Consultório de Psicologia

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LAB
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Caro Edson:

Eu trabalhei na USP por 4 anos como programador de computadores e nesse tempo eu estudei Licenciatura em Matemática no IME-USP à noite. Estudei 3 anos mas não concluí os estudos pois na verdade sei hoje que eu estava tentando valorizar uma fantasia infantil de uma época em que me sentia totalmente fracassado e tornar-me CDF em matemática foi a glória para mim.

Já na fase adulta, o computador preenchia muito mais as minhas necessidades emocionais do que a pura abstração matemática. Vou te contar o por quê a matemática se tornou tão importante para mim e que descobri durante as minhas sessões de pscanálise.

Quando eu tinha 9 anos e por falta de brinquedos e outras coisas que despertassem meu entusiamo infantil, comecei a me interessar pelos livros de ciências de minhas irmãs.

Neles eu via aquelas experiências com lâmpadinhas, interruptores e pilhas. Ficava fascinado com aquelas imagens e tornei-me apaixonado por aquelas experiências. Queria realizá-las a todo custo mas, infelizmente, não havia como.

Fui sempre o melhor aluno em Ciências na escola e na Matemática, só passava de ano. Minha pior atuação era na Educação Física pois estourava em faltas e me arriscava a perder o ano. No final, o professor dava um jeito e me passava de ano. Hoje sei porque eu era péssimo em Educação Física e tão refratário a qualquer esforço físico. Depois eu te conto. Eu só tirava nota 10 em Ciências.

Eu me juntei com um colega, também filho de português, e tornamo-nos inimgos figadais mas quando tínhamos algum interesse comum em nossas fantasias de cientistas malucos, uníamo-nos para juntos trocarmos idéias.

Ele era um insucesso social assim como eu. Ele despertava raiva nos demais colegas e eu despertava piedade. Eu, agora sei por que, despertava piedade nos meus colegas e por isso era bastante poupado das gozações dos mesmos.

Eu, em casa, naquela sede de realizar meus anseios infantis e dar concretude aos mesmos, resolvi transcrever para um caderno os procedimentos de confecção de vários inventos que eu encontrava nos livros: barômetro, estetoscópio, higrômetro, galvanoscópio, fotômetro, enfim, cheguei a transcrever mais de 100 aparelhos. Destes, os que mais me fascinavam eram aqueles que usavam eletricidade.

Enfim, por falta de materiais para fazer estes aparelhos passei a fantasiá-los nesse caderno que intitulei carinhosamente de Manual do Professor Pardal.

Escrevi e reescrevi várias vezes esse Manual e sentia-me cada vez mais sábio e inteligente.

Lógico, não o mostrava para ninguém pois sentia-me envergonhado de ser tão infantil e certa vez eu mostrei para o meu irmão mais velho um exercício sobre velocidade que eu, estando na 6a série, resolvi mesmo sendo este exercício de um livro da 8a série.

Eu achei que ele fosse me elogiar pois perguntou em que ano eu estava. Eu disse que estava na 6a série e ele me disse para parar de se exibir e resolver exercícios da minha idade.

Sim, passei a agir na sombra sem dividir o meu mundo interior com mais ninguém pois era duramente repreendido em minhas tentativas de procurar apoio para crescer dentro de minha família.

Certo dia, lendo o último episódio da "Dinastia e Glória da Família Pato" do Tio Patinhas ele, no final, através de um cálculo matemático desvendou um mistério que atravessou gerações e tornou-o bem mais rico.

Uma idéia se formou em minha mente:- Oras, eu não é só a Ciência que vai me dar dinheiro, a Matemática também vai e para ficar bom em Matemática só preciso de papel e lápis ao passo que para ficar bom em Ciências eu preciso de dinheiro que eu não tenho para comprar material.

Esse pensamento teve o efeito de um insight em minha compreensão infantil pois já contava eu com 12 anos de idade e estava de férias da 6a série.

Passei a me interessar por livros de matemática e me realizar no papel novamente transcrevendo exercícios de matemática para o caderno e resolvendo-os durante minhas férias escolares.

As dízimas periódicas e as expressões algébricas eram fascinantes para mim. Não as entendia mas elas me fascinavam como fórmulas de felicidade eu poder dominá-las.

Todas as minhas dificuldades em matemática da 5a e 6a série foram sanadas nessas férias escolares e quando iniciei a 7a série em 1977 entendia tudo à primeira explicação que o professor dava e passei a brilhar na escola como um gênio da matemática.

Finalmente havia sido reconhecido socialmente, até a turma da noite sabia que eu existia naquela escola.

Quando houve a 1a Olimpiada de Matemática em 1977 eu passei em 1o lugar na prova de classificação na escola para participar da mesma.

O professor me chamava para dar aulas para a turma da noite e eu me sentia realizado com isso.

Aquele monte de marmanjos prestando atenção em mim era a glória. Nossa! Como eu fui feliz!

Quando havia concursos musicais na escola nós tínhamos que compor a letra e a música da canção que iríamos apresentar.

Quando da nossa apresentação a noite no palco, apesar de eu não cantar nada e só fingir que cantava, eu era a única pessoa da classe aclamada pelo público que se compunha de todas as turmas da escola (primário e ginasial vespertino e noturno).

Infelizmente tudo isso passou e durou somente 1 ano. Tentei na 8a série me destacar novamente mas algo dentro de mim havia mudado.

Eu estava me interessando por mulheres sem perceber. Sentia-me frustrado em minhas tentativas de chamar a atenção das garotas e não me sentia mais reconhecido por elas.

Elas até reconheciam mas não mais para aquilo que eu esperava delas e que não sabia exatamente o que era.

Por isso fantasiava muito e não tive ajuda de ninguém nessa fase. Sentia-me envergonhado por sentir coisas que me pareciam pecaminosas e por eu me masturbar.

Quando alguém me chamava de punheteiro pois meus mamilos estavam inchados eu queria me matar ou cortar fora aquele membro que tanta vergonha me proporcionava e que era soberano em minha vida. Enfim, peguei ódio do pênis.

Tentava de todo jeito imitar o comportamento dos garotos que eu admirava para me juntar a eles mas sempre era rejeitado pelos mesmos.

Eu achava que eles sabiam sobre aquilo que eu fazia no banheiro e acreditava que eles não faziam aquilo. Sei lá. Eu sempre me achei igual a todo mundo e nunca percebi a rejeição que as pessoas que eu admirava tinham por mim pois sempre projetei os meus sentimentos nos outros.

Achava eu que por eu admirá-los eles também me admiravam mas me rejeitavam por algo de mal que eu fazia ou havia feito.

Sentia muita culpa mas ainda bem que não me rejeitei totalmente pois nem tinha consciência de que minha aparência e meu jeito bobo de frágil eram os motivos de eu não ter sucesso com as pessoas.

Por isso que passei todo o 1o grau com uma turminha bastante unida de 5 alunos que se destacavam como CDF´s por serem os excluídos como eu.

Por isso, que na fase adulta eu tive que me tornar máquina já que meu corpo era tão rejeitado ou pelo menos eu acreditava assim e os meus sentimentos só me faziam sofrer e causavam uma dor profunda.

Por essa experiência com a matemática passei a valorizar mais a minha inteligência e tornei-me um homem só cérebro. Pensava eu: vocês me odeiam a mim pois não sou bonito mas vocês terão que se curvar ante minha inteligência e meu bolso cheio de dinheiro.

Infelizmente ninguém se curvou pois ninguém estava interessado em minha vida. Falavam muito bem de mim pois eu era inteligente e citavam-me como exemplo para seus filhos.

Eu tinha um apelido na escola desde a 5a série que refletia minha dificuldade nas brincadeiras em correr: banana.

Certa vez uma mãe falou para mim que adoraria que seus filhos fossem bananas como eu pois onde eu morava com meus pais ser banana significava ser inteligente.

Hoje eu digo que significa ser louco mas guardo isso comigo. Não quero desiludir pessoas que acreditaram nesse paradigma e talvez até mesmo por necessidades como as minhas.

Estou contando tudo isso não porque estou sofrendo de novo mas parece-me que agora, após perdoada a criança que fui, estou tendo que perdoar o adolescente que fui e quem sabe, o adulto que me tornei.

Deixo-me guiar por algo que não sei dizer o que é mas garanto que todos esses textos fluem naturalmente de mim para o teclado sem nenhum planejamento e pouquíssimas correções no final. Afinal, agora estou vendo o lado bom de minha vida passada. Antes eu só me concentrava no lado mal.

Sinto que é isso que estou tentando fazer agora: perdoar o adolescente que fui.

Grato por emprestar os seus ouvidos.
A diferença entre um ateu e um teísta é que as abobrinhas do primeiro são mais inteligentes que as do segundo.

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LAB
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Caro Ski:

Como você pode notar as minhas especulações filosóficas e psicológicas estão me levando a algum lugar. Parece a você que o que aqui posto é um assunto cíclico e repetitivo.

Talvez pelo fato de você enxergar a sua vida como um evento único e não como uma série de eventos que foram construíndo o homem que você é hoje.

Percebo agora aonde eu estava querendo chegar pois as lembranças de minha vida se concentravam em tudo que eu fui de mal no passado e o bem que eu tinha feito aparentemente não tinha valor pois não prestaram atenção nele e não reforçaram a minha consciência do mesmo.

Reforçaram sim, a minha consciência do meu mal por ser duramente castigado e repreendido. Já as minhas coisas boas ninguém queria saber nem mesmo meus pais ou meus irmãos.

Eles só enxergavam aquilo de mal que eles achavam em mim. Cresci com essa consciência de meu lado mal que nem era meu: eram das pessoas de minha família que projetavam em mim aquilo que eles sentiam e rejeitavam em si mesmos.

No fim tornei-me a lata de lixo da família. Quando eles queriam se livrar de um desejo pecaminoso ou imoral para eles era fácil.

Eles enxergavam o desejo em mim e passavam a me odiar como se eu fosse o próprio demônio. Isso é normal num grupo de pessoas.

Para a maioria se sentir de bem com seus valores eles precisam pegar alguém para Cristo que sirva de referencial negativo.

Com isso eles se sentem melhores e passam a apontar suas virtudes tendo alguém que represente todos os vícios que eles possuem. É mais ou menos assim: um pai fala para o filho "Filho seja bom que nem eu". O filho pergunta "Por que tenho que ser bom que nem o senhor?". Aí o pai aponta um mendigo e diz "Porque se você não for bom que nem eu, homem trabalhador, você vai ficar igual aquele mendigo".

Entendeu por que a sociedade precisa tanto dos mendigos, dos ladrões, da polícia, enfim, de tantos referenciais positivos e negativos?

Justamente para justificar a maldade que fazem consigo mesmos e seus filhos. Senão como eles se sujeitariam a ser infelizes e desgraçados como seus pais?

Tipo assim, tá ruim mas tá bom. Estou no baixo mas é melhor embaixo do que em cima pois quem cai de cima comete suicídio. Eu sendo pobre sou feliz.

Enfim, percebe quanta merda existe em nossa cultura por causa disso?

Eu, sendo uma lata de lixo da família, sempre era visto como mal mesmo me esforçando na fase adulta para corresponder àquilo que eu acreditava ser um bom filho e tentando fazer ao contrário tudo aquilo que minha mãe se queixava dos outros filhos.

Ela dizia que os outros não foram bons filhos porque não deram dinheiro para ela. Eu dei. Ela dizia que os outros filhos se deram mal porque desobedeceram Deus. Bem, ir na igreja eu não conseguia mesmo mas me tornei um moralista de marca maior.

Enfim, era tudo mentira o que a minha mãe dizia mas nem ela mesma sabia disso. Eu agora entendo isso. Ela sentia sua depressão e queria justificá-la no presente.

Afinal, a vida estava boa, conseguiu tudo o que queria e achava que a faria feliz. O que estava faltando? Oras, o que estava faltando não era aquilo que ela percebia como falta no presente e sim, aquilo que ela não soube se dar no passado e por isso reprimiu dentro de si.

Isso que eu chamo que ela não se deu foi o auto-perdão pela morte do primeiro filho e pela morte da filha em 1968. Sim, como já citei aqui essa culpa ela sufocou dentro de si e não consegui se perdoar por falta de recursos para fazer como eu fiz: procurar um psicólogo e catarsear-se dessas culpas que corroíam sua felicidade de viver.

Por tudo isso eu a perdôo e sinto-me satisfeito pelo fato de ter arcado com uma parcela dessa culpa e tomado sobre minhas costas. Creio que ela não sofreu muito pois eu nunca consegui condená-la, apesar de minha irmã mais velha já tê-la ameaçado de contar coisas do passado de minha mãe.

Minha mãe, aparentemente, percebia eu, ficava meio que assustada. Eu, da minha parte, como necessitava muito daquela fantasia de sentir-se bom filho e amado por minha mãe, rejeitava qualquer tipo de suspeita e racionaliva que minha irmã estava com inveja da mãe porque ela morava de favor nos fundos de casa, afinal, minha mãe ía para a igreja, e ela?
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LAB
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Pessoal:

Vou me desconectar agora e parar de teclar. Minha compulsividade por escrever e me confessar está me fazendo deixar de lado agumas coisas importantes. Por isso, se eu conseguir ficar longe do computador, meu robô de lata da infância, eu não mais responderei por hoje. Tchau pessoal. Tudo de bom e belo e que estes textos sirvam a uma finalidade nobre para vocês assim como estão me servindo. Nada é por acaso. Se vocês estão gostando de ler é porque no fundo sentem que de alguma forma está lhes fazendo bem. Muitas vezes nem sabem racionalmente por que mas sentem, afinal nossa inteligência foi treinada para se ocupar com o mundo exterior e muito pouco com o nosso mundo interior.
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Sky
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Percebo agora aonde eu estava querendo chegar pois as lembranças de minha vida se concentravam em tudo que eu fui de mal no passado e o bem que eu tinha feito aparentemente não tinha valor pois não prestaram atenção nele e não reforçaram a minha consciência do mesmo.

Percebes agora? Então tudo isto não é passado como disseste? Não estás apenas a racionalizar a catarse porque já passaste, como disseste? :emoticon12:

Como você pode notar as minhas especulações filosóficas e psicológicas estão me levando a algum lugar. Parece a você que o que aqui posto é um assunto cíclico e repetitivo.

Então não disseste que é tudo passado e que já tinhas chegado lá... :emoticon12:

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Sky
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Nag...

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Sky
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Seja como for... se não estás a zoar... felicidades... :emoticon1:
Se estiveres a Zoar... Good luck with that... :emoticon4:

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Caro Sky:

Se quer uma definição mais objetiva de minha pessoa, isso porque noto pelo seu jeito de escrever que você deve ser português e não é a toa que os portugueses são chamados de burros pois minha mãe era portuguesa e meu pai também é.

Parece-me que vocês não entendem muito bem a linguagem subliminar das palavras, ou seja, o que a pessoa está sentindo e tentando dizer.

O brasileiro joga muito bem com as palavras e para se chegar a um consenso tem-se que haver uma certa empatia. Isso não é muito bem aceito pelos portugueses como provam a maneira que meus pais e meus tios criaram seus filhos.

Saíram todos desajustados à uma vida social no Brasil. Existem coisas que eles não tem olhos para ver como a tristeza no olhar de uma criança, a revolta de uma criança enjaulada (sim pois até isso minha mãe nos fazia para poder fofocar com um monte de vagabundas crentes).

Ela amarrava a mim e às minhas irmãs com cordas para não ter que ficar de olho na gente e poder rir e fofocar a vontade falando mal da vida dos outros. Nem sei como nosso choro não atrapalhava a conversa delas. Era melhor deixar a gente solto pelo quintal.

É essa revolta que estou tentando entender justamente para entender o que realmente eu estava buscando na vida. Sim, percebi que você não passa de um idiota metido a racional.

Por isso estas são as últimas palavras que dirijo a você em especial. É duro conversar com alguém que só quer criticar e não acrescentar algo e muito menos entender o que se está tentando dizer aqui.

Creio que meus objetivos e minhas palavras são claras até para uma criança de 5 anos, para se ver o retardamento de sua idade emocional.

Você ainda deve ser um bebezinho que faz muita força para não sair gritando por aí:- Mamãe, quero colo!

Aqueles que não entendem ou perceberam que é perda de tempo entrar neste tópico já tiraram seu time de campo. Por isso suas questões não mais serão respondidas por mim. Talvez o Édson por estar aprendendo ainda queira te esclarecer mas eu, da minha parte, que procuro entender a mim mesmo, não tenho mais saco para tentar te esclarecer. Meu saco estourou.

Podes estar a rires (como meu pai fala e você também fala muiito igual. por isso que acho que você é português e nem sequer teve a educação de responder a minha pergunta).

Eu sempre achei meu pai hipócrita mas hoje tento compreende-lo pois é meu pai mas a maioria dos portugueses eu não tolero pois sei o tipo de educação que dão para os seus filhos.

Suas mentiras não colam mais em mim. Como se diz, abri os olhos e de certa forma o que faço aqui é uma espécie de denúncia ao modus educandis de certos portugueses caipiras do interior que nem em sua terra eram bem-sucedidos socialmente e vem aqui dar uma de gostoso e tentar se fazer de importante para seus filhos tornando-os covardes e sem iniciativa.

Onde meu pai mora tem muitos portugueses e seus filhos são até inteligentes por falta de opção melhor mas muito deprimidos. Eles dariam 90% de sua inteligência e dinheiro para serem felizes como muitos brasileiros. Sim. É isso que estou tentando resgatar dentro de mim: o meu lado brasileiro e feliz e não essa porcaria de vida que me fizeram acreditar que era o melhor para mim.

De que adianta eu ganhar muito bem hoje e ter perdido minha alma? Sinto-me infeliz quando penso naquilo que deixei de lado por acreditar em gente que não queria a minha felicidade e sim, destruir-me para sentirem-se melhor e superiores, pois enquanto eu fosse a ovelha negra da família eles poderiam se preocupar comigo e deixar seus problemas de lado com a desculpa de que havia algo mais importante do que suas desgraçadas vidas para resolver.

Sim, é isso que os portugueses fazem: enchem-se de problemas na vida e jogam a culpa de seus problemas que eles mesmos inventaram em suas cabeças nas costas dos filhos. Com isso os filhos crescem com um complexo de imperfeição lascado e quando dizem que não são felizes os pais logo dizem por que não são felizes com o dinheiro? Dinheiro é tudo, o resto é fantasia. Pelo que pude notar somente os bandidos se importam com o meu dinheiro pois as pessoas que amei na vida nem se importavam com isso.

Casaram-se com outras pessoas que nem eram tao inteligentes e ganhavam muito menos dinheiro que eu. Sim, o que os portugueses ensinam aos filhos são suas fantasias sobre a realidade e não a própria realidade.

Por tudo isso que expressei eu não te odeio, nem te desprezo, mas também não quero mais papo com você. Hoje, aprendi com as crianças, que pessoas que despertam nossa agressividade não merecem nossa confiança e muito menos nossa amizade pois não passam de inimigos. Por esse motivo, obedecendo à minha criança interior e virando as costas para as normas que regem o relacionamento social, eu digo-lhe:- ESTOU DE MAL DE VOCÊ! NÃO QUERO MAIS PAPO! Esta sim, é uma atitude infantil que todo adulto deveria manter em sua vida. (RISOS)...

Adeus e abraços!!!
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Sky
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Good luck with that...

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Se dúvidas me restavam, elas acabaram... :emoticon12:

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LAB
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Caro Edson:

Não se espante com minhas palavras pois não sei se você já sabe mas o "NÃO" é uma resposta de auto-afirmação nas pessoas.

Parece absurdo isso mas preste atenção: uma pessoa que diz sim incondicionalmente para todo mundo tem dificuldade em se auto-afirmar, ou seja, em separar aquilo do que lhe interessa daquilo que não lhe interessa.

Por isso que muitas pessoas que gostam de dar uma de boazinhas se lascam na vida. Dizem sim a todos e no final não sabem mais separar o que é seu do que é dos outros.

Foi o meu caso e, por isso, te alerto para esta armadilha. Quem diz não para algo que não lhe interessa sabe distinguir bem o que lhe interessa do que não lhe interessa e tem uma vida mais feliz pois somente faz aquilo que lhe agrada e lhe dá prazer.

A pessoa que se esforça para fazer o que lhe desagrada somente para dar uma de boazinha chega um dia que estará tão dominada pelos interesses alheios que não mais terá tempo para fazer o que gosta e sim aquilo que agrada aos outros.

Por isso tenho que dizer não a certas pessoas pois o frontispício deste tópico alerta-os de que o conteúdo deste tópico é altamente nocivo às pessoas pois despertam sentimentos de ira, raiva, revolta, agressividade, enfim, despertam os mais baixos instintos de pessoas que não estão preparadas para entender a necessidade de uma dialética própria para se entender a si mesmo e chegar a conclusões elucidativas sobre o que se passa em nosso mundo interior.

Não serão as pessoas que te dirão quem você é, pois depois que já se perdeu de si, quem tem que dizer quem nós somos é a gente mesmo.

Entenda-me que por medo eu comecei a agir com minha família contrariando a mim mesmo.

Depois que contrariei a mim mesmo uma vez, duas, tres vezes e notava a cara de satisfação de meus familiares com minhas atitudes contrárias aos meus interesses mas favoráveis aos seus interesses, acostumei-me a me sentir recompensado com a cara de felicidade deles, mesmo eu tendo feito uma força enorme para contrariar os meus próprios interesses.

Como dar dinheiro, por exemplo, tive que lutar muito comigo mesmo para poder dar dinheiro para minha família pois sentia que eles não mereciam, mas desse momento em diante, contrariar-me se tornou um hábito em minha vida na fase adulta.

Por isso, hoje estou tendo esse trabalho todo para separar o que é meu do que é dos outros. Pior, como a gente se acostuma com certas atitudes achando-as justas e cristãs e que nossa dor é insignificante diante da dor que meus familiares demonstravam, eu passei a adotar essa atitude com todos, mesmo não sendo da minha família.

Por isso que estou agora pagando um alto preço pelo resgate de mim mesmo. Percebe agora aonde eu cheguei? À compreensão de minha vida adulta e isso graças ao Ski (risos).

Sim. Ele despertou em mim este tipo de justificativa e agora sei onde eu errei.

Não foi na infância, nem na adolescência. Foi no início de minha vida adulta.

Sim. Eu agora entendi tudo. Tudo ficou claro em minha mente. Fantástico! Como eu não enxerguei isso antes. Esse foi o motivo dos meus sucessivos erros e além de saber porque errei eu sei onde eu errei.

Cara, obrigado mesmo e a você Ski eu agradeço. Não estou mais de mal. Podes crer! Minha busca acabou... Quanto a você Edson, pode vir pegar os livros que nunca mais eu precisarei deles. Te juro, cara!!!!

Adeus pessoal e mantenham esse tópico para outros que precisarem. Agora posso voltar a estudar sem medo de errar novamente. Um abraço a todos que mantém e participam deste site.
Editado pela última vez por LAB em 14 Jan 2006, 16:02, em um total de 2 vezes.
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Sky
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Então não fui tão ruim assim... :emoticon12:
Editado pela última vez por Sky em 14 Jan 2006, 15:55, em um total de 1 vez.

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Habemus Buda... :emoticon12:

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Ele ele ficou de mal comigo e depois bem em apenas 38 minutos... isso é que é rapidez... :emoticon12:

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Re.: Consultório de Psicologia

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Caro Ski:

Você foi brilhante. Conseguiu provocar minha ira. Agradeço de coração e agora posso me dar uma vida melhor mas percebe quantas voltas tive que dar para chegar a essa conclusão? Obrigado por tudo e que aquele em que não acreditamos te abençoe.

Abraços. Com certeza não mais postarei aqui tão cedo. Estou gastando muito telefone. rs.
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Caro Edson Jr.:

Posso voltar agora para lhe explicar o que aconteceu nas últimas postagens. Só agora as coisas se encaixaram para você ter uma idéia do que é o processo de auto-conhecimento.

À princípio, eu não sabia o que estava buscando quando criei este tópico mas uma vontade imensa de auto-realização e ajuda ao próximo ou quem sabe de vingança me movia a criar esse tópico e desmascarar o falso eu que criei. Sim, eu era falso e por isso acusava as pessoas de falsas, principalmente os portugueses (risos).

Segundo observações de meu psicólogo eu tinha uma baixíssima tolerância a contrariedades e agora sei porque.

Eu mesmo me contrariava e fazia as coisas que eu achava que eram certas e não aquelas que realmente eram a minha vontade.

Devido às vergonhas que eu sentia em relação à minha família, ou seja, ao meu pai e minha mãe, eu passei a lutar contra esse sentimento a fim de poder aceitar meus pais.

Eu sempre me envergonhei dos meus pais, desde criança, mas dependia deles para sobreviver pois eles não me permitiam correr atrás de meus interesses e o medo que eu sentia deles me paralisava qualquer iniciativa.

Para que eu conseguisse aceitá-los e justificar a minha dependência deles pois na minha opinião sempre achei imoral se comer e beber às custas de alguém e ainda por cima desprezá-los. Era como se eu estivesse sendo ingrato com meus pais e isso me causava um conflito doloroso pois não sabia como conciliar o desprezo e a vergonha que sentia de meus pais com a necessidade de ser agradecido a eles.

Meu único meio de moralizar esta simbiose antipática foi me anulando e me colocando como errado, ou seja, me auto-punindo pelos meus sentimentos contraditórios, e eles como certos.

Lutava contra meu ódio e quaisquer demonstrações mínimas de bondade por parte de meus pais passei a valorizar exageradamente em detrimento da maior parte das vezes que eles eram cruéis.

Sim, eu me regozijava com qualquer mudançazinha no comportamento de meus pais que denotavam alguma mudança para melhor.

Com esse condicionamento em me auto-anular sofri muito pois qualquer um era superior a mim e eu nunca soube ficar do meu lado. Sempre me senti inferiorizado às pessoas pois nunca fiz nada de bom na vida que justificasse a minha sensação de ser melhor que alguém.

Por isso eu invejava até os mendigos porque os achava livres pois assumiam sua indigência e não ficavam reivindicando nada para si mesmos e as pessoas davam para eles o que era necessário pois tinham dó deles.

Tentava despertar piedade nas pessoas e quando alguém me dava um cigarro para fumar sentia-me tão agradecido, em minha adolescência, que esta pessoa crescia em cima de mim.

Por mais que ela me humilhasse e eu não entendesse o porquê disso, mesmo assim eu voltava à amizade pois pelo menos a pessoa era legal e me dava cigarro ou pagava sinuca para eu jogar, enfim, fui valorizando coisas que somente uma pessoa muito pobre valoriza.

Quando eu me apaixonei por uma garota, irmã de um amigo meu que eu admirava muito, pois ele era tudo aquilo que eu queria ser, ou seja, trabalhava, ganhava dinheiro, comprava tudo que gostava, enfim, tudo que eu gostaria de ser e poder fazer, eu todo final de semana ía na casa dele e me sentia uma pessoa importante para a família dele pois eles me aceitavam como pessoa da casa.

Infelizmente, uma garota, percebeu a paixão que eu nutria por essa irmã desse amigo meu e o alertou sobre o assunto.

Eu já tinha 19 anos na época e estava desempregado pois havia terminado o curso Técnico em Metalugia no SENAI de Osasco.

Nem preciso contar que meu sucesso social no SENAI, que era uma escola de período integral, foi dos piores possíveis. Tornei-me o palhaço da turma. Claro, na casa desse meu amigo eu contava outra história sobre o SENAI e meus sucessos.

Como esse amigo começou a observar melhor o meu comportamento para com a irmã dele ele concluíu que era verdade aquelas acusações e num dia em que fui na casa dele, ele me chamou a atenção sobre o fato.

Senti todo meu mundo interior desmoronar e pior, não podia negar. Disse-lhe apenas que cada um acredita naquilo que considera verdade.

Eu por meu turno não o contestei em suas acusações e muito menos naquilo que ele chamou de sentir-se traído. Assumi internamente toda a culpa pelo sucedido mas não a confessei jamais.

Julguei-me um patife, um canalha e uma pessoa indigna de confiança. Mal sabia eu que tudo aquilo iria me tornar mais homem e mais convicto de minhas iniciativas.

Foi o que aconteceu: passei os meus 19 anos frustrado porque não conseguia emprego para me auto-afirmar e dependia de minha mãe para me dar dinheiro para os cigarros. Isso ía me colocando cada vez mais como devedor dela, afinal, o que eu tinha feito para merecer isso de minha mãe?

Queria também mostrar para aquela família desse amigo meu e para a irmã dele quem eu era e ficava sonhando com o dia, em que ela chorando, me diria o quanto me amava e se arrependia de ter me desprezado.

Foi quando o Bradesco me chamou quando eu tinha acabado de completar 20 anos de idade. Senti-me inseguro mas decidi que iria ser um bom filho para minha mãe e isso, como ela afirmava, me daria sorte na vida, pois os maus filhos se estrepavam.

Trabalhei no Bradesco no período noturno das 21 as 3 horas da manhã. Ganhava 1,5 salários mínimos mas estava dando tudo de mim nesse emprego. Aprendia rápido todo serviço até que pensei em estudar e o pessoal foi me dando dicas. Mesmo tendo colégio completo no SENAI, decidi estudar na Fundação Bradesco o curso Técnico em Processamento de Dados.

Sim, foi o que escolhi pois achava que teria chances de crescer no Bradesco pois confiava em minha inteligência.

Enquanto que no Bradesco eu ía crescendo cada vez mais em alto-estima minha família, percebendo minhas mudanças, faziam de tudo para minar minha auto-confiança.

E todos sabem que água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Quanto mais eles me atacavam mais eu tentava comprar o apoio deles com o meu dinheiro.

Sim, era esta a barganha que eu fazia. Eu precisava daquela ilusão de ser amado e aprovado nem que fosse somente pela minha mãe e pelo meu pai mas quanto mais eu crescia mais ficava carente do apoio deles.

Afinal, minha mãe tinha jurado que o bom filho se dava bem na vida mas isso era para minha irmã caçula que ela dizia e não para mim.

Como explicar para minha irmã o fato de eu, sendo a ovelha negra da família, estar obtendo sucesso e ela não. Oras, para isso só havia uma explicação: o diabo estava me ajudando.

Entende esses problemas? Eu dava dinheiro para minha mãe, ela aceitava mas nunca agradeceu pois todo mundo detesta o diabo mas se ele der dinheiro todo mundo aceita, afinal, ele dá dinheiro por se arrepender do mal que fez no passado às pessoas que tanto o amavam.

Sim, era isso que eu entendia nas conversas veladas de minha mãe com minha irmã, apesar de eu não as ouvi-las mas sentia isso.

Sim, as coisas davam certo para mim porque eu tinha muito que pagar para conseguir me libertar de meus pecados. Eu me sentia culpado e não sabia pelo que. Eu era culpado sim, do mal da família que era projetado como sendo meu.

Por isso que quando eu via minha mãe satisfeita era como se ela finalmente tivesse me perdoado e eu estava não comprando o amor dela mas sim o perdão dela. Como pedir perdão a alguém que nunca se perdoou? E pior, perdão pelo quê?

Mesmo quando eu casei, continuei dando dinheiro para a minha mãe mesmo não mais morando com ela.

Aquilo era o meu dízimo para Deus porque sentia medo de não dar e do que pudesse acontecer.

Minha esposa, intuitivamente, ía me dando um tratamento especial até que comecei a achar besteira dar dinheiro para minha mãe, apesar de ela nunca ter criticado minha atitude.

Mudei de mãe e passei a dar o dinheiro para minha esposa. Foi tão natural essa mudança que nem percebi. Quando minha mãe faleceu eu já tinha substituído ela por minha esposa e, por isso, nem sequer senti mais a falta dela.

Era como se ela nunca tivesse existido para mim, pois minha esposa, sendo 14 anos mais velha, soube transferir essa dependência de aprovação de minha mãe para a aprovação dela que era gratuita mas eu fazia questão de pagar.

Nos bares da vida, eu quando era bem tratado por alguém fazia questão de dar polpudas gorjetas e até mesmo para os mendigos eles me pediam cigarro e eu dava R$ 5,00 para eles comerem e comprarem um maço para eles. Era muito sensível, não à dor alheia, mais ao reconhecimento das pessoas pela minha bondade.

Certa vez, chegava eu do serviço em casa e um cara me abordou dizendo que veio do Paraná para trabalhar na firma de um conhecido dele.

Disse que estava com muita fome pois não encontrou o cara e a firma estava fechada.

Ele esperou o dia inteiro pela pessoa mas ela nao apareceu. Por isso ele queria um prato de comida para comer.

Eu como nao sabia lidar com essa situacao pensei no que minha esposa iria dizer mas eu nao podia deixar o cara naquela situacao.

Como eu sempre ganhei bem andava sempre com muito dinheiro na carteira. Por isso, calculei mentalmente o preco de um almoço comercial e de um pernoite num hotel. Tirei 100 cruzados novos da carteira e lhe dei.

Com isso ele me cumprimentou e beijou minha mão agradecendo muito. Eu fiquei de bem comigo mesmo mas a gratidão e o perdão da pessoa que eu mais queria eu nunca consegui.

Conseguiria sim, sendo um fracassado e um coitado, afinal, minha mãe não poderia estar tão errada assim em sua sabedoria da palavra de Deus.

Felizmente, esse gosto jamais consegui dar para ela. Minha irmã enlouqueceu, se tornou esquizofrênica, e minha mãe, cada vez mais sem entender nada, via-me mudando de emprego e ganhando cada vez mais dinheiro.

Sim, eu era a lata de lixo da família e estava contrariando as expectativas de todo mundo. Até hoje minha irmã me diz que não entende como foi que eu dei certo na vida e ela não já que ela fez tudo certo. Eu falo que foi sorte para não magoá-la. Sei que ela sofre muito e não quero provocar a sua baixa auto-estima.

Já com a minha irmã mais velha, ela enfrentou suas verdades com uma psicóloga, e agora está valorizando aquilo que merece ser valorizado. Ela reconheceu meu valor mas um pouco tarde demais já que eu não preciso mais desse reconhecimento e quando eu precisava dele nunca o tive.

Quando visito meu pai ele tenta evocar meus medos infantis que, parece-me, ele conhece tão bem e quando percebe que não surte mais efeito ele apela para a gozação. Estou imune a tudo isso e concordo com o que ele fala tentando, dentro da linguagem dele, esclarecê-lo sobre suas falácias de raciocínio.

Por esse jeito debochado de meu pai me tratar e pelo sotaque português dele eu acabei identificando no Sky esse meu pai e pus para fora toda a minha ira. Conforme eu disse, o jeito dele escrever é muito parecido com o jeito de meu pai falar. Nem preciso dizer que nessa hora meu sangue ferveu e nessa postura emocional consegui concluir este trabalho com êxito.

Somente para ilustrar, Edson, hoje tive um sonho em que no mesmo eu estava arrumando o lixo em saquinhos de plástico na lata de lixo. Se você está fluente nessa linguagem onírica deve saber que meu inconsciente estava arrumando o lixo interior e separando-o em unidades estanques para que os mesmos não se manifestassem mais de uma vez só.

Essa foi a interpretação que dei ao meu sonho e que este trabalho tornou possível. Minhas psicografias já estavam dizendo isso mas agora meu sub-consciente também o disse em forma de sonho.

Por tudo isso que estou expondo aqui perdoem-me por quaisquer deslizes que eu tenha cometido pois eu fui criado num hospício e não propriamente numa família.

Sei que a loucura está naquilo que as pessoas escolhem conscientemente viver e dão muita importância mas garanto que tudo começou com meu trisavô que desestruturou nossa árvore genealógica quando casou-se com uma órfã sem referências e sem valores morais ou éticos sobre aquilo que se aceitava como família.

Por incrível que pareça eu também me casei com uma órfã de pai e mãe mesmo sem saber de tudo isso. Talvez porque eu me identificava emocionalmente com a sensação de abandono e falta de amor que ela sentiu durante a vida sendo a feinha da família segundo a tia que adotou ela, suas irmãs e seus irmãos.

Por isso, se de fato a reencarnação existe, identifico-me muito com o meu bisavô que por incrível coincidência tinha o mesmo nome que eu.

Como não gosto de fantasiar muito deixo essa especulação para os espíritas. O que quero agora é retomar meu caminho na vida e prosseguir com os meus planos de felicidade que eu havia traçado para mim.

Isso é tudo que me interessa mas desejava de coração fechar esse tópico com chave de ouro para provar que a razão se bem trabalhada e com conceitos adequados pode libertar o homem de seu sofrimento e não a religião que desvia nossa atenção do verdadeiro problema de nossas vidas.

Ora, resolver o problema é enfrentá-lo e procurar os motivos que o fazem parecer tão grande para nós.

Não existe problema difícil e a bíblia garante isso: diz que Deus não dá uma carga superior às nossas forças. Então onde está o erro? Em nossa forma de pensar a vida, oras.

O erro está em nossa cultura imeadiatista e que valoriza o prazer imediato sem necessariamente haver mérito para tanto.

É o famoso jeitinho brasileiro: para que trabalhar se posso levar meu próximo no bico? Afinal, o mundo está cheio de trouxas.

Um aviso a esses espertinhos:- Eu sendo bobo fui muito enganado mas para isso tive que fazer por mim.

Se eu não tivesse feito por mim qual interesse esses espertinhos teriam em me enganar?

Só que sendo bobo aprendi a ficar esperto e os espertos ficaram bobos para mim.

Tenho certeza, agora, que como os filhos copiam os pais seus filhos tentarão usar muitas das soluções aprendidas com estes espertinhos.

Meus filhos, se eu os tiver agora, serão os espertos de amanhã e muitos filhos dessas pessoas ficarão com inveja de meus filhos por vê-los tão espertos e inteligentes.

Isso sim que é educação dos filhos: a exemplificação. Permitir aos meus filhos assistirem a como eu lido com as pessoas a meu redor.

Eles terão muito a ganhar com isso e, tenho certeza, agora posso ser pai sem medo de ser feliz.

Aprendi a me auto-educar e quero agora transmitir minha experiência para minhas futuras gerações. Não mais aquela que meu trisavô iniciou mas uma que fará, tenho certeza, muita diferença na história desse Brasil maravilhoso.

Amo o Brasil e a todos vocês que dando-se as mãos transformam esse país num país mais bonito e mais inteligente.
A diferença entre um ateu e um teísta é que as abobrinhas do primeiro são mais inteligentes que as do segundo.

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Edson Jr
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Re: Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Edson Jr »

Labrego escreveu:Parando de tirar barato de nosso amigo Ski e falando sério, quero lhe dizer que moro em Barueri. Se você quiser combinar de pegar os livros que te prometi estou em casa nesse final de semana. Vou te passar meu fone via mensagem particular e você me liga. Te garanto que os livros e os textos da internet valem a pena e me ensinaram muito sobre minha criança interior.


Só tem um PEQUENO probleminha. Eu moro no Rio de Janeiro, capital. Não sabia que você era de São Paulo!

Talvez você possa me enviar pelo correio. Eu pagaria o gasto que você teria com o envio. Seria necessário termos o endereço um do outro.

Mas isso se você achar uma boa idéia. Você é quem sabe! :emoticon73:

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Edson Jr
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Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Edson Jr »

Labrego,

Sinceramente, não tenho muito pique para ficar tanto tempo na internet. Gosto de você, de trocar idéias e isso é que me prende. Um dos motivos de não ter tanto pique é que, apesar de gostar muito de teorizar as coisas, dou muito mais ênfase à prática.

Tipo sair, conversar, jogar futebol, ir para praia, pescar, pelo menos enquanto estou de férias. Quando trabalho, dou ênfase às minhas relações com diretores, professores, funcionários e alunos. É claro, a família sempre em primeiro lugar.

Com todo respeito, mas você parece gastar um tempo muito grande digitando textos. Sei que isto está lhe fazendo bem, mas posso garantir que o maior investimento que você pode fazer é vivendo a vida, o mundo real, com pessoas face a face.

Por mais que as pessoas sejam, nos dias atuais, muito defensivas, todas necessitam de amizade e companhia. Existe este clamor dentro de nós. Se formos pessoas sensíveis e de caráter (o que inclui não ter preconceitos), esteja seguro que é o suficiente para se fazer grandes amizades. Acho que você precisa cultivar isso! Não tenha medo de gente! Não pense que é tarde! Você será mais feliz e esteja certo que escreverá bem menos, pois grande parte de suas necessidades serão preenchidas por outras fontes.

Bagagem intelectual você já tem de sobra. Acho que agora é momento de entrar em campo, para treinar mais sua emoção, já que você a compreende melhor.

Posso estar equivocado, mas estou lhe dizendo isso de coração...

Um grande abraço, camarada!

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LAB
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Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por LAB »

Caro Edson Jr.:

Na verdade, tudo isso que aconteceu aqui neste tópico não mais se repetirá. Hoje de manhã, assim que acordei, decidi dar uma olhada em suas respostas para aproveitar o ensejo de me despedir de todos vocês.

Sinto-me profundamente envergonhado agora, pois sei aonde foi que eu errei em meus relacionamentos com as pessoas. O duro de tudo isso é que durante o processo de busca da verdade a gente não pode sentir vergonha mas quando chega à verdade de nós mesmos, ao evento causador de nosso comportamente anômalo, aí sim, toda aquela vergonha que reprimimos para chegar-se à verdade vêm à tona e não mais me sinto confortável em expor meus textos neste site.

Algo se quebrou dentro de mim pois esse comportamento de auto-contrariedade e de agir contrariamente aos meus interesses foi o que me fez buscar constantemente nas pessoas aquela aprovação que eu próprio não me dava.

Sim, você aparentemente, está tentando me dar um conselho para eu perder o medo das pessoas e me relacionar mais. Concordo, plenamente, mas enquanto eu não resolvesse esse nó em minha personalidade eu continuaria a agir em função do mensmo e as pessoas ou seriam minhas amigas por interesse ou simplesmente se afastariam de mim por me reconhecerem como estranho ou idiota.

Como eu agia contrariamente aos meus interesses e, por isso, quando alguém me contrariava eu entrava em longas discussões a fim de me justificar. Quando eu sentia que não tinha conseguido convencer a pessoa eu me afastava e renunciava àquela amizade.

A qualidade de minhas amizades foi deteriorando cada vez mais pois somente aqueles que se sujeitavam a me bajular é que eram meus verdadeiros amigos. Aqueles que me falavam a verdade na cara eu fugia dos mesmos como o diabo foge da cruz.

Sim, agora entendo as palavras bíblicas sobre a verdade. Realmente, sinto-me envergonhado por tudo isso que expus aqui.

Agora reconheço esse comportamento em muita gente. Todas as pessoas que citei aqui tem o mesmo problema, a mesma causa, a mesma sintomatologia. Entende como semelhante atrai semelhante, se junta com as pessoas portadoras do mesmo mal?

Por isso e por haver tanta gente agindo como eu é que foi difícil tomar consciência desse processo. Meu pai, meu irmão, minha irmã caçula, alguns que chamo de amigos, todos eles, sofrem do mesmo mal e, por isso, tornaram-se misantropos e anti-sociais justamente para não agirem como eu agi.

Agora, entendo porque eu não cheguei a ter crises de loucura como meus irmãos sendo necessário um internamento em hospício. Eu aceitei a minha loucura e vivi minha vida loucamente. Não usei as mesmas defesas que eles usaram e por isso tenho muito menos coisas para me arrepender de não ter feito do que eles.

Entende como a aceitação de nossa loucura nos ajuda a viver melhor? Acredito, hoje, que essas famílias neuróticas devem procurar a sociedade e seus iguais para se relacionarem e viverem suas verdades inconscientes pois somente vivendo-as a gente, pela dor que tudo isso nos causa, vai tomando posicionamentos e atitudes que aos poucos vai expurgando de nós aquela espécie de loucura.

Reconheço esse problema no meu tio, irmão de minha mãe, também.

Agora entendo ele e o quanto ele teve que lutar para se impor como durão aonde ele mora e tem vários negócios.

Sim, agora consigo entender o comportamento dele muito pão-duro com os filhos mas muito mão-aberta com as pessoas que o assediam e se fazem de amigas dele, bajulando-o e, como percebi, não passava de uma cambada de vagabundos. E não é a toa que esse tio é o que eu mais gosto. Ele mora no litoral paulista e eu o conheci pois toda vez que vou à praia me hospedo em sua casa.

Entende agora, caro Edson, o que reamente significa o conhecimento de si mesmo? Signifca a destruição do ego e de todas aquelas idéias que tão bem justificavam nosso comportamento. Isso que muitos crentes fazem pois para obedecer ao pastor é necessário contrarir a si mesmo e, de certa forma, a bíblia justifica isso.

Como você viu em minhas palavras, eu defendia a bíblia e o cristianismo e tentava justificá-los através de meus insights. Agora, com a percepção desse endosso que a bíblia dá ào comportamento contraditório consigo mesmo não mais a admiro e refuto-a como uma chaga da humanidade.

Uma vez o psicólogo que me atendia me disse que eu saí da miséria mas a miséria não saiu de mim. Agora entendo perfeitamente o que ele tentou dizer com isso.

Realmente estes textos foram uma viagem dentro de mim mas sem mais os chicotes emocionais que eu havia criado para me punir quando eu ousasse desvendar e refletir sobre certos mistérios que de certa forma me incomodavam.

Por isso que era tão fácil continuar naquele comportamento anterior em que eu estava: toda a minha filosofia de vida confirmava aquele comportamento como justo e cristão. Se eu ousasse contrariá-lo todo um calhamaço de conceitos morais mal-compreendidos se punham em ação para impedir-me de ver claramente a situação.

Por tudo isso que exponho aqui como última postagem pretendo, agora, me dar o repouso merecido. Tudo isso que expus aqui exigiu de mim uma grande força de vontade que nem sei de que parte de mim vinha.

Nunca fui tão corajoso assim mas quando algo dentro de nós quer nos mostra algo parece-que uma energia e uma compulsão sobre-humanas tomam conta da gente e nos faz seguir uma direção assustadora mas libertadora no final. Por isso que eu não sabia aonde eu queria chegar se é que eu queria chegar a algum lugar.

Por tudo isso que exponho, não sei se consegui dissuadí-lo de se tornar psicólogo mas se a intenção sua é clinicar esteja preparado para encontrar pacientes como eu que irão provocar todos os seus instintos de defesa diante de tanto lixo cultural inconsciente. Você terá que ser muito forte para não se identificar com os pacientes e precisará ter uma clara noção daquilo que é problema seu e que você mesmo resolve e daquilo que é problema dos outros e que eles mesmos resolvem, bastando para isso, você apontar-lhes o caminho, ou melhor, apenas conduzí-los.

Acredito piamente que depois de tudo isso você refletirá melhor sobre a sua vontade de estudar psicologia e eu, passei a detestá-la agora, pois depois que a gente consegue exaurir o assunto naquilo que nos está atormentando, a psicologia perde aquele sentido tão nobre que adquiriu para a gente e se torna como o madeirame que serviu de escoras para a reconstrução do ego demolido. Por isso, tudo isso que usei para chegar à verdade de mim mesmo, por mais intelectual e saboroso que possa parecer, tornou-se para mim um grande lixo para o qual nunca mais quero olhar.

Por isso que quero agora me livrar das literaturas que tão bem me assessoraram nesta busca. Tornou-se inútil para mim e esses últimos 5 anos de minha vida é um tempo que não mais quero lembrar pois foram os mais dolorosos de minha vida e te garanto: não foi eu que me fiz assim. Assumi minha responsabilidade sobre minha vida mas o que aconteceu no passado e que meus sentimentos rejeitavam e minha mente não conseguia compreender se tornaram isso que são: como se tudo isso tivesse acontecido em outra reencarnação e não nesta, tal o poder que tem a desassociação emocional dos fatos de nossas vidas.

O que acontecia fora de mim (no mundo e com as pessoas) não eram responsabilidade minha. Eu não criei o mundo assim mas o que acontecia dentro de mim, em meu mundo interior, era responsabilidade minha e nisso eu poderia manter o meu poder de livre-arbítrio e interpretar a realidade como eu achasse melhor. Pena que a onipotência e onisciência de minha mãe me iludiu e me impediu de ver claramente as coisas.

Religiosamente falando, se eu tivesse sido educado na igreja católica, com certeza eu teria me desenvolvido melhor pois o confessionário nada mais é do que uma catarse que os fiéis fazem semanalmente ou mensalmente de suas culpas perante o padre. Isso ajuda a pessoa a crescer sem complexos de culpa. Com a Virgem Maria eu me identificaria muito melhor pois ela representaria para mim a mãe que eu gostaria de ter e com ela eu me abriria muito mais do que com minha própria mãe. Deus seria para mim aquele pai que sai para trabalhar e só se vê de vez em quando e, por isso, a Virgem Maria seria a minha única confidente. Deus, o pai, eu rejeitava.

Sem mais, despeço-me de todos.
A diferença entre um ateu e um teísta é que as abobrinhas do primeiro são mais inteligentes que as do segundo.

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Edson Jr
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Re.: Consultório de Psicologia

Mensagem por Edson Jr »

Olá Labrego!

Como professor, lido constantemente com gente de tudo quanto é tipo. Acho que essa é uma das razões por eu estar cada vez mais inclinado em fazer psicologia. É por paixão ao magistério. Acho que isso abriria um leque cada vez maior para que eu compreenda de forma mais eficinente as pessoas e possibilite um convívio cada vez melhor com as pessoas, principalmente com relação aos alunos. Não aspiro, ao menos inicialmente, ser psicólogo clínico ou coisas do gênero.

Outra razão é que quero me conhecer mais, cada vez mais. Todos temos um potencial muito grande e nunca inteiramente compreendido e a jornada em busca do autoconhecimento e aperfeiçoamento é excitante e sem fim.

Um grande abraço Labrego e seja muito bem sucedido na sua vida. Estou torcendo por você!
"Três paixões, simples mas irresistivelmente fortes, governam minha vida: o desejo imenso de amar, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade." (Bertrand Russel)

Trancado