Cigarro e Espiritismo
Enviado: 05 Ago 2007, 10:08
O vício de fumar
Josué de Freitas
Nesta página costumamos comentar assuntos graves que incomodam boa parte dos que a lêem, muitas vezes por estarem esses incomodados, envolvidos nas situações tratadas. Neste número o tema poderá gerar maior desconforto, pois na verdade é defendido por muita gente que se diz espírita e que divulga o Espiritismo pelo país. Trata-se do vício de fumar.
É difícil compreender, mas alguns irmãos de doutrina vêm a público defender a idéia de que “fumar” não é um vício moral. É possível uma coisa dessas? Sim, no nosso confuso Movimento Espírita tudo é possível e isso já aconteceu muitas vezes. E qual seria o motivo para essa tentativa de driblar o bom senso? Resposta simples: certos personagens denominados “vultos espíritas” eram fumantes inveterados e outros, ainda entre nós, não conseguem (ou não querem) deixar de sê-lo. Como os amigos ou a parentela dessas figuras não gostam de manchar a imagem de seus ídolos, preferem sair-se com essa esfarrapada desculpa. Isso quando a defesa não sai da boca do próprio viciado.
Fumar é um vício moral que danifica o corpo e produz graves alterações no perispírito e condicionamentos nocivos na alma. É uma muleta psicológica, tanto quanto o são o álcool e outras drogas igualmente danosas ao Espírito.
Um conhecido escritor e palestrante espírita do Nordeste é uma amostra da insensatez dominante. Como seu vício o faz consumir inúmeros cigarros nas suas viagens, mesmo na frente dos anfitriões, ele tudo faz para provar que ser adepto do tabagismo, não tem nada a ver com suas condições morais. E, como não encontra quem tenha coragem para opôr-se a essa grande tolice, acha que convence a todos.
Recentemente, num conhecido evento espírita, um dos expositores convidados teve de esconder-se nos fundos do salão de palestras, para dar as últimas tragadas. Mais grave: para justificar-se, disse que existem espíritas muito preconceituosos, que não aceitam as pessoas com seus problemas. Brilhante! É aquela mesma história utilizada nas atividades mediúnicas, para justificar a atuação “caridosa” de certos doutrinadores que conversam com Espíritos “obsessores” por anos a fio, sem conseguir convencê-los a se modificarem. Esses desencarnados brincalhões afirmam que o dirigente, por caridade, tem de suportá-los. E acham quem lhes dê ouvidos. Como não têm idéia da dinâmica do mundo espiritual, esses esclarecedores passam seu tempo batendo papo com galhofeiros do Além. E acham que estão fazendo “caridade”.
Os indivíduos que vivem sob o domínio de um simples cigarro são personalidades problemáticas que necessitam de válvulas de escape para satisfazerem sua ansiedade. Alguns foram guindados aos postos de “escritores”, “oradores espíritas”, “passistas” e “médiuns” porque o Movimento Espírita é cópia bem feita do movimento católico, onde tudo é permitido, desde que não se fale em mudança de posturas.
A doutrina de Ismael, com apoio de médiuns e oradores que lhe são afins, criou entre nós a “santa” idéia de que todas as pessoas podem desempenhar tarefas dentro do Centro Espírita, bastando para isso a boa-vontade. Começa por não ver com bons olhos qualquer organização administrativa interna séria, que certamente traria aos trabalhadores, regras sobre as questões morais. A desorganização favorece a proliferação do mal e de suas sutis artimanhas.
Ainda sobre o vício de fumar, encontramos no Movimento algumas informações bizarras. Uma delas diz que o fumante, ao chegar na Espiritualidade, recebe dos Benfeitores uma quantidade decrescente de cigarros, para que ele possa descondicionar-se paulatinamente. Risível, mas é verdade. Certamente acreditam também que o mesmo se dá com os viciados em álcool, em cocaína, em heroína, crak etc. Idéia interessante, mas que só poderia sair de mentes pouco sadias. Deve ter vindo do mesmo espírito que criou outra lenda: a de que existe no mundo espiritual hospitais para “espíritas equivocados”.
Outra coisa curiosa é o apoio caridoso que dão ao vício. Dizem: é melhor uma pessoa fumante dar passes, do que ela não ir à casa espírita e ficar pelas ruas. Pensamento simplista que denota total desconhecimento acerca do magnetismo e da natureza dos fluidos, exaustivamente estudados por Allan Kardec.
Parece que falta certa dose de bom senso kardequiano em boa parte dos seguidores do Mestre Lionês. Hoje, entre nós espíritas, já se admite com naturalidade uma série de comportamentos morais e administrativos anômalos, tais como a realização de bingos, rifas, a venda de bebidas alcoólicas em eventos beneficentes, a presença de fumantes no quadro de atividades mediúnicas, a união homossexual, a desagregação familiar via divórcio e toda uma série de anormalidades que só são “normais” na cabeça dos homens ignorantes da Lei.
Allan Kardec e os Espíritos superiores foram claros quando nos ensinaram que o verdadeiro espírita se distingue do homem comum pelos seus atos morais. Não é, pois, essa preocupação que deve dominar nossas vidas? Que autoridade tem um usuário contumaz do fumo ou do álcool para subir numa tribuna e falar em nome de Deus? Extingue-se o direito do Bem sobre o mal? Das virtudes sobre os vícios? Igualam-se esses direitos? Além disso, que condições energéticas possui uma criatura nessas condições para ministrar um passe em alguém que está enfermo, se ele próprio está necessitado de auxílio?
Allan Kardec nos ensina que: “a única autoridade legítima aos olhos de Deus é a que se fundamenta no bom exemplo”.
Os defensores dos fumantes alegam a “caridade” como motivo para deixá-los fazer de conta que estão servindo. Ora, mas o bem maior seria ajudá-los e livrarem-se dos vícios e os colocar em condições de servir na obra do Senhor. Viciados de qualquer natureza são enfermos que precisam de tratamento. Mais tarde, uma vez libertos dos vícios e comportamentos inadequados mais grosseiros, poderão estar aptos ao serviço de caridade na casa espírita, caso queiram.
O espírito de liberdade criado no Movimento Espírita pelo roustainguismo, não reprime qualquer conduta incorreta ou atitude inadequada. Simplesmente “sugestiona” e aceita tudo com impressionante passividade, e os irmãos que porventura estejam em erro permanecerão nele “add etternum” sob o olhar complacente da “caridade” .
É preciso urgente estarmos alertas para essa grave situação. O cigarro e a bebida alcoólica são obsessores tenazes de pessoas frágeis de personalidade. Dirigentes, médiuns e escritores dependentes deveriam ter uma crise de humildade e optarem por ocupar um cargo de menor responsabilidade na Seara do Senhor, até que se sentissem aptos ao mister.
Todos precisamos desenvolver uma campanha sistemática contra o uso de fumo e de álcool nas casas espíritas e as federações deveriam estimular os centros filiados a fazê-lo. As instituições do mundo estão mais preocupadas com isso do que as instituições espíritas. Não dá para entender!
Se temos entre nós irmãos dominados pelo fumo ou álcool, é nosso dever ajudá-los a livrarem-se deles, se assim o desejar. Procurar justificativas para os vícios com histórias infantis e sem fundamentos é espalhar o joio em meio ao trigo.
Ai daqueles que ensinar o erro aos pequeninos, disse Jesus. Melhor seria que pendurassem uma pedra no pescoço e que se atirassem ao mar.
Os comunicadores, expositores, dirigentes, escritores, jornalistas, enfim, todo homem público, têm o dever de obterem condições morais satisfatórias para desempenhar suas funções de divulgadores da mensagem do Espírito de Verdade.
A palavra sem a fundamentação do exemplo é vã e não frutifica. Para trabalhar em nome de Jesus é necessário a coragem da renúncia aos chamados prazeres mundanos. E logicamente o trabalho incessante da melhoria íntima. Sem isso, estaremos trilhando os mesmos caminhos hipócritas dos antigos fariseus, que vestiam suas alvas túnicas para esconder mazelas. E falavam em nome de Deus, cheios de “sabedoria”.
Não se pode agradar simultaneamente a Deus e ao Diabo. Os que por vaidade, timidez ou orgulho falsearem o espírito de seriedade que norteia o Espiritismo, pagarão muito caro por suas irresponsabilidades.
(Jornal A Voz do Espírito Edição 91: Maio - Junho de 1998)
Cigarro e Hipocrisia
(...)
No Movimento Espírita o problema do cigarro é um acinte ao bom-senso. Como vivemos num clima onde os erros e enganos são vistos com aquela complacência recomendada pela "unificação" e pelos ensinamentos das "colônias", cada um faz o que quer. É muito comum trabalhadores e dirigentes espíritas fumarem e defenderem o hábito com naturalidade. Alguns expositores não percebem o ridículo a que se prestam. Fumantes inveterados, tentam defender publicamente o vício, dizendo que cigarro não tem nada a ver com as condições morais de quem o usa. Artifício interessante, nascido de fatos bem conhecidos: alguns figurões espíritas (eleitos pela parentela e pelos amigos como "mestres"), eram fumantes. Daí, para não mancharem o nome "honrado" que conquistaram entre os homens, seus admiradores seguem enganando pessoas, dizendo que o fumo não tem a ver com moral.
A Revista Planeta Extra (já extinta), em seu número 17, apresenta uma entrevista com o médium Francisco Cândido Xavier. E, numa das questões, Chico defende abertamente a idéia de que o fumo não impede o indivíduo de cumprir uma missão relevante. Vejamos o que diz:
Pergunta: Você teria alcançado condições de desempenho de seu mandato mediúnico, ao longo de mais de meio século de trabalho incessante, se fosse um dependente de nicotina?
Resposta: "Creio que não, com referência ao tempo de trabalho, de vez que a ingestão de nicotina agravaria as doenças de que sou portador, mas não quanto a supostas qualidades espirituais para o mandato referido, de vez que considero o hábito de cultivar pensamentos infelizes uma condição pior que o uso ou abuso da nicotina e, sinceramente, do hábito de cultivar pensamentos infelizes ainda não me livrei."
Chico tinha razão. Acabava de manifestar um pensamento extremamente infeliz e de conseqüências graves. Partindo dele, o "ensinamento" seria um poderoso argumento para os fumantes continuarem fumando. E foi o que aconteceu! Talvez, por conta disso, corra no movimento a história de que é melhor um fumante trabalhar na casa espírita fazendo alguma caridade, do que fumar e não fazer coisa alguma. Filosofia linda, mas contrária ao mais elementar bom senso e regra de progresso moral de todos os que se dizem espíritas. Se o fumante e o não fumante estão no mesmo padrão moral na casa espírita, então por que não fumar? Seria a extinção da virtude.
Tem uma outra história (no movimento existem muitas): Dizem que o fumante, ao chegar nas "colônias" espirituais, vai receber cigarros dos Benfeitores diariamente e de maneira decrescente, até que se desabitue do vício de fumar. Isso seria mesmo verdade? Bem, se for, daí se pode aplicar o mesmo princípio à bebida alcoólica, à cocaína, à heroína, à maconha etc. O vício, em vez de ser moral, seria do corpo físico. Como poderia o sujeito ter culpa se o seu corpo é quem viciou? E teríamos uma aberração doutrinária que contraria os princípios elementares do Espiritismo. Será que alguém se preocupa com isso? No Movimento Espírita aceita-se tudo. Basta que a idéia venha pela cabeça de uma pessoa famosa.
Já está mais que na hora de nós, que somos espíritas professos, levarmos as coisas a sério. O viciado em cigarros é um Espírito em desequilíbrio. Se procura a casa espírita, seu vício deve ser tratado como uma enfermidade a ser tratada com apoio médico e espiritual. Se trabalha na casa espírita, ele poderá participar das atividades de instrução e de assistência, mas não se envolverá nas atividades de cunho mediúnico, onde as energias humanas são utilizadas para curar e restabelecer o desequilíbrio obsessivo. Um médium fumante está contaminado pelas emanações da droga que usa e pelas energias do seu psiquismo alterado. Os dirigentes espíritas tem o dever de esclarecer seu público a respeito da nocividade desse hábito. Claro, sem deixar de promover também a edificação moral em todos os sentidos.
Quanto à morte, saibam os caros fumantes que, como os outros dependentes químicos no mundo espiritual, eles serão tratados como doentes. E poderão ficar sofrendo nas regiões umbralinas por tempo mais ou menos longo, até que ofereçam condições de serem socorridos. Os que fumam e fazem caridade (para aliviar sua culpa) que se cuidem. Martin Lutero, o reformador protestante, dizia o seguinte: "Não são as boas obras que fazem o homem de bem, mas o homem de bem que faz as boas obras". Ensinava que o dever primeiro do seguidor do Cristo é reformar-se interiormente e que não pode fazer a verdadeira caridade, aquele que está dominado pelos vícios. É assunto para se pensar! Se estiver certo, as coisas não serão tão simples como imaginam.
http://www.espirito.org.br/portal/artig ... risia.html
Josué de Freitas
Nesta página costumamos comentar assuntos graves que incomodam boa parte dos que a lêem, muitas vezes por estarem esses incomodados, envolvidos nas situações tratadas. Neste número o tema poderá gerar maior desconforto, pois na verdade é defendido por muita gente que se diz espírita e que divulga o Espiritismo pelo país. Trata-se do vício de fumar.
É difícil compreender, mas alguns irmãos de doutrina vêm a público defender a idéia de que “fumar” não é um vício moral. É possível uma coisa dessas? Sim, no nosso confuso Movimento Espírita tudo é possível e isso já aconteceu muitas vezes. E qual seria o motivo para essa tentativa de driblar o bom senso? Resposta simples: certos personagens denominados “vultos espíritas” eram fumantes inveterados e outros, ainda entre nós, não conseguem (ou não querem) deixar de sê-lo. Como os amigos ou a parentela dessas figuras não gostam de manchar a imagem de seus ídolos, preferem sair-se com essa esfarrapada desculpa. Isso quando a defesa não sai da boca do próprio viciado.
Fumar é um vício moral que danifica o corpo e produz graves alterações no perispírito e condicionamentos nocivos na alma. É uma muleta psicológica, tanto quanto o são o álcool e outras drogas igualmente danosas ao Espírito.
Um conhecido escritor e palestrante espírita do Nordeste é uma amostra da insensatez dominante. Como seu vício o faz consumir inúmeros cigarros nas suas viagens, mesmo na frente dos anfitriões, ele tudo faz para provar que ser adepto do tabagismo, não tem nada a ver com suas condições morais. E, como não encontra quem tenha coragem para opôr-se a essa grande tolice, acha que convence a todos.
Recentemente, num conhecido evento espírita, um dos expositores convidados teve de esconder-se nos fundos do salão de palestras, para dar as últimas tragadas. Mais grave: para justificar-se, disse que existem espíritas muito preconceituosos, que não aceitam as pessoas com seus problemas. Brilhante! É aquela mesma história utilizada nas atividades mediúnicas, para justificar a atuação “caridosa” de certos doutrinadores que conversam com Espíritos “obsessores” por anos a fio, sem conseguir convencê-los a se modificarem. Esses desencarnados brincalhões afirmam que o dirigente, por caridade, tem de suportá-los. E acham quem lhes dê ouvidos. Como não têm idéia da dinâmica do mundo espiritual, esses esclarecedores passam seu tempo batendo papo com galhofeiros do Além. E acham que estão fazendo “caridade”.
Os indivíduos que vivem sob o domínio de um simples cigarro são personalidades problemáticas que necessitam de válvulas de escape para satisfazerem sua ansiedade. Alguns foram guindados aos postos de “escritores”, “oradores espíritas”, “passistas” e “médiuns” porque o Movimento Espírita é cópia bem feita do movimento católico, onde tudo é permitido, desde que não se fale em mudança de posturas.
A doutrina de Ismael, com apoio de médiuns e oradores que lhe são afins, criou entre nós a “santa” idéia de que todas as pessoas podem desempenhar tarefas dentro do Centro Espírita, bastando para isso a boa-vontade. Começa por não ver com bons olhos qualquer organização administrativa interna séria, que certamente traria aos trabalhadores, regras sobre as questões morais. A desorganização favorece a proliferação do mal e de suas sutis artimanhas.
Ainda sobre o vício de fumar, encontramos no Movimento algumas informações bizarras. Uma delas diz que o fumante, ao chegar na Espiritualidade, recebe dos Benfeitores uma quantidade decrescente de cigarros, para que ele possa descondicionar-se paulatinamente. Risível, mas é verdade. Certamente acreditam também que o mesmo se dá com os viciados em álcool, em cocaína, em heroína, crak etc. Idéia interessante, mas que só poderia sair de mentes pouco sadias. Deve ter vindo do mesmo espírito que criou outra lenda: a de que existe no mundo espiritual hospitais para “espíritas equivocados”.
Outra coisa curiosa é o apoio caridoso que dão ao vício. Dizem: é melhor uma pessoa fumante dar passes, do que ela não ir à casa espírita e ficar pelas ruas. Pensamento simplista que denota total desconhecimento acerca do magnetismo e da natureza dos fluidos, exaustivamente estudados por Allan Kardec.
Parece que falta certa dose de bom senso kardequiano em boa parte dos seguidores do Mestre Lionês. Hoje, entre nós espíritas, já se admite com naturalidade uma série de comportamentos morais e administrativos anômalos, tais como a realização de bingos, rifas, a venda de bebidas alcoólicas em eventos beneficentes, a presença de fumantes no quadro de atividades mediúnicas, a união homossexual, a desagregação familiar via divórcio e toda uma série de anormalidades que só são “normais” na cabeça dos homens ignorantes da Lei.
Allan Kardec e os Espíritos superiores foram claros quando nos ensinaram que o verdadeiro espírita se distingue do homem comum pelos seus atos morais. Não é, pois, essa preocupação que deve dominar nossas vidas? Que autoridade tem um usuário contumaz do fumo ou do álcool para subir numa tribuna e falar em nome de Deus? Extingue-se o direito do Bem sobre o mal? Das virtudes sobre os vícios? Igualam-se esses direitos? Além disso, que condições energéticas possui uma criatura nessas condições para ministrar um passe em alguém que está enfermo, se ele próprio está necessitado de auxílio?
Allan Kardec nos ensina que: “a única autoridade legítima aos olhos de Deus é a que se fundamenta no bom exemplo”.
Os defensores dos fumantes alegam a “caridade” como motivo para deixá-los fazer de conta que estão servindo. Ora, mas o bem maior seria ajudá-los e livrarem-se dos vícios e os colocar em condições de servir na obra do Senhor. Viciados de qualquer natureza são enfermos que precisam de tratamento. Mais tarde, uma vez libertos dos vícios e comportamentos inadequados mais grosseiros, poderão estar aptos ao serviço de caridade na casa espírita, caso queiram.
O espírito de liberdade criado no Movimento Espírita pelo roustainguismo, não reprime qualquer conduta incorreta ou atitude inadequada. Simplesmente “sugestiona” e aceita tudo com impressionante passividade, e os irmãos que porventura estejam em erro permanecerão nele “add etternum” sob o olhar complacente da “caridade” .
É preciso urgente estarmos alertas para essa grave situação. O cigarro e a bebida alcoólica são obsessores tenazes de pessoas frágeis de personalidade. Dirigentes, médiuns e escritores dependentes deveriam ter uma crise de humildade e optarem por ocupar um cargo de menor responsabilidade na Seara do Senhor, até que se sentissem aptos ao mister.
Todos precisamos desenvolver uma campanha sistemática contra o uso de fumo e de álcool nas casas espíritas e as federações deveriam estimular os centros filiados a fazê-lo. As instituições do mundo estão mais preocupadas com isso do que as instituições espíritas. Não dá para entender!
Se temos entre nós irmãos dominados pelo fumo ou álcool, é nosso dever ajudá-los a livrarem-se deles, se assim o desejar. Procurar justificativas para os vícios com histórias infantis e sem fundamentos é espalhar o joio em meio ao trigo.
Ai daqueles que ensinar o erro aos pequeninos, disse Jesus. Melhor seria que pendurassem uma pedra no pescoço e que se atirassem ao mar.
Os comunicadores, expositores, dirigentes, escritores, jornalistas, enfim, todo homem público, têm o dever de obterem condições morais satisfatórias para desempenhar suas funções de divulgadores da mensagem do Espírito de Verdade.
A palavra sem a fundamentação do exemplo é vã e não frutifica. Para trabalhar em nome de Jesus é necessário a coragem da renúncia aos chamados prazeres mundanos. E logicamente o trabalho incessante da melhoria íntima. Sem isso, estaremos trilhando os mesmos caminhos hipócritas dos antigos fariseus, que vestiam suas alvas túnicas para esconder mazelas. E falavam em nome de Deus, cheios de “sabedoria”.
Não se pode agradar simultaneamente a Deus e ao Diabo. Os que por vaidade, timidez ou orgulho falsearem o espírito de seriedade que norteia o Espiritismo, pagarão muito caro por suas irresponsabilidades.
(Jornal A Voz do Espírito Edição 91: Maio - Junho de 1998)
Cigarro e Hipocrisia
(...)
No Movimento Espírita o problema do cigarro é um acinte ao bom-senso. Como vivemos num clima onde os erros e enganos são vistos com aquela complacência recomendada pela "unificação" e pelos ensinamentos das "colônias", cada um faz o que quer. É muito comum trabalhadores e dirigentes espíritas fumarem e defenderem o hábito com naturalidade. Alguns expositores não percebem o ridículo a que se prestam. Fumantes inveterados, tentam defender publicamente o vício, dizendo que cigarro não tem nada a ver com as condições morais de quem o usa. Artifício interessante, nascido de fatos bem conhecidos: alguns figurões espíritas (eleitos pela parentela e pelos amigos como "mestres"), eram fumantes. Daí, para não mancharem o nome "honrado" que conquistaram entre os homens, seus admiradores seguem enganando pessoas, dizendo que o fumo não tem a ver com moral.
A Revista Planeta Extra (já extinta), em seu número 17, apresenta uma entrevista com o médium Francisco Cândido Xavier. E, numa das questões, Chico defende abertamente a idéia de que o fumo não impede o indivíduo de cumprir uma missão relevante. Vejamos o que diz:
Pergunta: Você teria alcançado condições de desempenho de seu mandato mediúnico, ao longo de mais de meio século de trabalho incessante, se fosse um dependente de nicotina?
Resposta: "Creio que não, com referência ao tempo de trabalho, de vez que a ingestão de nicotina agravaria as doenças de que sou portador, mas não quanto a supostas qualidades espirituais para o mandato referido, de vez que considero o hábito de cultivar pensamentos infelizes uma condição pior que o uso ou abuso da nicotina e, sinceramente, do hábito de cultivar pensamentos infelizes ainda não me livrei."
Chico tinha razão. Acabava de manifestar um pensamento extremamente infeliz e de conseqüências graves. Partindo dele, o "ensinamento" seria um poderoso argumento para os fumantes continuarem fumando. E foi o que aconteceu! Talvez, por conta disso, corra no movimento a história de que é melhor um fumante trabalhar na casa espírita fazendo alguma caridade, do que fumar e não fazer coisa alguma. Filosofia linda, mas contrária ao mais elementar bom senso e regra de progresso moral de todos os que se dizem espíritas. Se o fumante e o não fumante estão no mesmo padrão moral na casa espírita, então por que não fumar? Seria a extinção da virtude.
Tem uma outra história (no movimento existem muitas): Dizem que o fumante, ao chegar nas "colônias" espirituais, vai receber cigarros dos Benfeitores diariamente e de maneira decrescente, até que se desabitue do vício de fumar. Isso seria mesmo verdade? Bem, se for, daí se pode aplicar o mesmo princípio à bebida alcoólica, à cocaína, à heroína, à maconha etc. O vício, em vez de ser moral, seria do corpo físico. Como poderia o sujeito ter culpa se o seu corpo é quem viciou? E teríamos uma aberração doutrinária que contraria os princípios elementares do Espiritismo. Será que alguém se preocupa com isso? No Movimento Espírita aceita-se tudo. Basta que a idéia venha pela cabeça de uma pessoa famosa.
Já está mais que na hora de nós, que somos espíritas professos, levarmos as coisas a sério. O viciado em cigarros é um Espírito em desequilíbrio. Se procura a casa espírita, seu vício deve ser tratado como uma enfermidade a ser tratada com apoio médico e espiritual. Se trabalha na casa espírita, ele poderá participar das atividades de instrução e de assistência, mas não se envolverá nas atividades de cunho mediúnico, onde as energias humanas são utilizadas para curar e restabelecer o desequilíbrio obsessivo. Um médium fumante está contaminado pelas emanações da droga que usa e pelas energias do seu psiquismo alterado. Os dirigentes espíritas tem o dever de esclarecer seu público a respeito da nocividade desse hábito. Claro, sem deixar de promover também a edificação moral em todos os sentidos.
Quanto à morte, saibam os caros fumantes que, como os outros dependentes químicos no mundo espiritual, eles serão tratados como doentes. E poderão ficar sofrendo nas regiões umbralinas por tempo mais ou menos longo, até que ofereçam condições de serem socorridos. Os que fumam e fazem caridade (para aliviar sua culpa) que se cuidem. Martin Lutero, o reformador protestante, dizia o seguinte: "Não são as boas obras que fazem o homem de bem, mas o homem de bem que faz as boas obras". Ensinava que o dever primeiro do seguidor do Cristo é reformar-se interiormente e que não pode fazer a verdadeira caridade, aquele que está dominado pelos vícios. É assunto para se pensar! Se estiver certo, as coisas não serão tão simples como imaginam.
http://www.espirito.org.br/portal/artig ... risia.html