais cedo, Brasil e Índia haviam decidido retirar-se das negociações com os EUA e a União Européia. A reunião entre as quatro partes termina dois dias antes da data prevista para o encerramento, no sábado 23.
"Era inútil prosseguir com as negociações levando em conta o que havia sobre a mesa", declarou à imprensa o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao lado do ministro indiano do Comércio, Kamal Nath.
Brasil, Índia, Estados Unidos e União Européia formam o G-4, grupo com o objetivo de chegar a um acordo entre países ricos e emergentes sobre a redução de tarifas e subsídios no comércio internacional. Nesse grupo, Brasil e Índia representam o G-20, que reúne duas dezenas de países em desenvolvimento.
Amorim disse que a questão agrícola, principal pomo da discórdia na rodada de negociações de Doha para a liberalização do comércio mundial, foi o detonador do fracasso do encontro com seus interlocutores, o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, e a representante dos Estados Unidos para o Comércio, Susan Schwab.
Impasse europeu
Ontem, o representante da União Européia afirmou que poderia aceitar redução de 70% nas tarifas mais altas de importação, que atingem carne bovina, frango e açúcar vindos do Brasil.
Mas a confederação Copa-Cogeca, que reúne milhares de agricultores europeus, confirmou em Bruxelas que não aceita a abordagem negociadora de Mandelson, estimando que ele está fazendo concessões demais para o Brasil. A diretoria da Copa-Cogeca insistiu que não dá para aceitar o corte de 70% nas tarifas mais altas, mesmo que se protejam produtos considerados "sensíveis".
Mesmo que não fosse considerada a posição dos agricultores, o corte de 70% não é totalmente bem visto por brasileiros. O receio é de que os europeus classifiquem como "sensíveis" boa parte dos produtos que hoje estão na banda da tarifa mais alta.
Com isso, a taxa sobre importação de carne bovina, por exemplo, pode ter redução de apenas 24%, e não de 70%. A grande discussão entre o Brasil e a UE envolve as carnes (bovina, de frango e suína).
Subsídio americano
A proposta de Brasil e Índia é que o teto para o subsídio dos Estados Unidos aos produtores rurais fique entre US$ 12 bilhões e US$ 15 bilhões por ano. Atualmente, é de cerca de US$ 48 bilhões.
Antes de começar o encontro na Alemanha, o governo norte-americano havia proposto um limite de US$ 22,5 bilhões. Declarou, na ocasião, que melhoraria essa proposta apenas se os grandes países em desenvolvimento e a UE abrissem seus mercados a mais exportações agrícolas dos EUA.
(Com informações de France Presse, Reuters e Valor Online)
Fonte: UOL
Re.: Bush culpa Brasil e Índia por fracasso no acordo
Normalmente, não sou um fâ da politica externa brasileira nem do Amorim, mas neste caso especifico, eles fizeram muito bem em se retirar da rodada doha, foi uma decisão inteligente, é só dar tempo ao tempo, os países desenvolvidos estavam loucos para que o Brasil aceitasse uma redução de tarifas sobre produtos industriais e serviços em troca de algo que eles terão de fazer de qualquer modo, subsídios excessivos são impraticaveis a longo prazo, e com o aumento da produção de combustíveis baseados em produtos agrícolas, estes tendem a subir de preço, tornando o processo muito oneroso, assim, mais cedo ou mais tarde, as tarifas de importação cairão naturalmente.
Alem do mais, a coisa já está feia para os produtores brasileiros do jeito que que está o câmbio agora, imagine com uma redução extra de tarifas de importação, seria fatal...
Alem do mais, a coisa já está feia para os produtores brasileiros do jeito que que está o câmbio agora, imagine com uma redução extra de tarifas de importação, seria fatal...
"É dificil levar alguem a entender algo quando sua fé depende de que não entenda" - Ditado mais velho que a humanidade.
- user f.k.a. Cabeção
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Essas rodadas de negociacao sao simplesmente ridiculas.
A longo prazo, um corte unilateral de impostos sobre importados, ainda que feitos de maneira gradual, sao mais beneficos para o pais que os faz.
O proprio texto deixa claro quem sao os verdadeiros interessados em politicas protecionistas e de subsidios: os produtores ineficientes de ambos os lados.
O protecionismo nao e um mal da esquerda ou da direita, e resultado da acao de grupos que colocam seus interesses acima dos interesses do consumidor se servindo da maquina publica para custear sua cara ineficiencia.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem
user f.k.a. Cabeção escreveu:A longo prazo, um corte unilateral de impostos sobre importados, ainda que feitos de maneira gradual, sao mais beneficos para o pais que os faz.
Não sei não, se fizessem isso agora no Brasil, com o dólar baixo como está, a indústria local e produtores agrícolas faliriam, iríamos importar TUDO...
- Fedidovisk
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- Registrado em: 02 Mar 2007, 17:46
Re.: Bush culpa Brasil e Índia por fracasso no acordo
Eu não consigo ver nada de mal no subsídio, se ele for feita de maneira correta só tem à beneficiar quem o faz. Aqui no Brasil essa prática serve de forma para acumulação de divídas de grandes produtores, que depois não pagam.... sou totalmente a favor do subsídio quando para pequenos e médios produtores com o apoio de um orgão de fiscalização e suporte, o Brasil tinha que é fazer o mesmo aqui...
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Essas rodadas de negociacao sao simplesmente ridiculas.
A longo prazo, um corte unilateral de impostos sobre importados, ainda que feitos de maneira gradual, sao mais beneficos para o pais que os faz.
O proprio texto deixa claro quem sao os verdadeiros interessados em politicas protecionistas e de subsidios: os produtores ineficientes de ambos os lados.
O protecionismo nao e um mal da esquerda ou da direita, e resultado da acao de grupos que colocam seus interesses acima dos interesses do consumidor se servindo da maquina publica para custear sua cara ineficiencia.
Dentro do paradigma liberal utópico que você defende, talvez. Dentro do que muitos outros acreditam, é uma forma extremamente frágil de se manter o funcionamento sadio de uma economia de mercado.
- Aranha
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- Registrado em: 18 Out 2005, 22:11
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Samael escreveu:user f.k.a. Cabeção escreveu:
Essas rodadas de negociacao sao simplesmente ridiculas.
A longo prazo, um corte unilateral de impostos sobre importados, ainda que feitos de maneira gradual, sao mais beneficos para o pais que os faz.
O proprio texto deixa claro quem sao os verdadeiros interessados em politicas protecionistas e de subsidios: os produtores ineficientes de ambos os lados.
O protecionismo nao e um mal da esquerda ou da direita, e resultado da acao de grupos que colocam seus interesses acima dos interesses do consumidor se servindo da maquina publica para custear sua cara ineficiencia.
Dentro do paradigma liberal utópico que você defende, talvez. Dentro do que muitos outros acreditam, é uma forma extremamente frágil de se manter o funcionamento sadio de uma economia de mercado.
- Disse tudo.
Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker
Ben Parker
Re.: Bush culpa Brasil e Índia por fracasso no acordo
adivinhem o que o Emmmcri tem a dizer sobre isso? 

- Aranha
- Mensagens: 6595
- Registrado em: 18 Out 2005, 22:11
- Gênero: Masculino
- Localização: Nova York
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. Os países ricos não querem que a melhor agricultura do mundo entre em seus mercados para beneficiar seus consumidores.
. A soja, o etanol, o suco de laranja, o frango, os suínos, a carne de boi etc, etc, etc do Brasil não podem entrar nos mercados europeu e americano.
. Se pudessem, haveria mais emprego e mais renda no campo brasileiro.
. Se pudessem, seria uma vitória de um princípio básico da economia liberal, uma vitória do livre comércio.
. Numa reunião em Podsdam, na Alemanha, o Brasil se levantou da mesa e foi embora porque os países ricos agem contra o interesse nacional brasileiro e o aumento do emprego e da renda do povo brasileiro.
. E a mídia conservadora (e golpista) prefere reproduzir o Presidente Bush e responsabilizar o Brasil pelo fracasso da reunião.
. Manchete do Estadão: “Países ricos culpam Brasil e índia por fracasso da OMC”.
. Manchete da Folha: “Bush e Europa culpam Brasil por fracasso em negociação comercial”.
. Ou seja, o Estadão e a Folha olham para o Brasil da perspectiva dos países ricos.
. É o que se chama de “cabeça de colonizado”.
Paulo Henrique Amorim
Abraços,
. A soja, o etanol, o suco de laranja, o frango, os suínos, a carne de boi etc, etc, etc do Brasil não podem entrar nos mercados europeu e americano.
. Se pudessem, haveria mais emprego e mais renda no campo brasileiro.
. Se pudessem, seria uma vitória de um princípio básico da economia liberal, uma vitória do livre comércio.
. Numa reunião em Podsdam, na Alemanha, o Brasil se levantou da mesa e foi embora porque os países ricos agem contra o interesse nacional brasileiro e o aumento do emprego e da renda do povo brasileiro.
. E a mídia conservadora (e golpista) prefere reproduzir o Presidente Bush e responsabilizar o Brasil pelo fracasso da reunião.
. Manchete do Estadão: “Países ricos culpam Brasil e índia por fracasso da OMC”.
. Manchete da Folha: “Bush e Europa culpam Brasil por fracasso em negociação comercial”.
. Ou seja, o Estadão e a Folha olham para o Brasil da perspectiva dos países ricos.
. É o que se chama de “cabeça de colonizado”.
Paulo Henrique Amorim
Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker
Ben Parker
Re: Re.: Bush culpa Brasil e Índia por fracasso no acordo
SickBoy escreveu:adivinhem o que o Emmmcri tem a dizer sobre isso?
Não preciso nem falar , eles já sabem !



"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.

VOLTAIRE
Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Essas rodadas de negociacao sao simplesmente ridiculas.
A longo prazo, um corte unilateral de impostos sobre importados, ainda que feitos de maneira gradual, sao mais beneficos para o pais que os faz.
O proprio texto deixa claro quem sao os verdadeiros interessados em politicas protecionistas e de subsidios: os produtores ineficientes de ambos os lados.
O protecionismo nao e um mal da esquerda ou da direita, e resultado da acao de grupos que colocam seus interesses acima dos interesses do consumidor se servindo da maquina publica para custear sua cara ineficiencia.
Mas aí é que está, Bush cedeu a lobby e ceder a lobby protecionista é o mesmo que ser culpado por ele.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."
John Maynard Keynes
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."
John Maynard Keynes