Bush culpa Brasil e Índia por fracasso no acordo
Enviado: 21 Jun 2007, 18:05
Bush culpa Brasil e Índia por fracasso no acordo sobre comércio
Da Redação
Em São Paulo
A Casa Branca declarou na quinta-feira estar desapontada com o fracasso da reunião que tratou da Rodada de Doha de liberalização comercial, em Potsdam, na Alemanha, e culpou Brasil e Índia cujos representantes participaram do encontro, por ficarem no caminho de um acordo que poderia ajudar nações menos desenvolvidas.
"O presidente está desapontado com certos países que estão bloqueando uma oportunidade de expandir o comércio global", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto.
Mais cedo, Brasil e Índia haviam decidido retirar-se das negociações com os EUA e a União Européia. A reunião entre as quatro partes termina dois dias antes da data prevista para o encerramento, no sábado 23.
"Era inútil prosseguir com as negociações levando em conta o que havia sobre a mesa", declarou à imprensa o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao lado do ministro indiano do Comércio, Kamal Nath.
Brasil, Índia, Estados Unidos e União Européia formam o G-4, grupo com o objetivo de chegar a um acordo entre países ricos e emergentes sobre a redução de tarifas e subsídios no comércio internacional. Nesse grupo, Brasil e Índia representam o G-20, que reúne duas dezenas de países em desenvolvimento.
Amorim disse que a questão agrícola, principal pomo da discórdia na rodada de negociações de Doha para a liberalização do comércio mundial, foi o detonador do fracasso do encontro com seus interlocutores, o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, e a representante dos Estados Unidos para o Comércio, Susan Schwab.
Impasse europeu
Ontem, o representante da União Européia afirmou que poderia aceitar redução de 70% nas tarifas mais altas de importação, que atingem carne bovina, frango e açúcar vindos do Brasil.
Mas a confederação Copa-Cogeca, que reúne milhares de agricultores europeus, confirmou em Bruxelas que não aceita a abordagem negociadora de Mandelson, estimando que ele está fazendo concessões demais para o Brasil. A diretoria da Copa-Cogeca insistiu que não dá para aceitar o corte de 70% nas tarifas mais altas, mesmo que se protejam produtos considerados "sensíveis".
Mesmo que não fosse considerada a posição dos agricultores, o corte de 70% não é totalmente bem visto por brasileiros. O receio é de que os europeus classifiquem como "sensíveis" boa parte dos produtos que hoje estão na banda da tarifa mais alta.
Com isso, a taxa sobre importação de carne bovina, por exemplo, pode ter redução de apenas 24%, e não de 70%. A grande discussão entre o Brasil e a UE envolve as carnes (bovina, de frango e suína).
Subsídio americano
A proposta de Brasil e Índia é que o teto para o subsídio dos Estados Unidos aos produtores rurais fique entre US$ 12 bilhões e US$ 15 bilhões por ano. Atualmente, é de cerca de US$ 48 bilhões.
Antes de começar o encontro na Alemanha, o governo norte-americano havia proposto um limite de US$ 22,5 bilhões. Declarou, na ocasião, que melhoraria essa proposta apenas se os grandes países em desenvolvimento e a UE abrissem seus mercados a mais exportações agrícolas dos EUA.
(Com informações de France Presse, Reuters e Valor Online)
Fonte: UOL
Da Redação
Em São Paulo
A Casa Branca declarou na quinta-feira estar desapontada com o fracasso da reunião que tratou da Rodada de Doha de liberalização comercial, em Potsdam, na Alemanha, e culpou Brasil e Índia cujos representantes participaram do encontro, por ficarem no caminho de um acordo que poderia ajudar nações menos desenvolvidas.
"O presidente está desapontado com certos países que estão bloqueando uma oportunidade de expandir o comércio global", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto.
Mais cedo, Brasil e Índia haviam decidido retirar-se das negociações com os EUA e a União Européia. A reunião entre as quatro partes termina dois dias antes da data prevista para o encerramento, no sábado 23.
"Era inútil prosseguir com as negociações levando em conta o que havia sobre a mesa", declarou à imprensa o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao lado do ministro indiano do Comércio, Kamal Nath.
Brasil, Índia, Estados Unidos e União Européia formam o G-4, grupo com o objetivo de chegar a um acordo entre países ricos e emergentes sobre a redução de tarifas e subsídios no comércio internacional. Nesse grupo, Brasil e Índia representam o G-20, que reúne duas dezenas de países em desenvolvimento.
Amorim disse que a questão agrícola, principal pomo da discórdia na rodada de negociações de Doha para a liberalização do comércio mundial, foi o detonador do fracasso do encontro com seus interlocutores, o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, e a representante dos Estados Unidos para o Comércio, Susan Schwab.
Impasse europeu
Ontem, o representante da União Européia afirmou que poderia aceitar redução de 70% nas tarifas mais altas de importação, que atingem carne bovina, frango e açúcar vindos do Brasil.
Mas a confederação Copa-Cogeca, que reúne milhares de agricultores europeus, confirmou em Bruxelas que não aceita a abordagem negociadora de Mandelson, estimando que ele está fazendo concessões demais para o Brasil. A diretoria da Copa-Cogeca insistiu que não dá para aceitar o corte de 70% nas tarifas mais altas, mesmo que se protejam produtos considerados "sensíveis".
Mesmo que não fosse considerada a posição dos agricultores, o corte de 70% não é totalmente bem visto por brasileiros. O receio é de que os europeus classifiquem como "sensíveis" boa parte dos produtos que hoje estão na banda da tarifa mais alta.
Com isso, a taxa sobre importação de carne bovina, por exemplo, pode ter redução de apenas 24%, e não de 70%. A grande discussão entre o Brasil e a UE envolve as carnes (bovina, de frango e suína).
Subsídio americano
A proposta de Brasil e Índia é que o teto para o subsídio dos Estados Unidos aos produtores rurais fique entre US$ 12 bilhões e US$ 15 bilhões por ano. Atualmente, é de cerca de US$ 48 bilhões.
Antes de começar o encontro na Alemanha, o governo norte-americano havia proposto um limite de US$ 22,5 bilhões. Declarou, na ocasião, que melhoraria essa proposta apenas se os grandes países em desenvolvimento e a UE abrissem seus mercados a mais exportações agrícolas dos EUA.
(Com informações de France Presse, Reuters e Valor Online)
Fonte: UOL