Boa Notícia - Não somos tão ruins assim...
Enviado: 11 Set 2007, 08:58
Fernando Exman
Gazeta Mercantil
11/9/2007
Acordo dará acesso, a entidades públicas e privadas, a € 53 bi disponíveis para investir até 2013. Autoridades européias e brasileiras lançarão, nos próximas dias 20 e 21, o Acordo de Ciência e Tecnologia Brasil-União Européia. Assinado em 2004 e ratificado em novembro passado, o acordo tem como objetivo aumentar a quantidade e a qualidade das parcerias entre instituições públicas e empresas brasileiras e européias. Além de universidades federais e estaduais, grandes, médias e pequenas empresas poderão captar parte dos € 53 bilhões que a União Européia destinará, até 2013, a projetos de inovação, pesquisa e desenvolvimento dentro e fora da comunidade européia. "A cifra final será o resultado do interesse mútuo", disse o conselheiro de Ciência e Tecnologia da Delegação da Comissão Européia no Brasil, Angel Landabaso.
Até o fim do ano passado, o Brasil só contava com parcerias setoriais com alguns países europeus. Passou a ter um acordo amplo e praticamente irrestrito com a União Européia. O acordo abarca projetos em infra-estrutura, agricultura, energia, saúde e ciências sócio-econômicas. Dentro do objetivo de ter o País como parceiro estratégico, as autoridades européias pretendem se aproximar das empresas nacionais porque consideram os brasileiros mais empreendedores do que os próprios conterrâneos.
As universidades brasileiras se tornaram alvo dos europeus porque, segundo pesquisa da Comissão Européia, das 10 melhores instituições de ensino dos Brics – Brasil, Rússia, China e Índia – quatro são brasileiras: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Não é à toa que uma das metas das autoridades européias é aumentar o intercâmbio de estudantes e pesquisadores. "A realidade da concorrência internacional é a de inovação e de pessoas qualificadas", declarou Landabaso.
"O Brasil é uma potência mundial de pesquisa, mas existe um grande vazio de informações entre brasileiros e europeus, um grande desconhecimento." Liderará a missão européia o diretor-geral de Pesquisa da Comissão Européia, José Manuel Silva Rodriguez. Em Brasília, ele se reunirá com os ministros Celso Amorim (Relações Exteriores), Sergio Rezende (Ciência e Tecnologia) e parlamentares. No dia 22, a missão européia visitará o Pantanal, de onde partirá para São Paulo para se encontrar com acadêmicos e fabricantes de etanol. Durante a visita, deve ser acertada a participação brasileira, como observador no projeto Iter, que estuda a geração de energia por meio da fusão nuclear.
Além de tentarem dar um impulso a projetos que tirem o acordo do papel, Silva Rodriguez e seus interlocutores brasileiros iniciarão os debates sobre as formas para reduzir os obstáculos que impedem a realização das parcerias bilaterais. Para Landabase, brasileiros e europeus devem adaptar seus sistemas financeiros a fim de facilitar os financiamentos a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Além das moedas diferentes, complementou o conselheiro europeu, os juros cobrados na União Européia em empréstimos a projetos que exigem capital de risco são mais baixos.
Abraços,