Religião é Veneno

A praga dos camelôs

Paulo Sant'ana
http://zh.clicrbs.com.br

Quem pensa que vão acabar os camelôs em Porto Alegre, depois que a prefeitura, elogiavelmente, construir e entregar o camelódromo da Avenida Júlio de Castilhos à população, está redondamente enganado.

Não são os camelôs que fazem seu ponto. É o público. Sempre que houver bastante gente passando num lugar, ali se estabelecerá um camelô.

O mesmo que os cambistas. Toda vez que um estádio de futebol for lotar, haverá cambistas para cobrar ágio nos ingressos.

Isto é uma lei da vida, vigora universalmente, aqui em Porto Alegre, em Nova York ou em Beijing.


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Na Rua da Praia, esses dias, fiquei aturdido com um cartaz que havia na banca de um camelô: "Temos convênio com estacionamento".

É inacreditável.

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Na Voluntários da Pátria, durante alguns dias, duas ou três bancas de camelôs se cotizaram e instalaram um banheiro químico na imediação de suas bancas.

Ou seja, os camelôs vão sofisticando sua atividade e se tornam verdadeiras lojas.

Até departamento de crédito alguns camelôs porto-alegrenses já têm.

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Houve uma loja estabelecida na Avenida Borges de Medeiros que teve uma idéia genial: como os camelôs se instalaram defronte a suas portas, não havia meio de os clientes entrarem na loja. Ela ficou praticamente blindada pelos camelôs contra clientes.

O que fez a loja? Atraiu um camelô para dentro da loja. Ele começou a vender suas quinquilharias dentro da loja. Foi um sucesso.

Atraiu o segundo camelô. No fim, havia uns quatro camelôs em atividade dentro da loja.

Começou a entrar tanto público pelas portas, que até a loja passou a vender muito bem os seus artigos.

Um sistema mais ou menos parecido com o das Galeries Lafayette, a mais famosa loja de departamentos de Paris, que, estressada pelos camelôs que infernizavam suas calçadas, conseguiu da prefeitura o monopólio de estabelecer ali na rua os seus próprios camelôs: vende quase tanto na rua quanto na parte de dentro.

Foi aí que descobri que comprar na rua é uma volúpia das pessoas.

Se me derem a licença para instalar uma empresa de camelôs que ficariam somente nas calçadas externas dos shoppings, eu ficaria multimilionário.

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Evidentemente que a prefeitura terá mais força moral para combater os camelôs que infestam a paisagem urbana de Porto Alegre depois que estiver funcionando o camelódromo.

Mas o problema persistirá. A fiscalização terá de ser muito mais enérgica para combater os ambulantes, principalmente os que usam a estratégia dos camelôs-relâmpago, aqueles que se instalam por alguns instantes em determinados pontos mas já têm a operação retirada plasmada no seu gene, em caso de batida da fiscalização.

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Um dos mais recentes tipos de camelôs que apareceram em Porto Alegre - e que está se proliferando como uma praga - é o camelô do churrasco.

São churrasqueiras grandes ou pequenas, dependendo do espaço que têm nos passeios, mas que vendem aos passantes o churrasco de verdade, não aquele tão comum das cidades: o churrasquinho de gato.

Nada disso, em Porto Alegre já existem mais de 10 churrascarias ambulantes.

Uma delas é debaixo do Viaduto da Marli, ali perto do Hospital Mãe de Deus.

As brasas espalham a fumaça pela vizinhança, picanha, chuleta, costela, vendidas para transeuntes. Há algumas que já iniciaram o serviço de salada.

E há uma dessas churrascarias improvisadas que está servindo já o espeto corrido aos populares.

O preço que cobram é três vezes menor que o das churrascarias convencionais.

Nada detém os camelôs.

Porto Alegre é uma cidade fantástica! Marketing aqui é coisa de primeiro mundo! Capitalismo é a palavra de ordem, tanto popular, quanto burguesa. Parece que crise aqui se supera no "acordo" entre as partes. Depois de um certo "desconforto", claro...

Bom, não freqüento o centro da cidade. E nem consumo de camelôs. Nego-me, porque posso me dar a este luxo. Mas parece que muita gente tem frisson neste mercado ...vai entender...


AH...e eu amo o Santana!

Se aqui em Sampa colocassem camelôs pra dentro das lojas, não teria espaço para os clientes.

Até uns 6 anos atrás, da ultima vez que visitei Blumenau, existiam dois grandes camelódromos e os camelôs respeitavam a lei. Não tinha UM nas calçadas. Agora não sei como está lá. Espero que esteja civilizado como quando eu visitei.

Pior que os camelôs só os pombos...

É pq o pedinte já está em uma situação que a única coisa que lhe resta é pedir ou morrer de fome... o cara quando trabalha de camelô ainda tem algumas forças para se erguer, e ficar vendendo produtos de todos os cantos do mundo, incomodando os trausentes... tá certo que é uma necessecidade mas não a única opção, aos pedintes so lhes restam pedir.

Ah ! O EMBOSTADO, dia logo o q vc pensa : Pobre tem que morrer!!
Os caras trabalham e trabalham duro pra levar o pão , pra suas casas e vc é contra !
Não gosta de favelados ,não gosta de camelôs, voc~e não gosta é de pobre !!! Lamentável,lamentável!

Seu Bosta.

E você não gosta de comunista ! Que no fundo lutam por ideais de igualdade e justiça, uma utopia, mas uma boa intenção...

Será que alguém pode se opor à isso ? Tá certo que na prática é outra coisa, mas atacar até o sentimento humanitário da coisa...

Aqui também há shoppings "populares", com micro lojinhas a preços módicos, as galerias do centro e dos bairros são mais antigos que andar prá trás. Mas o centro organizou os camelôs depois que a coisa virou uma praga. Mesmo assim, volta e meia eles se expandem para as áreas de comércio tradicional e tomam a calçada em frente às lojas.

E a adoção do modelo capitalista, e a forma como ele é empregado no mundo de hoje, principalmente pelos que se julgam de direita, não é menos desumano! Que absurdo, lógico que atos com alguma representatividade esquerdista são de dar nojo, mas ninguém aqui se dá ao ridículo e tem maturidade suficiente de não julgar o feito de uns como um todo. Antes avemos de julgar o ideal, a ação é resultado do ideal, lógico, mas ainda mais por parte de mentes preocupadas com a própria vaidade e interesse, então não diga que o que foi aplicado no mundo fora o comunismo. Como você mesmo disse como pode se identificar com uma idéia e julgar essa idéia pelo resultado de outra, visto que aquela ainda não se fez presente, apenas houveram regimes totalitários ditatoriais, isso não é comunismo, o comunismo se aplica no dia a dia nas ações mais além de mais humanas, isso pq humanismo é diferente de comunismo, mas nas ações mais humanas que buscam sacrificar um pouco de si vonluntáriamente para que o próximo tenha um pouco mais de chance...

E não essa terra das oportunidades que é o "capitalismo", onde um homem tem resultado proporcional à seu esforço.

A questão é também que o nosso sistema na prórpria idéia já é desumano...

Usuário deletado escreveu:Aqui em Belo Horizonte foram criados shoppings populares para os camelôs que encontravam-se nos logradouros do centro da capital. E shoppings muito úteis diga-se de passagem, apesar de muitos lojistas venderem produtos contrabandeados. Um dos inúmeros lazeres da capital é ir fazer compras no Oiapoque (o maior shopping popular da capital).

Os camelôs foram confinados aos shoppings populares pela Administração petista de Fernando Pimentel, assim como os "perueiros" haviam sido banidos das ruas pela igualmente petista Administração de Célio de Castro.

Dois atentados à livre iniciativa, típicos de um partido comunista, perpetrados nesta capital e que merecem o mais veemente repúdio dos defensores da economia de mercado!

Bom...eu não concordo com centros de cidades desordenados, bagunça e sujeira, gritaria e calçadas onde não se pode andar. E também não concordo com produtos falsificados, piratas ou contrabandeados, nem com gente que não paga impostos, que traz os filhos para dormir em caixas de papelão em baixo das barracas, com frio e chuva ou sol escaldante.
Sou contra esta aparência de feira medieval ou oriental nos centros onde outras pessoas precisam trabalhar em seus escritórios sem ficar ouvindo o anúncio das ofertas.
Não vejo por que não organizar o caos. Quem quer comprar de camelô que vá até o lugar onde eles estão, como se fosse um shopping popular, e que eles paguem alguma coisa pela utilização do lugar e da estrutura, já que não pagam imposto por nada.

Tudo tem limites.

Também sou contra tudo o que foi citado, camelôs não pagam impostos, fazem barulho, sujeira, etc...
Só que estamos no brazil... Depois do Collor, os camelôs aumentaram muito aqui em São Paulo e com a atual situação do país, essa é a única forma que muitos encontram para sobreviver.
Dê um pulo no centro da cidade... Fui na santa ifigênia esses dias e os coitados colocam seus produtos em lonas ou em grande "maletas-mesas", quando o "rapa" aparece, é gritaria pra todo lado e camelô correndo com tudo para não perder seus produtos... Os que são pegos... que dó, perdem tudo.

Eles não tem empregos nem garantias, mas trabalham duro, não tem direito a nada, nem a dignidade e, quando pegos pelo "rapa", também perdem o "direito" aos produtos que tiveram que comprar com o pouco dinheiro que tem.
É triste, te garanto que a maioria nessa situação iria preferir um emprego com horário fixo, vale transporte, alimentação e registro em carteira.
No nosso país, até serviço com registro em carteira é difícil, os que nem empregos "informais" conseguem, ainda tentam viver como camelôs e se sujeitam a isso tudo.

Se eles se multiplicam feito "praga", é só porque o nosso país está deixando uma grande parcela da população sem outra opção, isso só mostra a incompetência do estado.

Não acho que deveríamos ficar criticando os camelôs, mas sim o estado que os produz e os entrega as ruas a "baciada".

emmmcri escreveu:Ah ! O EMBOSTADO, dia logo o q vc pensa : Pobre tem que morrer!!
Os caras trabalham e trabalham duro pra levar o pão , pra suas casas e vc é contra !
Não gosta de favelados ,não gosta de camelôs, voc~e não gosta é de pobre !!! Lamentável,lamentável!

Seu Bosta.

Cartão azul.

Bastaria um mínimo cumprimento da Lei para solucionar o problema dos camelôs. Iriam todos presos por venderem produtos piratas.

Há uns 8 anos atrás, a Rua Uruguaiana, aqui no Rio, era infestada de camelôs. Mal se podia andar pelas calçadas. Depois de um plano de reurbanização, colocaram todos os ambulantes no chamado "camelódromo", numa área pertencente ao Metrô. Até que melhorou um pouco, mas foi só isso.

De vez em quando a Polícia faz uma "blitz" nas vielas mal iluminadas desse "centro de compras popular" e apreende centenas de CDs piratas e produtos contrabandeados. Mas, é só a poeira abaixar, e tudo volta como antes. Ou seja, usam terreno do Estado para a pirataria e contrabando.

Em qualquer ponto, principalmente no centro da cidade, tem sempre um com uma barraquinha improvisada ou com uma lona de plástico aberta no chão e presa com vários fios segurados na mão do camelô, disposta assim para qualquer emergência.

O pior são os camelôs que vendem soft pirata. Tem de tudo. Só se ouve a gritaria : "Olha o Corel Draw, AutoCAD, XP, Photoshop, Norton, Nero, Office".

Um repórter entrevistou um deles, com uma câmera escondida, e aí ele falou : "Sabe como é, meu camarada, a gente se cotiza pra comprar o bagulho, depois o mané leva pra casa, faiz as peça e a gente vende, cliente é qui num falta, ah, ah"

Eles fazem isso na Rio Branco, adjacências e principalmente no Largo da Carioca, nas barbas dos agentes que ficam em uma cabine da polícia instalada nas proximidades, e ninguém toma providência.

O ENCOSTO escreveu:Evidentemente que a prefeitura terá mais força moral para combater os camelôs que infestam a paisagem urbana de Porto Alegre depois que estiver funcionando o camelódromo.

No Rio, há vários camelódromos, mas logo surgem camelôs nas ruas de novo.
E não adianta combater, já que sempre há gente que compra e quem tenta combatê-los é tachado de opressor dos coitadinhos, embora grande parte da mercadoria seja contrabando, pirataria e até roubo e saque de caminhões.
No centro do Rio, eles têm até milícias para se proteger da polícia, com rádios e rojões (e até armas).

Por outro lado, há na Praça Saenz Peña uma feira de artesanato que vende bolsas, cintos, roupas etc., tudo feito pelos próprios vendedores. Não atrapalha as ruas e não é roubo.
Só que dá mais trabalho que vender muamba...

Fernando Silva escreveu:No centro do Rio, eles têm até milícias para se proteger da polícia, com rádios e rojões (e até armas).

Certa vez, acabei me no meio de uma ação da secretaria do comercio e PM.

Os camelos começam a gritar "olha a chuva! Olha a chuva!!" enauqnto recolhem rapidamente suas tralhas do chão.

É um tumulto só.

Os vendedores de CDs adotaram o seguinte metodo: eles apenas colocam uma especie de tapete no chão com as imagens dos encartes dos CDs. Se você comprar, um cara aparece do nada e lhe dá um cd que estava escondido em alguma sacola.

Se ocorre uma batida, eles simplesmente enrolam o tapede em menos de 5 segundos e saem correndo.

emmmcri escreveu:Os camelôs q vendem pirataria e contrabando deveriam sim ser punidos , assim como seus fornecedores também.
Agora os q vendem balas,frutas,ovos, por exemplo só estão sobrevivendo gente! São trabalhadores , podemos até dizer pequenos empreendedores.

Estes não são a maioria. Basta dar uma volta pelo centro e pela Tijuca.

emmmcri escreveu: Sem essa de q eles não pagam impostos, visto que a maioria dos empresários sonegam impostos também,o q com essa alta carga tributária , nem os culpo.

Não podemos aliviar para os camelôs só porque alguns empresários são desonestos.
De onde você tirou esse "a maioria dos empresários sonega" ?

RicardoVitor escreveu:Bastaria um mínimo cumprimento da Lei para solucionar o problema dos camelôs. Iriam todos presos por venderem produtos piratas.

Isso não dá voto. Quem fizer promessa de acabar com camelôs está mentindo descaradamente. Já se prometer que não vai deixar começar...

É como favela. Deixou...

Fernando Silva escreveu:

emmmcri escreveu:Os camelôs q vendem pirataria e contrabando deveriam sim ser punidos , assim como seus fornecedores também.
Agora os q vendem balas,frutas,ovos, por exemplo só estão sobrevivendo gente! São trabalhadores , podemos até dizer pequenos empreendedores.

Estes não são a maioria.

emmmcri escreveu: Sem essa de q eles não pagam impostos, visto que a maioria dos empresários sonegam impostos também,o q com essa alta carga tributária , nem os culpo.

Não podemos aliviar para os camelôs só porque alguns empresários são desonestos.
De onde você tirou "a maioria" ?

Camelôs espalhados pelos suburbios , favelas , ruas do Rj , podem não ser a maioria mas são muitos, muitos mesmo.Punir a todos quando sabemos q estes são honestos e só estão a ganhar a vida é errado.

A maioria dos empresários hoje é micro empresário ,estes são em sua maoria estúpida sonegadores, pelo menos nás áreas de trabalho em q atuo, e outras q tenho amigos q me informaram a respeito. Nem os diversos tipos de micro empresas evita a sonegação. QUANDO SE FALA EM IR PESSOA FÍSICA ENTÃO, AÍ NÃO SÃO SÓ OS MICRO EMPRESÁRIOS NÃO!

Toda eleição tem candidato defendendo os camelôs.

O vídeos mostram o coitadinho acordando cedo, viajando de trem lotado até chegar ao centro, montando a barraca para ganhar seu pão honestamente.
Daí chega a polícia malvada e senta o cacete neles sem mais nem menos e toma as mercadorias.

Nunca mostram policiais correndo debaixo de uma chuva de pedras, garrafas, coquetéis molotov e disparos de rojão. Nunca mostram camelôs enchendo as fechaduras das lojas de cola.
Nunca mostram camelôs vendendo laptops roubados. Nunca mostram caminhões sendo saqueados por quadrilhas especializadas na Via Dutra.

Dá para saber quando houve um saque ou um contrabando: de repente, um monte de camelôs começa a vender a mesma coisa.

Johnny escreveu:

RicardoVitor escreveu:Bastaria um mínimo cumprimento da Lei para solucionar o problema dos camelôs. Iriam todos presos por venderem produtos piratas.

Isso não dá voto. Quem fizer promessa de acabar com camelôs está mentindo descaradamente. Já se prometer que não vai deixar começar...

É como favela. Deixou...

Onde vamos colocar todos os camelôs do RJ ??
Minha pergunta é pra vcs dois!!
Vamos sair fuzilando eles também ????

Emmcri: antes de mais nada achei uma ofensa gratuita e desnecessária que fez ao Encosto sem mais nem menos (a naõ ser que ele já o tenha feito recentemente em outro tópico). Bom, mas voltando aos camelôs: Porque aumentam? Porque deixam. Eles tem que trabalhar? Sim, concordo desde que liitamente. O que eu coloco aqui é: Porque eles podem vender equipamentos eletrônicos e outras bugigangas sem pagar impostos e sem gerar receita e o logista tem que pagar aluguel, imposto sobre os produtos, folha de pagamento e mais impostos sobre folha de pagamentos, seguro, etc, etc, etc..? POrque pode? Me poupe.

Onde devem ficar os camelôs? Os que vendem contrabando devem ficar na cadeia ou vender outra coisa legal. Mas como disse lá em cima, esqueçam, isso é utopia barata. Ninguém é idiota para acabar com isso sem perer votos pois uma ação dessas é pior do que a que Fleury fez no cadeião e o resultado está aí para todo mundo ver.