O sacrifício agradável
Enviado: 02 Ago 2007, 16:00
Fonte
O sacrifício agradável
(sobre o cap. X, itens 7 e 8 de “O Evangelho segundo o Espiritismo”)
“Se errar é humano, perdoar é divino.”
Alexander Pope
Um sacrifício a Deus é como que um “presente”, uma “oferenda” ao Pai. Mas como se apresentar ao Criador cheio de amarguras no coração? Seria como tentar misturar óleo na água, porque o rancor ou o ódio não penetram naquilo que é 100% Amor, que é Deus. Por isso é necessária a purificação de nossos sentimentos, para irmos de encontro ao Pai.
Sacrifício mais agradável a Deus significa, então, nas palavras de Jesus e Kardec, o sacrifício “dos próprios ressentimentos”, ou seja, eu precisarei me livrar de todo meu rancor, de toda minha mágoa, de todo meu ódio, se quiser me aproximar de Deus, se desejar me sintonizar com a Bondade Suprema.
Quando falo de nos aproximarmos de Deus, não é que Ele esteja distante ou separado (já que o Criador se encontra dentro de cada criatura), mas nós é que estamos nos afastando Dele, de nossa própria essência divina. Por isso é que a mágoa nos causa desarmonia emocional e espiritual, e muitas vezes doenças no corpo físico. Porque esse é um estado de desencontro interior, de desequilíbrio conosco mesmos, com a natureza íntima de todo ser humano.
É sacrificante, é sofrível uma reconciliação, porque é preciso vencer o orgulho primeiro. Mas tudo isso é um processo, não adianta querer superar uma forte mágoa da noite para o dia. Dependendo do tamanho da ofensa, devemos respeitar também nossos sentimentos e nos dar um tempo, como um período de “luto”. Entretanto, permanecer em sintonia com a mágoa e não trabalhar para nos livrar dela só nos trará prejuízos para o presente e o futuro. A mágoa é como uma jaula que nos prende, e só pode ser aberta por nós mesmos, os únicos possuidores da “Chave do Perdão”.
O importante a refletir é que perdoando o meu irmão (tanto faz ser amigo ou inimigo, é sempre irmão), ou perdoando um fato desagradável do passado (dependendo do que gerou a mágoa), não estou fazendo as pazes apenas com o outro ou com o mundo, mas principalmente comigo mesmo e com a realidade presente. Perdoando, eu me reconcilio com minha própria capacidade de conduzir a vida, de me sentir dono do meu destino. Porque me ver como vítima significa não só ter alguém (ou algo) como o culpado pela minha desgraça, mas igualmente dar-lhe o controle sobre uma vida que é minha. Na verdade, eu mesmo é quem sou o único responsável pelo modo como estou me sentindo agora e apenas eu posso modificar meus sentimentos e viver melhor minha própria existência.
É por isso que o perdão é uma espécie de libertação. É a reconquista do poder sobre nós mesmos, é recuperar a capacidade de viver com as próprias pernas, de ter mais autonomia. É virar aquela página que só pertence ao passado e desfrutar a história do momento atual, o único sobre o qual temos algum tipo de controle.
Quando nos aprofundamos, através do Espiritismo, na meditação sobre as Leis de Deus e da Natureza, aprendemos que nada na vida pode ficar mal resolvido: tudo tende a se unir, a se acertar, a se alinhar, a se reequilibrar, mais cedo (na existência atual) ou mais tarde (através da reencarnação). O sacrifício, em si, é difícil e doloroso, mas o resultado é sempre agradável e - o que é de nosso maior interesse, também faz bem à saúde.
O sacrifício agradável
(sobre o cap. X, itens 7 e 8 de “O Evangelho segundo o Espiritismo”)
“Se errar é humano, perdoar é divino.”
Alexander Pope
Um sacrifício a Deus é como que um “presente”, uma “oferenda” ao Pai. Mas como se apresentar ao Criador cheio de amarguras no coração? Seria como tentar misturar óleo na água, porque o rancor ou o ódio não penetram naquilo que é 100% Amor, que é Deus. Por isso é necessária a purificação de nossos sentimentos, para irmos de encontro ao Pai.
Sacrifício mais agradável a Deus significa, então, nas palavras de Jesus e Kardec, o sacrifício “dos próprios ressentimentos”, ou seja, eu precisarei me livrar de todo meu rancor, de toda minha mágoa, de todo meu ódio, se quiser me aproximar de Deus, se desejar me sintonizar com a Bondade Suprema.
Quando falo de nos aproximarmos de Deus, não é que Ele esteja distante ou separado (já que o Criador se encontra dentro de cada criatura), mas nós é que estamos nos afastando Dele, de nossa própria essência divina. Por isso é que a mágoa nos causa desarmonia emocional e espiritual, e muitas vezes doenças no corpo físico. Porque esse é um estado de desencontro interior, de desequilíbrio conosco mesmos, com a natureza íntima de todo ser humano.
É sacrificante, é sofrível uma reconciliação, porque é preciso vencer o orgulho primeiro. Mas tudo isso é um processo, não adianta querer superar uma forte mágoa da noite para o dia. Dependendo do tamanho da ofensa, devemos respeitar também nossos sentimentos e nos dar um tempo, como um período de “luto”. Entretanto, permanecer em sintonia com a mágoa e não trabalhar para nos livrar dela só nos trará prejuízos para o presente e o futuro. A mágoa é como uma jaula que nos prende, e só pode ser aberta por nós mesmos, os únicos possuidores da “Chave do Perdão”.
O importante a refletir é que perdoando o meu irmão (tanto faz ser amigo ou inimigo, é sempre irmão), ou perdoando um fato desagradável do passado (dependendo do que gerou a mágoa), não estou fazendo as pazes apenas com o outro ou com o mundo, mas principalmente comigo mesmo e com a realidade presente. Perdoando, eu me reconcilio com minha própria capacidade de conduzir a vida, de me sentir dono do meu destino. Porque me ver como vítima significa não só ter alguém (ou algo) como o culpado pela minha desgraça, mas igualmente dar-lhe o controle sobre uma vida que é minha. Na verdade, eu mesmo é quem sou o único responsável pelo modo como estou me sentindo agora e apenas eu posso modificar meus sentimentos e viver melhor minha própria existência.
É por isso que o perdão é uma espécie de libertação. É a reconquista do poder sobre nós mesmos, é recuperar a capacidade de viver com as próprias pernas, de ter mais autonomia. É virar aquela página que só pertence ao passado e desfrutar a história do momento atual, o único sobre o qual temos algum tipo de controle.
Quando nos aprofundamos, através do Espiritismo, na meditação sobre as Leis de Deus e da Natureza, aprendemos que nada na vida pode ficar mal resolvido: tudo tende a se unir, a se acertar, a se alinhar, a se reequilibrar, mais cedo (na existência atual) ou mais tarde (através da reencarnação). O sacrifício, em si, é difícil e doloroso, mas o resultado é sempre agradável e - o que é de nosso maior interesse, também faz bem à saúde.