Página 1 de 1
A sociedade contra o estado
Enviado: 09 Ago 2007, 01:00
por docdeoz
O antropólogo francês estudou as comunidades indígenas sul-americanas e as definiu tais sociedades contra o mercado e contra o Estado, formando comunidades deliberadas para evitar essa forma de acumulação de poder. (Convite a Filosofia, Marilena Chauí, p. 354).
Seria uma visão política não européia-não etnocêntrica de fazer política!
Alguém pode acrescer algo a respeito?
Grato!
Re.: A sociedade contra o estado
Enviado: 09 Ago 2007, 01:22
por Samael
Extremismo contrário. Não existe sequer uma sociedade americana que não fizesse algum tipo de associação por trocas.
Entretanto, valores como heranças e propriedades baseadas no Direito eram totalmente estranhas a essas populações.
Re: Re.: A sociedade contra o estado
Enviado: 09 Ago 2007, 01:28
por docdeoz
Samael escreveu:Extremismo contrário. Não existe sequer uma sociedade americana que não fizesse algum tipo de associação por trocas.
Entretanto, valores como heranças e propriedades baseadas no Direito eram totalmente estranhas a essas populações.
Foram propositadamente feitas assim. Evitou-se a luta de classes e as classes sociais. Não há propriedade privada da terra e das riquezas. O poder não é separado por um estado...
Diante dessas sociedades comunais a pergunta é: por que os homens criaram um Estado como poder de coerção social? (p. 355)
Re: Re.: A sociedade contra o estado
Enviado: 09 Ago 2007, 01:44
por Samael
docdeoz escreveu:Samael escreveu:Extremismo contrário. Não existe sequer uma sociedade americana que não fizesse algum tipo de associação por trocas.
Entretanto, valores como heranças e propriedades baseadas no Direito eram totalmente estranhas a essas populações.
Foram propositadamente feitas assim. Evitou-se a luta de classes e as classes sociais. Não há propriedade privada da terra e das riquezas. O poder não é separado por um estado...
Diante dessas sociedades comunais a pergunta é: por que os homens criaram um Estado como poder de coerção social? (p. 355)
Dizer que foram propositadamente criadas assim é dar à História o valor de "conspiração", de uma teleologia com destino definido, de uma inteligência suprema que a todos os homens comanda. A História não é isso, é um conflito contingencial de massas, de idéias, de personas e de classes.
Mas o poder não é "separado por um Estado" nem mesmo aqui na nossa sociedade. Numa visão foucaultiana, o poder é uma abstração que explica todo o tipo de relação social. Assim, o Estado exerce MAIS uma forma de poder (o monopólio da força, o poder legal), mas não o poder "per si".
E bom, eu acho que "os homens criaram o Estado" por várias e várias contingências históricas: necessidade de proteção, vontade de dominação, dogmas transcedentais, utilitarismo. E, bem, sabemos que não temos controle total sobre os frutos de nossas ações, ou mesmo sobre as nossas próprias ações. Daí, é mais do que normal que todas as sociedades que se organizaram publicamente tenham, em certo momento, mesmo que inconscientemente, dado vazão a este tipo de "ente", mesmo sem ter nenhuma "vontade objetiva" para tal.