Notícias
18/07/2007 18h55min
Vôo 3054
Só investigação determinará quem estava no comando
A TAM ainda não sabe quem estava pilotando o Airbus A320 que colidiu com um prédio da companhia após tentar pousar na pista do aeroporto de Congonhas, ontem, matando pelo menos 186 pessoas a bordo e três em terra. Até o momento, 178 mortos foram confirmados.
O vice-presidente de operações da empresa, Alberto Fajerman, disse em entrevista coletiva hoje que apenas as investigações poderão determinar quem estava no controle do avião na hora do acidente. No entanto, Fajerman ressaltou que os dois pilotos, o comandante Kleyber Lima e o co-piloto Henrique Stefanini, estavam em condições de operar a aeronave. Lima tinha 13.654 horas de vôo, menos que seu co-piloto, mas trabalhava na TAM desde novembro de 1987. Stefanini, com 14.744 horas de vôo, estava na empresa havia apenas seis meses. Antes da TAM, ele trabalhou como piloto da Transbrasil.
– Nós não conseguimos ainda saber qual dos dois estava comandando, mas no decorrer da investigação nós teremos mais claro. Mas ambos comandantes. O próprio (Henrique) Stefanini poderia até estar voando com um co-piloto ao seu lado – disse Fajerman.
http://www.clicrbs.com.br/jsp/default.j ... bTab=00000
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Alguém acredita nisto????
O avião pousa depois de se comunicar com a torre e não identifica o nome e o código do piloto?
Acho que o Acauan tem razão. Talvez tenha havido TAMBÉM falha humana, e divulgar o nome do piloto agora seria complicado.
Mas eu não não gosto é de mentira e enrolação.
Ou a bagunça é tão grande que nem se sabe quem é que pilota um avião quando pousa e decola, os 2 momentos mais críticos de um vôo???
TAM ainda não sabe quem pilotava o avião
Re.: TAM ainda não sabe quem pilotava o avião
18/07/2007 18h54min
Vôo 3054
Ivan Sant’Anna diz que houve pressa na liberação da pista do aeroporto de Congonhas
As condições que levaram ao acidente do vôo JJ 3054 do Airbus A320 da TAM no início da noite desta terça feira não se restringiram às condições do momento. A avaliação é do escritor Ivan Sant’Anna. Fatores como a pressa na liberação da pista, e falha das autoridades do setor aéreo criaram as situações necessárias para o acidente. Sant’Anna é categórico sobre o pouso:
– Aquele Airbus, lotado, com chuva e vento, não devia pousar lá. O acidente de ontem é prova disso. Na véspera, um avião já aquaplanara e saíra da pista.
Perguntado sobre os prováveis motivos para o acidente, Sant’Anna avalia diz que é cedo para ter certeza, mas:
– Tudo indica que foi a irresponsabilidade das autoridades aéreas.
EX-aviador, Sant'Anna tem em seu currículo os livros Rapina e Caixa-preta, sobre três grandes acidentes aéreos brasileiros, e Plano de Ataque, sobre os atentados do 11 de setembro de 2001, no World Trade Center.
E ele mesmo já enfrentou situação iguais a dos pilotos do 3054:
– Até muito piores. Só que eu voava monomotores.
• Confira a íntegra da entrevista:
clicRBS - Em entrevista para um blog publicado nesta manhã o senhor disse que já era de se esperar este acidente. Por quê?
Ivan Sant'Anna - Esperava-se o acidente pois a pista principal de Congonhas estava muito escorregadia em dias de chuva.
clicRBS - O senhor acha que houve displicência na reforma da pista, ou pressa para entrega, já que foi justamente na reformada que o acidente ocorreu?
Ivan Sant'Anna - Pressa na habilitação da pista. Seria preciso esperar ranhuras, antes de dar início ao funcionamento.
Pergunta do internauta Ricardo - O que você entende que foi a principal causa do acidente?
Ivan Sant'Anna - É muito cedo para se ter certeza, mas tudo indica que foi a irresponsabilidade das autoridades aéreas.
clicRBS - Em que sentido podem ter sido irresponsáveis?
Ivan Sant'Anna - No sentido de liberar uma pista que apresentava aquaplanagem em dias de chuva.
clicRBS - Como aviador, o senhor já teve que realizar pousos nestas condições?
Ivan Sant'Anna - Até muito piores. Só que eu voava monomotores.
clicRBS - Arremeter é um procedimento padrão em certos casos. Seria nesse também?
Ivan Sant'Anna - Acima de uma determinada velocidade, é preciso arremeter. Abaixo dela, não se pode arremeter. Ele devia estar exatamente na divisa entre os dois procedimentos
Pergunta do internauta Triste - A que velocidade o avião chega na aterrisagem?
Ivan Sant'Anna - Depende de cada aeronave. Esse que bateu ontem devia pousar a uns 100 nós (180 km/h).
clicRBS - Que medidas deveriam ser adotadas para eveitar novas ocorrências como essas?
Ivan Sant'Anna - De curto prazo, interditar Congonhas para aviões grandes em dias de chuva. De longo prazo, construir um novo aeroporto em São Paulo pois Congonhas está ultrapassado e Guarulhos, saturado.
Pergunta do internauta Triste - O tamanho da pista de congonhas é considerado suficiente em extensão?
Ivan Sant'Anna - Depende do tamanho da aeronave que está pousando ou decolando. Um Jumbo, por exemplo, não pode pousar lá. Um Lear Jet executivo pousa em metade da pista.
clicRBS - No caso do Airbus?
Ivan Sant'Anna - Aquele Airbus, lotado, com chuva e vento, não devia pousar lá. O acidente de ontem é prova disso. Na véspera, uma avião já aquaplanara e saíra da pista.
clicRBS - Esse acidente guarda alguma semelhança com outros já ocorridos no Brasil?
Ivan Sant'Anna - Sim, diversos aviões já ultrapassaram a cabeceira da pista do Aeroporto Santos Dumont, no Rio. Só que, no Santos Dumont, o avião entra mar adentro. No Galeão um DC-8 da Panair do Brasil também já ultrapassou a cabeceira e entrou pela Baía de Guanabara.
clicRBS - E foram problemas na pista, também?
Ivan Sant'Anna - Em alguns deles, sim. Pista molhada e escorregadia. No caso do DC-8 da Panair, erro do piloto, que posicionou errado o estabilizador.
Pergunta do internauta Ricardo - Durante o seu pronunciamento hoje à tarde, o presidente da TAM excluiu a possibilidade do acidente ter sido causado pelas condições da pista, como você vê isso?
Ivan Sant'Anna - Acho que ele não quis desagradar o governo. Exemplos: o avião da Pantanal que saiu da pista anteontem, o avião da BRA que ficou dependurado na cabeceira no ano passado, o jatinho executivo que despencou pelo barranco, também no ano passado.
clicRBS - No caso, o acidente teria sido conseqüência de uma falha de fiscalização da Infraero?
Ivan Sant'Anna – Com certeza, falha total da Infraero que, por sinal, nos últimos meses não tem se mostrado um modelo de organização.
clicRBS - Se essa era uma tragédia anunciada, é possível ocorrerem outras? O que fazer para evitar?
Ivan Sant'Anna - É preciso tomar medidas urgentes de curto prazo, entre as quais usar mais os aeroportos de Viracopos, São José dos Campos, Tom Jobim e Confins, principalmente fazendo deles terminais para vôos internacionais, desafogando Guarulhos e permitindo que vôos para Congonhas sejam transferidos para lá.
clicRBS - Isso cabe a quem decidir, à Infraero? Que falhas na Infraero poderiam ser corrigidas, por exemplo?
Ivan Sant'Anna - O presidente Lula poderia começar o trabalho pondo na presidência da Infraero alguém que entenda de aeroportos ou, melhor, privatizando a empresa. É preciso também fiscalizar as condições da pista a cada minuto.
Pergunta do internauta Alberto Dumont - Como um episódio como este pode influenciar na obra de um ficcionista? Parece tudo tão inacreditável...
Ivan Sant'Anna - A realidade sempre supera a ficção. O 11 de setembro é prova disso.
CLICRBS
http://www.clicrbs.com.br/especiais
Vôo 3054
Ivan Sant’Anna diz que houve pressa na liberação da pista do aeroporto de Congonhas
As condições que levaram ao acidente do vôo JJ 3054 do Airbus A320 da TAM no início da noite desta terça feira não se restringiram às condições do momento. A avaliação é do escritor Ivan Sant’Anna. Fatores como a pressa na liberação da pista, e falha das autoridades do setor aéreo criaram as situações necessárias para o acidente. Sant’Anna é categórico sobre o pouso:
– Aquele Airbus, lotado, com chuva e vento, não devia pousar lá. O acidente de ontem é prova disso. Na véspera, um avião já aquaplanara e saíra da pista.
Perguntado sobre os prováveis motivos para o acidente, Sant’Anna avalia diz que é cedo para ter certeza, mas:
– Tudo indica que foi a irresponsabilidade das autoridades aéreas.
EX-aviador, Sant'Anna tem em seu currículo os livros Rapina e Caixa-preta, sobre três grandes acidentes aéreos brasileiros, e Plano de Ataque, sobre os atentados do 11 de setembro de 2001, no World Trade Center.
E ele mesmo já enfrentou situação iguais a dos pilotos do 3054:
– Até muito piores. Só que eu voava monomotores.
• Confira a íntegra da entrevista:
clicRBS - Em entrevista para um blog publicado nesta manhã o senhor disse que já era de se esperar este acidente. Por quê?
Ivan Sant'Anna - Esperava-se o acidente pois a pista principal de Congonhas estava muito escorregadia em dias de chuva.
clicRBS - O senhor acha que houve displicência na reforma da pista, ou pressa para entrega, já que foi justamente na reformada que o acidente ocorreu?
Ivan Sant'Anna - Pressa na habilitação da pista. Seria preciso esperar ranhuras, antes de dar início ao funcionamento.
Pergunta do internauta Ricardo - O que você entende que foi a principal causa do acidente?
Ivan Sant'Anna - É muito cedo para se ter certeza, mas tudo indica que foi a irresponsabilidade das autoridades aéreas.
clicRBS - Em que sentido podem ter sido irresponsáveis?
Ivan Sant'Anna - No sentido de liberar uma pista que apresentava aquaplanagem em dias de chuva.
clicRBS - Como aviador, o senhor já teve que realizar pousos nestas condições?
Ivan Sant'Anna - Até muito piores. Só que eu voava monomotores.
clicRBS - Arremeter é um procedimento padrão em certos casos. Seria nesse também?
Ivan Sant'Anna - Acima de uma determinada velocidade, é preciso arremeter. Abaixo dela, não se pode arremeter. Ele devia estar exatamente na divisa entre os dois procedimentos
Pergunta do internauta Triste - A que velocidade o avião chega na aterrisagem?
Ivan Sant'Anna - Depende de cada aeronave. Esse que bateu ontem devia pousar a uns 100 nós (180 km/h).
clicRBS - Que medidas deveriam ser adotadas para eveitar novas ocorrências como essas?
Ivan Sant'Anna - De curto prazo, interditar Congonhas para aviões grandes em dias de chuva. De longo prazo, construir um novo aeroporto em São Paulo pois Congonhas está ultrapassado e Guarulhos, saturado.
Pergunta do internauta Triste - O tamanho da pista de congonhas é considerado suficiente em extensão?
Ivan Sant'Anna - Depende do tamanho da aeronave que está pousando ou decolando. Um Jumbo, por exemplo, não pode pousar lá. Um Lear Jet executivo pousa em metade da pista.
clicRBS - No caso do Airbus?
Ivan Sant'Anna - Aquele Airbus, lotado, com chuva e vento, não devia pousar lá. O acidente de ontem é prova disso. Na véspera, uma avião já aquaplanara e saíra da pista.
clicRBS - Esse acidente guarda alguma semelhança com outros já ocorridos no Brasil?
Ivan Sant'Anna - Sim, diversos aviões já ultrapassaram a cabeceira da pista do Aeroporto Santos Dumont, no Rio. Só que, no Santos Dumont, o avião entra mar adentro. No Galeão um DC-8 da Panair do Brasil também já ultrapassou a cabeceira e entrou pela Baía de Guanabara.
clicRBS - E foram problemas na pista, também?
Ivan Sant'Anna - Em alguns deles, sim. Pista molhada e escorregadia. No caso do DC-8 da Panair, erro do piloto, que posicionou errado o estabilizador.
Pergunta do internauta Ricardo - Durante o seu pronunciamento hoje à tarde, o presidente da TAM excluiu a possibilidade do acidente ter sido causado pelas condições da pista, como você vê isso?
Ivan Sant'Anna - Acho que ele não quis desagradar o governo. Exemplos: o avião da Pantanal que saiu da pista anteontem, o avião da BRA que ficou dependurado na cabeceira no ano passado, o jatinho executivo que despencou pelo barranco, também no ano passado.
clicRBS - No caso, o acidente teria sido conseqüência de uma falha de fiscalização da Infraero?
Ivan Sant'Anna – Com certeza, falha total da Infraero que, por sinal, nos últimos meses não tem se mostrado um modelo de organização.
clicRBS - Se essa era uma tragédia anunciada, é possível ocorrerem outras? O que fazer para evitar?
Ivan Sant'Anna - É preciso tomar medidas urgentes de curto prazo, entre as quais usar mais os aeroportos de Viracopos, São José dos Campos, Tom Jobim e Confins, principalmente fazendo deles terminais para vôos internacionais, desafogando Guarulhos e permitindo que vôos para Congonhas sejam transferidos para lá.
clicRBS - Isso cabe a quem decidir, à Infraero? Que falhas na Infraero poderiam ser corrigidas, por exemplo?
Ivan Sant'Anna - O presidente Lula poderia começar o trabalho pondo na presidência da Infraero alguém que entenda de aeroportos ou, melhor, privatizando a empresa. É preciso também fiscalizar as condições da pista a cada minuto.
Pergunta do internauta Alberto Dumont - Como um episódio como este pode influenciar na obra de um ficcionista? Parece tudo tão inacreditável...
Ivan Sant'Anna - A realidade sempre supera a ficção. O 11 de setembro é prova disso.
CLICRBS
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