Acauan escreveu:E como as decisões de Deus chegam ao teu conhecimento? Vejamos se sua resposta é melhor que as milhares de outras que têm opiniões diferentes da sua sobre o que Deus decide ou deixa de decidir.
Através do religare, quando o homem se une a Deus, ele passa a não-agir, deixando Deus agir através dele.
Isso tem um sentido difícil de se entender, pois Deus e o homem tornam-se "um".
Não cometa o erro de interpretar isso como sendo o homem tornar-se marionete de Deus, pois esse não é o significado da união entre Deus e o homem.
Acauan escreveu:
Isto é um absurdo completo, pois não há nenhuma correlação necessária entre aceitar uma decisão e não sofrer por conta dela. Podemos aceitar uma decisão da lei que condena uma pessoa que amamos, mas esta aceitação não implica que tenhamos que deixar de nos compadecer com o destino da pessoa amada.
E, ô raios, se você não sofre com o sofrimento do outro, como pode afirmar que não é indiferente e, na maior cara-de-pau, que o ama? Isto contraria as próprias definições de amor e indiferença, as quais você quer redefinir para forçar uma falsa solução semântica para o problema.
Assim como não há nenhuma correlação necessária entre compreender o sofrimento de alguém, amar esse alguém e ter que sofrer com isso.
Eu posso muito bem amar meu filho, saber que ele sofre em ter que ir a escola, mas não tenho obrigatoriamente que sofrer por isso.
Acauan escreveu:
Pelo menos você admitiu como funciona sua lógica.
A partir do que você acredita ser controle dos sentimentos você redefine o significado das palavras, para que se adaptem ao que você acredita e com base nestes significados outorgados por seus próprios entendimentos sustenta os argumentos que os defende.
O sr. Spock ergueria uma sobrancelha para isto.
Quanta baboseira.
Tudo isto não passa de raciocínios circulares nos quais você defende o que acredita com base no que acredita.
Para que haja uma discussão minimamente possível a respeito da validade de uma tese é preciso estabelecer premissas aceitas como válidas por ambas as partes.
Você inventa suas próprias premissas, coisas do tipo "você se atem aos sentimentos como são hoje, mas eu, que sou um iluminado visionário que enxergo muito além da realidade presente afirmo que, então...".
Como disse, baboseira.
Você perguntou como seria possível não sofrer por nossos entes queridos no inferno e eu respondi, só isso.
Se você não gostou da resposta, ai já não é problema meu.
Agora dizer que a lógica é circular... Isso não é verdade.
Ela só te incomoda por tratar de algo desconhecido e que não pode ser facilmente verificado, algo onde pode-se considerar que, "talvez" não seja uma condição possível de se atingir.
O controle da mente, dos sentidos e dos sentimentos, é tema constante na religião e o objetivo de suas práticas.
Acauan escreveu:
Esta é uma questão fácil de comparar.
Vou citar apenas três, dentre as centenas de pensadores ocidentais que se dedicaram também às questões teológicas, cada qual em sua época: Aristóteles, Sto. Tomás de Aquino e Leibniz.
A consistência intelectual da obra deles pode ser aferida pelo ineditismo, coerência das idéias e pleno domínio do status quaestionis dos assuntos que trataram.
Tudo isto exposto em uma vasta bibliografia autenticada, catalogada e organizada metodicamente.
Vejamos agora quem são os iogues, místicos e ocultistas que você invoca como paradigmas dos nomes citados, que obras produziram, como se afere sua autenticidade, originalidade e coerência?
O que você está tentando fazer é um apelo a autoridade...
Eu cito alguns com um conhecimento sobre o assunto em questão, muito maior que os citados por você.
Cristo, Krihsna, Buda, Lao Tsé, Bhagwan Shree, Sri Aurobindo, Paramahansa Yogananda e Sai Baba.
Os que eu citei se destacam justamente pela
falta de originalidade de suas obras, destacam-se pelo conhecimento que demonstram de uma verdade universal escancarada e conhecida em todos os tempos e lugares, verdade que é oculta por conceitos e aparências, uma ilusão dualistas que divide um todo inseparável.
Enquanto os seus se perdem em questionamentos a respeito de uma verdade que desconhecem, os meus de forma simples falam acertadamente sobre uma verdade que conhecem e ensinam como contempla-la.
Isso não se compara observando o número de livros escritos, e não só observando a lógica deles, pois lógicos todos eles são.
Uma coisa pode ser lógica e ainda assim estar errada.
Os seus lógicos estão enganados, enquanto os meus atingem o alvo.
Isso se mede observando aquilo que eles estão apontando com as palavras.
Acauan escreveu:
[color=yellow]O parágrafo que escrevi cita clara e explicitamente visões católicas e protestantes sobre o tema. Se estes dois grande grupos não representam o cristianismo para você, quem o faz?
Ninguém "representa" o cristianismo.
O que manda é a verdade sobre a qual Cristo e outros estão falando, e não como qualquer grupo interpreta o que ele diz.
Os católicos interpretam uma trindade, os evangélicos interpretam outra coisa.
E Cristo?
Cristo fala sobre um panenteísmo.
Acauan escreveu:
Não é ambíguo no essencial, uma vez que todas as vertentes cristãs interpretam o inferno como a alternativa oposta à salvação.
A ambíguo no significado desse oposto.
Alguns interpretam como sofrimento eterno, outros como sepultura, a morte.
Acauan escreveu:
Esta abordagem do tema é de um simplismo raso e desconhecedor dos fundamentos simbólicos do cristianismo.
A sua abordagem é que está enganada por apego a conceitos errôneos.
“Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus
está dentro de vós”
Jesus disse: "Se aqueles que vos guiam disserem, ‘Olhem, o reino está no céu,’ então, os pássaros do céu vos precederão, se vos disserem que está no mar, então, os peixes vos precederão. Pois bem, o reino está
dentro de vós, e também está em vosso exterior. Quando conseguirdes
conhecer a vós mesmos, então, sereis conhecidos e compreendereis que sois filhos do Pai vivo. Mas, se não vos conhecerdes, vivereis na pobreza e sereis essa pobreza."
Jesus disss: "Ele não virá porque é esperado. Não é uma questão de dizer: ‘eis que ele está aqui’ ou ‘eis que está ali’. Na verdade, o Reino do Pai
está espalhado pela terra e os homens não o vêem."
Acauan escreveu:[color=yellow]
As portas do reino dos céus no cristianismo só se abrem pelo sacrifício do Deus feito Homem, isto vai além do ensino de práticas de comportamento e não tem nada a ver com estados mentais.
Trata-se de uma ruptura com a tradição pagã, na qual há deuses e semi-deuses e com o monoteísmo radical judaico, por atrelar a salvação da alma à uma consciência ao mesmo tempo totalmente divina e totalmente humana, que cria uma realidade espiritual que os homens seriam incapazes de construir por si mesmos e oferta esta realidade como graça.
A complexidade desta mitologia supera todas as anteriores, principalmente as orientais, fundamentadas basicamente em diferentes entendimentos do que seria ascese espiritual, sem que em nenhuma delas esta ascese se personifique, como é o caso do Verbo encarnado.
Krishna é Deus encarado assim como Cristo.
Cristo não prega um monoteísmo, mas um panenteísmo.
O acesse se dá como resultado das mesmas práticas ensinadas nas outras religiões.
E Cristo diz que não adianta louva-lo com a boca, tem que PRATICAR o que ele ensina. (parábola do homem que construiu a casa sobre a areia).
O resto é masturbação intelectual sem base nos fatos.
Acauan escreveu:
Correlaciono e vou continuar correlacionando com abobrinha enquanto o rastreamento das fontes intelectuais destas babaquices me remeter a livros de divulgação da Nova Era, que somados não fornecem sabedoria suficiente para fazer uma mesa com uma perna mais curta que as outras parar de balançar.
Caso tenha alguma intenção de convencer-me do contrário, me informe uma bibliografia de referência e eu a analisarei de modo tão isento quanto me for possível.
Pouco conheço da nova era.
O que deve fazer é estudar as religiões orientais em si.
Recomendo a leitura do Bhagavad-Gita.
Acauan escreveu:
NadaSei escreveu: Cristo fala sobre o mesmo "reino dos céus", "Deus panenteista", a mesma "yoga" (praticas que levam a mente a seu estado desperto), "karma", "pecado", etc... que religiosos, como Lao Tsé, Krishna e outros tantos.
[color=yellow]Não fala não.
Você "acha" que não fala.
Seu problema é tentar buscar por fontes de autoridades que você "julga" como sendo validas, mas que na realidade desconhecem o assunto.
São masturbações intelectuais de hipóteses levantadas, por pessoas que não verificam diretamente essas hipóteses.
É a diferença entre um cientista que pesquisa um assunto, testa teorias e hipóteses até chegar a verdade, e um sujeito qualquer que apenas "lê" textos de teorias e com base nelas cria a sua própria teoria.
Isso é apenas aparência de conhecimento, pode ser um bom exercicio mental, mas não passa disso.
Acauan escreveu:
O que você chama de teologia tradicional, ou seja a cristã ocidental, foi formulada ao longo de mais ou menos mil anos, absorveu toda a filosofia grega socrática-aristotélica e conciliou-a com o pensamento escolástico e a tradição Patrística, compondo as bases filosóficas da civilização ocidental, que dá de dez a zero em qualquer outro modelo de civilização de qualquer outro lugar ou época.
Sim, e que não passa de masturbação intelectual com raros vislumbres da verdade, misturados a um monte de besteira lógica.
Palavras rebuscadas não são sinceras.
Palavras sinceras não são rebuscadas.
A verdade é simples de ser compreendida, mas ninguém a compreende.
A verdade está escancarada diante de todos, mas é ocultada pela ignorância deles. É por isso que é chamada de verdade oculta.
Enquanto raciocinam tentando entende-la, não se dão conta de que o que procuram entender, só pode ser visto com a mente calma e livre de dúvidas.
São como cegos tateando no escuro.
Formularam em mil anos uma bela ilusão, mero espantalho de algo que já é conhecido desde sempre.