Novos recursos para eliminar a gordura abdominal
Enviado: 23 Jun 2007, 01:42
http://revistavivasaude.uol.com.br/edic ... 2908-1.asp
Novidades para encolher a barriga
Conheça os novos recursos para eliminar a gordura abdominal - uma das principais causas da síndrome metabólica (SM), o conjunto de alterações que aumenta o risco de diabetes e doenças cardiovasculares
POR STELLA GALVÃO
Uma novidade em matéria de medicamentos ecoou no Brasil no final de abril, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou para comercialização no país o rimonabanto, já popularmente conhecido como a "pílula antibarriga". O remédio deve chegar às farmácias a partir deste mês de julho, mas já vem sendo prescrito por vários endocrinologistas para pacientes que precisam reduzir a cintura e que podem desembolsar cerca de um salário mínimo por uma caixa, sufi- ciente para 28 dias de tratamento.
Todo o barulho é justificado. Afinal, trata-se da primeira droga especialmente indicada para quem apresenta circunferência abdominal aumentada - a tal "barriga de chope" nos homens ou aquela gordura acumulada na região do abdômen, responsável por dar a algumas mulheres um corpinho no formato de "maçã".
Mais do que um efeito antiestético, essa aparência já é aceita pela classe médica como um grande fator de risco à saúde. Hoje, sabe-se que o barrigão favorece o aparecimento da síndrome metabólica (SM): "um conjunto de alterações orgânicas, como aumento da pressão arterial, alterações nos níveis de glicose no sangue, redução do colesterol bom (o HDL) e acúmulo de triglicéride (gordura circulante), capaz de aumentar o risco de diabetes do tipo 2 e de doenças cardiovasculares", alerta o endocrinologista Daniel Lerário, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo.
A boa notícia é que as novidades para tentar reduzir a cintura, e os riscos à saúde, não param no lançamento do rimonabanto. Há mais medicamentos a caminho e até estudos para tentar incluir as cirurgias de estômago como procedimento-padrão no controle das alterações metabólicas estimuladas pela presença da gordura abdominal. Confira os avanços da ciência e o que ainda depende só de você para afastar a síndrome.
RISCOS PARA A 'SM'
A síndrome metabólica ocorre em quem apresenta dois ou mais fatores abaixo:
GORDURA VISCERAL: medida ao nível da cintura: circunferência abdominal maior que 90 cm em homens e maior que 80 cm em mulheres
DIMINUIÇÃO DO BOM COLESTEROL (HDL): menos do que 40 mg/dL em homens e de 50 mg/dL em mulheres.
HIPERTENSÃO: maior do que 13 por 8,5 (130/85 mmHg)
GLICEMIA EM JEJUM: maior do que 100mg/dL;
TRIGLICÉRIDE: acima de 150 mg/dL
Medicamento da vez
A história do rimonabanto começou a partir da observação dos efeitos da maconha (cannabis sativa) - mais especificamente da 'larica', gíria para a fome que acompanha o uso da droga. "Os pesquisadores observaram que a erva ativa o receptor cerebral canabinóide, levando a pessoa a comer mais", relata o médico Daniel Lerário. A ação do medicamento consiste justamente em inibir o sistema endocanabinóide (que tem papel crucial na regulação dos níveis de colesterol e triglicéride, bem na resistência à insulina) e que está hiperativado em algumas pessoas, aquelas com excesso de peso e com gordura abdominal. "Portanto, esse bloqueio, mesmo parcial (que acontece com o medicamento), pode significar diminuição do peso, da circunferência abdominal, das gorduras (colesterol e triglicéride), da hipertensão e dos níveis de açúcar no sangue", afirma o endocrinologista Marcos Tambascia, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). (Entenda esses mecanismos no box Qual o perigo). O medicamento foi aprovado na Europa em 2006 e ainda aguarda liberação para a venda nos EUA. No Brasil, a Anvisa liberou o uso em associação com dieta e exercícios, para o tratamento de pacientes obesos ou com sobrepeso e fatores de risco associados, como diabetes tipo 2 ou dislipidemias (alterações nos níveis de colesterol e triglicéride).
Eficácia e efeitos
Um estudo realizado em 2005, em uma universidade belga com 1.500 pessoas que tomaram o rimonabanto, constatou redução média da cintura dos voluntários em 8,5 centímetros. Infelizmente, a maioria dos médicos brasileiros tem pouca experiência com o medicamento e, na prática, não pode afirmar que ocorra tal redução.
O que todos concordam é com o risco de se propagar a falsa idéia de que ele possa ser utilizado para fins estéticos. "Ele é bastante interessante do ponto de vista farmacológico, no sentido de evitar complicações associadas à síndrome metabólica, mas não vai servir para reduzir pneuzinhos", enfatiza o médico Marcos Tambascia, da SBD. Até por que o remédio pode provocar efeitos colaterais graves. O estudo belga apontou reações como náuseas, tonturas e diarréias. Pessoas com propensão a crises depressivas relataram o agravamento do quadro. "Ele é contraindicado nos casos de depressão grave", diz.
Novidades para encolher a barriga
Conheça os novos recursos para eliminar a gordura abdominal - uma das principais causas da síndrome metabólica (SM), o conjunto de alterações que aumenta o risco de diabetes e doenças cardiovasculares
POR STELLA GALVÃO
Uma novidade em matéria de medicamentos ecoou no Brasil no final de abril, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou para comercialização no país o rimonabanto, já popularmente conhecido como a "pílula antibarriga". O remédio deve chegar às farmácias a partir deste mês de julho, mas já vem sendo prescrito por vários endocrinologistas para pacientes que precisam reduzir a cintura e que podem desembolsar cerca de um salário mínimo por uma caixa, sufi- ciente para 28 dias de tratamento.
Todo o barulho é justificado. Afinal, trata-se da primeira droga especialmente indicada para quem apresenta circunferência abdominal aumentada - a tal "barriga de chope" nos homens ou aquela gordura acumulada na região do abdômen, responsável por dar a algumas mulheres um corpinho no formato de "maçã".
Mais do que um efeito antiestético, essa aparência já é aceita pela classe médica como um grande fator de risco à saúde. Hoje, sabe-se que o barrigão favorece o aparecimento da síndrome metabólica (SM): "um conjunto de alterações orgânicas, como aumento da pressão arterial, alterações nos níveis de glicose no sangue, redução do colesterol bom (o HDL) e acúmulo de triglicéride (gordura circulante), capaz de aumentar o risco de diabetes do tipo 2 e de doenças cardiovasculares", alerta o endocrinologista Daniel Lerário, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo.
A boa notícia é que as novidades para tentar reduzir a cintura, e os riscos à saúde, não param no lançamento do rimonabanto. Há mais medicamentos a caminho e até estudos para tentar incluir as cirurgias de estômago como procedimento-padrão no controle das alterações metabólicas estimuladas pela presença da gordura abdominal. Confira os avanços da ciência e o que ainda depende só de você para afastar a síndrome.
RISCOS PARA A 'SM'
A síndrome metabólica ocorre em quem apresenta dois ou mais fatores abaixo:
GORDURA VISCERAL: medida ao nível da cintura: circunferência abdominal maior que 90 cm em homens e maior que 80 cm em mulheres
DIMINUIÇÃO DO BOM COLESTEROL (HDL): menos do que 40 mg/dL em homens e de 50 mg/dL em mulheres.
HIPERTENSÃO: maior do que 13 por 8,5 (130/85 mmHg)
GLICEMIA EM JEJUM: maior do que 100mg/dL;
TRIGLICÉRIDE: acima de 150 mg/dL
Medicamento da vez
A história do rimonabanto começou a partir da observação dos efeitos da maconha (cannabis sativa) - mais especificamente da 'larica', gíria para a fome que acompanha o uso da droga. "Os pesquisadores observaram que a erva ativa o receptor cerebral canabinóide, levando a pessoa a comer mais", relata o médico Daniel Lerário. A ação do medicamento consiste justamente em inibir o sistema endocanabinóide (que tem papel crucial na regulação dos níveis de colesterol e triglicéride, bem na resistência à insulina) e que está hiperativado em algumas pessoas, aquelas com excesso de peso e com gordura abdominal. "Portanto, esse bloqueio, mesmo parcial (que acontece com o medicamento), pode significar diminuição do peso, da circunferência abdominal, das gorduras (colesterol e triglicéride), da hipertensão e dos níveis de açúcar no sangue", afirma o endocrinologista Marcos Tambascia, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). (Entenda esses mecanismos no box Qual o perigo). O medicamento foi aprovado na Europa em 2006 e ainda aguarda liberação para a venda nos EUA. No Brasil, a Anvisa liberou o uso em associação com dieta e exercícios, para o tratamento de pacientes obesos ou com sobrepeso e fatores de risco associados, como diabetes tipo 2 ou dislipidemias (alterações nos níveis de colesterol e triglicéride).
Eficácia e efeitos
Um estudo realizado em 2005, em uma universidade belga com 1.500 pessoas que tomaram o rimonabanto, constatou redução média da cintura dos voluntários em 8,5 centímetros. Infelizmente, a maioria dos médicos brasileiros tem pouca experiência com o medicamento e, na prática, não pode afirmar que ocorra tal redução.
O que todos concordam é com o risco de se propagar a falsa idéia de que ele possa ser utilizado para fins estéticos. "Ele é bastante interessante do ponto de vista farmacológico, no sentido de evitar complicações associadas à síndrome metabólica, mas não vai servir para reduzir pneuzinhos", enfatiza o médico Marcos Tambascia, da SBD. Até por que o remédio pode provocar efeitos colaterais graves. O estudo belga apontou reações como náuseas, tonturas e diarréias. Pessoas com propensão a crises depressivas relataram o agravamento do quadro. "Ele é contraindicado nos casos de depressão grave", diz.