As Pretensões dos Bispos de Roma
Enviado: 02 Jan 2006, 16:06
Interessante ver o outro lado da história.
As Pretensões dos Bispos de Roma
O Bispo de Roma, ainda hoje no século vinte, sustenta que tem uma primazia de jurisdição sobre todas as Igrejas, inclusive sobre os Patriarcas do Oriente. Alega que estes deveriam encontrar-se a ele submetidos, uma vez que "ele não é somente o Bispo de Roma e o Patriarca do Ocidente, mas também o Vigário de Cristo na Terra, o sucessor de São Pedro, e o Sumo Pontífice". O Papa Pio XII, em 1955, apelou para que as Igrejas "Uniatas" fizessem o máximo para trazer as Igrejas Ortodoxas ao "rebanho". Era dito aos Ortodoxos Orientais que não seria necessário modificar quaisquer das doutrinas ou costumes da Igreja Ortodoxa, exceto submeter-se debaixo da jurisdição do Papa; ou seja, perder todos os direitos à liberdade e independência. Em outras palavras, é solicitada uma rendição incondicional sob o jugo do Papa. Porém os princípios de governo democrático da Igreja Ortodoxa Oriental são seus verdadeiros fundamentos. A "Consciência da Igreja" é sua autoridade suprema e o guia infalível para proclamar a verdade da Salvação, tal como por séculos foi o caso para a Igreja Ocidental também. A questão, portanto, é que a supremacia do Papa foi o principal motivo da separação das Igrejas do Oriente e do Ocidente. É uma pretensão legítima? Como e quando os Papas começaram a reivindicar tal autoridade?
A Evolução das alegações de Supremacia do Papa. As origens da alegação de supremacia do Bispo de Roma sobre os chefes políticos e eclesiásticos são encontradas nas tradições de Roma pagã, onde o Imperador era o Pontífice supremo.
Milhões de cristãos antigos foram perseguidos e massacrados porque se recusaram a adorar o Imperador como a Deus. Seu precioso sacrifício não destruiu a super-potestade; foi aproveitada apenas para substituir o Imperador pagão pelo Papa Cristão(*).
Portanto, neste contexto, alguns dos bispos de Roma inventaram e fabricaram teorias fictícias do "direito divino" do papa de governar os negócios de Estado bem como os da Igreja. As reivindicações desse modo dividiram a Igreja, que por natureza e princípio era destinada a ser Una; os bispos promoveram guerras, criaram inquisições, forçaram o Grande Protesto no Ocidente e, finalmente, desenvolveram teorias tais como a infalibilidade, e tudo isto em nome de Deus!
Essas teorias fictícias, que foram destinadas a ser reconhecidas como verdadeiras por alguns séculos, entretanto mais tarde identificadas claramente como as fraudes mais habilmente forjadas, são três: as Pseudo-Clementinas, os Decretos do Pseudo-Isidoro e a Doação do Pseudo-Constantino.
Os Escritos Pseudo-Clementinos - A Tentativa de Promover Pedro e a Sé de Roma ao Poder Supremo
Os escritos Pseudo-Clementinos eram "Homílias" (discursos) espúrios erroneamente atribuídos ao Bispo Clemente de Roma (93-101), que tentavam relatar a vida do Apóstolo Pedro. O objetivo era um só: a elevação de Pedro acima dos outros Apóstolos, particularmente o Apóstolo Paulo, e a elevação da Sé de Roma diante de qualquer outra Sé episcopal. "Pedro", era alegado, "que foi o mais hábil de todos (os outros), foi escolhido para iluminar o Ocidente, o lugar mais escuro do Universo".
As "Homílias" foram escritas para amoldar a interpretação equivocada de Mateus 16:18-19, que "tu és Pedro, e sobre esta rocha edificarrei minha igreja . . . e dar-te-ei as chaves do reino do céu". É equivocada porque a palavra "rocha" não se refere a Pedro, mas à fé em que "Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo" (v. 16). Não há mencionado na Bíblia um só sinal da primazia de Pedro sobre os outros Apóstolos e, se uma primazia era pretendida, uma decisão de tal importância e magnitude certamente teria sido mencionada na Bíblia em linguagem inequívoca. Em muitos casos o contrário é verdadeiro; Paulo escreveu aos Gálatas, "eu me opus a ele (Pedro) em rosto, porque ele estava sendo censurável" (2,11); além disso, é bem sabido que Pedro negou Cristo por três vezes. Pedro não fundou a Igreja de Roma; ele efetivamente permaneceu em Antioquia por vários anos antes de chegar a Roma. Dizer que, assim como Cristo reina no Céu, Pedro e seus sucessores os papas governam a Terra, é uma afirmação contrária ao espírito do Evangelho e ao entendimento da Igreja antiga. Cristo era e é a pedra angular e a Cabeça da Igreja, que consiste de todos os membros de Seu Corpo (cf. Col.1:24).
Os Decretos Pseudo-Isidorianos e a Doação Pseudo-Constantiniana - A tentativa de legitimar o governo papal
Estes Decretos são uma compilação, preparada no século IX, consistindo de cânones de sínodos bem como de falsos decretos do Papa, os quais foram acrescentados mais tarde. Com relação a esses decretos foi dito que "nenhuma outra ilegitimidade na história do mundo foi feita com tanta perícia, e nenhuma outra falsificação teve tais consequências", assim escreveu um grande historiador. A ilegitimidade encontra-se na hábil adulteração das fontes canônicas de tal modo que a autoridade suprema do Papa foi seu resultado concreto. O Sacerdócio, concluíram eles, está acima da autoridade política; e o principal dentre o Clero é o Papa; o Papa então é a "Cabeça do Universo" (caput totius orbis). Esta "conclusão" é confirmada por uma outra engenhosa falsificação, a de que Constantino o Grande legou ao Papa, como uma Doação, o poder político de sua posição em Roma!
Essas muito práticas peças de falsificação apenas esperavam um perito para fazê-las cumprir à força - o Papa Nicolau I. O Papa Nicolau I (858-867), uma personalidade enérgica, qualificou-as como "monumentos antigos" e fê-las impor aos bispos e autoridades políticas do Ocidente. Dele foi dito que "Nicolau tornou-se Imperador de todo o mundo". Em seguida ao período de má reputação dos papas e do clero, essas falsificações tornaram-se os métodos oficiais para a nova reforma e probidade moral do clero. Consequentemente, os decretos de Pseudo-Isidoro prevaleceram e constituíram o "primado" do Papa. Historiadores bem como sábios católicos reconhecem que esses "Decretos" têm sido demonstrados como falsificações; não obstante, eles foram usados como o fundamento em prol da supremacia do Papa. Por quanto tempo os próprios papas continuarão a acreditar na firmeza de sua casa sem uma fundação sólida? Os papas continuam tentando conquistar todas as igrejas e especialmente a Igreja Ortodoxa Oriental utilizando-se de um novo instrumento: a Igreja Uniata. "Retornem ao rebanho" é uma arenga que se ouve de tempos em tempos. Possivelmente resulta de um complexo de inferioridade religiosa, no que se refere à verdade e aos fatos históricos. A Igreja Oriental é "o sustentáculo e o baluarte da verdade" que tem sido preservada, "em todo lugar, a qualquer tempo", contra as pretensões ilegais ou intromissões da Sé do Ocidente. O "rebanho" está onde a "verdade" é mostrada; onde o Único Pastor é reconhecido como sua Cabeça, Jesus Cristo. A esse "rebanho" a Igreja Ocidental está convidada a reunir-se, pela revogação das "inovações" e o pretexto de supremacia do Papa à custa do "rebanho".
http://www.nlink.com.br/~lume/cisma.htm
As Pretensões dos Bispos de Roma
O Bispo de Roma, ainda hoje no século vinte, sustenta que tem uma primazia de jurisdição sobre todas as Igrejas, inclusive sobre os Patriarcas do Oriente. Alega que estes deveriam encontrar-se a ele submetidos, uma vez que "ele não é somente o Bispo de Roma e o Patriarca do Ocidente, mas também o Vigário de Cristo na Terra, o sucessor de São Pedro, e o Sumo Pontífice". O Papa Pio XII, em 1955, apelou para que as Igrejas "Uniatas" fizessem o máximo para trazer as Igrejas Ortodoxas ao "rebanho". Era dito aos Ortodoxos Orientais que não seria necessário modificar quaisquer das doutrinas ou costumes da Igreja Ortodoxa, exceto submeter-se debaixo da jurisdição do Papa; ou seja, perder todos os direitos à liberdade e independência. Em outras palavras, é solicitada uma rendição incondicional sob o jugo do Papa. Porém os princípios de governo democrático da Igreja Ortodoxa Oriental são seus verdadeiros fundamentos. A "Consciência da Igreja" é sua autoridade suprema e o guia infalível para proclamar a verdade da Salvação, tal como por séculos foi o caso para a Igreja Ocidental também. A questão, portanto, é que a supremacia do Papa foi o principal motivo da separação das Igrejas do Oriente e do Ocidente. É uma pretensão legítima? Como e quando os Papas começaram a reivindicar tal autoridade?
A Evolução das alegações de Supremacia do Papa. As origens da alegação de supremacia do Bispo de Roma sobre os chefes políticos e eclesiásticos são encontradas nas tradições de Roma pagã, onde o Imperador era o Pontífice supremo.
Milhões de cristãos antigos foram perseguidos e massacrados porque se recusaram a adorar o Imperador como a Deus. Seu precioso sacrifício não destruiu a super-potestade; foi aproveitada apenas para substituir o Imperador pagão pelo Papa Cristão(*).
Portanto, neste contexto, alguns dos bispos de Roma inventaram e fabricaram teorias fictícias do "direito divino" do papa de governar os negócios de Estado bem como os da Igreja. As reivindicações desse modo dividiram a Igreja, que por natureza e princípio era destinada a ser Una; os bispos promoveram guerras, criaram inquisições, forçaram o Grande Protesto no Ocidente e, finalmente, desenvolveram teorias tais como a infalibilidade, e tudo isto em nome de Deus!
Essas teorias fictícias, que foram destinadas a ser reconhecidas como verdadeiras por alguns séculos, entretanto mais tarde identificadas claramente como as fraudes mais habilmente forjadas, são três: as Pseudo-Clementinas, os Decretos do Pseudo-Isidoro e a Doação do Pseudo-Constantino.
Os Escritos Pseudo-Clementinos - A Tentativa de Promover Pedro e a Sé de Roma ao Poder Supremo
Os escritos Pseudo-Clementinos eram "Homílias" (discursos) espúrios erroneamente atribuídos ao Bispo Clemente de Roma (93-101), que tentavam relatar a vida do Apóstolo Pedro. O objetivo era um só: a elevação de Pedro acima dos outros Apóstolos, particularmente o Apóstolo Paulo, e a elevação da Sé de Roma diante de qualquer outra Sé episcopal. "Pedro", era alegado, "que foi o mais hábil de todos (os outros), foi escolhido para iluminar o Ocidente, o lugar mais escuro do Universo".
As "Homílias" foram escritas para amoldar a interpretação equivocada de Mateus 16:18-19, que "tu és Pedro, e sobre esta rocha edificarrei minha igreja . . . e dar-te-ei as chaves do reino do céu". É equivocada porque a palavra "rocha" não se refere a Pedro, mas à fé em que "Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo" (v. 16). Não há mencionado na Bíblia um só sinal da primazia de Pedro sobre os outros Apóstolos e, se uma primazia era pretendida, uma decisão de tal importância e magnitude certamente teria sido mencionada na Bíblia em linguagem inequívoca. Em muitos casos o contrário é verdadeiro; Paulo escreveu aos Gálatas, "eu me opus a ele (Pedro) em rosto, porque ele estava sendo censurável" (2,11); além disso, é bem sabido que Pedro negou Cristo por três vezes. Pedro não fundou a Igreja de Roma; ele efetivamente permaneceu em Antioquia por vários anos antes de chegar a Roma. Dizer que, assim como Cristo reina no Céu, Pedro e seus sucessores os papas governam a Terra, é uma afirmação contrária ao espírito do Evangelho e ao entendimento da Igreja antiga. Cristo era e é a pedra angular e a Cabeça da Igreja, que consiste de todos os membros de Seu Corpo (cf. Col.1:24).
Os Decretos Pseudo-Isidorianos e a Doação Pseudo-Constantiniana - A tentativa de legitimar o governo papal
Estes Decretos são uma compilação, preparada no século IX, consistindo de cânones de sínodos bem como de falsos decretos do Papa, os quais foram acrescentados mais tarde. Com relação a esses decretos foi dito que "nenhuma outra ilegitimidade na história do mundo foi feita com tanta perícia, e nenhuma outra falsificação teve tais consequências", assim escreveu um grande historiador. A ilegitimidade encontra-se na hábil adulteração das fontes canônicas de tal modo que a autoridade suprema do Papa foi seu resultado concreto. O Sacerdócio, concluíram eles, está acima da autoridade política; e o principal dentre o Clero é o Papa; o Papa então é a "Cabeça do Universo" (caput totius orbis). Esta "conclusão" é confirmada por uma outra engenhosa falsificação, a de que Constantino o Grande legou ao Papa, como uma Doação, o poder político de sua posição em Roma!
Essas muito práticas peças de falsificação apenas esperavam um perito para fazê-las cumprir à força - o Papa Nicolau I. O Papa Nicolau I (858-867), uma personalidade enérgica, qualificou-as como "monumentos antigos" e fê-las impor aos bispos e autoridades políticas do Ocidente. Dele foi dito que "Nicolau tornou-se Imperador de todo o mundo". Em seguida ao período de má reputação dos papas e do clero, essas falsificações tornaram-se os métodos oficiais para a nova reforma e probidade moral do clero. Consequentemente, os decretos de Pseudo-Isidoro prevaleceram e constituíram o "primado" do Papa. Historiadores bem como sábios católicos reconhecem que esses "Decretos" têm sido demonstrados como falsificações; não obstante, eles foram usados como o fundamento em prol da supremacia do Papa. Por quanto tempo os próprios papas continuarão a acreditar na firmeza de sua casa sem uma fundação sólida? Os papas continuam tentando conquistar todas as igrejas e especialmente a Igreja Ortodoxa Oriental utilizando-se de um novo instrumento: a Igreja Uniata. "Retornem ao rebanho" é uma arenga que se ouve de tempos em tempos. Possivelmente resulta de um complexo de inferioridade religiosa, no que se refere à verdade e aos fatos históricos. A Igreja Oriental é "o sustentáculo e o baluarte da verdade" que tem sido preservada, "em todo lugar, a qualquer tempo", contra as pretensões ilegais ou intromissões da Sé do Ocidente. O "rebanho" está onde a "verdade" é mostrada; onde o Único Pastor é reconhecido como sua Cabeça, Jesus Cristo. A esse "rebanho" a Igreja Ocidental está convidada a reunir-se, pela revogação das "inovações" e o pretexto de supremacia do Papa à custa do "rebanho".
http://www.nlink.com.br/~lume/cisma.htm