
Manágua, 6 ago (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia amanhã uma visita oficial à Nicarágua para assinar acordos de cooperação e estudar a viabilidade da execução de uma série de projetos financiados pelo Brasil.
Lula chegará amanhã a Manágua, capital nicaragüense, desde Honduras, segunda escala de sua viagem por cinco países latino-americanos. A primeira etapa foi no México, aonde ele chegou no domingo, e as próximas paradas serão na Jamaica e no Panamá. Na chegada à Nicarágua, ele deve jantar com o presidente Daniel Ortega.

A embaixadora do Brasil em Manágua, Victoria Alice Cleaver, informou à imprensa que Lula ficará um dia e meio no país, onde conversará com as autoridades nicaragüenses e com os líderes do Conselho Superior da Empresa Privada da Nicarágua (Cosep).
Esta é a primeira visita de Lula à Nicarágua desde que Ortega assumiu a Presidência da República, no dia 10 de janeiro. Alguns anos atrás, porém, Lula esteve em Manágua para participar de reuniões do Fórum de São Paulo (fundado em 1990 e composto por partidos e movimentos de esquerda da América Latina).
Lula chega ao país acompanhado pelos ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, do Desenvolvimento, Miguel Jorge, e da Agricultura, Reinhold Stephanes, além de 50 empresários.
Os Governos do Brasil e da Nicarágua se comprometeram, no dia 24 de abril, a implementar projetos de cooperação bilaterais. Entre eles, estão incluídas a geração de energia hidroelétrica e a produção de biocombustíveis.
A comissão mista Brasil-Nicarágua, então, combinou de trabalhar em um memorando de entendimento, que deve ser assinado durante esta visita de Lula.
A Nicarágua apresentou 37 projetos ao Brasil, entre os quais se destacam planos nas áreas de infra-estrutura, produção, desenvolvimento social, comércio e investimentos, comunicações e diplomacia.
Durante a reunião da comissão mista, a Nicarágua demonstrou interesse na compra de mil ônibus fabricados no Brasil, "sob termos financeiros com concessões" para um período de cinco anos.

Por sua vez, o Itamaraty disse que apoiará o programa Hambre Cero ("Fome Zero") do Governo sandinista, mediante assistência técnica, capacitação e crédito, principalmente à agricultura, à pesca, à pecuária e ao meio ambiente.
Deve ser assinado um memorando de entendimento em comércio e investimentos, incluindo a instalação de sete parques industriais brasileiros na Nicarágua, na agroindústria, manufatura leve e autopeças.
Em matéria de política externa, Brasil e Nicarágua vão estabelecer um mecanismo de consultas políticas sobre temas da agenda internacional, o que permitiria conciliar posições comuns diante dos diferentes foros multilaterais.
Nos âmbitos de saúde e educação, haverá um intercâmbio de pessoal, para avaliar as áreas-alvos de cooperação, da mesma forma que em matéria de moradia, turismo e telecomunicações.
Além disso, o Brasil analisará a possibilidade de elaborar um estudo-diagnóstico sobre a obtenção de outras fontes de água no Grande Lago da Nicarágua, sudeste do país, para tratá-la devidamente e levá-la a Manágua para consumo.
Este projeto inclui a construção de um aqueduto de 50 quilômetros entre Manágua e Granada.
A visita de Lula à Nicarágua termina na quarta-feira, quando o presidente viaja para a Jamaica.
Maldito presidente! Filho da mãe! Fica negociando com criminosos!