Contra o Método
Enviado: 06 Jul 2007, 18:29
Caros amigos,
Achei interessante alguns tópicos citados do Contra o Método do
Paul Feyerabend
http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.b ... dLinPrg=pt
Registre-se:(minha tradução é do autor)
[...] a história da ciência será tão complexa, caótica, repleta de enganos, e interessante quanto as
mentes daqueles que a inventaram. Reciprocamente, um pouco de lavagem cerebral terá que
seguir um longo caminho para tornar a história da ciência algo mais monótono, simples, mais
uniforme, mais ‘objetivo’ e mais facilmente acessível a um tratamento por regras rígidas e
imutáveis. [...] A educação científica como a vemos hoje tem precisamente esse objetivo.
(Feyerabend, 1975: p. 19, minha tradução)
E outra:
[...] Isso, penso eu, constitui o mais decisivo argumento contra qualquer método que encorage a
uniformidade, seja ele empírico ou não. Qualquer método desse tipo, em última análise, é um
método que favorece o engano. Ele [o método] reforça um conformismo não esclarecido, e fala
de verdade; leva a uma deterioração das capacidades mentais, do poder da imaginação, e fala de
profundo “insight”; destrói a talento mais precioso dos jovens – seu tremendo poder de
imaginação, e fala de educação.
(Feyerabend, 1975: p. 45, minha tradução)
E outra:
Feyerabend também recorre ao reflexo na sociedade e na maneira pela
qual as pessoas passam a conduzir suas vidas a partir de uma tal educação, dada a
falta de alternativas. Comparando a hegemonia da educação científica à hegemonia
religiosa, ambas viabilizadas - cada uma em seu tempo - pela associação ao estado, o
epistemólogo alerta para o fato que, embora hoje possamos escolher nossa religião,
termos necessariamente uma educação científica na esmagadora maioria das
instituições de ensino4
Citação 4:
4 Uma exceção conhecida é de uma recente decisão na justiça norte-americana para o ensino regular do
criacionismo religioso ao invés da teoria científica da evolução das espécies, como explicação para a
origem da espécie humana. Contudo, tal situação somente constituirá o ideal feyerabendiano se não
excluir a possibilidade de haver também o ensino de base científica. Caso contrário, a falta de opção
continua prevalecendo
A Idea de que a ciência pode, e deve, ser conduzida de acordo com um método fixo e regras
universais tanto é não realista quanto perniciosa. É não realista porque adota uma visão muito
simples dos talentos do homem e das circunstâncias que encorajam, ou causam o seu
desenvolvimento. É perniciosa porque a tentativa de impor tais regras resulta num incremento
na nossa qualificação profissional às custas da nossa humanidade.
(Feyerabend, 1975: p. 295, minha tradução, grifos no original)
E o meu objetivo final:
As descobertas mais gloriosas do passado não são usadas como instrumentos para
esclarecimento, mas como meios de intimidação, como pode ser visto pelos mais recentes
debates envolvendo a teoria da evolução. Basta que alguém dê um passo adiante que a profissão
(de cientista) tende a transformar-se num clube para forçar as pessoas à submissão.
(Feyerabend, 1975: p. 188, minha tradução)
Fora com a ditadura da ciência e viva a liberdade criativa...

Achei interessante alguns tópicos citados do Contra o Método do
Paul Feyerabend
http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.b ... dLinPrg=pt
Registre-se:(minha tradução é do autor)
[...] a história da ciência será tão complexa, caótica, repleta de enganos, e interessante quanto as
mentes daqueles que a inventaram. Reciprocamente, um pouco de lavagem cerebral terá que
seguir um longo caminho para tornar a história da ciência algo mais monótono, simples, mais
uniforme, mais ‘objetivo’ e mais facilmente acessível a um tratamento por regras rígidas e
imutáveis. [...] A educação científica como a vemos hoje tem precisamente esse objetivo.
(Feyerabend, 1975: p. 19, minha tradução)
E outra:
[...] Isso, penso eu, constitui o mais decisivo argumento contra qualquer método que encorage a
uniformidade, seja ele empírico ou não. Qualquer método desse tipo, em última análise, é um
método que favorece o engano. Ele [o método] reforça um conformismo não esclarecido, e fala
de verdade; leva a uma deterioração das capacidades mentais, do poder da imaginação, e fala de
profundo “insight”; destrói a talento mais precioso dos jovens – seu tremendo poder de
imaginação, e fala de educação.
(Feyerabend, 1975: p. 45, minha tradução)
E outra:
Feyerabend também recorre ao reflexo na sociedade e na maneira pela
qual as pessoas passam a conduzir suas vidas a partir de uma tal educação, dada a
falta de alternativas. Comparando a hegemonia da educação científica à hegemonia
religiosa, ambas viabilizadas - cada uma em seu tempo - pela associação ao estado, o
epistemólogo alerta para o fato que, embora hoje possamos escolher nossa religião,
termos necessariamente uma educação científica na esmagadora maioria das
instituições de ensino4
Citação 4:
4 Uma exceção conhecida é de uma recente decisão na justiça norte-americana para o ensino regular do
criacionismo religioso ao invés da teoria científica da evolução das espécies, como explicação para a
origem da espécie humana. Contudo, tal situação somente constituirá o ideal feyerabendiano se não
excluir a possibilidade de haver também o ensino de base científica. Caso contrário, a falta de opção
continua prevalecendo
A Idea de que a ciência pode, e deve, ser conduzida de acordo com um método fixo e regras
universais tanto é não realista quanto perniciosa. É não realista porque adota uma visão muito
simples dos talentos do homem e das circunstâncias que encorajam, ou causam o seu
desenvolvimento. É perniciosa porque a tentativa de impor tais regras resulta num incremento
na nossa qualificação profissional às custas da nossa humanidade.
(Feyerabend, 1975: p. 295, minha tradução, grifos no original)
E o meu objetivo final:
As descobertas mais gloriosas do passado não são usadas como instrumentos para
esclarecimento, mas como meios de intimidação, como pode ser visto pelos mais recentes
debates envolvendo a teoria da evolução. Basta que alguém dê um passo adiante que a profissão
(de cientista) tende a transformar-se num clube para forçar as pessoas à submissão.
(Feyerabend, 1975: p. 188, minha tradução)
Fora com a ditadura da ciência e viva a liberdade criativa...


