Lula acha que "choque de gestão" é contratar
Enviado: 02 Out 2007, 07:33
Governo cria cargos com salários de mais de 10 mil reais.
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"O Globo" 02/10/07
Lula: Contratar não incha máquina
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ontem sua definição de “choque de gestão”: a contratação de pessoal.
Para uma platéia de servidores públicos, durante a inauguração do Centro de Produção de Antígenos Virais (Cpav) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos, na Zona Norte do Rio, o presidente afirmou que sempre que o assunto é a contratação de funcionários “as pessoas têm uma predisposição de ser contra”. E afirmou que a criação de novas escolas, laboratórios e universidades só será possível com novos servidores.
— As pessoas passam para a sociedade uma idéia de que é possível fazer um choque de gestão diminuindo o número de pessoas que trabalham. Quando, na verdade, o choque de gestão será feito quando a gente contratar mais gente, mais qualificada, mais bem remunerada.
Aí a gente vai ter também serviço de excelência — disse o presidente, sob aplausos de servidores.
A defesa das contratações começou com mais uma crítica à rejeição, pelo Senado, da medida provisória que criava a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo para Mangabeira Unger (PRB) e mais 660 cargos comissionados.
Lula afirmou que a tentativa de evitar novas contratações foi um “pretexto” para o veto — uma rebeldia do PMDB: — Vocês viram que esses dias o Senado — ainda não sei qual a razão — votou contra uma MP que mandamos, e o pretexto era que estava evitando que o governo contrate mais cargos.
Agora ninguém atentou para saber quantos professores deixaram de ser contratados para as universidades novas que estamos fazendo neste país. Porque se quisermos fazer escola técnica, novas universidades, novos laboratórios, vamos ter que contratar mais gente.
Para Lula, contratar servidor não significa inchar a máquina pública.
O presidente afirmou que se vendeu uma “idéia falsa” sobre a imagem do servidor, no passado.
— É preciso parar com a mania de achar que contratar gente para trabalhar para o Estado brasileiro é inchaço de máquina. Porque se vendeu uma falsa idéia, num período não muito distante, de que todo servidor público brasileiro era marajá.
O que aconteceu de lá para cá? Nós temos verdadeiros centros de excelência espalhados pelo governo. Se a gente quer recuperar o atraso a que o Brasil foi submetido, vamos ter que contratar mais gente.
Langoni critica declaração de Lula
Lula também foi solidário aos servidores ao afirmar que recebem salários baixos para o grau de experiência e de capacitação que têm.
— Qualquer empresa privada pagaria o dobro do que gente paga pra qualquer funcionário nosso, seja da Petrobras, da Receita, do Inmetro, da Fiocruz — afirmou Lula.
À noite, o presidente participou da comemoração dos 180 anos do “Jornal do Commercio”, no hotel Copacabana Palace. Também presente ao evento, o economista Carlos Langoni criticou a declaração do presidente, sobre a necessidade de contratar mais servidores na esfera federal:
— Não concordo com a política do governo de aumentar o número de servidores. Precisamos, na verdade, trabalhar com servidores qualificados.
Contratação de servidores reflete no aumento do gasto público
O Banco Central aumentou no fim do mês passado a projeção de crescimento dos gastos públicos para este ano. Analistas econômicos afirmam que boa parte dos aumentos de gastos do governo federal, que exclui as estatais, está relacionado ao forte aumento das contratações de funcionários públicos e ao aumento de salários dos servidores.
De dezembro de 2003 ao mesmo mês do ano passado, o contingente de funcionários do Poder Executivo na ativa aumentou de 922 mil para 1,116 milhão, uma alta de 21% (um aumento de 194 mil postos).
Aumentando os gastos públicos, fica dífícil o governo baixar o peso dos impostos sobre trabalhadores e empresários. A carga tributária no Brasil passa de 30% do PIB e tem batido recordes a cada ano.
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"O Globo" 02/10/07
Lula: Contratar não incha máquina
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ontem sua definição de “choque de gestão”: a contratação de pessoal.
Para uma platéia de servidores públicos, durante a inauguração do Centro de Produção de Antígenos Virais (Cpav) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos, na Zona Norte do Rio, o presidente afirmou que sempre que o assunto é a contratação de funcionários “as pessoas têm uma predisposição de ser contra”. E afirmou que a criação de novas escolas, laboratórios e universidades só será possível com novos servidores.
— As pessoas passam para a sociedade uma idéia de que é possível fazer um choque de gestão diminuindo o número de pessoas que trabalham. Quando, na verdade, o choque de gestão será feito quando a gente contratar mais gente, mais qualificada, mais bem remunerada.
Aí a gente vai ter também serviço de excelência — disse o presidente, sob aplausos de servidores.
A defesa das contratações começou com mais uma crítica à rejeição, pelo Senado, da medida provisória que criava a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo para Mangabeira Unger (PRB) e mais 660 cargos comissionados.
Lula afirmou que a tentativa de evitar novas contratações foi um “pretexto” para o veto — uma rebeldia do PMDB: — Vocês viram que esses dias o Senado — ainda não sei qual a razão — votou contra uma MP que mandamos, e o pretexto era que estava evitando que o governo contrate mais cargos.
Agora ninguém atentou para saber quantos professores deixaram de ser contratados para as universidades novas que estamos fazendo neste país. Porque se quisermos fazer escola técnica, novas universidades, novos laboratórios, vamos ter que contratar mais gente.
Para Lula, contratar servidor não significa inchar a máquina pública.
O presidente afirmou que se vendeu uma “idéia falsa” sobre a imagem do servidor, no passado.
— É preciso parar com a mania de achar que contratar gente para trabalhar para o Estado brasileiro é inchaço de máquina. Porque se vendeu uma falsa idéia, num período não muito distante, de que todo servidor público brasileiro era marajá.
O que aconteceu de lá para cá? Nós temos verdadeiros centros de excelência espalhados pelo governo. Se a gente quer recuperar o atraso a que o Brasil foi submetido, vamos ter que contratar mais gente.
Langoni critica declaração de Lula
Lula também foi solidário aos servidores ao afirmar que recebem salários baixos para o grau de experiência e de capacitação que têm.
— Qualquer empresa privada pagaria o dobro do que gente paga pra qualquer funcionário nosso, seja da Petrobras, da Receita, do Inmetro, da Fiocruz — afirmou Lula.
À noite, o presidente participou da comemoração dos 180 anos do “Jornal do Commercio”, no hotel Copacabana Palace. Também presente ao evento, o economista Carlos Langoni criticou a declaração do presidente, sobre a necessidade de contratar mais servidores na esfera federal:
— Não concordo com a política do governo de aumentar o número de servidores. Precisamos, na verdade, trabalhar com servidores qualificados.
Contratação de servidores reflete no aumento do gasto público
O Banco Central aumentou no fim do mês passado a projeção de crescimento dos gastos públicos para este ano. Analistas econômicos afirmam que boa parte dos aumentos de gastos do governo federal, que exclui as estatais, está relacionado ao forte aumento das contratações de funcionários públicos e ao aumento de salários dos servidores.
De dezembro de 2003 ao mesmo mês do ano passado, o contingente de funcionários do Poder Executivo na ativa aumentou de 922 mil para 1,116 milhão, uma alta de 21% (um aumento de 194 mil postos).
Aumentando os gastos públicos, fica dífícil o governo baixar o peso dos impostos sobre trabalhadores e empresários. A carga tributária no Brasil passa de 30% do PIB e tem batido recordes a cada ano.