Acauan escreveu:VEJA, edição 2028, 3 de outubro de 2007
Especial
CHE
HÁ QUARENTA ANOS MORRIA O HOMEM E NASCIA A FARSA
"Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto." Há quarenta anos, no dia 8 de outubro de 1967, essa frase foi gritada por um guerrilheiro maltrapilho e sujo metido em uma grota nos confins da Bolívia. Nunca mais foi lembrada. Seu esquecimento deve-se ao fato de que o pedido de misericórdia, o apelo desesperado pela própria vida e o reconhecimento sem disfarce da derrota não combinam com a aura mitológica criada em torno de tudo o que se refere à vida e à morte de Ernesto Guevara Lynch de la Serna, argentino de Rosário, o Che, que antes, para os companheiros, era apenas "el chancho", o porco, porque não gostava de banho e "tinha cheiro de rim fervido".
Falsidade histórica.
O Comandante Guevara, ferido e cercado foi levantado nos braços por outro guerrilheiro que gritou:
- "Este é o Comandante Guevara e vocês vão respeitá-lo pôrra."
Temerosos e indecisos os guardas levaram-no até a escola, onde esperou a ordem de morte.
O Comandante Guevara não teria nenhuma necessidade de se render pois sabia muito bem que só lhe caberia a tortura e a morte.
AUDIO
Michael Löwy
Diretor emérito do Centro Francês de Pesquisa Científica, entrevistado por Monique Matni
«O que continua atraíndo na figura do ‘Che’ é um certo radicalismo na luta pela libertação dos povos, o enfrentamento com o sistema imperial, capitalista, e essa perspectiva de uma sociedade alternativa, mais humana, igualitária, livre».
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09/10/2007
Américo Nunes
Historiador moçambicano, entrevistado por Isabel Pinto Machado
“Na medida em que compreendeu que estava fora do jogo, Guevara decidiu, por ele mesmo, partir e aí está o gesto romântico de um dirigente que abandona o poder voluntariamente e que vai morrer numa aventura quase messiânica”.
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