Perigos da credulidade
Enviado: 29 Ago 2007, 19:50
[center]Identificada auxiliar de enfermagem que matou ex-amiga em ônibus[/center]
Vítima teria feito 'trabalhos espirituais' que levaram mãe de acusada à morte
Carla Marques
Rio - A auxiliar de enfermagem Maria Helena Canuto Soares, 39 anos, servidora pública da prefeitura do Rio, foi reconhecida por duas testemunhas como autora do assassinato da dona-de-casa Maria José Ribeiro da Silva, 56 anos, no último dia 12, dentro de um ônibus da empresa Rio Ita, que fazia trajeto entre Itaboraí e Cantagalo, no interior do estado. Na altura de Cachoeiras de Macacu, Maria Helena fez sinal para o motorista parar o coletivo, atirou na vítima e fugiu em meio à confusão.
Em depoimento na 159ª DP (Cachoeiras de Macacu), os filhos de Maria José levantaram suspeitas contra a auxiliar de enfermagem. Segundo o delegado Fabiano Gama, responsável pelo caso, foi constatado que as duas tiveram relação de amizade e depois se afastaram. "Elas chegaram a ter um relacionamento afetivo como de mãe e filha. A suspeita não confirma a rixa, diz que apenas que se distanciaram", revela o delegado.
O motivo da briga seria a morte da mãe da acusada, que acontecera dois dias antes do crime. Testemunhas disseram à polícia que Maria Helena culpou a amiga pela doença e pelo falecimento da mãe, alegando que a dona-de-casa teria feito "trabalhos espirituais" contra a idosa.
Policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na casa da auxiliar de enfermagem, mas não encontraram a arma do crime. Segundo o delegado, ela ainda não foi presa porque tem residência fixa, em Itaboraí, e é funcionária pública. Gama acredita que são pequenas as chances da mulher fugir.
"A investigação está em andamento. Ainda vamos decidir se pediremos prisão temporária ou preventiva. Ela tem um emprego público, o que é difícil hoje em dia. Não vai fugir sem tentar se defender antes na Justiça", avalia o delegado.
Um homem, cujo nome não foi divulgado, também está sendo investigado. Ele teria emprestado a arma do crime à assassina. As testemunhas que a reconheceram estavam dentro do ônibus no momento do ataque à dona-de-casa.
http://odia.terra.com.br/rio/htm/geral_120325.asp