Não entendeu videomaker? O orangotango explica de novo...
Enviado: 05 Ago 2007, 04:41
Orangotangos usam estratégia de adivinhação se seu “público” não entende nada.
por JR Minkel
Se algum dia você tiver problemas para se entendido por um orangotango, tente usar adivinhações. Os pesquisadores dizem que quando esses primatas não conseguem se fazer entender usando gestos, adotam uma estratégia similar às adivinhações dos humanos, repetindo gestos que funcionam, mas testando novos sinais se o “interlocutor” não compreende nada.
Pesquisadores ensinaram a linguagem dos sinais para chimpanzés e outros macacos no passado, mas esse padrão de adivinhações – observado em testes controlados com orangotangos tentando se comunicar com humanos – pode refletir melhor o estilo de comunicação que acontece na natureza, quando eles lutam para transmitir seus desejos símios uns para os outros.
“Acho que se trata da compreensão natural de comunicação dos orangotangos”, afirma o psicólogo evolutivo Richard Byrne da University of St. Andrews, na Escócia.
Erica Cartmill, aluna de doutorado de Byrne, gravou em vídeo seis fêmeas de orangotango-de-bornéu e orangoango-de-sumatra, de dois zoológicos diferentes, e contou o número de gestos visuais e sonoros que cada macaco fez ao se deparar com duas opções de comida – delícias como pão ou banana ou escolhas menos apetitosas, como aipo ou alho-poró.
Uma pessoa se sentava à frente de cada orangotango por 30 segundos enquanto o animal apontava, batia palmas, fixava o olhar e socava sua gaiola – ou seja, indicava seu desejo pelo lanchinho tentador. Em certos casos, ele ganhava a guloseima. Em outros, o pesquisador só oferecia metade da opção apetitosa ou pegava a comida mais sem graça, fingindo não ter entendido o que o orangotango queria.
Em geral, os animais sossegavam e paravam de gesticular quando ganhavam a guloseima que queriam – e por inteiro –, mas repetiam os sinais se recebiam apenas parte dela, e muitas vezes tentavam sinais novos quando recebiam a comida que não queriam, como afirmam os pesquisadores em Current Biology.
O padrão não é simplesmente resultado da frustração, eles dizem, já que os orangotangos tendem a perder o interesse quando esperam demais pela comida.
Em um estudo anterior, os pesquisadores observaram chimpanzés gesticulando para pedir comida, mas os resultados foram mais ambíguos porque as pessoas não tinham uma maneira de indicar essa compreensão parcial, diz Byrne.
Ele diz também que o resultado corrobora a idéia de que orangotangos e outros símios não gesticulam não-intencionalmente, como afirmam certas pesquisas com animais, mas o fazem deliberadamente, guiados por uma teoria simples de como a mente de outras criaturas funciona.
“Se seu público é burro e não entende o que você diz,” ele explica, “um agente intencional irá pensar ‘E agora, o que eu faço?’”.
Fonte: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/n ... ovo_2.html
por JR Minkel

Se algum dia você tiver problemas para se entendido por um orangotango, tente usar adivinhações. Os pesquisadores dizem que quando esses primatas não conseguem se fazer entender usando gestos, adotam uma estratégia similar às adivinhações dos humanos, repetindo gestos que funcionam, mas testando novos sinais se o “interlocutor” não compreende nada.
Pesquisadores ensinaram a linguagem dos sinais para chimpanzés e outros macacos no passado, mas esse padrão de adivinhações – observado em testes controlados com orangotangos tentando se comunicar com humanos – pode refletir melhor o estilo de comunicação que acontece na natureza, quando eles lutam para transmitir seus desejos símios uns para os outros.
“Acho que se trata da compreensão natural de comunicação dos orangotangos”, afirma o psicólogo evolutivo Richard Byrne da University of St. Andrews, na Escócia.
Erica Cartmill, aluna de doutorado de Byrne, gravou em vídeo seis fêmeas de orangotango-de-bornéu e orangoango-de-sumatra, de dois zoológicos diferentes, e contou o número de gestos visuais e sonoros que cada macaco fez ao se deparar com duas opções de comida – delícias como pão ou banana ou escolhas menos apetitosas, como aipo ou alho-poró.
Uma pessoa se sentava à frente de cada orangotango por 30 segundos enquanto o animal apontava, batia palmas, fixava o olhar e socava sua gaiola – ou seja, indicava seu desejo pelo lanchinho tentador. Em certos casos, ele ganhava a guloseima. Em outros, o pesquisador só oferecia metade da opção apetitosa ou pegava a comida mais sem graça, fingindo não ter entendido o que o orangotango queria.
Em geral, os animais sossegavam e paravam de gesticular quando ganhavam a guloseima que queriam – e por inteiro –, mas repetiam os sinais se recebiam apenas parte dela, e muitas vezes tentavam sinais novos quando recebiam a comida que não queriam, como afirmam os pesquisadores em Current Biology.
O padrão não é simplesmente resultado da frustração, eles dizem, já que os orangotangos tendem a perder o interesse quando esperam demais pela comida.
Em um estudo anterior, os pesquisadores observaram chimpanzés gesticulando para pedir comida, mas os resultados foram mais ambíguos porque as pessoas não tinham uma maneira de indicar essa compreensão parcial, diz Byrne.
Ele diz também que o resultado corrobora a idéia de que orangotangos e outros símios não gesticulam não-intencionalmente, como afirmam certas pesquisas com animais, mas o fazem deliberadamente, guiados por uma teoria simples de como a mente de outras criaturas funciona.
“Se seu público é burro e não entende o que você diz,” ele explica, “um agente intencional irá pensar ‘E agora, o que eu faço?’”.
Fonte: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/n ... ovo_2.html