Página 1 de 1

Lembrando a clássica piada de advogado sobre autópsia

Enviado: 14 Set 2007, 17:01
por JoePussy
Mtos já devem conhecer a piada que percorre há anos as entranhas da internet, que seria um suposto diálogo entre um advogado e um legista, em que o advogado pergunta a este: "fulano de tal já estava morto qdo o sr fez a autópsia ?"

Pois bem, eis que o mundo vem dar uma razão ao advogado para perguntar isso:



Venezuelano acorda durante autópsia
O homem foi declarado morto após um acidente em uma rodovia.
Ao chegar ao necrotéro para identificar o marido, a esposa o encontrou em pé.



Um venezuelano que foi declarado morto acordou no necrotério com grande dor após médicos legistas terem começado sua autópsia. Carlos Camejo, de 33 anos, foi declarado morto após um acidente em uma rodovia e levado ao necrotério, onde os examinadores começaram uma autópsia e perceberam que algo estava errado quando ele começou a sangrar.

Eles rapidamente tentaram costurar a incisão no rosto do homem. "Eu acordei porque a dor era insuportável", disse Camejo, segundo reportagem publicada nesta sexta-feira (14) no jornal local "El Universal".

A mulher de Camejo foi ao necrotério para identificar seu marido e o viu andando em um corredor. A Reuters não conseguiu contatar os responsáveis do hospital, mas Camejo mostrou ao jornal sua cicatriz facial e um documento do necrotério.

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,M ... 02,00.html


E não, o nome do sujeito não é Lázaro nem Jesus...

Re.: Lembrando a clássica piada de advogado sobre autópsia

Enviado: 14 Set 2007, 20:47
por Ilovefoxes
É um preço a se pegar pela perícia de cadáveres. Esse sensacionalismo não vai derrubar esse progresso.
[videomaker]Você teria coragem de dizer isso para aquele homem que teve seu espírito violado??[/videomaker]

Re.: Lembrando a clássica piada de advogado sobre autópsia

Enviado: 14 Set 2007, 21:31
por docdeoz
Necropsia... :emoticon12:

Re: Re.: Lembrando a clássica piada de advogado sobre autóps

Enviado: 14 Set 2007, 22:55
por JoePussy
docdeoz escreveu:Necropsia... :emoticon12:


é polêmico :)
mas concordo com vc que necrópsia, ou necropsia, seja mais apropriado.

http://usuarios.cultura.com.br/jmrezende/autopsia.htm

[center]LINGUAGEM MÉDICA


AUTÓPSIA, AUTOPSIA. NECRÓPSIA,
NECROPSIA, NECROSCOPIA[/center]

O exame cadavérico com fins médico-legais, ou visando ao estudo anatomopatológico, observa o Prof. Idel Becker, sempre foi chamado de autópsia. "Até alguém, de boa fé, tachá-la de forma "errada" (prosodicamente) e propugnar a pronúncia "certa": autopsia (ía). Ao mesmo tempo, outro autor lembrou-se de impugnar a forma autópsia do ponto de vista etimológico. As divergências foram-se avolumando. E o resultado é que hoje temos, pelo menos, 9 formas em conflito: autópsia, autopsia, autopse, necrópsia, necropsia, necropse, autoscópia, autoscopia, necroscopia".[1]
Deixando de lado as formas autoscópia e autoscopia, pouco usadas, ainda restam sete formas concorrentes.
O termo autopsía já existia em grego (formado de auto, próprio + opsis, ação de ver + sufixo -ia), com o sentido de "ver com os próprios olhos".[2]
Galeno empregou o termo no sentido de inspeção pessoal para aquisição de conhecimentos de anatomia.[3]
Segundo Pedro Pinto, no sentido de exame cadavérico, o vocábulo foi primeiramente empregado por Alemanus, que entendia que o médico legista, ao examinar o cadáver, observava-se a si mesmo.[4]
Com o significado atual de investigação da causa mortis seu uso data do início do século XIX.[2] O dicionário de Moraes, de 1813, não registra a palavra autópsia, a qual teria entrado para a língua portuguesa por intermédio do francês.
Segundo J. P. Machado, o primeiro documento em língua portuguesa com a palavra autópsia data de 1847; é de autor anônimo e refere-se à "autópsia de partidos políticos...".[5]
A divergência de natureza prosódica reside no sufixo -ia, que pode provir diretamente do grego ou através do latim. Na primeira hipótese a vogal i é tônica: na segunda, é átona. Muitas palavras em português seguem a prosódia grega, enquanto outras seguem a prosódia latina.
Embora o uso tenha consagrado a forma proparoxítona, alguns léxicos indicam a forma paroxítona, fazendo recair o acento na letra i, conforme o étimo grego. Nascentes observa que "a acentuação no i, aceita por Constâncio, Faria, Roquete, Lacerda, Aulete e Ramiz, não é popular".[6] Outros dicionários registram as duas formas como variantes prosódicas possíveis.
O Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras registra autopse e autópsia, deixando autopsia (ía) para expressar a terceira pessoa do indicativo do verbo autopsiar.[7]
Autopse, em lugar de autópsia (por analogia com sinopse), tornou-se a forma preferida de autores portugueses, tendo sido adotada no Brasil por Plácido Barbosa, Pedro Pinto e Afrânio Peixoto.
As formas necropsia e necroscopia foram propostas em substituição à autopsia por serem etimologicamente mais apropriadas. Com base no dicionário de Moraes, Houaiss estabelece a datação histórica de 1858 para necropsia e necroscopia.[8]
O Shorter Oxforf English Dictionary indica a data de 1856 para a entrada do termo necropsy na língua inglesa.[9] Em francês ambos os termos estão averbados no Dictionnaire de Médecine, de Littré e Robin, de 1873 [10] e, em português, no Dicionário da Língua Portuguesa", de Domingos Vieira, editado entre 1871 e 1874.[11]
A forma necropse e a divergência prosódica entre necrópsia e necropsia decorrem, mutatis mutandis, das mesmas razões apontadas para autópsia. Existe, contudo, em relação à necropsia menor tolerância dos lexicógrafos para com a forma proparoxítona, talvez por se tratar de criação mais recente.
A classe médica brasileira, nos últimos 40 anos, vem usando indistintamente autópsia e necrópsia na sua forma proparoxítona, sendo raro o emprego de autopse, necropse e necropsia.
Parece claro que, se optarmos por autópsia como variante prosódica correta, por uma questão de coerência também devemos aceitar necrópsia em lugar de necropsia (ía).
Autópsia e necrópsia são, pois, as duas formas prevalecentes, sendo impossível, no momento, dizer qual delas irá predominar no futuro.

Re: Re.: Lembrando a clássica piada de advogado sobre autóps

Enviado: 14 Set 2007, 22:59
por JoePussy
Ilovefoxes escreveu:É um preço a se pegar pela perícia de cadáveres. Esse sensacionalismo não vai derrubar esse progresso.
[videomaker]Você teria coragem de dizer isso para aquele homem que teve seu espírito violado??[/videomaker]


não sei se vc interpretou dessa forma, eu não tinha visto por esse ângulo.

mas creio que o caso depõe contra quem diagnosticou o "cadáver", não com a necessidade de se efetuarem necrópsias (aprendi, viu, doc ? :emoticon17: ) :emoticon1:

tbm podemos usar a justificativa que às vezes o corpo está clinicamente morto (i.e., a capacidade da medicina de avaliar-lhe o estado o declarou assim) qdo na verdade não está falecido, estando apenas sem sinais vitais aparentes. não entendo de medicina o suficiente para explicar melhor este parágrafo.