docdeoz escreveu:PrimitivosemmedodoTrovão escreveu:Paul Feyerabend parece-me um anti-realista. Filosofos como Colin Mcginn diriam que temos subjectividade mas de alguma forma... a nossa razão permite que sejamos objectivos. Assim, a cor verde que eu percepciono pode ser vista como azul por outro cérebro. Mas neste caso o estimulo que provoca as diferentes subjectividades deve ser o mesmo (um determinado comprimento de onda de luz). Há sempre subjectividade mas a razão consegue perceber objectivamente muito do que acontece no mundo. Pelo que Paul Feyerabend está errado quando diz que Vale tudo. Há coisas, como a forma, que parecem não causam subjectividade. assim, quadrados não são triangulos. e bater a cabeça num calhau causa mais mossa que bater em areia fina.
Ele não diz isso. Ele apenas acha que as várias tradições de pensamento devem ser respeitadas e que não encontra um porquê de um pensamento ou tradição ser melhor do que o outro, pois variam de acordo com a cultura, história, etc... Cada um tem o seu valor... e uma sociedade verdadeiramente livre deveria deixar que estes valores fossem expressos...
Ele é contra o falsificacionismo. Ou seja, não importa isso de se refutar as coisas... pusta babaquice pós modernista inútil.
Aposto que os aviões de palha dos cultos cargo, também tem seu valor cultural e etc..... então são cientificamente tão bons quanto os aviões de verdade, os quais, segundo nas teorias aeronáuticas eurocentristas-ocidentais, são construções humanas. Mas isso é só uma teoria do nosso ponto de vista. Para os crentes dos cultos cargo, são máquinas enviadas por deus, das quais os brancos se apossaram indevidamente... algo tão válido quanto.
Eu que não ia querer me tratar com alguma "medicina anti-metodológica" Feyerabendiana ou algo assim.... já pensou...... basta pensar em qualquer maluquice como método de cura.... estatística como base, besteira. Poderia-se até dar uma colherzinha de chá e aceitar estatística... então, suponhamos que algum ritual indígena esquisito resultasse muitas vezes na cura de alguma coisa qualquer... com alguma significância estatística... então, em vez de metodologicamente analizar os componentes do ritual, ir atrás de alguma química específica numa planta ou algo do tipo, simplesmente adota-se o ritual tal como praticado, mesmo que envolva qualquer coisa absurda e "ocidental-cientificamente" incompatível com qualquer mecanismo de cura concebível para a coisa.
Claro, contanto que não implique na existência desses deuses indígenas, aí tem que ser descartado, porque sim.... se tem a ver com a crença de um deus na minha rígida e estrita concepção, aí sim a "ciência" tem que ter maior flexibilidade...
Gosto desse review por Dawkins de
"Intellectual impostures", de Alan Sokal. Também acho que é ele que falou qualquer coisa como que os hipócritas pós-modernistas confiam na ciência da aerodinâmica quando precisam de aviões, mas não estão dispostos a tentar algum encantamento ou algo assim e se atirar de um precipício quando precisam fazer alguma viagem aérea.
Não tinha percebido a frase ainda:
Vocês estão esquecendo minha tese fundamental: um ateu é tão fanático quanto o mais fanático dos crentes...
"Claro que o ateísmo implícito no monoteísmo, que é ateu quanto a 99,9999999% dos deuses, não conta... tem que ser crente apenas no meu exato grau de crendice/fundamentalismo/negação da ciência para não ser fanático....."