zencem escreveu:André escreveu:zencem escreveu:Samael escreveu:Se você concorda ou não com esse conceito de liberdade e de individualismo, problema é seu. Não faz com que Marx veja os seres como autômatos.
Não sei se você viu, Eu respondí a um texto quotado, que é uma parte dos links apresentados.
Se há algum equívoco, portanto, se refere ao texto quotado, o que não ficou esclarescido no teu desabafo.
Este teu despotismo é falta de figatil, ou os sites que você prefere pagar estão fora do ar?
zencem não acredite no que a Wiki diz sobre Marx ou sobre qualquer autor um pouco mais complexo. Tem que conhecer o próprio e aqueles que o estudaram.
Marx defendia a emancipação total do individuo, tanto em relação a religião(pois o homem maduro seria livre da religião que é uma forma de controle), como em relação ao trabalho(livre da exploração capitalista de seu trabalho). Por isso o governo deveria ser dos trabalhadores. Governo esse que como o Samael disse um mal necessário a utopia final é o autogoverno.
Mas como chegar lá, André?
Através de alguma instituição que substituirá a religião, ou através da defesa e do estímulo ao exercício de sua individualidade?
Marx se preocupava, realmente, com isso, ou apenas via na religião um impecilho à implantação de suas idéias?
Ou seja, não desejava ele, que as suas idéias fosse a nova religião com a máscara do ateismo?
Permitiria ele que "o indivíduo" discordasse do seu Marxismo?
O que é uma religião, se não uma ideologia?
A emancipação do homem "maduro" é daquele que se liberta da religião, e da dominação capitalista e se une a outros trabalhadores, pois sozinho não vai transformar as relações de dominação que lhe são impostas. Por isso, para Marx os trabalhadores devem se unir para superar as relações de poder, pois individualmente a materialidade se sobrepõe aos seus desejos. Detalhe eu não concordo com o meio proposto por Marx. Em geral o revolucionário. Sendo que mesmo Marx em momentos disse que para determinadas realidades o meio democrático era melhor. Nisso eu sou radical, apenas o meio democrático, que busca instituir regras de participação para todos, pode gerar um fim justo. Não como uma exceção, mas como uma exigência, um pré-requisito.
Depois de derrubar uma ditadura, seja ela qual for, o meio deve ser o de instituir um regime democrático. Se já está instituído um regime democrático o caminho deve ser aprimorá-lo, reformá-lo, somar forças para que esse garanta, e aí uma atualização das lutas dos trabalhadores, direitos sociais. Assim como represente os anseios da maioria simultaneamente respeitando a vida e o direito de todos.
Depois dessa explanação vamos a suas perguntas, sendo que não me sinto capacitado para responder por Marx, vou fornecer apenas a minha opinião.
1)O que Marx era contrario era o individualismo. Assim como qualquer coletivista. Mas a individualidade é fundamental para se aperceber das relações de poder que se estabelecem. Assim como cada ser humano se seria livre para trabalhar no que bem entendesse isso seria definido certamente pela sua individualidade.
2)Religião era de fato um empecilho, um dos. Mas estava de fato preocupado com emancipação. Para isso sugiro a leitura da "Introdução à crítica da filosofia do direito de Hegel". Mas é um texto da juventude, outros tb são importantes.
3)Não. Até pq a construção não seria feita por ele, mas pelos trabalhadores e suas organizações. Os objetivos essenciais eram a socialização dos meios de produção, e o controle das classes trabalhadoras sobre esses. A libertação do domínio da religião, e da dominação capitalista. Ou em resumo o abandono da "felicidade ilusória do céu para construção da felicidade na terra".
Se quiser saber das minhas divergências com Marx, só perguntar que explico.
4)Ele próprio discordava do marxismo enquanto algo fixo. Quando soube que estavam defendendo em nome do marxismo uma série de teses que ele não estava de acordo mandou uma carta dizendo. "Se isso é marxismo eu não sou marxista".
Vc pergunta se ele permitiria que discordasse eu não vejo essa exigência. O que ele quer deixa claro no Manifesto é: União dos trabalhadores para enveredar uma sociedade que esses tivessem controle sobre os meios de produção. Outra é o abandono da religião essa que ele nem toca muito em seus escritos exceção ao que citei antes. No caso da religião ele até deixa como uma exigência seu abandono, ou essa interpretação é possível, que é uma coisa ( essa janela aberta) que eu critiquei quando resenhei esse texto.
Logo ele defende que as massas de trabalhadores se organizem e lutem pelos seus interresses. Se vc não concorda não faça parte do movimento. O meio revolucionário, que eu discordo, pode e levou a derramamento de sangue. E pior não significou a emancipação que Marx queria, pois um novo poder, burocrático, centralizado, que representava a si mesmo, e não os trabalhadores, se consolidou. Nos lugares em que se desenvolveu o que ficou conhecido como "socialismo real".
O “socialismo real” mais até do que Marx defendia, tenho total repulsa. Somente dar uma olhada no meu avatar de George Orwell que isso fica claro, até pq tenho tanta admiração pela figura.