Potência da patente
- Aranha
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Potência da patente
Na década de oitenta, um grupo de moradores da cidade de Acton, em Massachusetts, procurou a universidade Tufts e pediu ajuda aos estudantes para examinar a qualidade da água que suspeitavam contaminada por uma fábrica de químicos.
O professor Sheldon Krimsky foi escalado para supervisionar os estudantes.
Antes do resultado ser publicado, o vice-presidente da companhia W. R. Grace procurou o presidente da universidade para impedir a divulgação do resultado que confirmava a contaminação.
O presidente da universidade mandou os poluidores às favas e os moradores foram compensados.
Mas, e se a universidade, naquela época, estivesse recebendo algum dinheiro da fábrica para pesquisas, será que o presidente publicaria o resultado ou se submeteria à pressão da companhia?
Desde então, Sheldon Krimsky dedicou sua vida a pesquisar e denunciar as relações promíscuas entre indústrias, universidades, agências do governo e publicações.
Escreveu quase 200 ensaios e oito livros sobre o assunto, entre eles o best-seller Science in the Private Interest.
Passei uma manhã com o professor no seu escritório da Tufts numa entrevista para o programa Millenio. Até a década de 60 poucos cientistas e pesquisadores faturavam em cima de suas descobertas, contou Krimsky.
Quando Jonas Salk descobriu a vacina contra pólio perguntaram a ele por que não patenteava a descoberta.
Ele respondeu: é possível patentear o sol?
O sol ainda não patentearam, mas hoje dão patentes a genes e um quinto do meu corpo - e do seu também - já tem outros donos, garante o escritor Michael Crichton.
Em 1965 as universidades americanas receberam 95 patentes. Em 2006 foram quase 4 mil.
A mudança aconteceu na década de oitenta, quando o Supremo Tribunal decidiu que era permitido patentear coisas sui generis e o Escritório de Patentes dos Estados Unidos - USPO -, para perplexidade até dos pesquisadores do genoma, interpretaram que um gene era patenteável.
A decisão provocou uma corrida de ouro na biotecnologia. Noventa e dois por cento das verbas de pesquisas saem do governo federal, mas nas melhores universidades americanas um terço da verba vem de empresas privadas.
Os três vencedores do prêmio Nobel de medicina deste ano foram pioneiros em pesquisas genéticas em ratos de laboratório na década de 80.
Mostraram como um gene modificado altera a saúde do animal e a pesquisa pode ajudar na cura de alzaimer, câncer, parkison e outras doenças. Não foram os únicos premiados por avanços genéticos.
Sheldom Krimsky, o escritor Michael Crichton e muitos outros inlfuentes cientistas americanos têm sérias restrições sobre patentes, mas onde estaríamos sem os potentes royalties das patentes?
FONTE: BBC Brasil
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Re.: Potência da patente
- Antes que isto caia no lugar comum, devo alertar que a privatização a que me refiro no título não tem nada a ver com CapitalismoxSocialismo ou com DireitaxEsquerda.
Abraços,
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Re: Re.: Potência da patente
Abmael escreveu:- Antes que isto caia no lugar comum, devo alertar que a privatização a que me refiro no título não tem nada a ver com CapitalismoxSocialismo ou com DireitaxEsquerda.
Abraços,
Duvido que você impeça o lugar comum! Você é fraco e está sozinho!

Vamos debater CapitalismoxSocialismo/DireitaxEsquerda AQUI, no SEU TÓPICO, e você não pode fazer NADA para impedir!

"Uma sociedade sem religião é como um navio sem bússola."
Napoleão Bonaparte
"Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas."
Napoleão Bonaparte
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Re.: Potência da patente
Requere-se patente da forma de extração de determinada substância e depois de adquirida inviabiliza outros projetos na área.
O que é soberania nacional e recursos naturais e o que isso tem a ver com remédios, perfumes e demais produtos extraídos de nossa flora/fauna?
O que é soberania nacional e recursos naturais e o que isso tem a ver com remédios, perfumes e demais produtos extraídos de nossa flora/fauna?
O poder é parte da fraqueza de um homem sem deus...
Bellé
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Toda vez que vejo alguma discussão sobre quebrar ou não patentes, sempre, sempre, sempre trata-se de quebrar ou não as patentes dos outros.
Nunca conheci ninguém que tendo trabalhado arduamente para desenvolver alguma coisa, aceitasse de bom grado que os frutos de seu trabalho fossem tomados por outros sem maiores satisfações que não "precisamos, então foda-se".
O exemplo do cara da vacina da Pólio apenas confirma o fato, uma vez que ele, por decisão própria, escolheu tornar de direito público sua descoberta.
Certamente ele ficaria muito puto se outros tomassem esta decisão no lugar dele.
E como distorcem as coisas.
Quando se fala em patentear genes, significa reservar direitos autorais para as informações obtidas de pesquisas específicas sobre o genoma, não patentear o gene em si, o que é óbvio, mas tem quem queira fazer que não.
Nunca conheci ninguém que tendo trabalhado arduamente para desenvolver alguma coisa, aceitasse de bom grado que os frutos de seu trabalho fossem tomados por outros sem maiores satisfações que não "precisamos, então foda-se".
O exemplo do cara da vacina da Pólio apenas confirma o fato, uma vez que ele, por decisão própria, escolheu tornar de direito público sua descoberta.
Certamente ele ficaria muito puto se outros tomassem esta decisão no lugar dele.
E como distorcem as coisas.
Quando se fala em patentear genes, significa reservar direitos autorais para as informações obtidas de pesquisas específicas sobre o genoma, não patentear o gene em si, o que é óbvio, mas tem quem queira fazer que não.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
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Acauan escreveu:Toda vez que vejo alguma discussão sobre quebrar ou não patentes, sempre, sempre, sempre trata-se de quebrar ou não as patentes dos outros.
Nunca conheci ninguém que tendo trabalhado arduamente para desenvolver alguma coisa, aceitasse de bom grado que os frutos de seu trabalho fossem tomados por outros sem maiores satisfações que não "precisamos, então foda-se".
O exemplo do cara da vacina da Pólio apenas confirma o fato, uma vez que ele, por decisão própria, escolheu tornar de direito público sua descoberta.
Certamente ele ficaria muito puto se outros tomassem esta decisão no lugar dele.
E como distorcem as coisas.
Quando se fala em patentear genes, significa reservar direitos autorais para as informações obtidas de pesquisas específicas sobre o genoma, não patentear o gene em si, o que é óbvio, mas tem quem queira fazer que não.
Tirou-me as palavras. Penso exatamente assim.

Apo escreveu:Tirou-me as palavras. Penso exatamente assim.
Um exemplo é a indústria farmacêutica.
Todo mundo acha ótimo quando os cientistas das empresas da área descobrem um novo medicamento que salva vidas ou melhora a qualidade delas.
E todo mundo acha péssimo quando estas indústrias cobram royalties sobre os medicamentos que desenvolveram.
Ninguém pergunta de onde veio o dinheiro que financiou as pesquisas daqueles medicamentos e todo mundo finge que não entende as correlações envolvidas.
Qualquer um que tenha um mínimo de conhecimento de gerenciamento de P&D sabe que, em determinadas áreas, para cada projeto bem sucedido e rentável existem vários outros que não dão em nada, sendo que estes têm que ser custeados por aqueles, uma vez que quando uma pesquisa é iniciada, nunca se tem certeza se será bem sucedida ou não.
A lógica da quebra de patentes é simplesmente malandra.
- Não precisamos gastar dinheiro desenvolvendo remédios, basta esperar que outros gastem e desenvolvam, depois usamos de graça as fórmulas que eles desenvolverem.
E os defensores disto ainda tentam assumir ares de moral elevada, tipo, só estamos preocupados com a saúde das criancinhas, aidéticos e idosos...
Sei...
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Acauan Guajajara
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Acauan escreveu:Apo escreveu:Tirou-me as palavras. Penso exatamente assim.
Um exemplo é a indústria farmacêutica.
Todo mundo acha ótimo quando os cientistas das empresas da área descobrem um novo medicamento que salva vidas ou melhora a qualidade delas.
E todo mundo acha péssimo quando estas indústrias cobram royalties sobre os medicamentos que desenvolveram.
Ninguém pergunta de onde veio o dinheiro que financiou as pesquisas daqueles medicamentos e todo mundo finge que não entende as correlações envolvidas.
Qualquer um que tenha um mínimo de conhecimento de gerenciamento de P&D sabe que, em determinadas áreas, para cada projeto bem sucedido e rentável existem vários outros que não dão em nada, sendo que estes têm que ser custeados por aqueles, uma vez que quando uma pesquisa é iniciada, nunca se tem certeza se será bem sucedida ou não.
A lógica da quebra de patentes é simplesmente malandra.
- Não precisamos gastar dinheiro desenvolvendo remédios, basta esperar que outros gastem e desenvolvam, depois usamos de graça as fórmulas que eles desenvolverem.
E os defensores disto ainda tentam assumir ares de moral elevada, tipo, só estamos preocupados com a saúde das criancinhas, aidéticos e idosos...
Sei...
Muito malandra. Como se trabalho e pagamento fossem pecados imorais. Querem desenvolvimento, querem se beneficiar dele, mas insistem num altruísmo moralista e demagógico.
Toda lógica de beneficiamento a troco de nada me dá nojo. E nem entro no jogo de me sentir devedora.
Isto me lembra um joguinho de dados da infância, que eu jogava, mas o enunciado me parecia estranho:
" Quem tem, põe. Quem não tem, tira."
Há quem apóie este jogo.

- Adrianoped
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Re.: Potência da patente
Eu assisti a reportagem do programa Milênio com o Sheldon Krimsky e o que ele criticou foi o processo de investimento da iniciativa privada e a influência disso nas universidades. A crítica foi mais em relação a uma busca de pesquisas com resultados a curto prazo e a pressão de investidores sobre os cientistas, os professores universitários.
Ele citou um caso que um jovem voluntário morreu 5 dias após ser voluntário de uma pesquisa. E relacionou esse acontecimento a essa pressão por resultados. Disse que foi um fato marcante nos Estados Unidos, e surgiu um maior questionamento sobre a ética nesse contexto.
Mas mencionou que a indústria farmacêutica tem interesse em manter as pessoas vivas. Enfim, uma boa entrevista.
Ele citou um caso que um jovem voluntário morreu 5 dias após ser voluntário de uma pesquisa. E relacionou esse acontecimento a essa pressão por resultados. Disse que foi um fato marcante nos Estados Unidos, e surgiu um maior questionamento sobre a ética nesse contexto.
Mas mencionou que a indústria farmacêutica tem interesse em manter as pessoas vivas. Enfim, uma boa entrevista.

- user f.k.a. Cabeção
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Acauan escreveu:Apo escreveu:Tirou-me as palavras. Penso exatamente assim.
Um exemplo é a indústria farmacêutica.
Todo mundo acha ótimo quando os cientistas das empresas da área descobrem um novo medicamento que salva vidas ou melhora a qualidade delas.
E todo mundo acha péssimo quando estas indústrias cobram royalties sobre os medicamentos que desenvolveram.
Ninguém pergunta de onde veio o dinheiro que financiou as pesquisas daqueles medicamentos e todo mundo finge que não entende as correlações envolvidas.
Qualquer um que tenha um mínimo de conhecimento de gerenciamento de P&D sabe que, em determinadas áreas, para cada projeto bem sucedido e rentável existem vários outros que não dão em nada, sendo que estes têm que ser custeados por aqueles, uma vez que quando uma pesquisa é iniciada, nunca se tem certeza se será bem sucedida ou não.
A lógica da quebra de patentes é simplesmente malandra.
- Não precisamos gastar dinheiro desenvolvendo remédios, basta esperar que outros gastem e desenvolvam, depois usamos de graça as fórmulas que eles desenvolverem.
E os defensores disto ainda tentam assumir ares de moral elevada, tipo, só estamos preocupados com a saúde das criancinhas, aidéticos e idosos...
Sei...
E normal que essa gente barulhenta e chata consiga obter sucesso fora da America, sobretudo em buracos terceiro-mundistas que jamais conhecerao desenvolvimento.
A relacao dos outros paises com os Estados Unidos e a de que os segundos desenvolvem e cobram por remedios que os primeiros querem usar de graca.
Entao, que governantes populistas e bufoes quebrem essas patentes e natural e esperado. Que interesse teria a Venezuela ou o Brasil em patentes de remedios?
A America continuara a desenvolver remedios para seu proprio mercado, que paga as pesquisas, cujas formulas poderao continuar sendo roubadas.
(E claro que se todos pagassem, isto e, se nao houvesse roubo, o mercado de remedios geraria ainda mais lucro, o que inspiraria mais pesquisas e mais doencas sendo curadas num prazo mais curto. Como so alguns otarios pagam, e so com o deles que as empresas tem que se virar para tratar os males de todo mundo)
O problema e que boa parte desse discurso terceiro mundista estupido vem fazendo eco por la. Inspirados por messias panacas como Michael Moore, muitos politicos vem propondo sancoes e quebras de patentes visando "diminuir os lucros capitalistas" das empresas farmaceuticas, la mesmo, "na doce terra da liberdade".
Parece que os democratas e ate alguns republicanos aprenderam a receita com as democracias incipientes das republiquetas de bananas: se isso me ajudar nas proximas eleicoes, os efeitos nefastos de longo prazo serao problema dos proximos politicos.
Pesquisas de remedios duram em media uns dez a vinte anos entre primeiras descobertas e entrada no mercado de um novo produto. As proximas eleicoes ganham de longe em urgencia, alem de toda culpa das decisoes erradas de hoje serem herdadas por proximas geracoes de politicos.
O problema da ideologia do saque e que ela depende de algum otario que trabalhe por todos os ladroes. Mas a sua generalizacao acaba incentivando os otarios agirem como ladroes, e nesse momento ninguem produz nada.
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem
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Re.: Potência da patente
O cabeção está conseguindo me fazer sentir mais ojeriza ainda do planeta das bananas do que eu sempre senti. Não quero nutrir isto, mas é mais forte do que tangenciar e citar numerozinhos deslavadamente mentirosos.

- Aranha
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Acauan escreveu:Toda vez que vejo alguma discussão sobre quebrar ou não patentes, sempre, sempre, sempre trata-se de quebrar ou não as patentes dos outros.
Nunca conheci ninguém que tendo trabalhado arduamente para desenvolver alguma coisa, aceitasse de bom grado que os frutos de seu trabalho fossem tomados por outros sem maiores satisfações que não "precisamos, então foda-se".
O exemplo do cara da vacina da Pólio apenas confirma o fato, uma vez que ele, por decisão própria, escolheu tornar de direito público sua descoberta.
Certamente ele ficaria muito puto se outros tomassem esta decisão no lugar dele.
E como distorcem as coisas.
Quando se fala em patentear genes, significa reservar direitos autorais para as informações obtidas de pesquisas específicas sobre o genoma, não patentear o gene em si, o que é óbvio, mas tem quem queira fazer que não.
- Creio que o tema não é a quebra das patentes, e sim o uso de instituições de ensino para geração de patentes e os limites do sistema de patentes.
- Eu concordo que a pesquisa pura não deve ser direcionada por interesses comerciais, e que o patenteamento desenfreado do conhecimento pode inibir novas descobertas, a medida que tecnologias e metodologias vão ficando cada vez mais atreladas a royalties, isso afetaria ainda mais instituições de países periféricos onde os recursos financeiros são escassos.
Abraços,
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Re.: Potência da patente
Na China os transgênicos não possuem "patente" são de livre utilização para a populção as sementes... mas é claro que também é um orgão público...
A Especial da SA deste mês tá 10!

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Abmael escreveu:Acauan escreveu:Toda vez que vejo alguma discussão sobre quebrar ou não patentes, sempre, sempre, sempre trata-se de quebrar ou não as patentes dos outros.
Nunca conheci ninguém que tendo trabalhado arduamente para desenvolver alguma coisa, aceitasse de bom grado que os frutos de seu trabalho fossem tomados por outros sem maiores satisfações que não "precisamos, então foda-se".
O exemplo do cara da vacina da Pólio apenas confirma o fato, uma vez que ele, por decisão própria, escolheu tornar de direito público sua descoberta.
Certamente ele ficaria muito puto se outros tomassem esta decisão no lugar dele.
E como distorcem as coisas.
Quando se fala em patentear genes, significa reservar direitos autorais para as informações obtidas de pesquisas específicas sobre o genoma, não patentear o gene em si, o que é óbvio, mas tem quem queira fazer que não.
- Creio que o tema não é a quebra das patentes, e sim o uso de instituições de ensino para geração de patentes e os limites do sistema de patentes.
- Eu concordo que a pesquisa pura não deve ser direcionada por interesses comerciais, e que o patenteamento desenfreado do conhecimento pode inibir novas descobertas, a medida que tecnologias e metodologias vão ficando cada vez mais atreladas a royalties, isso afetaria ainda mais instituições de países periféricos onde os recursos financeiros são escassos.
Abraços,
Usurpar da pesquisa acadêmica para gerar patentes por qualquer coisinha? Mas acredito que a pesquisa tenha passos a serem cumpridos, até que a idéia evolua ou se multiplique. Se não mantiver em segredo, por exemplo, uma pesquisa com material biológico, pode-se correr o risco de que ele seja mal empregado e ainda que o mau utilizador a patenteie indevidamente. Para não precisar se preocupar tanto assim, pelo menos a patente intermediária ( de uma ou mais estapas) , seria uma barreira, não? A menos que o que detém a patente a negocie irresponsavelmente para colocar a mão na grana.
Bom, não é porque um país periférico não pode pagar, que eu vou financiar tudo e liberal para eles. As coisas têm um limite mesmo.
Por exemplo, situações catastróficas e emergenciais pedem liberações especiais.
Mas pesquisa custa trabalho e investimento. Ele precisa retornar para ser possível manter as pessoas pesquisando e trabalhando para novas descobertas ou desenvolvimento.

Abmael escreveu:- Eu concordo que a pesquisa pura não deve ser direcionada por interesses comerciais, e que o patenteamento desenfreado do conhecimento pode inibir novas descobertas, a medida que tecnologias e metodologias vão ficando cada vez mais atreladas a royalties, isso afetaria ainda mais instituições de países periféricos onde os recursos financeiros são escassos.
Seria muito bom se a pesquisa pura não fosse direcionada por interesses comerciais, tanto quanto seria muito bom se a Angelina Jolie resolvesse dar prá mim.
No mundo real as coisas não ligam muito para o que achamos que seria muito bom.
No mais, basta ver a relação dos agraciados com o Prêmio Ignóbil todos os anos para ter a prova que nos Estados Unidos sobra dinheiro para todo tipo de pesquisa, mesmo as mais idiotas, logo não há porque reclamar de um sistema que provê tal abundância.
E esta choradeira sobre países periféricos já deu o que tinha que dar.
Que façam como a Coréia do Sul, arregacem as mangas, trabalhem e deixem de ser periféricos.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
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Re.: Potência da patente
Alguns podem achar que descobertas medicinais são um direito, mas na verdade são um privilégio, pois não caem do céu...Bom, não é porque um país periférico não pode pagar, que eu vou financiar tudo e liberal para eles. As coisas têm um limite mesmo.
Por exemplo, situações catastróficas e emergenciais pedem liberações especiais.
Citação do dia:
:emoticon45:Acauan escreveu:Seria muito bom se a pesquisa pura não fosse direcionada por interesses comerciais, tanto quanto seria muito bom se a Angelina Jolie resolvesse dar prá mim.
No mundo real as coisas não ligam muito para o que achamos que seria muito bom.
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Re.: Potência da patente
Acho que não vejo ninguém defendendo a quebra integral das patentes "dos outros". A pergunta é se as patentes devem ser eternas e ilimitadas. Em razão de necessidades urgentes da população, o Estado -qualquer Estado- pode confiscar bens pertencentes a particulares, invadir terras, ou subtrair qualquer direito patrimonial que eu conheça do uso dos titulares. Por que seria diferente com as patentes?
Quem desenvolve um invento, por mais tempo, trabalho e dinheiro que empregue nisso, nunca parte do nada, sempre de outras contribuições da ciência. Tão justo quanto o seu direito a lucrar com o invento é estabelcer limites de tempo e valor a esses ganhos, principalmente se for em benefício do conjunto da população.
Perguntem aos laboratórios que desenvolvem medicamentos, muitas vezes se beneficiando de pesquisas públicas feitas em universidades, se as restrições parciais que são feitas às patentes vão fazê-los parar de pesquisar. Só dirão que sim se a retórica interessar no momento, mas não a sério.
Quem desenvolve um invento, por mais tempo, trabalho e dinheiro que empregue nisso, nunca parte do nada, sempre de outras contribuições da ciência. Tão justo quanto o seu direito a lucrar com o invento é estabelcer limites de tempo e valor a esses ganhos, principalmente se for em benefício do conjunto da população.
Perguntem aos laboratórios que desenvolvem medicamentos, muitas vezes se beneficiando de pesquisas públicas feitas em universidades, se as restrições parciais que são feitas às patentes vão fazê-los parar de pesquisar. Só dirão que sim se a retórica interessar no momento, mas não a sério.
- Fedidovisk
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Re: Re.: Potência da patente
Ateu Tímido escreveu:...por mais tempo, trabalho e dinheiro que empregue nisso, nunca parte do nada, sempre de outras contribuições da ciência. ...
Bingo!
Re.: Potência da patente
A questão das patentes no caso dos genes é outra.
Vou usar o exemplo do software.
Se eu crio um codigo assim:
{Function on}
nada-sei = sabetudo;
end;
{function off}
Eu posso patentear e ninguém vai poder escrever igual... mas existem inúmeras formas de se escrever algo que faz EXATAMENTE a mesma coisa.
Da mesma forma algumas invenções, como o tubo de imagem usados na TV, são complexas o bastante para se patentear e existem outras formas de se fazer a mesma coisa, como TVs de plasma ou de cristal liquido.
Drogas idém, uma empresa tem a patente de uma droga para dor de cabeça e outra empresa tem uma formula diferente para fazer a mesma coisa.
De qualquer forma, essas formulas, equipamentos e codigos são INVENÇÕES.
Coisas que não existiam, que eram possíveis ser feitas e que alguém fez.
Já a patente de genes não.
Os genes já estão ai, foram criadas pela natureza e quem descobre como funcionam leva a patente.
Se eu usar outros meios para descobrir como funciona o mesmo gene que já foi patenteado, eu não posso requerer a patente, pois o gene já tem dono.
Existe uma diferença entre "criar" algo e patentear, ou descobrir pra que serve e patentear.
Seria como como dar a patente do Sol, ao primeiro que desvendar seus mistérios... e então proibir qualquer um que queira usar energia Solar, de faze-lo sem pagar royalties ao "dono" do Sol.
Se você "inventar" um gene sintético novo, pode patentea-lo... mas permitir que alguém tenha a patente de algo que não é criação dele é um tanto absurdo.
Só pra exemplificar.
Digamos que alguém tem a patente de um gene.
Um outro pesquisador acaba criando uma terapia genética que use aquele gene para curar um doença... não pode... o gene já tem dono, mesmo que o "dono" dele não saiba como curar a tal doença usando esse gene.
Vou usar o exemplo do software.
Se eu crio um codigo assim:
{Function on}
nada-sei = sabetudo;
end;
{function off}
Eu posso patentear e ninguém vai poder escrever igual... mas existem inúmeras formas de se escrever algo que faz EXATAMENTE a mesma coisa.
Da mesma forma algumas invenções, como o tubo de imagem usados na TV, são complexas o bastante para se patentear e existem outras formas de se fazer a mesma coisa, como TVs de plasma ou de cristal liquido.
Drogas idém, uma empresa tem a patente de uma droga para dor de cabeça e outra empresa tem uma formula diferente para fazer a mesma coisa.
De qualquer forma, essas formulas, equipamentos e codigos são INVENÇÕES.
Coisas que não existiam, que eram possíveis ser feitas e que alguém fez.
Já a patente de genes não.
Os genes já estão ai, foram criadas pela natureza e quem descobre como funcionam leva a patente.
Se eu usar outros meios para descobrir como funciona o mesmo gene que já foi patenteado, eu não posso requerer a patente, pois o gene já tem dono.
Existe uma diferença entre "criar" algo e patentear, ou descobrir pra que serve e patentear.
Seria como como dar a patente do Sol, ao primeiro que desvendar seus mistérios... e então proibir qualquer um que queira usar energia Solar, de faze-lo sem pagar royalties ao "dono" do Sol.
Se você "inventar" um gene sintético novo, pode patentea-lo... mas permitir que alguém tenha a patente de algo que não é criação dele é um tanto absurdo.
Só pra exemplificar.
Digamos que alguém tem a patente de um gene.
Um outro pesquisador acaba criando uma terapia genética que use aquele gene para curar um doença... não pode... o gene já tem dono, mesmo que o "dono" dele não saiba como curar a tal doença usando esse gene.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".
Re: Re.: Potência da patente
Ateu Tímido escreveu:Acho que não vejo ninguém defendendo a quebra integral das patentes "dos outros". A pergunta é se as patentes devem ser eternas e ilimitadas.
Gostaria de saber onde e quais patentes são eternas e ilimitadas.
Certamente não são nos Estados Unidos e muito menos as patentes de medicamentos, que tem prazo de expiração e, por sinal, um probema seríssimo de muitas indústrias é justamente que estes prazos estão vencendo para algumas de suas fórmulas mais lucrativas.
General Information Concerning Patents
FDA: Frequently Asked Questions on Patents and Exclusivity
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Acauan Guajajara
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Acauan escreveu:
Seria muito bom se a pesquisa pura não fosse direcionada por interesses comerciais, tanto quanto seria muito bom se a Angelina Jolie resolvesse dar prá mim.
- Esse fenômeno é essencialmente americano, nos demais existe pesquisa pura descolada de interesses comerciais sim.
Acauan escreveu:
No mundo real as coisas não ligam muito para o que achamos que seria muito bom.
- Ok, eu já sabia disso, mas, ao contrário do que você insinua eu não estou falando de utopias, existem efetivamente lugares onde os interesses privados não influenciam tanto e são bastante produtivos.
Acauan escreveu:
No mais, basta ver a relação dos agraciados com o Prêmio Ignóbil todos os anos para ter a prova que nos Estados Unidos sobra dinheiro para todo tipo de pesquisa, mesmo as mais idiotas, logo não há porque reclamar de um sistema que provê tal abundância.
- Sim, mas as maioria dos agraciados não são americanos, o sistema pode até favorecer pesquisas direcionadas mas não forma novos talentos, é como o futebol europeu, além disso, dotar a ciência de pragmatismo comercial é condicionar a aquisição de conhecimento ao lucro, a ciência vale muito mais que isto, o conhecimento não tem preço.
Acauan escreveu:
E esta choradeira sobre países periféricos já deu o que tinha que dar.
Que façam como a Coréia do Sul, arregacem as mangas, trabalhem e deixem de ser periféricos.
- Ainda bem que você se referiu à Coréia, o sistema coreano separa bem a produção científica pragmática (que fica dentro das empresas e financiado por elas) da pesquisa pura que fica nas universidades.
- Não debato trabalho ou esforço e sim método e conjuntura.
Abraços,
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Ben Parker
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Re.: Potência da patente
Eu já acho que método e conjuntura sem trabalho e esforço são mesmo nada. Só servem para justificar a falta de vontade de grupos políticos ou embalados por eles. Pode-se construir obras que valem muito sob uma conjuntura que não ajuda porque a pressão e a necessidade fazem as pessoas se mexerem, superarem seus limites, correrem contra o relógio. E pode-se deitar nas cordas e assoprar o vento, quando não há exemplo ou objetivo claro. E pode o contrário de tudo isto também.
Eu diria que as 4 coisas são importantes e não excludentes.
Eu diria que as 4 coisas são importantes e não excludentes.

Abmael escreveu:- Esse fenômeno é essencialmente americano, nos demais existe pesquisa pura descolada de interesses comerciais sim.
Nos demais quais e qual a relevância dela?
Abmael escreveu:- Ok, eu já sabia disso, mas, ao contrário do que você insinua eu não estou falando de utopias, existem efetivamente lugares onde os interesses privados não influenciam tanto e são bastante produtivos.
Apresente os dados que comprovam esta produtividade, de preferência em comparação com a produtividade americana.
Abmael escreveu:- Sim, mas as maioria dos agraciados não são americanos, o sistema pode até favorecer pesquisas direcionadas mas não forma novos talentos, é como o futebol europeu, além disso, dotar a ciência de pragmatismo comercial é condicionar a aquisição de conhecimento ao lucro, a ciência vale muito mais que isto, o conhecimento não tem preço.
Não entendi bem, mas eu citei o Premio Ignóbil e tenho a impressão que você respondeu sobre o Prêmio Nobel.
Nos dois casos, a maioria dos laureados são americanos sim, basta checar as listas.
Abmael escreveu:- Ainda bem que você se referiu à Coréia, o sistema coreano separa bem a produção científica pragmática (que fica dentro das empresas e financiado por elas) da pesquisa pura que fica nas universidades.
Só para ficar no assunto, cite um medicamento desenvolvido por esta tal pesquisa pura coreana, que não seja a porcaria do ginseng.
Abmael escreveu:- Não debato trabalho ou esforço e sim método e conjuntura.
Heim?
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!