Além do Cérebro: Funções não locais da consciência
Enviado: 18 Nov 2007, 13:39
No painel Muito Além dos Neurônios, ocorrido não final do primeiro dia do Medinesp 2007, o congresso da Associação Médico-Espírita Internacional, em junho, em São Paulo (SP), o vice-presidente da Associação Médico Espírita do Rio Grande do Sul (AME-RS), César Geremia, abordou o tema Além do Cérebro: Funções não Locais da Consciência.
Após sua apresentação, o mestre em Medicina, endocrinologista infantil e também professor de fisiologia, tratou do tema com a Folha Espírita, que relata abaixo os principais pontos discutidos:
Folha Espírita: A consciência está além do cérebro?
César Geremia: A resposta categórica a essa pergunta será um divisor de águas na história da humanidade. Demarcará uma nova era para a ciência, a filosofia e a religião e descortinará um novo horizonte para as relações do homem com o homem e deste com a natureza. A ciência materialista afirma que a consciência é o cérebro ou o resultado de sua atividade neuroquímica ou mesmo um epifenômeno da atividade cerebral, que surge quando a matéria neuronal adquiriu certo grau de complexidade e sofisticação. A vertente materialista da ciência, distante da neutralidade e imparcialidade desejável, ainda ignora ou desconsidera uma miríade de fenômenos que não podem ser explicados pelo modelo cerebrocêntrico. Essas funções sutis da consciência, designadas não locais, exigem uma nova formulação teórica que pressuponha uma consciência independente da matéria, sobrevivente a esta, na qual o cérebro é um extraordinário veículo de manifestação de determinados aspectos dessa consciência. Ao nosso ver, caminhamos, definitivamente, em direção a redescoberta da alma.
FE: E onde está a consciência? Na mente?
Geremia: A neurologia pode nos ajudar a formular algumas hipóteses a esse respeito. Sem abusarmos da paciência do leitor com minúcias anatômicas, há coerência em pensarmos que a consciência, entendida como individualização de um princípio inteligente sutil e dotada de funções gerenciais sobre o sistema fisiológico, deva estar vinculada, em nível físico, com uma estrutura cerebral que tenha posição estratégica de coordenação.O tálamo talvez preencha essa necessidade. Localizado entre os hemisférios cerebrais, no diencéfalo, possui extensas conexões com o hipotálamo, com todo o neocórtex e com a pineal. Todas as informações sensoriais, exceto o olfato, e todos os impulsos motores que tem origem no córtex passam pelo tálamo. André Luiz nos dá informações interessantes a esse respeito. Em determinado ponto da descrição da desencarnação de Dimas (Obreiros da Vida Eterna), André Luiz relata: “... concentrando todo o seu potencial de energia na fossa romboidal, Jerônimo quebrou alguma coisa que não pude perceber com minúcias, e brilhante chama violeta-dourada desligou-se da região craniana...” A fossa romboidal corresponde ao quarto ventrículo, localizado atrás do tronco cerebral e um pouco abaixo do tálamo. No final do capítulo IX de Evolução em Dois Mundos, lemos o seguinte: “No diencéfalo (...) o centro coronário, por fulcro luminoso, se entrosa com o centro cerebral (...) e dessa junção de forças, o espírito encontra no cérebro o gabinete de comando das energias que o servem...”
FE: O que você chama de funções não locais da consciência?
Geremia: São aquelas funções que transcendem o tempo e o espaço na sua expressão. Por exemplo: todas as formas de mediunidade, telepatia, pré-cognição, visão remota (clarividência), retrocognição e ação da mente a distância, como os efeitos quantificáveis da oração intercessora que tem sido objeto de estudos interessantes em nível acadêmico. Além de não condicionadas pelo tempo e pelo espaço, essas habilidades da consciência não apresentam, até o momento, correlatos anatômicos cerebrais que expliquem o seu funcionamento.
FE: Quais áreas do saber humano contribuíram para as teorias quanto às funções não locais da consciência:
Geremia: Fundamentalmente a neurofisiologia, a psicologia, a física moderna e a filosofia da ciência. Todas as grandes tradições religiosas, pelas descrições históricas e contemporâneas desses fenômenos, de alguma forma têm contribuído para alimentar a insatisfação do homem quanto ao paradigma materialista.
FE: Quanto a física contribuiu para as explicações das funções não locais?
Geremia: A física moderna trouxe, sem sobra de dúvida, importantes contribuições nesse sentido. Ela nos mostra que a realidade das partículas infinitesimais da matéria é não local; que em nível sutil, tudo e todos estão interconectados de forma instantânea e atemporal; que as nossas intenções modificam o comportamento da matéria; que o universo possui talvez 11 ou mais dimensões. Físicos renomados formulam teorias quânticas e holográficas da consciência. Enfim, a física desmontou a matéria e busca o espírito.
FE: O mundo espiritual está inserido neste contexto? Como?
Geremia: A organização cada vez mais sofisticada da vida e da matéria exige memória dos padrões adquiridos e inteligência criativa para comandar o processo evolutivo. O mundo espiritual é essa matriz, e nele está a memória dos indivíduos, das civilizações e dos mundos. Não é belo tudo isso?
Após sua apresentação, o mestre em Medicina, endocrinologista infantil e também professor de fisiologia, tratou do tema com a Folha Espírita, que relata abaixo os principais pontos discutidos:
Folha Espírita: A consciência está além do cérebro?
César Geremia: A resposta categórica a essa pergunta será um divisor de águas na história da humanidade. Demarcará uma nova era para a ciência, a filosofia e a religião e descortinará um novo horizonte para as relações do homem com o homem e deste com a natureza. A ciência materialista afirma que a consciência é o cérebro ou o resultado de sua atividade neuroquímica ou mesmo um epifenômeno da atividade cerebral, que surge quando a matéria neuronal adquiriu certo grau de complexidade e sofisticação. A vertente materialista da ciência, distante da neutralidade e imparcialidade desejável, ainda ignora ou desconsidera uma miríade de fenômenos que não podem ser explicados pelo modelo cerebrocêntrico. Essas funções sutis da consciência, designadas não locais, exigem uma nova formulação teórica que pressuponha uma consciência independente da matéria, sobrevivente a esta, na qual o cérebro é um extraordinário veículo de manifestação de determinados aspectos dessa consciência. Ao nosso ver, caminhamos, definitivamente, em direção a redescoberta da alma.
FE: E onde está a consciência? Na mente?
Geremia: A neurologia pode nos ajudar a formular algumas hipóteses a esse respeito. Sem abusarmos da paciência do leitor com minúcias anatômicas, há coerência em pensarmos que a consciência, entendida como individualização de um princípio inteligente sutil e dotada de funções gerenciais sobre o sistema fisiológico, deva estar vinculada, em nível físico, com uma estrutura cerebral que tenha posição estratégica de coordenação.O tálamo talvez preencha essa necessidade. Localizado entre os hemisférios cerebrais, no diencéfalo, possui extensas conexões com o hipotálamo, com todo o neocórtex e com a pineal. Todas as informações sensoriais, exceto o olfato, e todos os impulsos motores que tem origem no córtex passam pelo tálamo. André Luiz nos dá informações interessantes a esse respeito. Em determinado ponto da descrição da desencarnação de Dimas (Obreiros da Vida Eterna), André Luiz relata: “... concentrando todo o seu potencial de energia na fossa romboidal, Jerônimo quebrou alguma coisa que não pude perceber com minúcias, e brilhante chama violeta-dourada desligou-se da região craniana...” A fossa romboidal corresponde ao quarto ventrículo, localizado atrás do tronco cerebral e um pouco abaixo do tálamo. No final do capítulo IX de Evolução em Dois Mundos, lemos o seguinte: “No diencéfalo (...) o centro coronário, por fulcro luminoso, se entrosa com o centro cerebral (...) e dessa junção de forças, o espírito encontra no cérebro o gabinete de comando das energias que o servem...”
FE: O que você chama de funções não locais da consciência?
Geremia: São aquelas funções que transcendem o tempo e o espaço na sua expressão. Por exemplo: todas as formas de mediunidade, telepatia, pré-cognição, visão remota (clarividência), retrocognição e ação da mente a distância, como os efeitos quantificáveis da oração intercessora que tem sido objeto de estudos interessantes em nível acadêmico. Além de não condicionadas pelo tempo e pelo espaço, essas habilidades da consciência não apresentam, até o momento, correlatos anatômicos cerebrais que expliquem o seu funcionamento.
FE: Quais áreas do saber humano contribuíram para as teorias quanto às funções não locais da consciência:
Geremia: Fundamentalmente a neurofisiologia, a psicologia, a física moderna e a filosofia da ciência. Todas as grandes tradições religiosas, pelas descrições históricas e contemporâneas desses fenômenos, de alguma forma têm contribuído para alimentar a insatisfação do homem quanto ao paradigma materialista.
FE: Quanto a física contribuiu para as explicações das funções não locais?
Geremia: A física moderna trouxe, sem sobra de dúvida, importantes contribuições nesse sentido. Ela nos mostra que a realidade das partículas infinitesimais da matéria é não local; que em nível sutil, tudo e todos estão interconectados de forma instantânea e atemporal; que as nossas intenções modificam o comportamento da matéria; que o universo possui talvez 11 ou mais dimensões. Físicos renomados formulam teorias quânticas e holográficas da consciência. Enfim, a física desmontou a matéria e busca o espírito.
FE: O mundo espiritual está inserido neste contexto? Como?
Geremia: A organização cada vez mais sofisticada da vida e da matéria exige memória dos padrões adquiridos e inteligência criativa para comandar o processo evolutivo. O mundo espiritual é essa matriz, e nele está a memória dos indivíduos, das civilizações e dos mundos. Não é belo tudo isso?