Religião é Veneno

Exército paquistanês anuncia o controle da Mesquita Vermelha

10/07 - 02:28, atualizada às 03:45 10/07 - Redação com agências

Lahore (Paquistão), 10 jul - O Exército do Paquistão anunciou que tomou o controle do edifício da Mesquita Vermelha de Islamabad e de 75% da adjacente escola corânica Jamia Hafsa, onde acredita-se que os líderes radicais estejam escondidos, já que não respondem mais aos tiros das forças de segurança.

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As operações foram suspensas até se comprovar se os fundamentalistas cessaram o fogo porque não têm mais capacidade de resposta ou se, pelo contrário, adotaram uma tática de recuar, segundo fontes militares. O Exército acredita que os radicais armados e seu chefe, o clérigo Rasheed Ghazi, estão escondidos nos porões da Jamia Hafsa.

Na sua "última mensagem" a seus seguidores, o líder pediu que eles continuem com sua "missão" de "impor a Sharia (lei islâmica)" no Paquistão.

O porta-voz do Exército, Waheed Arshad, informou 44 mortos na operação, sendo 40 militantes e quatro soldados. A imprensa paquistanesa, porém, teme que o número seja muito maior.

O acesso ao hospital para onde as vítimas estão sendo levadas foi proibido aos jornalistas. O comando militar também proibiu a imprensa de se aproximar à mesquita. Além disso, desde as 8h30 (0h30 de Brasília) foram suspensas todas as transmissões das emissoras de televisão por cabo.

O assalto à mesquita começou às 4h (20h de segunda-feira, em Brasília), após o fracasso da último tentativa de negociações entre enviados do Governo e o líder islâmico na mesquita, Rasheed Ghazi, que se negou a libertar as mulheres e crianças que estavam no templo. A notícia do fracasso, depois de 11 horas de negociações, foi dada pelo negociador-chefe Chaudhry Shujaat Hussain. "Decepciona-nos profundamente que as negociações tenham fracassado", declarou Hussain à imprensa.

Assalto à mesquita

O general Waheed Arshad destacou que as forças governamentais já controlavam 70% do complexo da Mesquita Vermelha por volta das 4h GMT (1h de Brasília), mas não tinha qualquer informação sobre Ghazi, o líder dos radicais entrincheirados na mesquita. Além disso, o militar também negou que tenha tido explosões suicidas no interior do templo. Segundo a imprensa, os militantes carregava cinturões com explosivos.

Os radicais islâmicos "estão utilizando armas curtas e granadas (...) Encontramos resistência a partir do sótão. A operação deve levar ainda umas três ou quatro horas", afirmara Arshad. Segundo as autoridades, os militantes, liderados por clérigos ligados à rede terrorista Al-Qaeda, utilizaram pessoas, inclusive mulheres e crianças, como "escudos humanos".

A escola corânica situada ao lado da mesquita teria pegado fogo com a ação das tropas do governo: "Jamia Hafsa, a escola corânica de mulheres, está em chamas. O incêndio foi provocado pela explosão de cargas colocadas para eliminar eventuais obstáculos no prédio", contou um alto responsável dos serviços de segurança. Após o início do ataque, cerca de 20 crianças escaparam da mesquita e foram protegidas pelas forças de segurança.

Segundo outro oficial, "os soldados paquistaneses entraram no prédio por três lados de uma vez. Os militantes islâmicos responderam e estamos tentando neutralizá-los o mais rápido possível para salvar a vida das pessoas desarmadas que estão lá dentro. Queremos terminar esta operação o mais rápido possível e com o mínimo de baixas".

O general Arshad qualificou a ação de "golpe final para limpar o lugar de militantes armados", e admitia que havia forte resistência.

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