Brasil - Petrobras de volta à Bolívia
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Brasil - Petrobras de volta à Bolívia
Sergio Leo
Valor Econômico
29/10/2007
A Petrobras vai voltar a investir em exploração de gás na Bolívia e deve operar o campo de Itaú, hoje sob responsabilidade da francesa Total, garante o assessor especial da presidência da República, Marco Aurélio Garcia. A decisão é uma reviravolta na posição da empresa que, até recentemente, escaldada pela instabilidade política boliviana, afirmava estar disposta apenas a investir o necessário para manter suas atividades já existentes, nos campos de San Antônio e San Alberto. Como tudo que se refere às relações entre Brasil e Bolívia, o tema está, é claro, em negociação.
"A Petrobras vai operar os campos da Total", acredita Garcia. "O governo boliviano está disposto a dar todas as garantias necessárias para isso".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende "bater o martelo" sobre a volta dos investimentos de peso da Petrobras na Bolívia durante o encontro que terá no fim de novembro, em La Paz, com o presidente boliviano, Evo Morales, informou Garcia. Uma fonte que acompanha a negociação para marcar a data do encontro revela que o governo brasileiro ainda não acertou o dia da reunião porque, antes, quer ter garantias de que não haverá surpresas desagradáveis para Lula durante a visita.
Fontes próximas à empresa afirmam que a decisão final dependerá de negociações também entre a Petrobras e a Total. Na semana passada, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, teve uma reunião com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o ministro de Minas e Energia, Nélson Hubner, que irão a La Paz em, 5 de novembro para continuar as conversas. O governo boliviano sonha anunciar, em 15 de dezembro os acordos de investimento das companhias estrangeiras.
A agenda de discussão é secreta, embora Villegas já tenha revelado que conta com a volta dos investimentos da Petrobras, mas há pelo menos um outro tema delicado: o governo boliviano pediu ajuda ao Brasil e à Petrobras com a distribuição de óleo diesel, que entrou em colapso, depois que Morales retomou da estatal brasileira as refinarias de combustível do país.
Lula vai se reunir com Morales em novembro
Na sexta-feira, uma manifestação de bolivianos irados protestava, em frente às refinarias, contra o desabastecimento do combustível. Lula já garantiu o apoio a Morales, na regularização da distribuição de diesel.
A Petrobras, depois da maneira agressiva como foi tratada durante a nacionalização das reservas de gás da Bolívia, tirou das gavetas os planos alternativos, como o maior empenho na exploração de reservas de gás no Brasil e investimentos em infra-estrutura para importar até 27 milhões de metros cúbicos diários de gás natural liquefeito (GNL), a partir de maio de 2008. A aposta do governo no crescimento da economia reforça os argumentos dos que defendem, no governo, aumentar a exploração do gás boliviano.
"Se há risco, é para eles", afirma Marco Aurélio Garcia, insinuando o que é uma convicção na diplomacia brasileira: a ameaça da Petrobras de suspender planos de investimento na Bolívia mostrou que os bolivianos dependem fortemente da disposição dos investidores, para atender os compromissos de fornecimento de gás já contratados, enquanto o Brasil tem alternativas de abastecimento (desde que os bolivianos não rompam os contratos de forma impulsiva, negando o gás já contratado).
Garcia argumenta que interessa ao Brasil aumentar a importação de gás boliviano desde que haja garantias de fornecimento e respeito aos investimentos da Petrobras. "Certamente é preciso ter presente que os investimentos só darão resultado num tempo mais prolongado", avisa.
Em La Paz, observadores internacionais apontam o forte impacto que teria o anúncio de um acordo entre o governo Morales e a estatal brasileira para aumento de investimentos no país: todas as outras companhias petroleiras suspenderam decisões, para assistir ao que acontecerá com a brasileira, que deverá estabelecer uma espécie de marco para proteção aos investimentos no setor.
Presidente fraco em um país instável e profundamente dividido, Evo Morales é um político intuitivo, sempre se debatendo por apoio. Mostrou não ser um parceiro muito confiável e até hostil a temas de destaque na agenda de Lula - como na campanha movida pelo boliviano contra o programa de biocombustível defendido pelo brasileiro.
Com o recuo da Petrobras claramente influenciado pelos cálculos geopolíticos de Lula, o presidente brasileiro poderá ganhar cacife para cobrar do vizinho maior lealdade no jogo diplomático continental. Ou poderá frustrar-se mais uma vez, ao custo de lanhar o capital político acumulado com o excelente desempenho da economia. Lula parece acreditar que vale a pena o risco.
Abraços,
Valor Econômico
29/10/2007
A Petrobras vai voltar a investir em exploração de gás na Bolívia e deve operar o campo de Itaú, hoje sob responsabilidade da francesa Total, garante o assessor especial da presidência da República, Marco Aurélio Garcia. A decisão é uma reviravolta na posição da empresa que, até recentemente, escaldada pela instabilidade política boliviana, afirmava estar disposta apenas a investir o necessário para manter suas atividades já existentes, nos campos de San Antônio e San Alberto. Como tudo que se refere às relações entre Brasil e Bolívia, o tema está, é claro, em negociação.
"A Petrobras vai operar os campos da Total", acredita Garcia. "O governo boliviano está disposto a dar todas as garantias necessárias para isso".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende "bater o martelo" sobre a volta dos investimentos de peso da Petrobras na Bolívia durante o encontro que terá no fim de novembro, em La Paz, com o presidente boliviano, Evo Morales, informou Garcia. Uma fonte que acompanha a negociação para marcar a data do encontro revela que o governo brasileiro ainda não acertou o dia da reunião porque, antes, quer ter garantias de que não haverá surpresas desagradáveis para Lula durante a visita.
Fontes próximas à empresa afirmam que a decisão final dependerá de negociações também entre a Petrobras e a Total. Na semana passada, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, teve uma reunião com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o ministro de Minas e Energia, Nélson Hubner, que irão a La Paz em, 5 de novembro para continuar as conversas. O governo boliviano sonha anunciar, em 15 de dezembro os acordos de investimento das companhias estrangeiras.
A agenda de discussão é secreta, embora Villegas já tenha revelado que conta com a volta dos investimentos da Petrobras, mas há pelo menos um outro tema delicado: o governo boliviano pediu ajuda ao Brasil e à Petrobras com a distribuição de óleo diesel, que entrou em colapso, depois que Morales retomou da estatal brasileira as refinarias de combustível do país.
Lula vai se reunir com Morales em novembro
Na sexta-feira, uma manifestação de bolivianos irados protestava, em frente às refinarias, contra o desabastecimento do combustível. Lula já garantiu o apoio a Morales, na regularização da distribuição de diesel.
A Petrobras, depois da maneira agressiva como foi tratada durante a nacionalização das reservas de gás da Bolívia, tirou das gavetas os planos alternativos, como o maior empenho na exploração de reservas de gás no Brasil e investimentos em infra-estrutura para importar até 27 milhões de metros cúbicos diários de gás natural liquefeito (GNL), a partir de maio de 2008. A aposta do governo no crescimento da economia reforça os argumentos dos que defendem, no governo, aumentar a exploração do gás boliviano.
"Se há risco, é para eles", afirma Marco Aurélio Garcia, insinuando o que é uma convicção na diplomacia brasileira: a ameaça da Petrobras de suspender planos de investimento na Bolívia mostrou que os bolivianos dependem fortemente da disposição dos investidores, para atender os compromissos de fornecimento de gás já contratados, enquanto o Brasil tem alternativas de abastecimento (desde que os bolivianos não rompam os contratos de forma impulsiva, negando o gás já contratado).
Garcia argumenta que interessa ao Brasil aumentar a importação de gás boliviano desde que haja garantias de fornecimento e respeito aos investimentos da Petrobras. "Certamente é preciso ter presente que os investimentos só darão resultado num tempo mais prolongado", avisa.
Em La Paz, observadores internacionais apontam o forte impacto que teria o anúncio de um acordo entre o governo Morales e a estatal brasileira para aumento de investimentos no país: todas as outras companhias petroleiras suspenderam decisões, para assistir ao que acontecerá com a brasileira, que deverá estabelecer uma espécie de marco para proteção aos investimentos no setor.
Presidente fraco em um país instável e profundamente dividido, Evo Morales é um político intuitivo, sempre se debatendo por apoio. Mostrou não ser um parceiro muito confiável e até hostil a temas de destaque na agenda de Lula - como na campanha movida pelo boliviano contra o programa de biocombustível defendido pelo brasileiro.
Com o recuo da Petrobras claramente influenciado pelos cálculos geopolíticos de Lula, o presidente brasileiro poderá ganhar cacife para cobrar do vizinho maior lealdade no jogo diplomático continental. Ou poderá frustrar-se mais uma vez, ao custo de lanhar o capital político acumulado com o excelente desempenho da economia. Lula parece acreditar que vale a pena o risco.
Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker
Ben Parker
Re.: Brasil - Petrobras de volta à Bolívia
A Bolivia só tem como grande investidora a própria. Se o terrorista não fizer concessóes, a Bolivia fica mal perante investidores estrangeiros. É pegar ou largar. A tempos atrás muito americano achava inviável investir no BRasil por questões politicas e etc. Quando se sabe negociar, tendo garantias em troca, nada é pecado. Mas esta noticia é falaciosa e não tem respaldo sólido.
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re.: Brasil - Petrobras de volta à Bolívia
LÁ VAI O BRASIL LEVAR OUTRA TUNGADA DOS CUCARACHAS

TULIO
WE ARE ALL MONKEYS

Re: Brasil - Petrobras de volta à Bolívia
Abmael escreveu:Sergio Leo
Valor Econômico
29/10/2007
A Petrobras vai voltar a investir em exploração de gás na Bolívia e deve operar o campo de Itaú, hoje sob responsabilidade da francesa Total, garante o assessor especial da presidência da República, Marco Aurélio Garcia.
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Com o recuo da Petrobras claramente influenciado pelos cálculos geopolíticos de Lula, o presidente brasileiro poderá ganhar cacife para cobrar do vizinho maior lealdade no jogo diplomático continental. Ou poderá frustrar-se mais uma vez, ao custo de lanhar o capital político acumulado com o excelente desempenho da economia. Lula parece acreditar que vale a pena o risco.
Abraços,
Para com isso!!!
Quem é que não sabe que alguns fricotes bolivarianos são só pra enganar a platéia?
Tudo não passa de masturbação entre comadres.



Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:
- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".
500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:
- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".
Deu no que deu !!! ...
- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".
500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:
- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".
Deu no que deu !!! ...

- Apo
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Re: Re.: Brasil - Petrobras de volta à Bolívia
Tulio escreveu:LÁ VAI O BRASIL LEVAR OUTRA TUNGADA DOS CUCARACHAS![]()
Viva o pé na bunda!
Mas o Zencem tem toda razão. Não passa de masturbação coletiva.

Re.: Brasil - Petrobras de volta à Bolívia
repostando um texto que o forista skypperj05 postou um tempo atrás..
Nosso atual Chanceler (Ministro das Relações Exteriores) está no cargo desde o governo Fernando Henrique Cardoso, sendo um ponto positivo para o governo Lula (acredito eu!), sua manutenção no cargo. É um homem habilidoso, patriota e inteligente, como deve ser um ambaixador, que está costurando há bastante tempo uma estratégia de inserção do Brasil nas diversas regiões onde os interesses nacionais se fazem presentes.
Neste contexto, o aparente prejuízo brasileiro na venda das refinarias na Bolívia, mas resolvendo-se a questão sem atritos mais drásticos, foi uma jogada de mestre. Devemos lembrar que se é certo que a PETROBRÁS investiu na construção das refinarias e do gasoduto, também lucrou horrores com a compra de gás a preços inferiores à cotação mundial, com o que os industriais paulistas nunca reclamaram.
Agora, como a maior parte do gasoduto fica em terras brasileiras, os bolivianos terão que pagar por sua utilização, se quiserem vender o gás para São Paulo e Mato Grosso do Sul.
O parque industrial argentino é obsoleto e, em sua maioria, insuscetível de transformação para utilização de gás natural. Some-se isso a uma previsível estagnação econômica argentina na próxima década, veremos que a Bolívia não tem para quem vender o gás a ser produzido. Sem saída para o mar, não há como exportar este gás e, mesmo que tivessem acesso ao oceano Pacífico, não dominam o know how e nem tem o capital necessário para plantas industriais para liquefazê-lo (única maneira de embarcá-lo!). Poderiam fazer uma join venture com o Chile que, entretanto, não tem interesse pois a obra é inviável economicamente (um gasoduto para levar o gás para o Pacífico teria que ultrapassar enormes cadeias de montanhas, com clima frio, de modo que ou você aquece o gasoduto ou usa enorme pressão, de qualquer maneira com excessivo gasto energético!).
O Brasil, assim, deve apenas esperar para ver a solução que os bolivianos darão a seus agora enormes problemas. Eles não terão alternativas que não se submeterem às condições comerciais brasileiras.
Concomitantemente, a PETROBRÁS modificou seu programa de investimentos para os próximos dez anos, de modo a realocar recursos a serem investidos na Bacia de Santos, um razoável campo de gás natural que poderia alimentar a indústria paulista, bem como na modificação das plantas industriais das plataformas da Bacia de Campos, de modo ao aproveitamento (agora uma meta de estratégia nacional!) do gás natural, antes desperdiçado porque não compensatório sob o ponto de vista econômico. O CENPES (Centro de Pesquisa da PETROBRÁS, na Ilha do Fundão-RJ) e a COPPE-UFRJ(Coordenação de Projetos de Pós-Graduação) já estão debruçados na solução dos problemas e, posso dizer, em estágio avançado na redefinição das plataformas fluminenses.
Com a entrada em funcionamento dessas modificações, o gás boliviano enfrentará dentro de 10 anos um excesso de oferta, o que tenderá a baixar o preço, conseqüentemente abaixando o preço de custo na indústria paulista, que se tornará altamente competitiva em termos mundiais.
Portanto, devemos ter calma quando lidarmos com nossos vizinhos do sul, pois eles não tem futuro sem a aliança com o Brasil (e eles sabem disso!).
Quanto a Chavez, em nada nos assusta. O petróleo venezuelano é pesado (alto teor de enxofre!), não podendo ser refinado nas instalações industriais bolivianas e argentinas, próprias apenas para petróleo leve. O petróleo pesado produz quantidade anormal de ácido sulfúrico, de modo que a tecnologia dos materiais empregados nos fornos de destilação fracionada é altamente sensível (dominada pela PETROBRÁS e considerada pelo Conselho de Segurança nacional como estratégica e insuscetível de venda, tal como acontece com a tecnologia de purificação de urânio para combustível de usinas nucleares!). Mesmo que fosse resolvido o problema do refino, o custo energético de transportar petróleo em oleodutos da Venezuela para o cone sul tornaria seu custo final proibitivo, fora da realidade esperada para os próximos 20 anos no preço do petróleo no mundo.
Como vemos, de igual forma, basta esperarmos que os caudilhos de plantão acabem com suas bravatas e se sentem à mesa de negociações. Eles inexoravelmente terão de fazê-lo e em condições aprioristicamente desvantajosas.
Nosso atual Chanceler (Ministro das Relações Exteriores) está no cargo desde o governo Fernando Henrique Cardoso, sendo um ponto positivo para o governo Lula (acredito eu!), sua manutenção no cargo. É um homem habilidoso, patriota e inteligente, como deve ser um ambaixador, que está costurando há bastante tempo uma estratégia de inserção do Brasil nas diversas regiões onde os interesses nacionais se fazem presentes.
Neste contexto, o aparente prejuízo brasileiro na venda das refinarias na Bolívia, mas resolvendo-se a questão sem atritos mais drásticos, foi uma jogada de mestre. Devemos lembrar que se é certo que a PETROBRÁS investiu na construção das refinarias e do gasoduto, também lucrou horrores com a compra de gás a preços inferiores à cotação mundial, com o que os industriais paulistas nunca reclamaram.
Agora, como a maior parte do gasoduto fica em terras brasileiras, os bolivianos terão que pagar por sua utilização, se quiserem vender o gás para São Paulo e Mato Grosso do Sul.
O parque industrial argentino é obsoleto e, em sua maioria, insuscetível de transformação para utilização de gás natural. Some-se isso a uma previsível estagnação econômica argentina na próxima década, veremos que a Bolívia não tem para quem vender o gás a ser produzido. Sem saída para o mar, não há como exportar este gás e, mesmo que tivessem acesso ao oceano Pacífico, não dominam o know how e nem tem o capital necessário para plantas industriais para liquefazê-lo (única maneira de embarcá-lo!). Poderiam fazer uma join venture com o Chile que, entretanto, não tem interesse pois a obra é inviável economicamente (um gasoduto para levar o gás para o Pacífico teria que ultrapassar enormes cadeias de montanhas, com clima frio, de modo que ou você aquece o gasoduto ou usa enorme pressão, de qualquer maneira com excessivo gasto energético!).
O Brasil, assim, deve apenas esperar para ver a solução que os bolivianos darão a seus agora enormes problemas. Eles não terão alternativas que não se submeterem às condições comerciais brasileiras.
Concomitantemente, a PETROBRÁS modificou seu programa de investimentos para os próximos dez anos, de modo a realocar recursos a serem investidos na Bacia de Santos, um razoável campo de gás natural que poderia alimentar a indústria paulista, bem como na modificação das plantas industriais das plataformas da Bacia de Campos, de modo ao aproveitamento (agora uma meta de estratégia nacional!) do gás natural, antes desperdiçado porque não compensatório sob o ponto de vista econômico. O CENPES (Centro de Pesquisa da PETROBRÁS, na Ilha do Fundão-RJ) e a COPPE-UFRJ(Coordenação de Projetos de Pós-Graduação) já estão debruçados na solução dos problemas e, posso dizer, em estágio avançado na redefinição das plataformas fluminenses.
Com a entrada em funcionamento dessas modificações, o gás boliviano enfrentará dentro de 10 anos um excesso de oferta, o que tenderá a baixar o preço, conseqüentemente abaixando o preço de custo na indústria paulista, que se tornará altamente competitiva em termos mundiais.
Portanto, devemos ter calma quando lidarmos com nossos vizinhos do sul, pois eles não tem futuro sem a aliança com o Brasil (e eles sabem disso!).
Quanto a Chavez, em nada nos assusta. O petróleo venezuelano é pesado (alto teor de enxofre!), não podendo ser refinado nas instalações industriais bolivianas e argentinas, próprias apenas para petróleo leve. O petróleo pesado produz quantidade anormal de ácido sulfúrico, de modo que a tecnologia dos materiais empregados nos fornos de destilação fracionada é altamente sensível (dominada pela PETROBRÁS e considerada pelo Conselho de Segurança nacional como estratégica e insuscetível de venda, tal como acontece com a tecnologia de purificação de urânio para combustível de usinas nucleares!). Mesmo que fosse resolvido o problema do refino, o custo energético de transportar petróleo em oleodutos da Venezuela para o cone sul tornaria seu custo final proibitivo, fora da realidade esperada para os próximos 20 anos no preço do petróleo no mundo.
Como vemos, de igual forma, basta esperarmos que os caudilhos de plantão acabem com suas bravatas e se sentem à mesa de negociações. Eles inexoravelmente terão de fazê-lo e em condições aprioristicamente desvantajosas.
- Ateu Tímido
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- Registrado em: 17 Out 2005, 00:04
- Localização: Belo Horizonte
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Nosso atual Chanceler (Ministro das Relações Exteriores) está no cargo desde o governo Fernando Henrique Cardoso
Não está.
Ele foi chanceler no governo Itamar Franco, voltou à carreira diplomática, ocupando inclusive o cargo de embaixador do Brasil na ONU durante o governo FHC e retornou ao cargo de ministro no primeiro governo Lula.