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Os princípios da Física são míopes

Enviado: 05 Jan 2006, 08:22
por Flavio Costa
Os princípios da Física são míopes, ganhador de Prêmio Nobel disse

By Ashley Lawson
(June 2, 2005)

BOSTON – Físicos têem problemas com os sistemas de suas crenças e o campo de física está em crise por este motivo, disse o ganhador do Prêmio Nobel Robert Laughlin, em uma recente palestra na Universidade de Boston.

“Eles têem sistemas de crença da mesma forma que qualquer outra pessoa,” ele disse. “E há um problema neste sistema.”

Laughlin, co-receptor do Prêmio Nobel de Física em 1998, comparou os físicos aos monoteístas que mantém uma crença e a defendem até mesmo quando uma evidência prova o contrário. Ao invés de questionar sua crença original, ele disse, eles questionam a validade da evidência.

“Físicos são um tipo de moralistas,” ele disse. “Eles se preocupam se as coisas fazem sentido ou são corretas.”

O desejo por uma idéia unificada, ele argumentou, leva os físicos a buscarem leis fundamentais ou o que se crê ser “simplesmente uma lei.” No entanto, muitas dessas leis que explicam as regras organizacionais que guiam coisas inidviduais são, na verdade, sinérgicas ou emergentes, disse Laughlin.

Todas as leis fundamentais, ele disse, são, na verdade, derivadas da observação de eventos coletivos, e muitos não descrevem as ações das partes individuais de uma forma precisa.

Em seu recente livro, Um Universo Diferente: Reinventando a Física, Laughlin mostra o tornado como um exemplo de uma propriedade emergente. Ao estudar como as moléculas do ar trabalham juntas, e não como moléculas individuais, os cientistas aprenderam como os tornados se formam.

Na palestra de abril, ele explicou que a lei de gravidade de Newton é considerada uma lei fundamental, mas é impossível observar esta força em objetos de escala nanométricas.

“Quando você observa algum objeto muito de perto e o desmonta para ver como a lei funciona, você descobre que a lei não está mais ali,” ele disse.

Leis sobre o aquecimento também são vistas com fundamentais, ele explicou, mas as menores partículas não obedecem a essas leis.

O calor, de forma conceitual, é como uma pintura de Monet; quando você chega muito perto para ver os pequenos detalhes, para ver como as partes trabalham juntas, você não vê nada além de vários pontos sem sentido,” ele disse.

A diferença entre leis fundamentais e emergentes então torna-se inexistente e até mesmo conceitos básicos tornam-se misteriosos. Porque as leis como as do calor e da gravidade são verdadeiras somente para alguns casos, os fundamentos da física estão tornando-se fracos, ele disse.

“Atualmente, a Física está no meio de uma crise, uma batalha ideological,” ele disse. “As coisas mais fundamentais que você conhece podem não ser fundamentais.”

Laughlin também argumentou que físicos formam mitos sobre a criação para explicar mistérios como o por que átomos são tão uniformes por toda a galáxia. Cosmologia inflacionária, ele disse, é o mito criado para solucionar este problema ao dizer que durante a expansão depois do big bang, a matéria tornou-se uniforme.

“Esta é uma teoria bem absurda, mas o motivo pelo qual a levamos tão a sério é a profundidade da crise. Em outras palavras, nós precisamos de uma explicação para o por que essa matéria é tão uniforme, e não temos uma,” ele disse. Eu gosto de falar que a natureza emergente das teorias do universo são, na verdade, um ato de desespero.”

A melhor chance de solucionar alguns desses mistérios do universo, Laughlin sugere em seu livro Um Universo Diferente, é evitar a abordagem reducionista de estudar partículas muito pequenas para medição, e observar as realidades básicas do mundo natural.

As características exatas de substâncias como o gelo ou sal não são entendidas completamente, ele disse, mas talvez possam revelar mais sobre o universo do que os grandes avanços espaciais ou a primeira fração nanométrica de um segundo depois do big bang.

http://www.stnews.org/ts-597.htm

Enviado: 05 Jan 2006, 08:51
por o pensador
Dentro do escopo deste tópico eu tenho um questionamento que ultimamente tem me levado a refletir:

Se o vácuo Quântico é instável e dele sâo geradas e destruídas incontáveis pares de partículas numa fraçâo mínima de tempo, por conseguinte o desgaste entrópico implícito no enunciado da segunda lei da termodinâmica nâo estaria ocorrendo;estrelas nâo queimariam toda a reserva de combustível nuclear para se manter em funcionamento,organismos nâo envelheceriam e nem experimentariam um enfraquecimento gradual de suas funçôes vitais,seriam virtualmente imortais,etc.

E por que?

Porque haveria uma reposiçâo cíclica e repetitiva de partículas subatômicas que efetivamente inviabilizariam o esgotamento atômico.Fayman,se nâo for incômodo,como este dilema poderia ser resolvido??Grato :emoticon1: .

Enviado: 05 Jan 2006, 13:11
por Fayman
Olá, Flávio!

Primeiramente, a opinião de Robert Laughlin não é inteiramente nova, com vários físicos a manifestar idéias semelhantes de tempos em tempos. Temos até o nosso, que é o Mário Novello, ferrenho combatente do Big Bang e da Supercordas.

Obviamente, Ciência é contestar o conhecimento e teorias estabelecidas, ainda mais vindo de um prêmio Nobel, mas o que eu critico é a maneira que estas “contestações” são feitas, ou melhor, como são levadas ao público em geral, e mesmo, o que há por detrás dessas críticas.

No exemplo de Novello, ele critica a Supercordas afirmando que ela não deu frutos nenhum depois de todo o tempo de existência e, portanto, deveria ser abandonada.

Por esse ponto de vista, o que dizer da Cromodinâmica Quântica, que levou 30 anos até ser plenamente comprovada?

Nesse sentido, isso para mim, é balela; é coisa de quem quer fazer marketing de seus próprios projetos, em busca de reconhecimento e, principalmente, financiamento e/ou patrocínio.

Ainda no exemplo de Novello, o que significa exatamente a afirmação dele de que o Big Bang nunca existiu?

Caso signifique que nunca houve a origem em uma expansão, que continua até os dias de hoje, por aproximadamente 13 bilhões de anos, essa afirmação é um tanto leviana, uma vez que tal expansão é PREVISTA pelas equações da Relatividade Geral, ou seja, uma contestação a esse nível, é uma contestação da própria Relatividade e aí, creio que ele está em maus lençóis. Se for este tipo de contestação que ele faz, que apresente, então, uma teoria que substitua a RG!

Note que falar é muito, mas muito fácil.

Contudo, caso signifique que na realidade, embora o Espaço-Tempo tenha estado em um estado altamente comprimido e se expandiu a partir desse ponto, mas que nunca chegou a ter uma fase em que se encontrava absurdamente comprimido, milhares de milhões de milhões de milhões de vezes menores que um núcleo atômico, isso não é tão novidade assim, até mesmo porque, a própria RG desmorona nesse cenário, sendo necessário incorporar os Efeitos Quânticos na questão, e isso já se sabe a décadas!

Portanto, qual o valor de uma crítica deste nível? O que ela diz? Ela diz NADA! É uma crítica voltada contra algo para o qual não existem ferramentas para se estudar, muito menos, o crítico, propõe alguma!!

É fato que Novello já apresentou vários trabalhos em colaboração com físicos internacionais sobre Gravitação Quântica, mas assim como todos os demais, não são definitivos. Curiosamente (seria apenas uma coincidência?) a melhor proposta que temos hoje, para uma teoria deste tipo, é exatamente a Supercordas. Curioso, não?

Mas voltemos a Laughlin, sempre tendo em mente que ele é um prêmio Nobel de Física e o que comentei sobre postura e Novello.

Com isso em mente, veja esta afirmação dele:


a lei de gravidade de Newton é considerada uma lei fundamental, mas é impossível observar esta força em objetos de escala nanométricas.

Como se pode interpretar uma afirmação destas vinda de um Nobel de Física? O que ele que dizer com isso? Significa que a teoria FOI TESTADA e comprovou que ela, de fato, não existe nessa escala?

Difícil saber, ainda mais quando ele complementa com... isto!


“Quando você observa algum objeto muito de perto e o desmonta para ver como a lei funciona, você descobre que a lei não está mais ali,”

Note que, para um físico que tem um Nobel em seu currículo, como ele é muito pouco claro no que afirma. O que significa “desmontar”? Significa desmantelar tal objeto até a escala atômica? Afinal, ele se refere a escala Nano!

A “Lei da Gravidade de Newton” é testada comprovadamente dentro da tecnologia disponível até uma distância de um centímetro, ou menos, se não me engano. Além desse ponto, não há tecnologia disponível para um teste preciso, exatamente pela fraqueza da força gravitacional onde, a essas escalas, a força eletromagnética domina.

Portanto, a pergunta que se faz em relação às “contestações” de Novello, são exatamente as mesmas que se faz agora.

Se a afirmação acima é taxativa, porque então se necessita de uma Teoria Quântica da Gravidade para responder a certas questões que envolvem o extremamente minúsculo e gravidade concomitantemente?

Ora, de acordo com Laughlin, “é impossível observar a gravidade a essa escala, ou seja, é como se ela “desaparecesse”, então, as teorias atuais, que NÃO CONTAM COM A GRAVIDADE, deveriam dar conta das questões.

Por que não o fazem? Por que Laughlin não publica um trabalho DEMONSTRANDO tal fato?

Como eu disse, é difícil, para quem conhece um pouco de Física, não estranhar, no mínimo, tais afirmações que, assim como no outro exemplo, carecem de sentido e necessitam uma explicação bem, mas bem mais detalhada.

Curiosamente ou não, e cada um que tire suas conclusões a esse respeito, Laughlin rapidamente cita seu livro, com o “título atrativo” de Um Universo Diferente: Reinventando a Física.

Reinventando a Física! Belo título.

Outro ponto que fica bastante duro de engolir. Veja este trecho:


Todas as leis fundamentais, ele disse, são, na verdade, derivadas da observação de eventos coletivos, e muitos não descrevem as ações das partes individuais de uma forma precisa.

Primeiramente, começar a frase com TODAS não está correto, uma vez que, aí sim, TODAS as Leis da Mecânica Quântica NÃO SÃO derivadas da observação de eventos coletivos, uma vez que bilhões de experimentos são feitos com partículas elementares.

Novamente, curioso este comentário vindo de um prêmio Nobel, não?

Segundo, este é o velho e manjado Problema da Indução, que foi objeto de discussão inclusive aqui, no RV, com a proposta totalmente descabida do forista Sr. Incógnito, plenamente rebatido pelo Dante.

O questionamento de Laughlin até teria algum sentido SE, e esse se é enorme, a Ciência se fechasse sobre suas descobertas e conclusões e não se renovasse. Mas NÃO é isso o que acontece! Veja o exemplo da Newton, que Laughlin citou. Tudo os indícios hoje apontam para que essa lei seja universal. Caso venha-se a descobrir que não o é, MUDA-SE! Isso é fato, portanto, não entendo o que este senhor pretende com esse bla bla bla todo!

Ainda mais quando nos deparamos com este trecho aqui:


comparou os físicos aos monoteístas que mantém uma crença e a defendem até mesmo quando uma evidência prova o contrário. Ao invés de questionar sua crença original, ele disse, eles questionam a validade da evidência.

Novamente aqui, a questão do que Laughlin que dizer com isso, ou seja, mais uma vez, falta clareza. Vejamos porque:

A frase acima é uma coisa totalmente estúpida e imbecil se dita por qualquer físico; imagine um prêmio Nobel!!

Não sei de onde, muito menos porque, Laughlin tirou isto aqui, até mesmo porque, NENHUM físico JAMAIS irá descartar de uma teoria se um experimento apresentar discrepâncias; e nem deve!!!

Esses casos são chamadas de Experimentos Anômalos, e são experimentos que mostram “furos” nas mais diversas teorias. Todas às vezes em que ocorrem, os profissionais envolvidos executam uma série de verificações para constatar se não houve erro humano; contaminação das condições do experimento; falha de aparelhos; interferência, etc. Caso nada disso seja constatado, o experimento é repassado a outros grupos para que seja NOVAMENTE EXECUTADO, e somente se ele apresentar a anomalidade tantas vezes quanto for repetido o experimento, a teoria está em crise!!

Isso é tão básico quanto Física 1 no primeiro ano de faculdade!

Eu duvido que Laughlin não saiba disso, portanto, como disse antes, mais uma vez carece de clareza e sentido o que ele está afirmando.

A única crítica válida que vi nesse texto é a feita à Inflação, muito embora, seus indícios indiretos são razoáveis, mas sem dúvida, é uma idéia ad hoc, o que também não é nenhuma novidade, com o próprio Alan Guth, proponente do modelo original, tendo comentado no ano passado, que estava um tanto decepcionado com a proposta por ela não evoluir.



Seja como for, a Inflação responde à grande maioria das questões iniciais do Big Bang e é amplamente aceita, face às evidências, mesmo que indiretas, pela Comunidade Científica. Vale lembrar que, a atual Expansão Acelerada do Universo, atribuída à enigmática Energia Escura, seja ela o que for, nada mais é do que um mecanismo similar a um Campo Inflation.

Seja como for, para mim as coisas começam a ficar mais claras quando se percebe claramente que Laughlin defende a Emergência contra o Reducionismo. Laughlin ganhou o Nobel em 1998, pela descoberta de “Fluidos com excitações de Carga Fracionária” que, embora possa estar enganado, mas não me parece ser um trabalho “emergente”, muito pelo contrário!!

Contudo, de 1998 até hoje, muitas águas já rolaram e, em função disso, não posso afirmar até onde Laughlin pretende chegar, ou quais são os fundamentos daquilo que ele defende ou suas idéias, mas Emergência já há tempo faz parte do vocabulário do “novo paradigma” (outra que aprenderam no Aurélio e não deixaram mais de usar) defendido pelos visionários newager’s, como se pode ver nesta crítica (na verdade, uma comemoração ao livro de Laughlin), onde rapidinho, o caso descamba para discurso da “física do novo milênio” e, obviamente, não podia faltar uma citação a Capra (!!), como pode ser visto neste link:

http://www.usinadeletras.com.br/exibelo ... =Discursos

Concluo da mesma maneira que comecei: de 1998 até hoje, 2006, já se passaram 8 anos! Cadê os trabalhos de Laughlin revolucionando a Física? Ah... talvez ele não teve tempo, afinal, estava escrevendo “reinventando a Física”.

Como eu disse, um belo título!

Re.: Os princípios da Física são míopes

Enviado: 05 Jan 2006, 13:50
por Flavio Costa
Fayman, obrigado pela resposta.

Eu também estava achando a crítica um tanto superficial, mas resolvi perguntar sem nenhum juízo de valor, afinal "o cara é um Nobel". Eu senti falta de exemplos para embasar as colocações dele e pelo visto a única que faz algum sentido foi sobre a cosmologia inflacionária, embora tenha ficado claro que a superficialidade das colocações não se devem apenas ao texto ser voltado ao público leigo...

Como você colocou, é muito fácil "sentir um cheiro podre no ar", o difícil é resolver o problema.

Aproveitando a questão do Carlus*, ela me lembrou a questão sobre o nada e o acaso que tivemos há algum tempo. O que consideramos vácuo na verdade é preenchido com matéria escura, certo? Isso não quer dizer que o lugar onde "não existe nada" na verdade está preenchido com alguma coisa, a matéria escura? E as produções de partículas que se observa nos fenômenos quânticos, aparentemente "a partir do nada", não são provocados de fato por oscilações na energia escura?

* Acho que, para variar, ele está confundindo as coisas, pois fenômenos como envelhecimento dos organismos se devem, até onde eu sei, aos radicais livres. Acabam sendo objeto de estudo da Bioquímica, não da Física diretamente.

Re.: Os princípios da Física são míopes

Enviado: 05 Jan 2006, 14:02
por Darkangel
Os Físicos deveriam ler Hume para perceber que uma lei pode não ser algo eterno e imutavel... mas simplesmente algo que simplesmente aconteceu a partir de uma estabilização de um caos primordial sem Lei. Algum Físico pode provar que há lei fundamentais, em vez de leis derivadas a partir do caos?

Enviado: 05 Jan 2006, 14:08
por Fayman
Olá, Pensador!

Não entendi a dúvida; você mesmo já respondeu a sua questão. Veja estas frases:


...e dele sâo geradas e destruídas incontáveis pares de partículas numa fraçâo mínima de tempo...

...haveria uma reposiçâo cíclica e repetitiva de partículas subatômicas que efetivamente inviabilizariam o esgotamento atômico.

As partícula são criadas e destruídas. Ou seja, não há partículas para essa reposição. E lembre-se que o aparecimento se dá aos pares de partícula e anti-partícula, ou seja, é o equivalente a somar e subtrair um mesmo número em uma equação, em última análise, é somar ZERO, o que em nada altera a equação.

Todavia, vamos elocubar um pouco, já que você gosta de pensar. Vamos admitir que exista essa tal de reposição. Será que chegaríamos a alguma conclusão diferente daquela acima? Vejamos:

Primeiramente, lembre-se que a própria Termodinâmica diz que a quantidade de Entropia que eu gero em um meio, ao realizar trabalho para diminuir a Entropia de um sistema, contido nesse meio, é SEMPRE maior que a quantidade que consegui reduzir.

Ou seja, ao se resfriar uma geladeira, à custa de trabalho, eu reduzo a Entropia desse sistema; contudo, aumento, de uma quantidade maior do que aquela que eu reduzi, a Entropia da cozinha, onde se encontra a geladeira. Isso se dá pelo calor gerado, pelo motor da geladeira, para realizar o trabalho de reduzir a temperatura da geladeira, o qual é dissipado no ambiente (cozinha).

Ou seja, mesmo que essa tal reposição existisse, a própria Segunda Lei da Termodinâmica mostra que essa suposta redução de Entropia em sistemas (estrelas, pessoas, etc) seria mais que compensada pelo aumento da Entropia do Universo.

Ainda dentro dessa hipótese, um ser humano vive em média 60, 70 anos; vamos dizer que com a reposição, ele vivesse 200. Mas como não seríamos capazes de medir ou sequer perceber tal fenômeno, para nós, viver 200 anos teria sido absolutamente normal sempre, ou seja, tudo se passa como se nada se passasse.

Em outras palavras, exatamente a mesma conclusão que chegamos ao início!

CQD!

OBS: Lembre-se, isso É somente elocubração!

Enviado: 05 Jan 2006, 14:18
por Flavio Costa
Fayman escreveu:Ainda dentro dessa hipótese, um ser humano vive em média 60, 70 anos; vamos dizer que com a reposição, ele vivesse 200. Mas como não seríamos capazes de medir ou sequer perceber tal fenômeno, para nós, viver 200 anos teria sido absolutamente normal sempre, ou seja, tudo se passa como se nada se passasse.

O Carlos não está falando de 200 anos, mas de imortalidade, como Mumm-ha. No final das contas ele está buscando algum embasamento físico para justificar sua teoria de que é possível haver uma alma eterna.

Falasse você que a possibilidade é plausível e logo ele viria dizendo que descobriu de que tipo de energia a alma se sustenta.

Enviado: 05 Jan 2006, 14:19
por Fayman
O que consideramos vácuo na verdade é preenchido com matéria escura, certo?

Não é bem assim. A chamada matéria escura pode ser matéria ordinária, como planetas, poeira, meteoros, etc, ou seja, matéria que não emite radiação / luz, portanto, invisíveis. Uma outra parte pode ser aquilo que se chama de matéria exótica e ainda não é claro o que seria isso, pois parece que ela não sentiria os efeitos gravitacionais (!!??).

Seja como for, essa matéria só seria encontrada junto aos grandes aglomerados de matéria, ou seja, as galáxias, e tem a ver diretamente com sua velocidade radial e sua estabilidade, ou seja, a quantidade de matéria visível é insuficiente para manter estável sua estrutura em função de sua velocidade radial.

No espaço intergaláctico, e mesmo entre sistemas solares, há condições muito próximas do vácuo ideal, o qual também pode ser reproduzido em laboratório, ou seja, muito longe da Matéria Escura. E é exatamente neste caso que os efeitos das Flutuações de Vácuo são medidos.

Abraços!

Enviado: 05 Jan 2006, 14:33
por Fayman
Algum Físico pode provar que há lei fundamentais, em vez de leis derivadas a partir do caos?

Olá, Kurt; você é o Miguel?

Veja bem, e esse foi um dos motivos que eu comentei que a crítica é sem sentido. TODO físico sabe que aquilo que chamamos de Leis Fundamentais são tão somente leis dentro de um modelo. Quanto mais esse modelo passa incólume nos testes, mais fortalecido fica, mas nada nos garante que não há situações de limite de aplicabilidade.

Veja o exemplo da Relatividade Geral. Sabemos que em situações de espaços muito pequenos, mas com gigantescos campos gravitacionais, ela desaba, ou seja, está além de seu limite de aplicação.

As chamadas Leis Fundamentais foram intuídas e/ou extrapoladas a partir de observações e tem se mostrado intactas até hoje. No exemplo da Lei da Gravitação de Newton, o que pode ser dito com certeza é que as evidências mostram sua aplicabilidade universal, mas situações que estão além de nossa verificação, permanece efetivamente em aberto.

Foi curiosa esta escolha de exemplo, uma vez que, espera-se para breve, uma série de medições exatamente nessa lei, a uma distância bem menor que um centímetro, procurando por discrepâncias, pois, caso elas ocorram, seria um indício das tão afamadas Dimensões Extras do Espaço-Tempo. Essa discrepância é prevista pela Teoria M e seria um fortíssimo indício não só dessa outras dimensões, como das Branas.

Como você pode ver, nenhum físico sério afirma levianamente que as Leis Fundamentais são sacrossantas e fim; mas elas o são, dentro de seus limites de atuação e/ou até se achar discrepâncias significativas e em experimentos que possam ser reproduzidos quantas vezes se quiser, apresentando o mesmo resultado, em qualquer lugar que for possível.

Re.: Os princípios da Física são míopes

Enviado: 05 Jan 2006, 14:36
por aknatom
Uma perguntinha básica Fayman...
Já lí o tópico sobre o Big Bang e o da Mecânica Quantica, então confirma se estou certo...
Pela teoria, teve o período inflacionário onde o espaço/tempo se expandiu muito rapidamente, e depois temos a expansão "normal"... a matéria/energia não existe desde o começo, certo? Seria o surgimento da matéria/energia que colapsou a expansão hiper rápida e criou as Leis enunciadas na relatividade, tipo a da velocidade da luz?

Re.: Os princípios da Física são míopes

Enviado: 05 Jan 2006, 14:36
por Darkangel
Olá, Kurt; você é o Miguel?


Miguel? Quem é esse ser Brilhante e modesto? :emoticon12:

Enviado: 05 Jan 2006, 14:40
por Darkangel
Fayman escreveu: Como você pode ver, nenhum físico sério afirma levianamente que as Leis Fundamentais são sacrossantas e fim; mas elas o são, dentro de seus limites de atuação e/ou até se achar discrepâncias significativas e em experimentos que possam ser reproduzidos quantas vezes se quiser, apresentando o mesmo resultado, em qualquer lugar que for possível.


Eu sei como a ciência é. Tudo é sacrossanto até que algum herege prove o contrário. Acho que é assim que as coisas devem ser. Se calhar é por a ciência ser assim, que alguns acham que ela é um sacerdócio.

Enviado: 05 Jan 2006, 14:41
por Fayman
O Carlos não está falando de 200 anos, mas de imortalidade, como Mumm-ha. No final das contas ele está buscando algum embasamento físico para justificar sua teoria de que é possível haver uma alma eterna.

Se era essa a intenção, ele foi infeliz na escolha do argumento pois, caso essa reposição nos tornasse imortais, nunca morreríamos e portanto, o conceito de “alma imortal” não faria o menor sentido (não que hoje faça, óbvio) e provavelmente nem existiria.

Isso é um tiro no pé!

Enviado: 05 Jan 2006, 15:04
por Fayman
Seria o surgimento da matéria/energia que colapsou a expansão hiper rápida

Olá, Aknatom!

Não; na realidade a coisa é bem mais complexa do que está descrita naquele tópico. A premissa básica de Guth era que o Universo, assim que “surgiu” (talvez por uma Flutuação Quântica) se encontrava naquilo que chamam de Falso Vácuo que, subitamente, decaiu.

Imagine uma superfície com o formato de uma Curva de Gaus ou o pico de uma Senoide. Imagine que uma bola de gude se encontra equilibrada sobre o ponto mais alto dessa superfície. Esse equilíbrio é instável, podendo a bola escorregar para qualquer um dos lados a qualquer hora. Imagine agora que essa superfície, junto a um de seus lado possua outra Curva de Gaus nascendo a partir dela. Note que a bola iria rolar e pararia novamente nesse patamar. Esse patamar também é um falso vácuo, sendo o vácuo verdadeiro o ponto mais baixo ou de energia mais baixa.

Basicamente, o que Guth propôs foi que o Universo estava em um estado de Falso Vácuo e decaiu. Esse decaimento foi o período inflacionário.

Quanto às Leis Físicas, a questão é mais complicada ainda e não muito clara. Se de um lado, pela Inflação, as condições iniciais ou anteriores ao Big Bang não influenciam, há uma dependência em relação ao patamar de vácuo em que o Universo se encontrava e que se encontra hoje.

Note que todas esses termos e suas implicações ficam extremamente difíceis de se explicar e definir em poucas palavras. Vácuo não é “um lugar”, mas um “patamar” de energia no qual o Universo se encontrava e se encontra.

Todavia, uma das hipóteses para o decaimento do Universo do Falso Vácuo seria que se deu através de um Efeito de Tunelamento Quântico, o que, para mim, já implica que os preceitos básicos da Mecânica Quântica já eram válidos.

Pessoalmente, por mais que se diz que as leis em nosso Universo são uma função da Densidade de Matéria / Energia, creio que essa questão só será melhor esclarecida com o advento de uma Teoria Quântica da Gravidade, ferramenta necessária para se poder estudar o que se passou no Big Bang.

Vale lembrar que Guth sempre alertou que, se a Inflação não levou o Universo ao patamar mais baixo, ou seja, ele poderia ter se estabilizado um novo Falso Vácuo, poderia ocorrer um novo decaimento, com conseqüências desastrosas para o Universo. Cada vez que lembro disso, lembro que o Universo está acelerando sua expansão...

Re.: Os princípios da Física são míopes

Enviado: 05 Jan 2006, 15:10
por aknatom
E a matéria/energia, existe desde o começo ou surgiu em algum momento posterior, num efeito semelhante ao surgimento de particulas no vácuo ams que de alguma forma, teve sua estrutura rearranjada antes de desaparecer ou colidir coma anti-particula?

Re: Re.: Os princípios da Física são míopes

Enviado: 05 Jan 2006, 15:28
por Fayman
aknatom escreveu:E a matéria/energia, existe desde o começo ou surgiu em algum momento posterior, num efeito semelhante ao surgimento de particulas no vácuo ams que de alguma forma, teve sua estrutura rearranjada antes de desaparecer ou colidir coma anti-particula?


Este ponto é como fala no tópico, a matéria teria surgido por flutuação de vácuo, resultado de toda a energia disponível após o término da Inflação. Na postagem do tópico do Big Bang está melhor explicado. Mas a formação de núcleos, etc, só ocorreu após a aniquilação matéria / anti-matéria. O porque de haver mais matéria que anti-matéria ainda é uma questão não plenamente esclarecida, mas já foi demonstrado que a Natureza possui uma predileção, ou seja, a simetria especular, que troca matéria por anti-matéria não é 100% exata, ou seja, em algumas reações, a produção de matéria é maior do que a de anti-matéria, mas esse fato não é suficiente para explicar, segundo alguns, essa discrepância.

Re.: Os princípios da Física são míopes

Enviado: 05 Jan 2006, 16:02
por Flavio Costa
Hum, essa "matéria exótica" eu não conhecia.

Mas o efeito Casimir não é testado no vácuo e atribuído unicamente à energia escura? Isso não quer dizer que no vácuo há alguma coisa?

Enviado: 06 Jan 2006, 04:57
por o pensador
Fayman:
Olá, Pensador!

Não entendi a dúvida; você mesmo já respondeu a sua questão. Veja estas frases:


...e dele sâo geradas e destruídas incontáveis pares de partículas numa fraçâo mínima de tempo...

...haveria uma reposiçâo cíclica e repetitiva de partículas subatômicas que efetivamente inviabilizariam o esgotamento atômico.

As partícula são criadas e destruídas. Ou seja, não há partículas para essa reposição.


Ok Fayman.Mas minha dúvida está exatamente na ausência de variaçâo entrópica oriunda da efêmera existência de partículas já energicamente carregadas.


E lembre-se que o aparecimento se dá aos pares de partícula e anti-partícula, ou seja, é o equivalente a somar e subtrair um mesmo número em uma equação, em última análise, é somar ZERO, o que em nada altera a equação.


Sim.Mas o paradoxo continua de pé:

Se há constante aparecimento e desaparecimento de partículas numa razâo de milionésimos de segundo portanto as partículas subatômicas que subitamente aparecem sâo desintegradas com virtualmente a mesma carga de energia potencial com a qual elas sâo originadas.Esta constataçâo nâo implica em franca contradiçâo com a segunda lei da termodinâmica,com a morte de estrelas e outros processos de desgaste natural?

Todavia, vamos elocubar um pouco, já que você gosta de pensar. Vamos admitir que exista essa tal de reposição. Será que chegaríamos a alguma conclusão diferente daquela acima? Vejamos:

Primeiramente, lembre-se que a própria Termodinâmica diz que a quantidade de Entropia que eu gero em um meio, ao realizar trabalho para diminuir a Entropia de um sistema, contido nesse meio, é SEMPRE maior que a quantidade que consegui reduzir.

Ou seja, ao se resfriar uma geladeira, à custa de trabalho, eu reduzo a Entropia desse sistema; contudo, aumento, de uma quantidade maior do que aquela que eu reduzi, a Entropia da cozinha, onde se encontra a geladeira. Isso se dá pelo calor gerado, pelo motor da geladeira, para realizar o trabalho de reduzir a temperatura da geladeira, o qual é dissipado no ambiente (cozinha).

Ou seja, mesmo que essa tal reposição existisse, a própria Segunda Lei da Termodinâmica mostra que essa suposta redução de Entropia em sistemas (estrelas, pessoas, etc) seria mais que compensada pelo aumento da Entropia do Universo.


Sim Fayman,este é o resultado natural da hipótese de que as partículas nâo aparecem e desaparecem espontâneamente,em virtude de seu tempo de existência permitir o esgotamento atômico.

No entanto partículas que sâo criadas e destruídas quase que instantâneamente presumivelmente nâo tempo suficiente para esgotar sua carga de energia potencial latente.


Ainda dentro dessa hipótese, um ser humano vive em média 60, 70 anos; vamos dizer que com a reposição, ele vivesse 200. Mas como não seríamos capazes de medir ou sequer perceber tal fenômeno, para nós, viver 200 anos teria sido absolutamente normal sempre, ou seja, tudo se passa como se nada se passasse.


Por que nâo seríamos capazes de medir tal fenômeno?Nâo vejo correlaçâo entre o dualismo criaçâo/destruiçâo de partículas com a incapacidade de hipotéticos humanos de 200 anos de idade em medir experimentalmente este fato...

Em outras palavras, exatamente a mesma conclusão que chegamos ao início!


Ainda nâo estou esclarecido Fayman.Mas obrigado pela atençâo e pela cordialidade mais uma vez :emoticon4: .

CQD!


?

OBS: Lembre-se, isso É somente elocubração!



Ok.


Abc.

Enviado: 06 Jan 2006, 04:59
por o pensador
Flavio Costa escreveu:
Fayman escreveu:Ainda dentro dessa hipótese, um ser humano vive em média 60, 70 anos; vamos dizer que com a reposição, ele vivesse 200. Mas como não seríamos capazes de medir ou sequer perceber tal fenômeno, para nós, viver 200 anos teria sido absolutamente normal sempre, ou seja, tudo se passa como se nada se passasse.

O Carlos não está falando de 200 anos, mas de imortalidade, como Mumm-ha. No final das contas ele está buscando algum embasamento físico para justificar sua teoria de que é possível haver uma alma eterna.

Falasse você que a possibilidade é plausível e logo ele viria dizendo que descobriu de que tipo de energia a alma se sustenta.


Errou feio o alvo Flavio :emoticon13: .Tenta de novo..

Enviado: 06 Jan 2006, 06:13
por Fayman
Mas o efeito Casimir não é testado no vácuo e atribuído unicamente à energia escura?

Não! O Efeito Casimir é testado no vácuo criado em laboratório, mas jamais foi atribuído à energia e/ou matéria escura! Essa flutuação de energia é decorrente do próprio Princípio da Incerteza de Heisenberg que, assim como determina uma impossibilidade de se ter a posição e a velocidade determinada, com precisão absoluta, ao mesmo tempo, também proíbe o mesmo em relação à energia e o tempo. O vácuo, como visto na Física Clássica, apresentaria energia zero (exatamente calculada) em um tempo t (exatamente calculado), ou seja, essa Flutuação é mais uma previsão da Mecânica Quântica espetacularmente comprovada na prática, com todos os resultados obtidos em total concordância com as previsões da MQ.

Procure por Flutuação de Vácuo, Vácuo Quântico, Flutuação do Ponto Zero, Energia do Ponto Zero, Partículas Virtuais, entre outras coisas.


Isso não quer dizer que no vácuo há alguma coisa?

Esta frase é perigosa, pois pode levar a concepções erradas. No vácuo NÃO há nada PREVIAMENTE; ou seja, NÃO há “alguma coisa” com as Flutuações sendo o resultado dessa alguma coisa (raciocínio das Variáveis Ocultas); mas o vácuo não é o que se imaginava na Física Clássica; de fato, ele é um turbilhão de pares de Partículas Virtuais que aparecem e desaparecem no nada. Nesse sentido, o vácuo está plenamente preenchido por esse pipocar virtual incessante.

E o efeito dessas partículas pode ser medido e demonstrado.

Enviado: 06 Jan 2006, 06:56
por Fayman
Mas minha dúvida está exatamente na ausência de variaçâo entrópica oriunda da efêmera existência de partículas já energicamente carregadas.

Olá, Pensador.

É difícil entender o que você quer dizer com isto. Porque a efêmera existência de partículas virtuais acarretariam uma não-variação na Entropia de um sistema?


Se há constante aparecimento e desaparecimento de partículas numa razâo de milionésimos de segundo portanto as partículas subatômicas que subitamente aparecem sâo desintegradas com virtualmente a mesma carga de energia potencial com a qual elas sâo originadas.Esta constataçâo nâo implica em franca contradiçâo com a segunda lei da termodinâmica,com a morte de estrelas e outros processos de desgaste natural?

Não. Por que o faria? Não percebi onde você vê contradição com a Segunda Lei. Lembre-se que, mesmo em Termodinâmica Clássica (vamos deixar a Quântica de fora), Entropia é tratada probabilisticamente (Mecânica Estatística), ou seja, muito embora a probabilidade seja extremamente pequena, há um valor diferente de zero (ou seja, há a possibilidade) de que espontaneamente todas as moléculas de ar da sala em que você se encontra, conforme sua agitação térmica, se aglutinem de um lado da sala, reduzindo a Entropia do sistema sala. Como isto poderia ser afetado pelas Flutuações de Vácuo?

Veja bem, embora isto que vou falar não é exatamente rigoroso, note que o aparecimento de pares de partículas, em um ambiente destes, deveria agitar ainda mais as moléculas, o que acarretaria um AUMENTO momentâneo da Entropia do sistema, que retornaria ao normal com o desaparecimento (tratamento estatístico)!

Como eu lhe expus, é como somar 1 e somar -1, ao mesmo tempo, em uma equação. Tudo se passa como se nada se passasse!


No entanto partículas que sâo criadas e destruídas quase que instantâneamente presumivelmente nâo tempo suficiente para esgotar sua carga de energia potencial latente.

Não sei se entendi o que você quer dizer aqui. O que significa “presumivelmente nâo tempo suficiente para esgotar sua carga de energia potencial latente”?

Por que nâo seríamos capazes de medir tal fenômeno?Nâo vejo correlaçâo entre o dualismo criaçâo/destruiçâo de partículas com a incapacidade de hipotéticos humanos de 200 anos de idade em medir experimentalmente este fato...

Você não entendeu. Não é o fato da criação espontânea de partículas que eles não conseguiriam medir; é essa “duração a maior” que a suposta reposição acarretaria porque não haveria termo de comparação. Não somente os seres humanos viveriam mais, dentro dessa hipótese, mas literalmente TUDO no Universo! Como seria possível se fazer alguma comparação se tudo seria afetado? Como você acha que isso apareceria em alguma equação e que mostraria esse caso? Você já pensou, ainda dentro desse cenário hipotético, que nós hoje vivemos em média 60, 70 anos porque ele de fato acontece e que, sem, viveríamos apenas unas 20, por exemplo?

Note, não dá para ser percebido da mesma maneira que, se a cada segundo, o Tempo congelasse 1.000 anos, também não perceberíamos nada, uma vez que não haveria termos de comparação!

Ah, sim, CQD significa COMO QUERÍAMOS DEMONSTRAR. Se você perceber, eu disse na postagem que, em se admitindo a reposição, será que não chegaríamos à mesma conclusão da resposta inicial, ou seja, tudo se passaria como nada se passasse? Pois bem, foi o que mostrei, portanto... CQD!

Curiosidade: Antigamente, assim que uma demonstração era efetuada (normalmente matemática), colocava-se o CQD em Latim, que é Quod
Erat Demonstrandum, cujas inicias são QED. Espirituosamente, essa sigla foi adotada para a Quantum Eletrodinamics, ou Eletrodinâmica Quântica. Se não me engano, isso é mais uma das piadas do Feynman!

Abraços!

Enviado: 06 Jan 2006, 07:35
por Flavio Costa
o pensador escreveu:
Flavio Costa escreveu:O Carlos não está falando de 200 anos, mas de imortalidade, como Mumm-ha. No final das contas ele está buscando algum embasamento físico para justificar sua teoria de que é possível haver uma alma eterna.

Falasse você que a possibilidade é plausível e logo ele viria dizendo que descobriu de que tipo de energia a alma se sustenta.


Errou feio o alvo Flavio :emoticon13: .Tenta de novo..

OK, então é para explicar como Deus poderá criar corpos imortais após a ressureição da carne. :emoticon16:

Enviado: 06 Jan 2006, 10:37
por Flavio Costa
Fayman escreveu:Não! O Efeito Casimir é testado no vácuo criado em laboratório, mas jamais foi atribuído à energia e/ou matéria escura!

Acho que o que me confundiu foi uma página do APOD, onde consta:

A forma e a gênese da energia escura são quase completamente desconhecidas, mas postuladas como relacionadas a flutuações no vácuo similares às do Efeito Casimir, mas geradas de alguma forma pelo espaço.


Ou seja, ele está dizendo que talvez a energia escura seja formada por uma flutuação do vácuo como no Efeito Casimir, não que o Efeito Casimir provenha da energia escura. Se eu entendi corretamente, talvez a energia escura e o Efeito Casimir sejam irmãos...

Fayman escreveu:Esta frase é perigosa, pois pode levar a concepções erradas. No vácuo NÃO há nada PREVIAMENTE; ou seja, NÃO há “alguma coisa” com as Flutuações sendo o resultado dessa alguma coisa (raciocínio das Variáveis Ocultas); mas o vácuo não é o que se imaginava na Física Clássica; de fato, ele é um turbilhão de pares de Partículas Virtuais que aparecem e desaparecem no nada. Nesse sentido, o vácuo está plenamente preenchido por esse pipocar virtual incessante.

A não ser que sejam provocadas por branas multidimensionais ou algo ainda não concebido. Esse assunto dá bastante discussão sobre o início e o fim do (nosso) universo...

Obrigado Fayman, realmente meu voto de forista que mais atuou na divulgação da ciência foi bem investido!

Enviado: 06 Jan 2006, 11:07
por Fayman
Obrigado Fayman, realmente meu voto de forista que mais atuou na divulgação da ciência foi bem investido!

Valeu, Flávio, obrigado!

Abraços!

Re.: Os princípios da Física são míopes

Enviado: 07 Jan 2006, 00:55
por Márcio
Sobre essa parte:
''Isso não quer dizer que no vácuo há alguma coisa?

Esta frase é perigosa, pois pode levar a concepções erradas. No vácuo NÃO há nada PREVIAMENTE; ou seja, NÃO há “alguma coisa” com as Flutuações sendo o resultado dessa alguma coisa (raciocínio das Variáveis Ocultas); mas o vácuo não é o que se imaginava na Física Clássica; de fato, ele é um turbilhão de pares de Partículas Virtuais que aparecem e desaparecem no nada. Nesse sentido, o vácuo está plenamente preenchido por esse pipocar virtual incessante.

E o efeito dessas partículas pode ser medido e demonstrado.''

Então:
Isso acabaria nos remetendo ao conceito de DEUS, ''...que criou as coisas à partir do NADA.''
Talvez o NADA aí se refere à um sistema que preenche o pseudo-vácuo, que não pode ser percebido/medido (o sistema)como um todo por nossa realidade, e que gera esse turbilhão de partículas que aparecem e desaparecem (para nossos meios de percepção) numa espécie de ''fronteira'' .
O universo seria a parte estável medida/observada por nossa realidade, e quanto mais os meios de se observar se tornam ''finos'' , mais nos aproximamos dessa ''fronteira'' e percebemos esse turbilhão caótico, talvez apenas aparente.
Não sei porque me vem a idéia de um ''ruído-branco'' à preencher tudo, e de onde se pode extrair realidades, universos.
O que vocês acham?