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Como a Consciência se Manifesta?

Enviado: 07 Nov 2007, 11:59
por Leonardo
BRIAN CRONIN



A maneira como processos cerebrais se traduzem em consciência é um dos maiores desafios a ser resolvido pela ciência. Embora o método científico tenha conseguido delinear eventos que ocorreram imediatamente após o Big Bang e descobrir o maquinário bioquímico do cérebro, falha em explicar como a experiência subjetiva é criada.

Como neurocientistas, ambos fizemos da resolução desse enigma a meta de nossa vida. Compartilhamos muitos pontos de vista, incluindo o importante reconhecimento de que não existe um único problema da consciência. Vários fenômenos devem ser explicados – particularmente a autoconsciência (a capacidade de examinar os próprios desejos e pensamentos), o conteúdo da consciência (de que realmente se está consciente a qualquer momento) e como processos cerebrais se relacionam à consciência ou à não-consciência.

Então, por onde começa a solução? Os neurocientistas ainda não compreendem o suficiente sobre o funcionamento interno do cérebro para dizer exatamente como a consciência emerge da atividade química e elétrica dos neurônios. Assim, o primeiro passo é determinar os melhores correlatos neuronais da consciência (CNC) – a atividade cerebral que corresponde a experiências conscientes específicas. Quando você se dá conta de que está vendo um cachorro, o que aconteceu com quais neurônios do seu cérebro? Quando um sentimento de tristeza se apossa de você, o que aconteceu em seu cérebro? Estamos ambos tentando encontrar a contrapartida correlata de cada experiência consciente que uma pessoa possa ter. E é aí que discordamos.

CONTINUA

http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/como_a_consciencia_se_manifesta_.html

Enviado: 08 Nov 2007, 12:57
por Azathoth
Os autores do artigo são Christof Koch e Susan Greenfield. Christof Koch começou a trabalhar no problema da consciência com Francis Crick ao final dos anos 80, em uma perspectiva neurobiológica.

Não sou muito fã das perspectivas neurobiológicas (Koch, Edelman) mas também sou pouco familiarizado com as mesmas. Em uma visão geral, elas aparentam não possuir uma integração muito grande com a filosofia da mente, adotando jargão conceitualmente questionável como "qualia" e "estados fenomenais" e muitas vezes correm o risco de incorrer em materialismo cartesiano, a visão de que existe um lugar privilegiado no cérebro para a consciência. Por essa razão, ao ler o artigo demonstro mais simpatia com o trabalho de Susan Greenfield.

Uma teoria para a consciência precisa ser livre de substrato físico a não ser que você tenha o desejo de contemplar uma revolução na Física como Searle e Penrose para explicar os fenômenos associados. Por isso favoreço as abordagens computacionais.

A conclusão que as abordagens computacionais de Baars e Dennett dão para o que conhecemos dos correlatos neurais da consciência por ressonância magnética funcional é que os estados mentais não são nada acima e além do que a capacidade de eventos ricos em informação representada do mundo influenciar globalmente o resto do cérebro durante tempo suficiente - "fama no cérebro".