KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça negra

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O ENCOSTO
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KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça negra

Mensagem por O ENCOSTO »

"Os negros, pois, como organização física, serão sempre os mesmos; como Espíritos, sem dúvida, são uma raça inferior, quer dizer, primitiva; são verdadeiras crianças às quais pode-se ensinar muito coisa; mas, por cuidados inteligentes, pode-se sempre modificar certos hábitos, certas tendências, e já é um progresso que levarão numa outra existência, e que lhes permitirá, mais tarde, tomar um envoltório em melhores condições. Trabalhando para o seu adiantamento, trabalha-se menos para o presente do que para o futuro, e, por pouco que se ganhe, é sempre para eles um tanto de aquisições; cada progresso é um passo adiante, que facilita novos progressos."




Perfectibilidade da raça negra

Revista Espírita, abril de 1862

(1) Ver a Revista Espírita, julho 1860: A Frenologia e a Fisiognomonia.

A raça negra é perfectível? Segundo algumas pessoas, essa questão está julgada e resolvida negativamente. Se assim é, e se essa raça está votada por Deus a uma eterna inferioridade, a conseqüência é que é inútil se preocupar com ela, e que é preciso se limitar a fazer do negro uma espécie de animal doméstico adestrado para a cultura do açúcar e do algodão. No entanto, a Humanidade, tanto quanto o interesse social, requer um exame mais atento: é o que iremos tentar fazer; mas como uma conclusão dessa gravidade, num ou noutro sentido, não pode ser tomada levianamente e deve se apoiar sobre um raciocínio sério, pedimos a permissão para desenvolver algumas considerações preliminares, que nos servirão para mostrar, uma vez mais, que o Espiritismo é a única chave possível de uma multidão de problemas insolúveis com a ajuda dos dados atuais da ciência. A frenologia nos servirá de ponto de partida; exporemos, sumariamente, as suas bases fundamentais para a compreensão do assunto.

A frenologia, como se sabe, repousa sobre esse princípio de que o cérebro é o órgão do pensamento, como o coração é o da circulação, o estômago o da digestão, o fígado o da secreção da bílis. Esse ponto é admitido por todo o mundo, porque não há ninguém que possa atribuir o pensamento a uma outra parte do corpo; cada um sente que pensa pela cabeça e não pelo braço e não pela perna. Há mais: sente-se instintivamente que a sede do pensamento está na fronte; está ali, e não no occiput, que se leva a mão para indicar que um pensamento acaba de surgir. Para todo o mundo, o desenvolvimento da parte frontal faz presumir mais inteligência do que quando é baixa e deprimida. Por outro lado, as experiências anatômicas e fisiológicas demonstraram claramente o papel especial de certas partes do cérebro nas funções vitais, e a diferença de fenômenos produzidos pela lesão de tal ou tal parte. As pesquisas da ciência não podem deixar dúvidas a esse respeito; as do Sr. Flourens, sobretudo, provaram até à evidência, a especialidade das funções do cerebelo.

Portanto, é admitido em princípio que todas as partes do cérebro não têm a mesma função. Além disso, é reconhecido que os cordões nervosos que, do cérebro como fonte, se ramificam em todas as partes do corpo, como os filamentos de uma raiz, são afetados de maneira diferente segundo a sua destinação; é assim que o nervo ótico, que chega ao olho e desabrocha na retina, é afetado pela luz e pelas cores, e transmite sua sensação ao cérebro numa porção especial; que o nervo auditivo é afetado pelos sons, e os nervos olfativos pelos odores. Que um desses nervos perca sua sensibilidade por uma causa qualquer, e a sensação não mais ocorre; fica-se cego, surdo ou privado do olfato. Esses nervos têm, pois, funções distintas e não podem, de nenhum modo, se substituir, e, no entanto, o exame mais atento não mostra a mais leve diferença em sua contextura.

A frenologia, partindo desses princípios, vai mais longe: localiza todas as faculdades morais e intelectuais, a cada uma das quais assinala um lugar especial no cérebro; assim é que ela afeta um órgão com o instinto de destruição que, levado ao excesso, se torna crueldade e ferocidade; um outro com a firmeza, cujo excesso, sem o contrapeso do julgamento, produz a obstinação; um outro ao amor à prole; outros à memória dos lugares, à dos nomes, à das formas, ao sentimento poético, à harmonia dos sons, das cores, etc., etc. Não é aqui o lugar de fazer a discrição anatômica do cérebro; diremos somente que, fazendo-se uma seção longitudinal na massa, reconhecer-se-á que da base partem feixes fibrosos indo desabrochar na superfície, e quase apresentando o aspecto de um cogumelo cortado em sua altura. Cada feixe corresponde a uma das circunvoluções da superfície externa, de, onde se segue que o desenvolvimento corresponde ao desenvolvimento do feixe fibroso. Sendo cada feixe, segundo a frenologia, a sede de uma sensação ou de uma faculdade, ela disso conclui que a energia da sensação, ou da faculdade, está em razão do desenvolvimento do órgão.

Nos fetos, a caixa óssea do crânio não está ainda formada; no início, ela não é senão uma película, uma membrana muito flexível, que se modela, consequentemente, sobre as partes salientes do cérebro, e lhes conserva a impressão, à medida que se endurece pelo depósito do fosfato de cálcio, que é a base dos ossos. Da saliência do crânio a frenologia conclui o volume do órgão, e do volume do órgão conclui o desenvolvimento da faculdade.

Tal é, em poucas palavras, o princípio da ciência frenológica. Embora o nosso objetivo não seja desenvolvê-la aqui, uma palavra ainda é necessária sobre o modo de apreciação. Enganar-se-ia estranhamente crendo-se poder deduzir o caráter absoluto de uma pessoa só pela inspeção das saliências do crânio. As faculdades se fazem, reciprocamente, contrapeso, se equilibram, se corroboram ou se atenuam umas pelas outras, de tal sorte que, para julgar um indivíduo, é preciso ter em conta o grau de influência de cada um, em razão de seu desenvolvimento, depois fazer entrar na balança o temperamento, o meio, os hábitos e a educação. Suponhamos um homem tendo o órgão da destruição muito pronunciado, com atrofia dos órgãos das faculdades morais e afetivas, será vilmente feroz; mas se, à destruição, junta a benevolência, a afeição, as faculdades intelectuais, a destruição será neutralizada, terá por efeito dar-lhe mais energia, poderá ser um homem muito honesto, ao passo que o observador superficial, que o julgaria sobre a inspeção do primeiro único órgão, o tomaria por um assassino. Concebe-se, segundo isso, todas as modificações do caráter que poderão resultar do concurso das outras faculdades, como a astúcia, a circunspecção, a estima de si, a coragem, etc. O sentimento da cor, só, fará o colorista, mas não fará o pintor; só o da forma não fará senão um desenhista; os dois reunidos não farão senão um pintor copista, se não houver, ao mesmo tempo, as faculdades reflexivas e comparativas. Isso basta para mostrar que as observações frenológicas práticas apresentam uma dificuldade muito grande, e repousam sobre considerações filosóficas, que não estão ao alcance de todo o mundo. Colocadas estas preliminares, encaremos a coisa de um outro ponto de vista.

Dois sistemas radicalmente opostos têm, desde o princípio, dividido os frenologistas em materialistas e em espiritualistas.

Os primeiros, nada admitindo fora da matéria, dizem que o pensamento é um produto da substância cerebral; que o cérebro segrega o pensamento, como as glândulas a saliva, como o fígado a bílis; ora, como a quantidade de secreção é geralmente proporcional ao volume e à qualidade do órgão secretor, dizem que a quantidade do pensamento é proporcional ao volume e à qualidade do cérebro, que cada parte do cérebro, segregando uma ordem particular de pensamentos, os diversos sentimentos e as diversas aptidões estão na razão do órgão que os produz. Não refutaremos esta monstruosa doutrina que faz do homem uma máquina, sem responsabilidade de seus atos maus, sem mérito de suas boas qualidades, e que não deve seu gênio e suas virtudes senão ao acaso de seu organismo (1-(1) Vede a Revista Espírita de março de 1851: A cabeça de Garibaldi, página 76.).

Com semelhante sistema, toda punição é injusta e todos os crimes são justificados.

Os espiritualistas dizem, ao contrário, que os órgãos não são a causa das faculdades, mas os instrumentos da manifestação das faculdades; que o pensamento é um atributo da alma e não do cérebro; que a alma, possuindo por si mesma aptidões diversas, a predominância de tal ou tal faculdade leva ao desenvolvimento do órgão correspondente, como o exercício de um braço leva ao desenvolvimento dos músculos desse braço; de onde se segue que o desenvolvimento do órgão é um efeito e não uma causa. Assim, um homem não é poeta porque tem o órgão da poesia; tem o órgão da poesia porque é poeta, o que é muito diferente. Mas aqui se apresenta uma outra dificuldade diante da qual a frenologia forçosamente se detém: se é espiritualista, nos dirá bem que o poeta tem o órgão da poesia, mas não nos diz porque ele é poeta; porque o é antes que seu irmão, embora educado nas mesmas condições; e assim com todas as outras aptidões. Só o Espiritismo pode dar-lhes a explicação.

Com efeito, se a alma é criada ao mesmo tempo que o corpo, a do sábio do Instituto é tão nova quanto a do selvagem; desde então, por que, pois, há sobre a Terra selvagens e membros do Instituto? O meio no qual eles vivem, direis. Seja; dizei, então, por que homens nascidos no meio mais ingrato, e mais refratário, se tornam gênios, ao passo que crianças que bebem a ciência com o leite materno são imbecis. Os fatos não provam, até à evidência, que há homens instintivamente bons ou maus, inteligentes ou estúpidos? É preciso, pois, que haja na alma um germe; de onde vem? Pode-se racionalmente dizer que Deus os fez de todas as espécies, uns que chegam sem dificuldade, e outros que não chegam mesmo com um trabalho perseverante? Estaria aí sua justiça e sua bondade? Evidentemente não. Uma única solução é possível: a preexistência da alma, sua anterioridade ao nascimento do corpo, o desenvolvimento adquirido segundo o tempo que ela viveu e as diferentes migrações que percorreu. A alma traz, pois, unindo-se ao corpo, o que adquiriu, suas qualidades boas ou más; daí as predisposições instintivas; de onde se pode dizer, com certeza, que aquele que nasceu poeta já cultivou a poesia; que aquele que nasceu músico cultivou a música; que aquele que nasceu celerado foi mais celerado ainda. Tal é a fonte das faculdades inatas que produzem, nos órgãos destinados à sua manifestação, um trabalho interior, molecular, que os leva ao desenvolvimento.

Isto nos conduz ao exame da importante questão da anterioridade de certas raças e de sua perfectibilidade.

Colocamos, de início, em princípio, que todas as faculdades, todas as paixões, todos os sentimentos, todas as aptidões estão na Natureza; que elas são necessárias à harmonia geral, porque Deus nada faz de inútil; que o mal resulta do abuso, assim como da falta de contrapeso e de equilíbrio entre as diversas faculdades. As faculdades não se desenvolvendo todas simultaneamente, disso resulta que o equilíbrio não pode se estabelecer senão com o tempo; que essa falta de equilíbrio produz homens imperfeitos, nos quais o mal domina momentaneamente. Tomemos por exemplo o instinto da destruição; este instinto é necessário, porque, na Natureza, é preciso que tudo se destrua para se renovar; é por isso que todas as espécies vivas são, ao mesmo tempo, agentes destruidores e reprodutores. Mas o instinto de destruição isolado é um instinto cego e brutal; ele domina entre os povos primitivos, entre os selvagens, cuja alma não adquiriu ainda as qualidades reflexivas próprias para regularem a destruição numa justa medida. O selvagem feroz pode, numa só existência, adquirir as qualidades que lhe faltam? Que educação dar-lhe-íeis, desde o berço, para fazerdes deles um São Vicente de Paulo, um sábio, um orador, um artista? Não; é materialmente impossível. E, no entanto, esse selvagem tem uma alma; qual é a sorte dessa alma depois da morte? É punida por seus atos bárbaros que nada reprimiu? Está colocada em posição igual à do homem de bem? Um não é mais racional que o outro? Está, então, condenada a permanecer eternamente num estado misto, que não é nem a felicidade e nem a infelicidade? Isso não seria justo; porque, se não é mais perfeita, isso não dependeu dela. Não podeis sair desse dilema senão admitindo a possibilidade de um progresso; ora, como pode progredir, se não for tomando novas existências? Poderá, direis, progredir como Espírito, sem retornar sobre a Terra. Mas, então, por que nós, civilizados, esclarecidos, nascemos na Europa antes que na Oceania? em corpos brancos antes que em corpos negros? Por que um ponto de partida tão diferente, se não se progride senão como Espírito? Por que Deus nos isentou do longo caminho que o selvagem deve percorrer? Nossas almas seriam de uma outra natureza que a sua? Por que, então, procurar fazê-lo cristão? Se o fazeis cristão, é que o olhais como vosso igual diante de Deus; se é vosso igual diante de Deus, porque Deus vos concede privilégios? Agiríeis inutilmente, não chegaríeis a nenhuma solução senão admitindo, para nós um progresso anterior, para o selvagem um progresso ulterior; se a alma do selvagem deve progredir ulteriormente, é que ela nos alcançará; se progredimos anteriormente, é que fomos selvagens, porque, se o ponto de partida for diferente, não há mais justiça, e se Deus não é justo, não é Deus. Eis, pois, forçosamente, duas existências extremas: a do selvagem e a do homem mais civilizado; mas, entre esses dois extremos, não encontrais nenhum intermediário? Segui a escala dos povos, e vereis que é uma cadeia não interrompida, sem solução de continuidade. Ainda uma vez, todos esses problemas são insolúveis sem a pluralidade das existências. Dizei que os Zelandeses renascerão entre um povo um pouco menos bárbaro, e assim por diante até à civilização, e tudo se explica; que se, em lugar de seguir os degraus da escala, vencer todos de repente e sem transição entre nós, e nos dará o odioso espetáculo de um Dumollard, que é um monstro para nós, e que nada apresentou de anormal entre as populações da África central, de onde talvez saiu. Assim é que, fechando-se numa só existência, tudo é obscuridade, tudo é problema sem resultado; ao passo que, com a reencarnação, tudo é claro, tudo é solução.

Voltemos à frenologia. Ela admite órgãos especiais para cada faculdade, e não cremos que esteja com a verdade; mas iremos mais longe. Vimos que cada órgão cerebral é formado de um feixe de fibras; pensamos que cada fibra corresponde a uma nuança da faculdade. Isto não é senão uma hipótese, é verdade, mas que poderá abrir caminho para novas observações. O nervo auditivo recebe os sons e transmite-os ao cérebro; mas se o nervo é homogêneo, como percebe sons tão variados? É, pois, permitido admitir que cada fibra nervosa seja destinada a um som diferente com o qual ela vibra, de alguma sorte, em uníssono, como as cordas de uma harpa. Todos os tons estão na Natureza; suponhamo-los cem, desde o mais agudo até o mais grave: o homem que possuísse as cem fibras correspondentes, percebê-los-ia a todos; aquele que não os possuísse senão pela metade, não perceberia senão a metade dos sons, os outros lhe escapariam, e deles não teria nenhuma consciência. Ocorreria o mesmo com as cordas vocais para exprimir os sons; com as fibras óticas para perceber as diferentes cores; com as fibras olfativas para perceber todos os odores. O mesmo raciocínio pode se aplicar aos órgãos de todos os gêneros de percepções e de manifestações.

Todos os corpos animados encerram, incontestavelmente, o princípio de todos os órgãos, mas há os que, em certos indivíduos, são de tal modo rudimentares, que não são suscetíveis de desenvolvimento, e que é absolutamente como se não existissem; portanto, em certas pessoas, não pode nelas haver nem as percepções, nem as manifestações correspondentes a esses órgãos; em uma palavra, elas estão, para essas faculdades, como os cegos para a luz, os surdos para a música.

O exame frenológico dos povos pouco inteligentes constata a predominância das faculdades instintivas, e a atrofia dos órgãos da inteligência. O que é excepcional nos povos avançados, é a regra em certas raças. Por que isto? É uma injusta preferência? Não, é a sabedoria. A Natureza é sempre previdente; nada faz de inútil; ora, seria uma coisa inútil dar um instrumento completo a quem não tem meios de se servir dele. Os Espíritos selvagens são Espíritos ainda crianças, podendo-se assim se exprimir; entre eles, muitas faculdades ainda estão latentes. Que faria, pois, o Espírito de um Hotentote no corpo de um Arago? Seria como aquele que não sabe a música diante de um excelente piano. Por uma razão inversa, que faria o Espírito de Arago no corpo de um Hotentote? Seria como Liszt diante de um piano que não teria senão algumas más cordas falsas, às quais seu talento jamais chegaria a dar sons harmoniosos. Arago entre os selvagens, com todo o seu gênio, seria tão inteligente, talvez, quanto pode sê-lo um selvagem, mas nada de mais; jamais seria, sob uma pele negra, membro do Instituto. Seu Espírito levá-lo-ia ao desenvolvimento dos órgãos? De órgãos fracos, sim; de órgãos rudimentares, não(1(1)Vede a Revista Espírita de outubro de 1861: Os Cretinos. )

A Natureza, portanto, apropriou os corpos ao grau de adiantamento dos Espíritos que devem neles se encarnar; eis porque os corpos das raças primitivas possuem menos cordas vibrantes que os das raças avançadas. Há, pois, no homem, dois seres bem distintos: o Espírito, ser pensante; o corpo, instrumento das manifestações do pensamento, mais ou menos completo, mais ou menos rico em cordas, segundo as necessidades.

Chegamos agora à perfectibilidade das raças; esta questão, por assim dizer, está resolvida pelo que precede: não temos senão que deduzir-lhe algumas conseqüências. Elas são perfectíveis pelo Espírito que se desenvolve através de suas diferentes migrações, em cada uma das quais adquire, pouco a pouco, as qualidades que lhes faltam; mas, à medida que as suas faculdades se estendem, falta-lhe um instrumento apropriado, como a uma criança que cresce são necessárias roupas maiores; ora, sendo insuficientes os corpos constituídos para seu estado primitivo, lhes é necessário encarnar em melhores condições, e assim por diante, à medida que progride.

As raças são também perfectíveis pelo corpo, mas isso não é senão pelo cruzamento com as raças mais aperfeiçoadas, que lhes trazem novos elementos que as enxertam, por assim dizer, os germes de novos órgãos. Esse cruzamento se faz pelas emigrações, pelas guerras, e pelas conquistas. Sob esse aspecto, há raças, como famílias, que se abastardam se não se misturam com sangues diversos. Então, não se pode dizer que isso seja a raça primitiva pura, porque sem cruzamento essa raça será sempre a mesma, seu estado de inferioridade relacionado à sua natureza; ela degenerará em lugar de progredir, e é o que a conduz ao desaparecimento num tempo dado.

A respeito dos negros escravos, diz-se: "São seres tão brutos, tão pouco inteligentes, que seria trabalho perdido procurar instruí-los; é uma raça inferior, incorrigível e profundamente incapaz". A teoria que acabamos de dar permite encará-los sob uma outra luz; na questão do aperfeiçoamento das raças, é preciso ter em conta dois elementos constitutivos do homem: o elemento espiritual e o elemento corpóreo. É preciso conhecê-los, um e o outro, e só o Espiritismo pode nos esclarecer sobre a natureza do elemento espiritual, o mais importante, uma vez que é este que pensa e que sobrevive, ao passo que o elemento corpóreo se destrói.

Os negros, pois, como organização física, serão sempre os mesmos; como Espíritos, sem dúvida, são uma raça inferior, quer dizer, primitiva; são verdadeiras crianças às quais pode-se ensinar muito coisa; mas, por cuidados inteligentes, pode-se sempre modificar certos hábitos, certas tendências, e já é um progresso que levarão numa outra existência, e que lhes permitirá, mais tarde, tomar um envoltório em melhores condições. Trabalhando para o seu adiantamento, trabalha-se menos para o presente do que para o futuro, e, por pouco que se ganhe, é sempre para eles um tanto de aquisições; cada progresso é um passo adiante, que facilita novos progressos.

Sob o mesmo envoltório, quer dizer, com os mesmos instrumentos de manifestação do pensamento, as raças não são perfectíveis senão em limites estreitos, pelas razões que desenvolvemos. Eis por que a raça negra, enquanto raça negra, corporeamente falando, jamais alcançará o nível das raças caucásicas; mas, enquanto Espíritos, é outra coisa; ela pode se tornar, e se tornará, o que somos; somente ser-lhe-á preciso tempo e melhores instrumentos. Eis porque as raças selvagens, mesmo em contato com a civilização, permanecem sempre selvagens; mas, à medida que as raças civilizadas se ampliam, as raças selvagens diminuem, até que desapareçam completamente, como desapareceram as raças dos Caraíbas, dos Guanches, e outras. Os corpos desapareceram, mas em que se tornaram os Espíritos? Mais de um, talvez, esteja entre nós.

Dissemos, e repetimos, o Espiritismo abre horizontes novos a todas as ciências; quando os sábios consentirem em levar em conta o elemento espiritual nos fenômenos da Natureza, ficarão muito surpresos em ver as dificuldades, contra as quais se chocavam a cada passo, se aplainarem como por encanto; mas é provável que, para muitos, será preciso renovar o hábito. Quando retornarem, terão tido o tempo de refletir, e trarão novas idéias. Encontrarão as coisas muito mudadas neste mundo; as idéias espíritas, que repelem hoje, terão germinado por toda parte e serão a base de todas as instituições sociais; eles mesmos serão educados e nutridos nessa crença que abrirá, ao seu gênio, um novo campo para o progresso da ciência. À espera disso, e enquanto estão aqui, que procurem a solução deste problema: Por que a autoridade de seu saber, e suas negações, não detêm, por um único instante, a marcha, dia a dia mais rápida, das idéias novas?


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Onde houver fé, levarei a dúvida.

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Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça neg

Mensagem por Apo »

E tem os que ainda dizem que isto foi um deslize pelo contexto da época...Kardec é outra vítima...
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Azathoth
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Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça neg

Mensagem por Azathoth »

Frenologia, hahahahahaha.
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O ENCOSTO
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Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça neg

Mensagem por O ENCOSTO »

E tem os que dizem que isso que está escrito acima não é racismo.
O ENCOSTO


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Botanico
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Re: Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça

Mensagem por Botanico »

O ENCOSTO escreveu:E tem os que dizem que isso que está escrito acima não é racismo.


Coisa velha, que não tem mais validade, nem eco na realidade atual, já caducou (ou karducou).

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Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça neg

Mensagem por Deise Garcia »

Ezinho meu dengo, eu já falei que você é um chuchu?

Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.

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Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça neg

Mensagem por Apo »

Caducou? A DE é TODA CADUCA.

Por que o Kaduco não reencarna em alguém mais inteligente e reinventa uma DE politicamente mais adequada aos tempos atuais?

Ou que seja macho e venha fazer mea culpa.
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Re: Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça

Mensagem por Apo »

O ENCOSTO escreveu:E tem os que dizem que isso que está escrito acima não é racismo.


Eles dizem que na época não era... :emoticon180:
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Re: Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça

Mensagem por manoelmac »

Apo escreveu:
O ENCOSTO escreveu:E tem os que dizem que isso que está escrito acima não é racismo.


Eles dizem que na época não era... :emoticon180:


Ai.............................................. :emoticon16:
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Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça neg

Mensagem por Apo »

Se correr o bicho pega...se ficar... :emoticon4:
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Botanico
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Re: Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça

Mensagem por Botanico »

Apo escreveu:Caducou? A DE é TODA CADUCA.

Por que o Kaduco não reencarna em alguém mais inteligente e reinventa uma DE politicamente mais adequada aos tempos atuais?

Ou que seja macho e venha fazer mea culpa.


Porque o que é politicamente mais adequado aos dias atuais, daqui a 150 anos pode não o ser e aí começa tudo de novo. Quem ainda tem um resto de bom senso na cabeça, pode muito bem fazer o seguinte:
_ Isso é ponto doutrinário fundamental?
_ Não!
_ Tem alguma validade diante do que se conhece de antropologia hoje em dia?
_ Não!
_ Então, vai pro lixo da história!
_ Mas aí a comunidade cética e a religiosa contrária vai ficar sem ter o que falar contra o Espiritismo.
_ Problema deles!

É isso.

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francioalmeida
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Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça neg

Mensagem por francioalmeida »

Isso é um absurdo!

Mais absurdo ainda são as explicações.

Botânico escreveu:Porque o que é politicamente mais adequado aos dias atuais, daqui a 150 anos pode não o ser e aí começa tudo de novo.


A inferioridade racial pros espíritos/espíritas antigamente era politicamente adequado?


Botânico escreveu: Quem ainda tem um resto de bom senso na cabeça, pode muito bem fazer o seguinte:
_ Isso é ponto doutrinário fundamental?
_ Não!



Não, mas e daí? Isso não minimiza o pensamento racista


Botânico escreveu:_ Tem alguma validade diante do que se conhece de antropologia hoje em dia?
_ Não!



E daí?... Isso muda alguma coisa que estava escrito.

Botânico escreveu:_ Então, vai pro lixo da história!
_ Mas aí a comunidade cética e a religiosa contrária vai ficar sem ter o que falar contra o Espiritismo.
_ Problema deles!

É isso.


Sua fé não permiti arbitrar pela razão. Seletivamente ela encaixa o que te agrada o resto se ignora.

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DIG
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Re: Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça

Mensagem por DIG »

Botanico escreveu:
O ENCOSTO escreveu:E tem os que dizem que isso que está escrito acima não é racismo.


Coisa velha, que não tem mais validade, nem eco na realidade atual, já caducou (ou karducou).





E os ovóides? Karducaram também, é :emoticon3: :emoticon19: :emoticon3: ?

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Botanico
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Re: Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça

Mensagem por Botanico »

francioalmeida escreveu:Isso é um absurdo!

Mais absurdo ainda são as explicações.


Botânico escreveu:Porque o que é politicamente mais adequado aos dias atuais, daqui a 150 anos pode não o ser e aí começa tudo de novo.


francioalmeida escreveu:A inferioridade racial pros espíritos/espíritas antigamente era politicamente adequado?

FATOS, meu caro, não ligam para a política. São o que são. O que importa é COMO são interpretados e o que se FAZ com eles.

A título de exemplo: pessoas deficientes física e/ou mentalmente, têm limitações que as pessoas ditas normais não têm. Isso é politicamente correto ou incorreto ou é só um FATO?

Eu diria que é um FATO. Agora o que faço com esse fato? Bem, pode-se adotar a política incorreta de propaganda de motel (Queremos que os nossos clientes se fodam!) ou adotar a política correta de melhorar os acessos, exigier cotas nas empresas para pessoas deficientes, etc e tal.

Pois muito bem: nos tempos de Kardec, dizer que havia raças superiores e inferiores era um FATO tão óbvio ululante quanto dizer que há pessoas fisica e mentamente normais e outras pessoas deficientes física e/ou mentalmente. Nos meus tempos de colégio, num livro de história trazia um trecho de documentos históricos de cada época que tratava. Nos tempos da Revolução Industrial, um diplomata francês fez um discurso em defesa do colonialismo onde se dizia:
_ É fora de dúvida que as RAÇAS SUPERIORES têm direitos sobre as RAÇAS INFERIORES, pois têm para com elas um dever, que é o de civilizá-las.
Pois é, meu caro, assim se pensava na Europa nos tempos de Kardec.

Os textos karducos em momento algum manda, nem justifica que se adotem políticas incorretas. Aliás, em termos de políticas corretas, nós espíritas saímos na frente: enquanto que negros tinham de ser enterrados em cemitérios mal cuidados, separados dos brancos, não eram aceitos em colégios tradicionais, etc e tal, entre os espíritas isso não costumava acontecer.

Tanto assim, que em 1906, aqui na cidade onde hoje moro (São Carlos - SP) a espírita Anália Franco, professora e educadora, quase acabou expulsa daqui por causa de uma tremenda indecência que cometeu. Veja se tem cabimento uma coisa dessas: ela montou uma escolinha, onde crianças brancas estudavam ao lado de CRIANÇAS NEGRAS! Pode uma coisa dessas?



Botânico escreveu: Quem ainda tem um resto de bom senso na cabeça, pode muito bem fazer o seguinte:
_ Isso é ponto doutrinário fundamental?
_ Não!



francioalmeida escreveu:Não, mas e daí? Isso não minimiza o pensamento racista

O problema com o pensamento racista é que ele dá margem a políticas incorretas... Mas Kardec jamais preconizou políticas incorretas e elas não são correntes no meio espírita. E esses pensamentos racistas eram coisa de uma época e já caducaram. E como ninguém jamais adotou uma política racista incorreta apelando para os textos karducos, então ela é uma coisa que está no lixo da história.


Botânico escreveu:_ Tem alguma validade diante do que se conhece de antropologia hoje em dia?
_ Não!



francioalmeida escreveu:E daí?... Isso muda alguma coisa que estava escrito.

Não se pode mudar o que o autor de um texto escreveu. Escreveu, está escrito. O que interessa é o que os leitores farão do texto escrito. Desde o começo, o que é que os espíritas fizeram com relação a esses textos? Não deram a mínima. Até por conta da reencarnação talvez, o que é que têm feito? Políticas corretas quanto à questão racial. Ponto.

Botânico escreveu:_ Então, vai pro lixo da história!
_ Mas aí a comunidade cética e a religiosa contrária vai ficar sem ter o que falar contra o Espiritismo.
_ Problema deles!

É isso.


francioalmeida escreveu:Sua fé não permiti arbitrar pela razão. Seletivamente ela encaixa o que te agrada o resto se ignora.

Não ignoro o resto (ignorar em português significa DESCONHECER). Eu o conheço. O que acontece apenas é que o Espiritismo, ao contrário das religiões cristãs, NÃO É DONO DA VERDADE e portanto está sujeito a mudar aquilo que mudou ao longo da história e, de preferência, corroborado pela ciência. Isso é da própria DE. Mas acostumados com o dogmatismo das igrejas cristãs e outras, vocês céticos querem que vejamos o racismo dos textos karducos de uma época antiga, com os mesmos olhos de hoje e admitamos: o Espiritismo é racista.

Só que não vou admitir pois como já disse: coisa velha ( e que ninguém levou em conta, nem teve conseqüência) já caducou. Hoje reconhecemos que o FATO de haver raças inferiores e superiores, que motivou Kardec a escrever aqueles textos, não passava de um ERRO DE INTERPRETAÇÃO. Tanto que hoje o FATO é que RAÇAS NÃO EXISTEM. Acabou o racismo.

É isso.

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O ENCOSTO
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Mensagem por O ENCOSTO »

Kardecistas, como Beneton, que querem porque querem "linkar" sua seita com a biblia, devem se perguntar porquê o CONSOLADOR anunciado na biblia precisava ser racista.

Tem também os kardecistas que dizem que o consolador era o kardecismo (?????). Só que a doutrina, além de racista, possui inumeros erros toscos de cunho cientifico.

A fé dos kardecistas é tão grande que, certo dia, Botanico disse que Kardec era a melhor pessoa que existia em sua epoca. :emoticon16:

Por isso, os espiritos resolveram procurar ele.
O ENCOSTO


http://www.manualdochurrasco.com.br/
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Onde houver fé, levarei a dúvida.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”

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Shanaista
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Re: Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça

Mensagem por Shanaista »

Botanico escreveu:Coisa velha, que não tem mais validade, nem eco na realidade atual, já caducou (ou karducou).

será que sem a lei do ventre livre e aurea... a coisa velha, que não tem mais validade, nem eco na realidade atual, teria caducado? :emoticon5:

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Fernando Silva
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Re: Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça

Mensagem por Fernando Silva »

Botanico escreveu:Pois muito bem: nos tempos de Kardec, dizer que havia raças superiores e inferiores era um FATO tão óbvio ululante quanto dizer que há pessoas fisica e mentamente normais e outras pessoas deficientes física e/ou mentalmente.

Para as pessoas do tempo de Kardec, tudo bem, elas estavam limitadas ao que aprenderam durante aquela reencarnação, mas os espíritos não eram "do tempo de Kardec". Eles tinham acesso a todas as memórias de séculos atrás. Será que suas milhares de encarnações anteriores não lhes ensinaram nada?

Será que os espíritos "brancos" nunca tiveram contacto com um espírito "negro" para constatar que a diferença era apenas cultural e física?

Em 1862 já havia quem lutasse pelo fim da escravidão e pela igualdade entre etnias.
Será que não dava para escolher um sujeito mais esclarecido que Kardec para servir de porta-voz?

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Judas
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Re: Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça

Mensagem por Judas »

Shanaista escreveu:
Botanico escreveu:Coisa velha, que não tem mais validade, nem eco na realidade atual, já caducou (ou karducou).

será que sem a lei do ventre livre e aurea... a coisa velha, que não tem mais validade, nem eco na realidade atual, teria caducado? :emoticon5:

No Brasil pelo menos não, aqui é onde o espiritismo deu "certo".
Estariamos açoitando os negros até hoje.
Sorte que essa bosta só rende aqui mesmo.
Bom, sorte pro resto do mundo e azar o nosso.
Quando vejo um religioso protestando, irritado, exigindo respeito às suas crenças idiotas, penso logo...BOM SINAL! Sinal de que alguém esta fazendo alguma coisa certa.

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DIG
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Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça neg

Mensagem por DIG »

Só no Brasil mesmo pra ISTO vingar :emoticon14:

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Botanico
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Mensagem por Botanico »

O ENCOSTO escreveu:Kardecistas, como Beneton, que querem porque querem "linkar" sua seita com a biblia, devem se perguntar porquê o CONSOLADOR anunciado na biblia precisava ser racista.

Bem, isso é problema daqueles kardecistas que querem achar que o Espiritismo é Cristianismo e portanto não é meu problema.
Kardec talvez não tenha atinado para a coisa, mas o dito Consolador VEIO LOGO DEPOIS DO CRISTO e ATUOU nas primeiras comunidades cristãs. É só ler alguns dos textos das cartas de Paulo e veremos ali coisas parecidas até com estatutos de centros espíritas. Havia mediunidade e manifestações espirituais. Só que com a morte dos apóstolos, os clérigos (diáconos e presbíteros) assumiram o poder e não quiseram mais largar a teta. Impunham suas vontades e quando os médiuns (que deveriam ser os segundo no comando, logo após os apóstolos) tentavam questionar, eram silenciados com a simples acusação:
_ É o Demo que está falando e nos questionando!
E assim então colocou-se um cadeado na boca do Espírito Santo/Consolador. Cadeado este que Kardec retirou no seu devido tempo. Daí então se dizer que o Espiritismo seria o tal "Consolador Prometido". Na verdade seria simplesmente um resgate do que deveria ter sido desde o início.


O ENCOSTO escreveu:Tem também os kardecistas que dizem que o consolador era o kardecismo (?????). Só que a doutrina, além de racista, possui inumeros erros toscos de cunho cientifico.

Ao analfabeto funcional chifrudo, já disse que a doutrina NÃO É RACISTA e sim os textos que denotam racismo partiram de opiniões pessoais de Kardec, dentro da realidade e conhecimento científico de sua época. No próprio livro da Genese, Kardec diz que a reencarnação elimina os preconceitos de castas e RAÇAS, pois quem é branco pode reencarnar como negro, quem é rico pode reencarnar como pobre, quem é europeu pode reencarnar como asiático... E por aí vai.

O ENCOSTO escreveu:A fé dos kardecistas é tão grande que, certo dia, Botanico disse que Kardec era a melhor pessoa que existia em sua epoca. :emoticon16:

Por isso, os espiritos resolveram procurar ele.

Talvez você devesse relembrar o contexto: disse que Kardec seria o mais indicado PARA A MISSÃO QUE TEVE EM VISTA e não que ele seria a melhor pessoa do mundo EM TODOS OS SENTIDOS. E além do mais, Kardec mesmo perguntou aos espíritos o que seria se ele não tivesse se empenhado em sua missão. A resposta foi:
_ Outro o substituiria.

É isso.

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Botanico
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Re: Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça

Mensagem por Botanico »

Shanaista escreveu:
Botanico escreveu:Coisa velha, que não tem mais validade, nem eco na realidade atual, já caducou (ou karducou).

será que sem a lei do ventre livre e aurea... a coisa velha, que não tem mais validade, nem eco na realidade atual, teria caducado? :emoticon5:


Provavelmente sim, pois desde sua promulgação, tivemos outras constituições, mudança de regime político e, uma vez liquidada a escravidão negra, ela já não teria mais sentido figurar no texto constitucional atual na forma que foi feita.

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Botanico
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Re: Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça

Mensagem por Botanico »

Botanico escreveu:Pois muito bem: nos tempos de Kardec, dizer que havia raças superiores e inferiores era um FATO tão óbvio ululante quanto dizer que há pessoas fisica e mentamente normais e outras pessoas deficientes física e/ou mentalmente.

Fernando Silva escreveu:Para as pessoas do tempo de Kardec, tudo bem, elas estavam limitadas ao que aprenderam durante aquela reencarnação, mas os espíritos não eram "do tempo de Kardec". Eles tinham acesso a todas as memórias de séculos atrás. Será que suas milhares de encarnações anteriores não lhes ensinaram nada?

Ensinaram sim. Colocaram que a reencarnação não era restrita a sexo, povo, raça ou condição social. Todos estavam sujeitos a ela e não haveria exceções para ninguém. Como Kardec colocou na Genese, isso liquidava os preconceitos de castas e RAÇAS.
Agora quanto a dizer que NÃO HAVIA RAÇAS, que tudo era só aparência, etc e tal, que geneticamente é tudo igual, igualzinho a um caminhão cheio de japonês (RACISMO!) NÃO ERA POSSÍVEL.
Não havia como apresentarem tal conceito. Como dizer que as raças não existem se todos viam essas raças, se não ao vivo, ao menos desenhadas e fotografadas? Como falar de genética, se Mendel nem havia publicado os seus trabalhos ainda (e mesmo quando o fez, isso não adiantaria nada)? Se não havia negros atuando como brilhantes cientistas reconhecidos, nem construindo cidades de alvenaria, nem fazendo navios de guerra e canhões poderosos, como dizer que os negros eram indistinguíveis intelecualmente dos brancos? Mesmo que houvessem dito isso, sem um mínimo de embasamento real, Kardec rejeitaria tal revelação, pois felizmente, ele não era vaquinha de presépio.


Fernando Silva escreveu:Será que os espíritos "brancos" nunca tiveram contacto com um espírito "negro" para constatar que a diferença era apenas cultural e física?

Não só tiveram, como reencarnaram como negros, chineses, japoneses e outros "eses". O problema é que não tinham como demonstrar ao Kardec de forma palpável e verificável, que as diferenças entre as raças restringia-se apenas à aparência física, mas intelectual e moralmente, as diferenças não existiriam.

Fernando Silva escreveu:Em 1862 já havia quem lutasse pelo fim da escravidão e pela igualdade entre etnias.
Será que não dava para escolher um sujeito mais esclarecido que Kardec para servir de porta-voz?

Onde foi que Kardec defendeu a escravidão e a desigualdade (de tratamento) entre as etnias?

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Re: Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça

Mensagem por Botanico »

Judas escreveu:
Shanaista escreveu:
Botanico escreveu:Coisa velha, que não tem mais validade, nem eco na realidade atual, já caducou (ou karducou).

será que sem a lei do ventre livre e aurea... a coisa velha, que não tem mais validade, nem eco na realidade atual, teria caducado? :emoticon5:

No Brasil pelo menos não, aqui é onde o espiritismo deu "certo".
Estariamos açoitando os negros até hoje.
Sorte que essa bosta só rende aqui mesmo.
Bom, sorte pro resto do mundo e azar o nosso.


Quem açoitava os negros eram os bons católicos... E quem continua com saudades da escravidão, recorrendo a ela sempre que pode, são os bons cristãos fazendeiros dos nossos grotões.

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Fernando Silva
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Re: Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça

Mensagem por Fernando Silva »

Botanico escreveu:
Fernando Silva escreveu:Em 1862 já havia quem lutasse pelo fim da escravidão e pela igualdade entre etnias.
Será que não dava para escolher um sujeito mais esclarecido que Kardec para servir de porta-voz?

Onde foi que Kardec defendeu a escravidão e a desigualdade (de tratamento) entre as etnias?

Com isto, eu quis dizer que o conceito de igualdade já existia na época e muitos o defendiam. Não seria um absurdo para Kardec se os tais espíritos o confirmassem.

E por que Kardec aceitou tantas revelações espantosas sem questionar e não aceitaria se lhe dissessem que todos são iguais independente da etnia?

Sua opinião prevalecia sobre a deles? Que confiabilidade têm os textos que ele nos deixou?

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Cabula
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Re: Re.: KARDECISMO & Racismo - Perfectibilidade da raça

Mensagem por Cabula »

Botanico escreveu:
Botanico escreveu:Pois muito bem: nos tempos de Kardec, dizer que havia raças superiores e inferiores era um FATO tão óbvio ululante quanto dizer que há pessoas fisica e mentamente normais e outras pessoas deficientes física e/ou mentalmente.

Fernando Silva escreveu:Para as pessoas do tempo de Kardec, tudo bem, elas estavam limitadas ao que aprenderam durante aquela reencarnação, mas os espíritos não eram "do tempo de Kardec". Eles tinham acesso a todas as memórias de séculos atrás. Será que suas milhares de encarnações anteriores não lhes ensinaram nada?

Ensinaram sim. Colocaram que a reencarnação não era restrita a sexo, povo, raça ou condição social. Todos estavam sujeitos a ela e não haveria exceções para ninguém. Como Kardec colocou na Genese, isso liquidava os preconceitos de castas e RAÇAS.
Agora quanto a dizer que NÃO HAVIA RAÇAS, que tudo era só aparência, etc e tal, que geneticamente é tudo igual, igualzinho a um caminhão cheio de japonês (RACISMO!) NÃO ERA POSSÍVEL.
Não havia como apresentarem tal conceito. Como dizer que as raças não existem se todos viam essas raças, se não ao vivo, ao menos desenhadas e fotografadas? Como falar de genética, se Mendel nem havia publicado os seus trabalhos ainda (e mesmo quando o fez, isso não adiantaria nada)? Se não havia negros atuando como brilhantes cientistas reconhecidos, nem construindo cidades de alvenaria, nem fazendo navios de guerra e canhões poderosos, como dizer que os negros eram indistinguíveis intelecualmente dos brancos? Mesmo que houvessem dito isso, sem um mínimo de embasamento real, Kardec rejeitaria tal revelação, pois felizmente, ele não era vaquinha de presépio.


Fernando Silva escreveu:Será que os espíritos "brancos" nunca tiveram contacto com um espírito "negro" para constatar que a diferença era apenas cultural e física?

Não só tiveram, como reencarnaram como negros, chineses, japoneses e outros "eses". O problema é que não tinham como demonstrar ao Kardec de forma palpável e verificável, que as diferenças entre as raças restringia-se apenas à aparência física, mas intelectual e moralmente, as diferenças não existiriam.

Fernando Silva escreveu:Em 1862 já havia quem lutasse pelo fim da escravidão e pela igualdade entre etnias.
Será que não dava para escolher um sujeito mais esclarecido que Kardec para servir de porta-voz?

Onde foi que Kardec defendeu a escravidão e a desigualdade (de tratamento) entre as etnias?


isso demonstra que a doutrina nada mais é do que coisas vindas dos pensamentos humanos e não de espírito superiores, que poderiam falar a verdade mesmo se ainda não tivesse sido testadas pelos homens

Deus é um só...
...mas com várias caras: uma para cada religião
O homem é um animal inteligente o bastante para criar o seu próprio criador
Ei, porque acreditar em alguem que pune todos os descendentes e também todos os animais por causa da desobediência de dois indivíduos?

Trancado