CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FARSA

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Acauan
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CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FARSA

Mensagem por Acauan »

VEJA, edição 2028, 3 de outubro de 2007
Especial

CHE
HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FARSA

"Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto." Há quarenta anos, no dia 8 de outubro de 1967, essa frase foi gritada por um guerrilheiro maltrapilho e sujo metido em uma grota nos confins da Bolívia. Nunca mais foi lembrada. Seu esquecimento deve-se ao fato de que o pedido de misericórdia, o apelo desesperado pela própria vida e o reconhecimento sem disfarce da derrota não combinam com a aura mitológica criada em torno de tudo o que se refere à vida e à morte de Ernesto Guevara Lynch de la Serna, argentino de Rosário, o Che, que antes, para os companheiros, era apenas "el chancho", o porco, porque não gostava de banho e "tinha cheiro de rim fervido".



Diogo Schelp e Duda Teixeira

Foto Antonio Nunez Jimenez/AFP
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ÀS VÉSPERAS DO GOLPE
Che em Caballete de Casas, em Cuba, em 1958: exceto na revolução cubana, sua vida foi uma seqüência de fracassos. Como guerrilheiro, foi derrotado no Congo e na Bolívia


Essa é a realidade esquecida. No mito, sempre lembrado, ecoam as palavras ditas ao tenente boliviano Mário Terán, encarregado de sua execução, e que parecia hesitar em apertar o gatilho: "Você vai matar um homem". Essas, sim, servem de corolário perfeito a um guerreiro disposto ao sacrifício em nome de ideais que valem mais que a própria vida. Ambas as frases foram relatadas por várias testemunhas e meticulosamente anotadas pelo capitão Gary Prado Salmón, do Exército boliviano, responsável pela captura de Che. Provenientes das mesmas fontes, merecem, portanto, idêntica credibilidade. O esquecimento de uma frase e a perpetuação da outra resumem o sucesso da máquina de propaganda marxista na elaboração de seu maior e até então intocado mito. Che tem um apelo que beira a lenda entre os jovens dos cinco continentes. Como homem de carne e osso, com suas fraquezas, sua maníaca necessidade de matar pessoas, sua crença inabalável na violência política e a busca incessante da morte gloriosa, foi um ser desprezível. "Ele era adepto do totalitarismo até o último pêlo do corpo", escreveu sobre ele o jornalista francês Régis Debray, que por alguns meses conviveu com Che na Bolívia.

Por suas convicções ideológicas, Che tem seu lugar assegurado na mesma lata de lixo onde a história já arremessou há tempos outros teóricos e práticos do comunismo, como Lenin, Stalin, Trotsky, Mao e Fidel Castro. Entre a captura e a execução de Che na Bolívia, passaram-se 24 horas. Nesse período, o governo boliviano e os americanos da CIA que ajudaram na operação decidiram entre si o destino de Guevara. Execução sumária? Não para os padrões de Che. Centenas de homens que ele fuzilou em Cuba tiveram sua sorte selada em ritos sumários cujas deliberações muitas vezes não passavam de dez minutos.

VEJA conversou com historiadores, biógrafos, antigos companheiros de Che na guerrilha e no governo cubano na tentativa de entender como o rosto de um apologista da violência, voluntarioso e autoritário, foi parar no biquíni de Gisele Bündchen, no braço de Maradona, na barriga de Mike Tyson, em pôsteres e camisetas. Seu retrato clássico – feito pelo fotógrafo cubano Alberto Korda em 1960 – é a fotografia mais reproduzida de todos os tempos. O mito é particularmente enganoso por se sustentar no avesso do que o homem foi, pensou e realizou durante sua existência. Incapaz de compreender a vida em uma sociedade aberta e sempre disposto a eliminar a tiros os adversários – mesmo os que vestiam a mesma farda que ele –, Che é, paradoxalmente, visto como um símbolo da luta pela liberdade. Guevara é responsável direto pela morte de 49 jovens inexperientes recrutas que faziam o serviço militar obrigatório na Bolívia. Eles foram mobilizados para defender a soberania de sua pátria e expulsar os invasores cubanos, sob cujo fogo pereceram. Tendo ajudado a estabelecer um sistema de penúria em Cuba, Che agora é apresentado como um símbolo de justiça social. Politicamente dogmático, aferrado com unhas e dentes à rigidez do marxismo-leninismo em sua vertente mais totalitária, passa por livre-pensador.

O regime policialesco de Fidel Castro não permite que aqueles que conviveram com Che e permanecem em Cuba possam ir além da cinzenta ladainha oficial. Por isso, apesar do rancor que pode apimentar suas lembranças, os exilados cubanos são vozes de maior credibilidade. O movimento que derrubou o ditador Fulgencio Batista, em 1959, não foi uma ação de comunistas, como pretende Fidel Castro. Boa parte da liderança revolucionária e dos comandantes guerrilheiros tinha por objetivo a instauração da democracia em Cuba. Mas foi surpreendida por um golpe comunista dentro da revolução. Acabaram presos, fuzilados ou deportados. Desde o início, Che representou a linha dura pró-soviética, ao lado do irmão de Fidel, Raul Castro. Na versão mitológica, Che era dono de um talento militar excepcional. Seus ex-companheiros, no entanto, lembram-se dele como um comandante imprudente, irascível, rápido em ordenar execuções e mais rápido ainda em liderar seus camaradas para a morte, em guerras sem futuro no Congo e na Bolívia.

The New York Times
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A "MALDIÇÃO DE SATURNO"
Com Fidel em Havana, em 1959: "Que esta revolução não devore seus próprios filhos", dizia Fidel. Ele fez o contrário. As últimas transmissões de rádio de Che na Bolívia foram ignoradas em Havana


Huber Matos, que lutou sob as ordens do argentino em Cuba, falou a VEJA sobre o fracasso de Che como comandante: "A luta foi difícil na primavera de 1958. A frente de comportamento mais desastroso foi a de Che. Mas isso não o afetou, porque era o favorito de Fidel, que nos impedia de discutir abertamente o trabalho pífio de seu protegido como guerrilheiro". Pouco depois do triunfo da guerrilha, ao perceber os primeiros sinais de tirania, Huber renunciou a seu posto no governo revolucionário e informou que voltaria a ser professor. Preso dois dias depois, passou vinte anos na cadeia. Vive hoje em Miami. À moda soviética, sua imagem foi removida das fotos feitas durante a entrada solene em Havana, em que aparecia ao lado de Fidel e Camilo Cienfuegos, outro comandante não comunista desaparecido em circunstâncias misteriosas nos primórdios da revolução.

Nomeado comandante da fortaleza La Cabaña, para onde eram levados presos políticos, Che Guevara a converteu em campo de extermínio. Nos seis meses sob seu comando, duas centenas de desafetos foram fuzilados, sendo que apenas uma minoria era formada por torturadores e outros agentes violentos do regime de Batista. A maioria era apenas gente incômoda.

Napoleon Vilaboa, membro do Movimento 26 de Julho e assessor de Che em La Cabaña, conta agora ter levado ao gabinete do chefe um detido chamado José Castaño, oficial de inteligência do Exército de Batista. Sobre Castaño não pesava nenhuma acusação que pudesse produzir uma sentença de morte. Fidel chegou a ligar para Che para depor a favor de Castaño. Tarde demais. Enquanto dava voltas em torno de sua mesa e da cadeira onde estava o militar, Che sacou a pistola 45 e o matou ali mesmo com balaços na cabeça. Em outra ocasião, Che foi procurado por uma mãe desesperada, que implorou pela soltura do filho, um menino de 15 anos preso por pichar muros com inscrições contra Fidel. Um soldado informou a Che que o jovem seria fuzilado dali a alguns dias. O comandante, então, ordenou que fosse executado imediatamente, "para que a senhora não passasse pela angústia de uma espera mais longa".

Em seu diário da campanha em Sierra Maestra, Che antecipa o seu comportamento em La Cabaña. Ele descreve com naturalidade como executou Eutímio Guerra, um rebelde acusado de colaborar com os soldados de Batista: "Acabei com o problema dando-lhe um tiro com uma pistola calibre 32 no lado direito do crânio, com o orifício de saída no lobo temporal direito. Ele arquejou um pouco e estava morto. Seus bens agora me pertenciam". Em outro momento, Che decidiu executar dois guerrilheiros acusados de ser informantes de Batista. Ele disse: "Essa gente, como é colaboradora da ditadura, tem de ser castigada com a morte". Como não havia provas contra a dupla, os outros rebeldes presentes se opuseram à decisão de Che. Sem lhes dar ouvidos, ele executou os dois com a própria pistola. Essa frieza e a crueldade sumiram atrás da moldura romântica que lhe emprestaram, construída pelos mesmos ideólogos que atribuíram a ele a frase famosa – "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás". Frase criada pela propaganda esquerdista.

Como o jovem aventureiro que excursionou de motocicleta pelas Américas se tornou um assassino cruel e maníaco? O jornalista americano Jon Lee Anderson, autor da mais completa biografia de Che, escreveu que ele era um fatalista – e esse fatalismo aguçou-se depois que se juntou aos guerrilheiros cubanos. "Para ele, a realidade era apenas uma questão de preto e branco. Despertava toda manhã com a perspectiva de matar ou morrer pela causa", afirma Anderson.

Ernesto Guevara Lynch de la Serna nasceu em 14 de maio de 1928, em uma família de esquerdistas ricos na Argentina. Sofreu de asma a vida inteira. Antes de se formar em medicina, profissão que nunca exerceu de fato, viajou pela América do Sul durante oito meses. Depois de terminada a faculdade, saiu da Argentina para nunca mais voltar. Encontrou-se com Fidel Castro no México, em 1955, onde aprendeu técnicas de guerrilha. No ano seguinte, participou do desembarque em Cuba do pequeno contingente de revolucionários. Depois de dois anos de combates na Sierra Maestra, Fidel tomou o poder em Havana. Che ocupou-se primeiro dos fuzilamentos e, depois, da economia, assunto do qual nada entendia. José Illan, que foi vice-ministro de Finanças antes de fugir de Cuba, contou a VEJA que o argentino "desprezava os técnicos e tratava a nós, os jovens cubanos, com prepotência". No comando do Banco Central e depois do Ministério da Indústria, Che começou a nacionalizar a indústria e foi o principal defensor do controle estatal das fábricas. "Che era um utópico que acreditava que as coisas podiam ser feitas usando-se apenas a força de vontade", diz o historiador Pedro Corzo, do Instituto da Memória Histórica Cubana, em Miami. Como resultado de sua "força de vontade", a produção agrícola caiu pela metade e a indústria açucareira, o principal produto de exportação de Cuba, entrou em colapso. Em 1963, em estado de penúria, a ilha passou a viver da mesada enviada pela então União Soviética.

AFP
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CASADO COM SI PRÓPRIO
Che com sua segunda mulher, Aleida March, no dia de seu casamento, em Havana, em 1959. Elas não podiam competir com o "chamado da aventura"


Não havia mais o que Che pudesse fazer em Cuba. Era ministro da Indústria, mas divergia de Fidel em questões relativas ao desenvolvimento econômico. De maneira simplista, ele acreditava que incentivos morais tinham maiores probabilidades de estimular o trabalho. Che também se tornou crítico feroz da União Soviética, da qual o regime cubano dependia para sobreviver. Não por discordar do Kremlin, mas porque julgava os soviéticos tímidos na promoção da revolução armada no Terceiro Mundo. Para se livrar dele, Fidel o mandou como delegado à Assembléia-Geral das Nações Unidas em 1964. No ano seguinte, Che foi secretamente combater no Congo, à frente de soldados cubanos. Ali, paralisado por incompreensíveis rivalidades tribais, derrotado no campo de batalha e abatido pela diarréia, Che propôs a seus comandados lutar até a morte. Mas foi demovido do propósito pela soldadesca, que não aceitou o sacrifício numa guerra sem sentido.

Daí em diante o argentino tornou-se uma figura patética. Em Havana, Fidel divulgara a carta em que ele renunciava à cidadania cubana e anunciava sua disposição de levar a guerra revolucionária a outras plagas. Pego de surpresa pela leitura prematura do documento, Che ficou no limbo, sem ter para onde voltar. "Sua vida foi uma seqüência de fracassos", disse a VEJA o historiador cubano Jaime Suchlicki, da Universidade de Miami. "Como médico, nunca exerceu a profissão. Como ministro e embaixador, não conseguiu o que queria. Como guerrilheiro, foi eficiente apenas em matar por causas sem futuro." Na falta de opções, Che escolheu a Bolívia para sua nova aventura guerrilheira. Ele lutaria em território montanhoso e inóspito, imerso na selva, sem falar o dialeto indígena dos camponeses bolivianos. O plano original era adentrar, pela fronteira, a província argentina de Salta. Mas um contigente exploratório foi aniquilado rapidamente pelo exército daquele país. A missão boliviana era, de todos os pontos de vista, suicida. Ainda assim, Fidel a apoiou, a ponto de designar alguns soldados de seu exército para o destacamento guerrilheiro. O ditador cubano também equipou e financiou a expedição, com a qual manteve contato até que seu fracasso se tornou evidente.

Além da falta de apoio do povo boliviano, que tratou os cubanos chefiados por Che como um bando de salteadores, a expedição fracassou também pela traição do Partido Comunista Boliviano. VEJA perguntou a um de seus mais altos dirigentes dos anos 60, Juan Coronel Quiroga: "O PCB traiu Che Guevara?". Resposta de Quiroga: "Sim". A explicação? "Nosso partido era afinado com Moscou, onde a estratégia de abrir focos de guerrilha como a de Che estava há muito desacreditada." Quiroga era amigo pessoal do então ministro da Defesa da Bolívia e conseguiu que as mãos do cadáver de Che Guevara fossem decepadas, mantidas em formol e entregues a ele. "Por anos guardei as mãos de Che debaixo da minha cama em um grande pote de vidro. Um dia meu filho deparou com aquilo e quase entrou em pânico", conta Quiroga. Anos mais tarde, coube a Quiroga a missão de entregar o lúgubre pote com as mãos de Guevara à Embaixada de Cuba em Moscou.

A morte de Che foi central para a estabilização do regime cubano nos anos 60, de acordo com o polonês naturalizado americano Tad Szulc, na sua celebrada biografia de Fidel. O fim do guerrilheiro argentino ajudou o ditador a pacificar suas relações com Moscou e ainda lhe forneceu um ícone de aceitação mais ampla que a própria revolução. O esforço de construção do mito foi facilitado por vários fatores. Quando morreu, Che era uma celebridade internacional. Boa-pinta, saía ótimo nas fotografias. A foto do pôster que enfeita quartos de milhões de jovens foi tirada num funeral em Havana, ao qual compareceram o filósofo francês Jean-Paul Sartre – que exaltou Che como "o mais completo ser humano de nossa era" – e sua mulher, a escritora Simone de Beauvoir. A foto de 1960 só ganhou divulgação mundial sete anos depois, nas páginas da revista Paris Match. Dois meses mais tarde, Che foi morto na selva boliviana e Fidel fez um comício à frente de uma enorme reprodução da imagem, que preenchia toda a fachada de um prédio público cubano. Nascia o pôster.

Três fatos ajudaram a consolidar o mito. O primeiro foi a morte prematura de Che, que eternizou sua imagem jovem. Aos 39 anos, ele estava longe de ser um adolescente quando foi abatido, mas a pinta de galã lhe garantia um aspecto juvenil. O fim precoce também o salvou de ser associado à agonia do comunismo. A decadência física e política de Fidel Castro, desmoralizado pela responsabilidade no isolamento e no atraso econômico que afligem o povo cubano, dá uma idéia do que poderia ter acontecido com Che, que era apenas dois anos mais jovem que o ditador.

Reuters
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PARA IMPRESSIONAR "IKE"
Guevara e Fidel em jogo-treino de golfe para disputar uma partida, que nunca houve, com Eisenhower em Washington: "Fidel ganhou, mas Che o deixou ganhar"


O segundo fato foi a ajuda involuntária de seus algozes. Preocupados em reunir provas convincentes de que o guerrilheiro célebre estava morto, os militares bolivianos mandaram lavar o corpo e aparar e pentear sua barba e seu cabelo. Também resolveram trocar sua roupa imunda. Tudo isso para poder tirar fotos em que ele fosse facilmente identificado. O resultado é um retrato com espantosa semelhança com as pinturas barrocas do Cristo morto de expressão beatificada. A terceira contribuição recebida pelos esquerdistas na construção do mito veio do contexto histórico. Che morreu às vésperas dos grandes protestos em defesa dos direitos civis, da agitação dos movimentos estudantis e da revolução de costumes da contracultura – turbulências que marcaram o ano de 1968. Era um personagem perfeito para ser símbolo da juventude de então, que se definia pela "determinação exacerbada e narcisista de conseguir tudo aqui e agora", como escreveu o mexicano Jorge Castañeda, em sua biografia de Che. A história, no entanto, mostra que o homem era muito diferente do mito. Mas quem resiste? Neste mês, nos Estados Unidos, o cubano Gustavo Villoldo, chefe da equipe da CIA que participou da captura do guerrilheiro, vai leiloar uma mecha de cabelo de Che.

Se houve um ganhador da Guerra Fria, foi Che Guevara. Ele morreu e foi santificado antes que seu narcisismo suicida e os crimes que decorreram dele pudessem ser julgados com distanciamento, sob uma luz mais civilizada, que faria aflorar sua brutalidade com nitidez. Pobre Fidel Castro. Enquanto Che foi cristalizado na foto hipnótica de Alberto Korda, ele próprio, o supremo comandante, aparece cada dia mais roto, macilento, caduco, enquanto se desmancha lentamente dentro de um ridículo agasalho esportivo diante das lentes das câmeras da televisão estatal cubana. O método de luta política que Guevara adotou já era errado em seu tempo. No rastro de suas concepções de revolução pela revolução, a América Latina foi lançada em um banho de sangue e uma onda de destruição ainda não inteiramente avaliada e, pior, não totalmente assentada. O mito em torno de Che constitui-se numa muralha que impediu até agora a correta observação de alguns dos mais desastrosos eventos da história contemporânea das Américas. Está passando da hora de essa muralha cair.


A FRASE MAIS FAMOSA ATRIBUÍDA A GUEVARA É...
"Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura."


...OUTRAS MENOS CONHECIDAS REVELAM SUA REAL PERSONALIDADE:

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"Estou na selva cubana, vivo e sedento de sangue."
Carta à esposa, Hilda Gadea, em janeiro de 1957

Keystone/Getty Images
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"Fuzilamos e seguiremos fuzilando enquanto for necessário. Nossa luta é uma luta até a morte."
Discurso na Assembléia-Geral da ONU, em 11 de dezembro de 1964

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"O ódio intransigente ao inimigo (...) converte (o combatente) em uma efetiva, seletiva e fria máquina de matar. Nossos soldados têm de ser assim."
Revista cubana Tricontinental, em maio de 1967

O mundo tomou outro rumo

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CUBA
Apesar de tentar exportar sua revolução, a ilha tornou-se a vitrine de seu fracasso. Sem liberdade política nem econômica, o país é um museu de prédios, carros e dirigentes decrépitos, onde comida, combustíveis e energia são racionados.

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BOLÍVIA
O foco guerrilheiro de Guevara foi derrotado pela população pobre da Bolívia, que negou ajuda e ainda delatou o grupo.

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CONGO
Guevara e um contingente de cubanos lutaram ao lado do chefe tribal Laurent Kabila contra o coronel Mobutu. Em 1997 Kabila finalmente derrubou Mobuto, mas foi assassinado em 2001. Em seu curto governo, 3 milhões de pessoas foram mortas em guerras tribais.

CHINA
A ideologia de Mao Tsé-tung, que Guevara citava como modelo de comunismo, foi sepultada pelos chineses.

COMUNISMO
Depois da queda do Muro de Berlim, a ideologia será lembrada sobretudo como a responsável pela morte de 100 milhões de pessoas.

VIETNÃ
Na frase famosa, Guevara propôs criar "dois, três, muitos Vietnãs". Acertou. A globalização da economia está criando Vietnãs pelo mundo – países adeptos da economia de mercado, com rápido crescimento econômico e aliados dos Estados Unidos.

"A ordem de execução veio pelo rádio"

Fotos divulgação
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O ÚLTIMO DIA DO GUERRILHEIRO
Maltrapilho e sujo, Guevara posa com os soldados que o capturaram na vila de La Higuera, onde seria morto. A seu lado, assinalado, está o agente da CIA Felix Rodríguez. À direita, Felix hoje, em Miami
Felix Rodríguez foi uma das últimas pessoas a conversar com Che Guevara. Mais do que isso, foi ele quem recebeu e transmitiu a ordem para que o guerrilheiro fosse executado. Cubano exilado nos Estados Unidos, ele era o operador de rádio enviado à Bolívia pela CIA para auxiliar na caçada e, também, para ajudar a identificar Guevara. Veterano da fracassada invasão da Baía dos Porcos, em 1961, Rodríguez vive hoje em Miami, aos 66 anos. Ele falou ao repórter Duda Teixeira.

COMO CHEGOU A ORDEM PARA MATAR CHE?
As instruções que recebi nos Estados Unidos eram para poupar sua vida. A CIA sabia da divergência de idéias entre Che e Fidel e acreditava que, a longo prazo, ele poderia cooperar com a agência. A ordem para sua execução veio por rádio, de uma alta autoridade boliviana. Era uma mensagem em código: "500, 600". O primeiro número, 500, significava Guevara. O segundo, que ele deveria ser morto. Tentei em vão convencer os militares bolivianos a permitir que ele fosse levado para ser interrogado no Panamá. Eles negaram meu pedido e me deram um prazo. Eu deveria entregar o corpo de Guevara até as 2 horas da tarde. Perto das 11h30, uma senhora aproximou-se de mim e perguntou quando iríamos matá-lo, pois ouvira no rádio que Che havia morrido em combate. Naquele momento compreendi que a decisão de executá-lo era irrevogável.

COMO FOI SUA ÚLTIMA CONVERSA COM ELE?
Fui até o local de seu cativeiro e disse a ele que lamentava, mas eram ordens superiores. Che ficou branco como um papel. "É melhor assim. Eu nunca deveria ter sido capturado vivo", falou. Tirou o cachimbo da boca e me pediu para que o desse a um dos soldados. Ofereci-me para transmitir mensagens à sua família. "Diga a Fidel que esse fracasso não significa o fim da revolução, que logo ela triunfará em alguma parte da América Latina", ele falou em tom sarcástico. Aí lembrou da esposa. "Diga a minha senhora que se case outra vez e trate de ser feliz." Foram suas últimas palavras. Apertou a minha mão e me deu um abraço, como se pensasse que eu seria o carrasco. Saí dali e avisei a um tenente armado com uma carabina M2, automática, que a ordem já tinha sido dada. Recomendei a ele que atirasse da barba para baixo, porque se supunha que Che havia morrido em combate. Eram 13h10 quando escutei o barulho de tiros. Che Guevara tinha sido morto.

COMO FOI O SEU PRIMEIRO CONTATO COM CHE GUEVARA?
Cheguei a La Higuera de helicóptero em 9 de outubro, um dia depois da captura de Che Guevara. Eu o encontrei com os pés e as mãos amarrados, ao lado dos corpos de dois cubanos. Sangrava de uma ferida na perna. Era um homem totalmente arrasado. Parecia um mendigo.

COMO FORAM SUAS CONVERSAS COM CHE?
Nós nos tratamos com respeito. Eu o chamava de comandante. Falamos de Cuba e de outras coisas, mas ele permanecia calado quando as perguntas eram de interesse estratégico. Houve momentos em que não consegui prestar atenção ao que ele dizia. Ao olhar aquele homem derrotado, vinha-me à mente sua imagem no passado, sempre altiva e arrogante.

COMO FORAM AS RELAÇÕES DE CHE COM A POPULAÇÃO NA BOLÍVIA?
Para sobreviver, é essencial que uma força guerrilheira conte com o apoio da população local. A aventura de Che na Bolívia foi um caso único em que uma guerrilha não conseguiu recrutar um único morador da área onde atuou. Só um agricultor ganhou a confiança dos guerrilheiros, e mesmo esse acabou por passar informações que permitiram ao Exército armar uma emboscada. Os poucos bolivianos que participaram da guerrilha eram dissidentes do Partido Comunista. Nenhum camponês.

POR QUE O SENHOR FOI ENVIADO À BOLÍVIA?
O Exército boliviano estava totalmente despreparado para enfrentar uma guerrilha. A maior parte dos soldados trabalhava na construção de estradas e provavelmente jamais dera um tiro de fuzil. Nos primeiros embates, os guerrilheiros aprisionavam os soldados, tiravam suas roupas e os soltavam. Foi então que o governo boliviano pediu ajuda aos Estados Unidos.

Limparam Che para a foto


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No dia de sua morte, amarrado ao esqui de um helicóptero militar, Che Guevara foi levado do local da execução para um vilarejo chamado Vallegrande. A brasileira Helle Alves, repórter, e o fotógrafo Antonio Moura, então trabalhando para o Diário da Noite, de São Paulo, viram a chegada do corpo, que foi levado para a lavanderia do hospital local (acima). Ali, Moura foi o único jornalista a fotografar o corpo de Guevara ainda sujo, vestido de trapos e calçado com o que sobrou de uma botina artesanal de couro (abaixo). Moura conseguiu fotografar o corpo antes da limpeza e da arrumação. "Che usava um calço em um dos calcanhares, provavelmente para corrigir uma diferença de tamanho entre uma perna e outra", lembra Helle. Ela contou pelo menos dez marcas de tiro no corpo do argentino. "Os moradores tinham raiva dele e invadiram a lavanderia, mas, quando viram o corpo, passaram a dizer que ele parecia Jesus Cristo." Começara o mito.

Fotos Antonio Moura
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Ele está em toda parte

Fotos Mauricio Lima/Jonathan Utz-AFP e Alfredo Tedeschi-File-Reuters
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O retrato de Che feito por Alberto Korda em 1960 é agora uma imagem de múltiplos significados: é pop no biquíni da Cia. Marítima vestido por Gisele Bündchen e uma manifestação de truculência e mau humor nas tatuagens de Maradona e Mike Tyson
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

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SickBoy
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Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FARSA

Mensagem por SickBoy »

pop hoje é ser reaça. vende revista que é uma maravilha

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DIG
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Mensagem por DIG »

E isto virou 1 símbolo de luta pela liberdade :emoticon15: ...

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zencem
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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por zencem »

SickBoy escreveu:pop hoje é ser reaça. vende revista que é uma maravilha


O que é ser reaça? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:
Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


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Apo
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Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FARSA

Mensagem por Apo »

Che era niilista e deprimido. Serviu bem ao seu mentor Castro, que o lavou a cabeça quando percebeu que o rapaz lhe servia. Depois, quando Che mostrou que era mais doente do que Fidel, brigaram.
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Ilovefoxes
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Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FARSA

Mensagem por Ilovefoxes »

Comunismo é sem sentido. É preciso de algo para comover, já que a razão não está do seu lado. Basicamente "Che morreu pelo comunismo, logo o comunismo é justo". Exatamente como a história do cristianismo, nem o grande guerreiro ou o messias existiram, nenhum deles fazia algo bom, mas como morreram o sentimento de culpa derruba a noção da realidade.

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André
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Registrado em: 13 Nov 2006, 11:25

Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por André »

zencem escreveu:
SickBoy escreveu:pop hoje é ser reaça. vende revista que é uma maravilha


O que é ser reaça? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


É o contrario a revolução, ou aquele que se opõe a revolução, originalmente. Hoje é termo popular para chamar os conservadores, ou de direita.

Eu por exemplo sou contrario a revolução violenta e favorável aos meios democráticos, como sendo os melhores e justos. Por essa ótica seria reaça no sentido original, mas no sentido atual da palavra não, pois como sou favorável a transformações, e socialmente e culturalmente progressista, a posição conservadora é oposta.

Sobre Che, ele cometeu tantos atos terríveis, e esteve tão equivocado sobre tantas coisas que para mim nunca foi admirável. Talvez no inicio das viagens ainda houvesse solidariedade, mas com o tempo essa foi substituída por um ódio irracional, e uma incompreensão do contexto gigantesca. Pensar em realizar revolução na Bolívia sem apoio popular é apenas um dos exemplos dessa incompreensão.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Fedidovisk
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Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FARSA

Mensagem por Fedidovisk »

Um herói tem mais um papel artistico e mítico, do que histórico, de resto ele é humano... se ele vale mais vivo do que morto, ele vale mais com a mensagem de libertação... agora se isso é mal usado, principalmente pelos Chvavez e Fidels da vida, já é outro assunto...

Mas essa matéria de capa, deve ser para encobrir o recente suposto envolvimento da Veja e FHC no mensalão mineiro.... :emoticon12: :emoticon12:

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zencem
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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por zencem »

André escreveu:
zencem escreveu:
SickBoy escreveu:pop hoje é ser reaça. vende revista que é uma maravilha


O que é ser reaça? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


É o contrario a revolução, ou aquele que se opõe a revolução, originalmente. Hoje é termo popular para chamar os conservadores, ou de direita.

Eu por exemplo sou contrario a revolução violenta e favorável aos meios democráticos, como sendo os melhores e justos. Por essa ótica seria reaça no sentido original, mas no sentido atual da palavra não, pois como sou favorável a transformações, e socialmente e culturalmente progressista, a posição conservadora é oposta.

Sobre Che, ele cometeu tantos atos terríveis, e esteve tão equivocado sobre tantas coisas que para mim nunca foi admirável. Talvez no inicio das viagens ainda houvesse solidariedade, mas com o tempo essa foi substituída por um ódio irracional, e uma incompreensão do contexto gigantesca. Pensar em realizar revolução na Bolívia sem apoio popular é apenas um dos exemplos dessa incompreensão.

Pois é, André!

Isso é mais um fenômeno da esquerda, que se acha a dona da verdade e, portanto, já a escritura, antes mesmo de conhecê-la.
E o faz por meio da demonização, neste caso, de uma palavra, e de um patrulhamento insano.
Não é, portanto, um fenômeno que nasceu de um entendimento, mas de um egoísmo presunçoso de quem tem documento de propriedade.
Só gente assim, é capaz de se achar com autoridade, para decidir sobre as escolhas dos outros, nem que, pra isso, tenha que usar da mais suja violência contra quem tem "a reação natural" de enfrentar, quem quer atentar contra a sua liberdade.
Assim era CHE, o delinquente reacionário.


Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


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Fernando Silva
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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por Fernando Silva »

André escreveu:
zencem escreveu:
SickBoy escreveu:pop hoje é ser reaça. vende revista que é uma maravilha


O que é ser reaça? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


É o contrario a revolução, ou aquele que se opõe a revolução, originalmente. Hoje é termo popular para chamar os conservadores, ou de direita.

Depois de quase 50 anos, a revolução cubana já não é mais revolução, é um regime estabelecido.
Agora, quem apóia Fidel é que é reacionário.

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DIG
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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por DIG »

Fernando Silva escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
SickBoy escreveu:pop hoje é ser reaça. vende revista que é uma maravilha


O que é ser reaça? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


É o contrario a revolução, ou aquele que se opõe a revolução, originalmente. Hoje é termo popular para chamar os conservadores, ou de direita.

Depois de quase 50 anos, a revolução cubana já não é mais revolução, é um regime estabelecido.
Agora, quem apóia Fidel é que é reacionário.



Não, quem apóia é "cumpanheiru", e quem condena é "elemento anti-socialista provocador de desordem institucional, a serviço do mal imperialista" :emoticon13:

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André
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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por André »

zencem escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
SickBoy escreveu:pop hoje é ser reaça. vende revista que é uma maravilha


O que é ser reaça? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


É o contrario a revolução, ou aquele que se opõe a revolução, originalmente. Hoje é termo popular para chamar os conservadores, ou de direita.

Eu por exemplo sou contrario a revolução violenta e favorável aos meios democráticos, como sendo os melhores e justos. Por essa ótica seria reaça no sentido original, mas no sentido atual da palavra não, pois como sou favorável a transformações, e socialmente e culturalmente progressista, a posição conservadora é oposta.

Sobre Che, ele cometeu tantos atos terríveis, e esteve tão equivocado sobre tantas coisas que para mim nunca foi admirável. Talvez no inicio das viagens ainda houvesse solidariedade, mas com o tempo essa foi substituída por um ódio irracional, e uma incompreensão do contexto gigantesca. Pensar em realizar revolução na Bolívia sem apoio popular é apenas um dos exemplos dessa incompreensão.

Pois é, André!

Isso é mais um fenômeno da esquerda, que se acha a dona da verdade e, portanto, já a escritura, antes mesmo de conhecê-la.
E o faz por meio da demonização, neste caso, de uma palavra, e de um patrulhamento insano.
Não é, portanto, um fenômeno que nasceu de um entendimento, mas de um egoísmo presunçoso de quem tem documento de propriedade.
Só gente assim, é capaz de se achar com autoridade, para decidir sobre as escolhas dos outros, nem que, pra isso, tenha que usar da mais suja violência contra quem tem "a reação natural" de enfrentar, quem quer atentar contra a sua liberdade.
Assim era CHE, o delinquente reacionário.




Che era revolucionário, no sentido que apoiava revoluções, e mais especificamente revoluções violentas (Faço esse reparo pq existem aqueles que acreditam em revoluções democráticas e pacificas). A minha avaliação dele já postei sendo desnecessário repetir.

Sobre demonização e táticas de incutir medo esquerda e direita tem muita história para contar nesse quesito. Passado e presente.

O resto de sua mensagem não vejo relação com que escrevi.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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André
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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

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Fernando Silva escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
SickBoy escreveu:pop hoje é ser reaça. vende revista que é uma maravilha


O que é ser reaça? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


É o contrario a revolução, ou aquele que se opõe a revolução, originalmente. Hoje é termo popular para chamar os conservadores, ou de direita.

Depois de quase 50 anos, a revolução cubana já não é mais revolução, é um regime estabelecido.
Agora, quem apóia Fidel é que é reacionário.


De fato é regime estabelecido. Se quem for contra o regime atual estiver querendo realizar uma revolução, sim quem apóia o regime ao ser contra a revolução seria, no sentido original da palavra, reacionário.

Não seria de direita, como comumente ficou associado o termo, mas da esquerda autoritária. Isso quem apóia o regime cubano atual.

Sendo para que fique claro eu sou contrario ao regime ditatorial, e ausencia de eleições, liberdades políticas, civis... torna o regime Cubano indefensável. Existem setores como na saúde que eles tem boas iniciativas, mas o regime como um todo não é defensável. A esquerda radical quando digo isso quer meu pescoço, mas não negocio princípios com ninguém.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


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zencem
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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por zencem »

André escreveu:
zencem escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
SickBoy escreveu:pop hoje é ser reaça. vende revista que é uma maravilha


O que é ser reaça? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


É o contrario a revolução, ou aquele que se opõe a revolução, originalmente. Hoje é termo popular para chamar os conservadores, ou de direita.

Eu por exemplo sou contrario a revolução violenta e favorável aos meios democráticos, como sendo os melhores e justos. Por essa ótica seria reaça no sentido original, mas no sentido atual da palavra não, pois como sou favorável a transformações, e socialmente e culturalmente progressista, a posição conservadora é oposta.

Sobre Che, ele cometeu tantos atos terríveis, e esteve tão equivocado sobre tantas coisas que para mim nunca foi admirável. Talvez no inicio das viagens ainda houvesse solidariedade, mas com o tempo essa foi substituída por um ódio irracional, e uma incompreensão do contexto gigantesca. Pensar em realizar revolução na Bolívia sem apoio popular é apenas um dos exemplos dessa incompreensão.

Pois é, André!

Isso é mais um fenômeno da esquerda, que se acha a dona da verdade e, portanto, já a escritura, antes mesmo de conhecê-la.
E o faz por meio da demonização, neste caso, de uma palavra, e de um patrulhamento insano.
Não é, portanto, um fenômeno que nasceu de um entendimento, mas de um egoísmo presunçoso de quem tem documento de propriedade.
Só gente assim, é capaz de se achar com autoridade, para decidir sobre as escolhas dos outros, nem que, pra isso, tenha que usar da mais suja violência contra quem tem "a reação natural" de enfrentar, quem quer atentar contra a sua liberdade.
Assim era CHE, o delinquente reacionário.




Che era revolucionário, no sentido que apoiava revoluções, e mais especificamente revoluções violentas (Faço esse reparo pq existem aqueles que acreditam em revoluções democráticas e pacificas). A minha avaliação dele já postei sendo desnecessário repetir.

Sobre demonização e táticas de incutir medo esquerda e direita tem muita história para contar nesse quesito. Passado e presente.

O resto de sua mensagem não vejo relação com que escrevi.

A minha postagem não é uma crítica a tua.
Pelo contrário, acho até que ela dá uma certa continuidade e se insere na mesma reflexão.
A ditadura não é bem um evento de alguma ideologia, antes, pelo contrário, faz parte do espírito de qualquer crença ideológica não aceitar divergências, o que a torna uma espécie de argamassa da ditadura.
É, portanto, uma coisa intrínseca.
Na minha opinião não existe esquerda, nem direita.
O que existe na verdade são pessoas que optam pela liberdade e aqueles que preferem oprimir os outros submetendo-os aos seus caprichos.
Por mais que a esquerda queira se distinguir, como quem opta contra as injustiças.


Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


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André
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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por André »

zencem escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
SickBoy escreveu:pop hoje é ser reaça. vende revista que é uma maravilha


O que é ser reaça? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


É o contrario a revolução, ou aquele que se opõe a revolução, originalmente. Hoje é termo popular para chamar os conservadores, ou de direita.

Eu por exemplo sou contrario a revolução violenta e favorável aos meios democráticos, como sendo os melhores e justos. Por essa ótica seria reaça no sentido original, mas no sentido atual da palavra não, pois como sou favorável a transformações, e socialmente e culturalmente progressista, a posição conservadora é oposta.

Sobre Che, ele cometeu tantos atos terríveis, e esteve tão equivocado sobre tantas coisas que para mim nunca foi admirável. Talvez no inicio das viagens ainda houvesse solidariedade, mas com o tempo essa foi substituída por um ódio irracional, e uma incompreensão do contexto gigantesca. Pensar em realizar revolução na Bolívia sem apoio popular é apenas um dos exemplos dessa incompreensão.

Pois é, André!

Isso é mais um fenômeno da esquerda, que se acha a dona da verdade e, portanto, já a escritura, antes mesmo de conhecê-la.
E o faz por meio da demonização, neste caso, de uma palavra, e de um patrulhamento insano.
Não é, portanto, um fenômeno que nasceu de um entendimento, mas de um egoísmo presunçoso de quem tem documento de propriedade.
Só gente assim, é capaz de se achar com autoridade, para decidir sobre as escolhas dos outros, nem que, pra isso, tenha que usar da mais suja violência contra quem tem "a reação natural" de enfrentar, quem quer atentar contra a sua liberdade.
Assim era CHE, o delinquente reacionário.




Che era revolucionário, no sentido que apoiava revoluções, e mais especificamente revoluções violentas (Faço esse reparo pq existem aqueles que acreditam em revoluções democráticas e pacificas). A minha avaliação dele já postei sendo desnecessário repetir.

Sobre demonização e táticas de incutir medo esquerda e direita tem muita história para contar nesse quesito. Passado e presente.

O resto de sua mensagem não vejo relação com que escrevi.

A minha postagem não é uma crítica a tua.
Pelo contrário, acho até que ela dá uma certa continuidade e se insere na mesma reflexão.
A ditadura não é bem um evento de alguma ideologia, antes, pelo contrário, faz parte do espírito de qualquer crença ideológica não aceitar divergências, o que a torna uma espécie de argamassa da ditadura.
É, portanto, uma coisa intrínseca.
Na minha opinião não existe esquerda, nem direita.
O que existe na verdade são pessoas que optam pela liberdade e aqueles que preferem oprimir os outros submetendo-os aos seus caprichos.
Por mais que a esquerda queira se distinguir, como quem opta contra as injustiças.




Bem, nesse debate defendo a democratização e o caminho oposto ao da ditadura. Para mim a sociedade não é democrática, aberta, e nas mãos dos cidadãos o suficiente. A relação entre poder econômico e político é muito presente, e os próprios políticos agem em nome próprio ou em nome de grupos específicos.

O principio "O poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido" na prática pouco se verifica. Logo o povo deve ter mais poder, e mais controle sobre os políticos para que o arbítrio desses não os oprima.

Para ser efetivamente livres, além do processo democrático, além das liberdades políticas, civis e afins, entendo a garantia das condições básicas como algo fundamental. Alguém cheio de dívidas não é de fato livre, uma pessoa que não teve o mínimo durante seu desenvolvimento tem sua liberdade de escolha limitada pelas condições sócio econômicas. Não podendo garantir alto nível de vida a todos, pelas impossibilidades obvias de recursos, pelo menos o básico, como descrevi em outro tópico, tem que ser garantido. Apenas assim uma liberdade efetiva se torna presente, quando combinada com uma relativa igualdade de oportunidades.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FARSA

Mensagem por Apo »

A história é uma piada de mau gosto. Mais da metade é criada e fantasiada por quem fica.

Che era um doente mental.
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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por zencem »

Apo escreveu:A história é uma piada de mau gosto. Mais da metade é criada e fantasiada por quem fica.

Che era um doente mental.


Somos condicionados a nos olhar como incapazes, dependentes de ídolos, para suprir esta incapacidade.

Quando não temos a nossa vaca sagrada, elegemos um herói semelhante a nós, que é tão, ou mais, carente de seus mitos do que nós.

Até hôje nunca entendí porque sentimos satisfação em apresentar o selo de nossa alienação, através de uma camiseta ou tatuagem.


Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

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Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por Apo »

zencem escreveu:
Apo escreveu:A história é uma piada de mau gosto. Mais da metade é criada e fantasiada por quem fica.

Che era um doente mental.


Somos condicionados a nos olhar como incapazes, dependentes de ídolos, para suprir esta incapacidade.

Quando não temos a nossa vaca sagrada, elegemos um herói semelhante a nós, que é tão, ou mais, carente de seus mitos do que nós.

Até hôje nunca entendí porque sentimos satisfação em apresentar o selo de nossa alienação, através de uma camiseta ou tatuagem.




A gente cái em armadilhas montadas pelo sistema. O sistema é ruim, engendrado por gente com interesses de dominação. Gente boa e saudável, apenas quer viver e não monta sistema nenhum.
Assim se escreve a história. Na base da inocência das novas gerações e dos que não tem coragem de se independizarem da idolatria.
E pior. Uma vez o ídolo esteja enraizado e implantado subcutâneamente, se torna uma questão de fé. Não há muito como remover.
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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por zencem »

André escreveu:
zencem escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
SickBoy escreveu:pop hoje é ser reaça. vende revista que é uma maravilha


O que é ser reaça? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


É o contrario a revolução, ou aquele que se opõe a revolução, originalmente. Hoje é termo popular para chamar os conservadores, ou de direita.

Eu por exemplo sou contrario a revolução violenta e favorável aos meios democráticos, como sendo os melhores e justos. Por essa ótica seria reaça no sentido original, mas no sentido atual da palavra não, pois como sou favorável a transformações, e socialmente e culturalmente progressista, a posição conservadora é oposta.

Sobre Che, ele cometeu tantos atos terríveis, e esteve tão equivocado sobre tantas coisas que para mim nunca foi admirável. Talvez no inicio das viagens ainda houvesse solidariedade, mas com o tempo essa foi substituída por um ódio irracional, e uma incompreensão do contexto gigantesca. Pensar em realizar revolução na Bolívia sem apoio popular é apenas um dos exemplos dessa incompreensão.

Pois é, André!

Isso é mais um fenômeno da esquerda, que se acha a dona da verdade e, portanto, já a escritura, antes mesmo de conhecê-la.
E o faz por meio da demonização, neste caso, de uma palavra, e de um patrulhamento insano.
Não é, portanto, um fenômeno que nasceu de um entendimento, mas de um egoísmo presunçoso de quem tem documento de propriedade.
Só gente assim, é capaz de se achar com autoridade, para decidir sobre as escolhas dos outros, nem que, pra isso, tenha que usar da mais suja violência contra quem tem "a reação natural" de enfrentar, quem quer atentar contra a sua liberdade.
Assim era CHE, o delinquente reacionário.




Che era revolucionário, no sentido que apoiava revoluções, e mais especificamente revoluções violentas (Faço esse reparo pq existem aqueles que acreditam em revoluções democráticas e pacificas). A minha avaliação dele já postei sendo desnecessário repetir.

Sobre demonização e táticas de incutir medo esquerda e direita tem muita história para contar nesse quesito. Passado e presente.

O resto de sua mensagem não vejo relação com que escrevi.

A minha postagem não é uma crítica a tua.
Pelo contrário, acho até que ela dá uma certa continuidade e se insere na mesma reflexão.
A ditadura não é bem um evento de alguma ideologia, antes, pelo contrário, faz parte do espírito de qualquer crença ideológica não aceitar divergências, o que a torna uma espécie de argamassa da ditadura.
É, portanto, uma coisa intrínseca.
Na minha opinião não existe esquerda, nem direita.
O que existe na verdade são pessoas que optam pela liberdade e aqueles que preferem oprimir os outros submetendo-os aos seus caprichos.
Por mais que a esquerda queira se distinguir, como quem opta contra as injustiças.




Bem, nesse debate defendo a democratização e o caminho oposto ao da ditadura. Para mim a sociedade não é democrática, aberta, e nas mãos dos cidadãos o suficiente. A relação entre poder econômico e político é muito presente, e os próprios políticos agem em nome próprio ou em nome de grupos específicos.

O principio "O poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido" na prática pouco se verifica. Logo o povo deve ter mais poder, e mais controle sobre os políticos para que o arbítrio desses não os oprima.

Para ser efetivamente livres, além do processo democrático, além das liberdades políticas, civis e afins, entendo a garantia das condições básicas como algo fundamental. Alguém cheio de dívidas não é de fato livre, uma pessoa que não teve o mínimo durante seu desenvolvimento tem sua liberdade de escolha limitada pelas condições sócio econômicas. Não podendo garantir alto nível de vida a todos, pelas impossibilidades obvias de recursos, pelo menos o básico, como descrevi em outro tópico, tem que ser garantido. Apenas assim uma liberdade efetiva se torna presente, quando combinada com uma relativa igualdade de oportunidades.

A questão é se perguntar, como chegar lá?

O mundo tem exemplos de como não chegar lá, assim como de modelos que chegam a se aproximar do que se pode chamar de ideal.

Qual a verdadeira liberdade: A que compra o voto, ou a que permite que cada um faça a sua parte?

Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por André »

zencem escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
SickBoy escreveu:pop hoje é ser reaça. vende revista que é uma maravilha


O que é ser reaça? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


É o contrario a revolução, ou aquele que se opõe a revolução, originalmente. Hoje é termo popular para chamar os conservadores, ou de direita.

Eu por exemplo sou contrario a revolução violenta e favorável aos meios democráticos, como sendo os melhores e justos. Por essa ótica seria reaça no sentido original, mas no sentido atual da palavra não, pois como sou favorável a transformações, e socialmente e culturalmente progressista, a posição conservadora é oposta.

Sobre Che, ele cometeu tantos atos terríveis, e esteve tão equivocado sobre tantas coisas que para mim nunca foi admirável. Talvez no inicio das viagens ainda houvesse solidariedade, mas com o tempo essa foi substituída por um ódio irracional, e uma incompreensão do contexto gigantesca. Pensar em realizar revolução na Bolívia sem apoio popular é apenas um dos exemplos dessa incompreensão.

Pois é, André!

Isso é mais um fenômeno da esquerda, que se acha a dona da verdade e, portanto, já a escritura, antes mesmo de conhecê-la.
E o faz por meio da demonização, neste caso, de uma palavra, e de um patrulhamento insano.
Não é, portanto, um fenômeno que nasceu de um entendimento, mas de um egoísmo presunçoso de quem tem documento de propriedade.
Só gente assim, é capaz de se achar com autoridade, para decidir sobre as escolhas dos outros, nem que, pra isso, tenha que usar da mais suja violência contra quem tem "a reação natural" de enfrentar, quem quer atentar contra a sua liberdade.
Assim era CHE, o delinquente reacionário.




Che era revolucionário, no sentido que apoiava revoluções, e mais especificamente revoluções violentas (Faço esse reparo pq existem aqueles que acreditam em revoluções democráticas e pacificas). A minha avaliação dele já postei sendo desnecessário repetir.

Sobre demonização e táticas de incutir medo esquerda e direita tem muita história para contar nesse quesito. Passado e presente.

O resto de sua mensagem não vejo relação com que escrevi.

A minha postagem não é uma crítica a tua.
Pelo contrário, acho até que ela dá uma certa continuidade e se insere na mesma reflexão.
A ditadura não é bem um evento de alguma ideologia, antes, pelo contrário, faz parte do espírito de qualquer crença ideológica não aceitar divergências, o que a torna uma espécie de argamassa da ditadura.
É, portanto, uma coisa intrínseca.
Na minha opinião não existe esquerda, nem direita.
O que existe na verdade são pessoas que optam pela liberdade e aqueles que preferem oprimir os outros submetendo-os aos seus caprichos.
Por mais que a esquerda queira se distinguir, como quem opta contra as injustiças.




Bem, nesse debate defendo a democratização e o caminho oposto ao da ditadura. Para mim a sociedade não é democrática, aberta, e nas mãos dos cidadãos o suficiente. A relação entre poder econômico e político é muito presente, e os próprios políticos agem em nome próprio ou em nome de grupos específicos.

O principio "O poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido" na prática pouco se verifica. Logo o povo deve ter mais poder, e mais controle sobre os políticos para que o arbítrio desses não os oprima.

Para ser efetivamente livres, além do processo democrático, além das liberdades políticas, civis e afins, entendo a garantia das condições básicas como algo fundamental. Alguém cheio de dívidas não é de fato livre, uma pessoa que não teve o mínimo durante seu desenvolvimento tem sua liberdade de escolha limitada pelas condições sócio econômicas. Não podendo garantir alto nível de vida a todos, pelas impossibilidades obvias de recursos, pelo menos o básico, como descrevi em outro tópico, tem que ser garantido. Apenas assim uma liberdade efetiva se torna presente, quando combinada com uma relativa igualdade de oportunidades.

A questão é se perguntar, como chegar lá?

O mundo tem exemplos de como não chegar lá, assim como de modelos que chegam a se aproximar do que se pode chamar de ideal.

Qual a verdadeira liberdade: A que compra o voto, ou a que permite que cada um faça a sua parte?



Para mim o meio é no governo democratizar os espaços de decisão e ampliar mecanismos de controle facultativo da população sobre o poder público. Se a administração for mais aberta, mais radicalmente democrática, a tendência é corrupção diminuir, e o exercício do poder refletir mais os anseios populares amadurecidos.

Quanto a compra de votos sou obviamente contrario. Mas se vc está usando isso como justificativa para ser contra programas sociais ai discordo. Perceba claro que cada um deve fazer sua parte, mas para isso um mínimo deve ser garantido, se não nem condições tem de fazer. Em contraparte desse básico, ver outro tópico, instituir pré-requisitos e condicionar essa ajuda a pessoa "fazer sua parte" estudar, trabalhar, contribuir. O que impede acomodação e garante que a ajuda vai para aqueles que fazem bom proveito dela.

Justamente para o voto não poder ser comprado votação deve ser facultativa, o poder descentralizado, e com mais espaços de participação. Não somente o voto dos indivíduos mas para evitar a compra de votos dos políticos, que são comprados por quem os financia, e votam de acordo com os interresses de quem viabilizou sua campanha.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


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Joe
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Muito bom o texto.

Valeu ae.

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zencem
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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por zencem »

André escreveu:
zencem escreveu:
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zencem escreveu:
André escreveu:
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André escreveu:
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O que é ser reaça? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


É o contrario a revolução, ou aquele que se opõe a revolução, originalmente. Hoje é termo popular para chamar os conservadores, ou de direita.

Eu por exemplo sou contrario a revolução violenta e favorável aos meios democráticos, como sendo os melhores e justos. Por essa ótica seria reaça no sentido original, mas no sentido atual da palavra não, pois como sou favorável a transformações, e socialmente e culturalmente progressista, a posição conservadora é oposta.

Sobre Che, ele cometeu tantos atos terríveis, e esteve tão equivocado sobre tantas coisas que para mim nunca foi admirável. Talvez no inicio das viagens ainda houvesse solidariedade, mas com o tempo essa foi substituída por um ódio irracional, e uma incompreensão do contexto gigantesca. Pensar em realizar revolução na Bolívia sem apoio popular é apenas um dos exemplos dessa incompreensão.

Pois é, André!

Isso é mais um fenômeno da esquerda, que se acha a dona da verdade e, portanto, já a escritura, antes mesmo de conhecê-la.
E o faz por meio da demonização, neste caso, de uma palavra, e de um patrulhamento insano.
Não é, portanto, um fenômeno que nasceu de um entendimento, mas de um egoísmo presunçoso de quem tem documento de propriedade.
Só gente assim, é capaz de se achar com autoridade, para decidir sobre as escolhas dos outros, nem que, pra isso, tenha que usar da mais suja violência contra quem tem "a reação natural" de enfrentar, quem quer atentar contra a sua liberdade.
Assim era CHE, o delinquente reacionário.




Che era revolucionário, no sentido que apoiava revoluções, e mais especificamente revoluções violentas (Faço esse reparo pq existem aqueles que acreditam em revoluções democráticas e pacificas). A minha avaliação dele já postei sendo desnecessário repetir.

Sobre demonização e táticas de incutir medo esquerda e direita tem muita história para contar nesse quesito. Passado e presente.

O resto de sua mensagem não vejo relação com que escrevi.

A minha postagem não é uma crítica a tua.
Pelo contrário, acho até que ela dá uma certa continuidade e se insere na mesma reflexão.
A ditadura não é bem um evento de alguma ideologia, antes, pelo contrário, faz parte do espírito de qualquer crença ideológica não aceitar divergências, o que a torna uma espécie de argamassa da ditadura.
É, portanto, uma coisa intrínseca.
Na minha opinião não existe esquerda, nem direita.
O que existe na verdade são pessoas que optam pela liberdade e aqueles que preferem oprimir os outros submetendo-os aos seus caprichos.
Por mais que a esquerda queira se distinguir, como quem opta contra as injustiças.




Bem, nesse debate defendo a democratização e o caminho oposto ao da ditadura. Para mim a sociedade não é democrática, aberta, e nas mãos dos cidadãos o suficiente. A relação entre poder econômico e político é muito presente, e os próprios políticos agem em nome próprio ou em nome de grupos específicos.

O principio "O poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido" na prática pouco se verifica. Logo o povo deve ter mais poder, e mais controle sobre os políticos para que o arbítrio desses não os oprima.

Para ser efetivamente livres, além do processo democrático, além das liberdades políticas, civis e afins, entendo a garantia das condições básicas como algo fundamental. Alguém cheio de dívidas não é de fato livre, uma pessoa que não teve o mínimo durante seu desenvolvimento tem sua liberdade de escolha limitada pelas condições sócio econômicas. Não podendo garantir alto nível de vida a todos, pelas impossibilidades obvias de recursos, pelo menos o básico, como descrevi em outro tópico, tem que ser garantido. Apenas assim uma liberdade efetiva se torna presente, quando combinada com uma relativa igualdade de oportunidades.

A questão é se perguntar, como chegar lá?

O mundo tem exemplos de como não chegar lá, assim como de modelos que chegam a se aproximar do que se pode chamar de ideal.

Qual a verdadeira liberdade: A que compra o voto, ou a que permite que cada um faça a sua parte?



Para mim o meio é no governo democratizar os espaços de decisão e ampliar mecanismos de controle facultativo da população sobre o poder público. Se a administração for mais aberta, mais radicalmente democrática, a tendência é corrupção diminuir, e o exercício do poder refletir mais os anseios populares amadurecidos.

Quanto a compra de votos sou obviamente contrario. Mas se vc está usando isso como justificativa para ser contra programas sociais ai discordo. Perceba claro que cada um deve fazer sua parte, mas para isso um mínimo deve ser garantido, se não nem condições tem de fazer. Em contraparte desse básico, ver outro tópico, instituir pré-requisitos e condicionar essa ajuda a pessoa "fazer sua parte" estudar, trabalhar, contribuir. O que impede acomodação e garante que a ajuda vai para aqueles que fazem bom proveito dela.

Justamente para o voto não poder ser comprado votação deve ser facultativa, o poder descentralizado, e com mais espaços de participação. Não somente o voto dos indivíduos mas para evitar a compra de votos dos políticos, que são comprados por quem os financia, e votam de acordo com os interresses de quem viabilizou sua campanha.

Poxa, André!

Louvo a tua preocupação em oferecer o peito para que o governo não receba diretamente os tiros daqueles que lutam pela verdade democrática, como eu.

Infelizmente, é impossível tapar a demagogia descarada e as intenções de perpetuação no poder de uma esquerda que está aí no governo, cultivando a falta de escrúpulos como virtude.

Isso, entretanto, não parece ser motivo de tuas preocupações... ou, pelo menos, não parece ser um objetivo com o qual tu despendes muita energia.

O voto facultativo apenas confere mais liberdade ao cidadão e não é a garantia de que o voto não seja comprado; antes, serve até como modo dos tiranos controlarem o voto dos que recebem o benefício.

Ninguém vai precisar saber disso, não é mesmo?

Aliás, esta democracia ampliada, que a gente sabe que vira em pura retórica, não parece contemplar o fomiséria, centralizado no Palácio do Planalto.

Falar nisso, quem são, atualmente, os que financiam os políticos que se vendem? ... e pra quem eles se vendem?


Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


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Apo
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Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FARSA

Mensagem por Apo »

Democracia ampliada é redundância ou pleonasmo?

Por que ampliar uma democracia? Democracia é democracia. Com todo mundo se respeitando. Se não houver falsa democracia, não há porque ampliar.
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O ENCOSTO
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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por O ENCOSTO »

zencem escreveu:
SickBoy escreveu:pop hoje é ser reaça. vende revista que é uma maravilha


O que é ser reaça? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:



DEixa o cara. Ele deve ter a camiseta do CHE. :emoticon16:
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http://www.manualdochurrasco.com.br/
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"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”

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André
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Re: Re.: CHE: HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FAR

Mensagem por André »

zencem escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
André escreveu:
zencem escreveu:
SickBoy escreveu:pop hoje é ser reaça. vende revista que é uma maravilha


O que é ser reaça? :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


É o contrario a revolução, ou aquele que se opõe a revolução, originalmente. Hoje é termo popular para chamar os conservadores, ou de direita.

Eu por exemplo sou contrario a revolução violenta e favorável aos meios democráticos, como sendo os melhores e justos. Por essa ótica seria reaça no sentido original, mas no sentido atual da palavra não, pois como sou favorável a transformações, e socialmente e culturalmente progressista, a posição conservadora é oposta.

Sobre Che, ele cometeu tantos atos terríveis, e esteve tão equivocado sobre tantas coisas que para mim nunca foi admirável. Talvez no inicio das viagens ainda houvesse solidariedade, mas com o tempo essa foi substituída por um ódio irracional, e uma incompreensão do contexto gigantesca. Pensar em realizar revolução na Bolívia sem apoio popular é apenas um dos exemplos dessa incompreensão.

Pois é, André!

Isso é mais um fenômeno da esquerda, que se acha a dona da verdade e, portanto, já a escritura, antes mesmo de conhecê-la.
E o faz por meio da demonização, neste caso, de uma palavra, e de um patrulhamento insano.
Não é, portanto, um fenômeno que nasceu de um entendimento, mas de um egoísmo presunçoso de quem tem documento de propriedade.
Só gente assim, é capaz de se achar com autoridade, para decidir sobre as escolhas dos outros, nem que, pra isso, tenha que usar da mais suja violência contra quem tem "a reação natural" de enfrentar, quem quer atentar contra a sua liberdade.
Assim era CHE, o delinquente reacionário.




Che era revolucionário, no sentido que apoiava revoluções, e mais especificamente revoluções violentas (Faço esse reparo pq existem aqueles que acreditam em revoluções democráticas e pacificas). A minha avaliação dele já postei sendo desnecessário repetir.

Sobre demonização e táticas de incutir medo esquerda e direita tem muita história para contar nesse quesito. Passado e presente.

O resto de sua mensagem não vejo relação com que escrevi.

A minha postagem não é uma crítica a tua.
Pelo contrário, acho até que ela dá uma certa continuidade e se insere na mesma reflexão.
A ditadura não é bem um evento de alguma ideologia, antes, pelo contrário, faz parte do espírito de qualquer crença ideológica não aceitar divergências, o que a torna uma espécie de argamassa da ditadura.
É, portanto, uma coisa intrínseca.
Na minha opinião não existe esquerda, nem direita.
O que existe na verdade são pessoas que optam pela liberdade e aqueles que preferem oprimir os outros submetendo-os aos seus caprichos.
Por mais que a esquerda queira se distinguir, como quem opta contra as injustiças.




Bem, nesse debate defendo a democratização e o caminho oposto ao da ditadura. Para mim a sociedade não é democrática, aberta, e nas mãos dos cidadãos o suficiente. A relação entre poder econômico e político é muito presente, e os próprios políticos agem em nome próprio ou em nome de grupos específicos.

O principio "O poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido" na prática pouco se verifica. Logo o povo deve ter mais poder, e mais controle sobre os políticos para que o arbítrio desses não os oprima.

Para ser efetivamente livres, além do processo democrático, além das liberdades políticas, civis e afins, entendo a garantia das condições básicas como algo fundamental. Alguém cheio de dívidas não é de fato livre, uma pessoa que não teve o mínimo durante seu desenvolvimento tem sua liberdade de escolha limitada pelas condições sócio econômicas. Não podendo garantir alto nível de vida a todos, pelas impossibilidades obvias de recursos, pelo menos o básico, como descrevi em outro tópico, tem que ser garantido. Apenas assim uma liberdade efetiva se torna presente, quando combinada com uma relativa igualdade de oportunidades.

A questão é se perguntar, como chegar lá?

O mundo tem exemplos de como não chegar lá, assim como de modelos que chegam a se aproximar do que se pode chamar de ideal.

Qual a verdadeira liberdade: A que compra o voto, ou a que permite que cada um faça a sua parte?



Para mim o meio é no governo democratizar os espaços de decisão e ampliar mecanismos de controle facultativo da população sobre o poder público. Se a administração for mais aberta, mais radicalmente democrática, a tendência é corrupção diminuir, e o exercício do poder refletir mais os anseios populares amadurecidos.

Quanto a compra de votos sou obviamente contrario. Mas se vc está usando isso como justificativa para ser contra programas sociais ai discordo. Perceba claro que cada um deve fazer sua parte, mas para isso um mínimo deve ser garantido, se não nem condições tem de fazer. Em contraparte desse básico, ver outro tópico, instituir pré-requisitos e condicionar essa ajuda a pessoa "fazer sua parte" estudar, trabalhar, contribuir. O que impede acomodação e garante que a ajuda vai para aqueles que fazem bom proveito dela.

Justamente para o voto não poder ser comprado votação deve ser facultativa, o poder descentralizado, e com mais espaços de participação. Não somente o voto dos indivíduos mas para evitar a compra de votos dos políticos, que são comprados por quem os financia, e votam de acordo com os interresses de quem viabilizou sua campanha.

Poxa, André!

Louvo a tua preocupação em oferecer o peito para que o governo não receba diretamente os tiros daqueles que lutam pela verdade democrática, como eu.

Infelizmente, é impossível tapar a demagogia descarada e as intenções de perpetuação no poder de uma esquerda que está aí no governo, cultivando a falta de escrúpulos como virtude.

Isso, entretanto, não parece ser motivo de tuas preocupações... ou, pelo menos, não parece ser um objetivo com o qual tu despendes muita energia.

O voto facultativo apenas confere mais liberdade ao cidadão e não é a garantia de que o voto não seja comprado; antes, serve até como modo dos tiranos controlarem o voto dos que recebem o benefício.

Ninguém vai precisar saber disso, não é mesmo?

Aliás, esta democracia ampliada, que a gente sabe que vira em pura retórica, não parece contemplar o fomiséria, centralizado no Palácio do Planalto.

Falar nisso, quem são, atualmente, os que financiam os políticos que se vendem? ... e pra quem eles se vendem?




Não despendo muita energia? Escrevi um livro em grande medida defendendo essas idéias, levei anos. E isso é somente o começo.

Nos EUA boa parte dos políticos foi comprada por empresas de planos de saúde, ou da industria farmacêutica. Aqui no Brasil não é muito diferente, tem a bancada ruralista, da bola, dos bancos...

As pessoas que recebem beneficio estarem votando em quem vc é crítico não é compra. Seria o equivalente dizer que com Plano Real FHC comprou o voto das pessoas, pois isso beneficiou a economia, a estabilidade, e ele se apropriou disso.

Todos os políticos fazem isso. Personalização do poder é um problema. Eu já tenho a minha proposta, e o que entendo caminha para solucionar.

Qual a sua?:
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

Trancado