[center]Diocese lidera campanha contra legalização do aborto
terça-feira, 20 de novembro de 2007
D. Antônio de Sousa,
bispo emérito de Assis (SP)[/center]
A diocese de Assis lidera na região uma campanha desenvolvida pela igreja católica de esfera nacional, contra a descriminalização do aborto. A medida visa barrar a votação de um projeto de lei, que tramita no Congresso Nacional, a favor da legalidade da prática, condenada de forma veemente pela igreja. A iniciativa dos religiosos começou domingo e terá duração de dois meses, com coleta de assinaturas de fiéis e simpatizantes à campanha.
Para D. Antônio de Sousa, bispo emérito da diocese e organizador da campanha na região, a proposta será bem sucedida. “Ainda não disponho de dados estatísticos, mas tenho a convicção de que haverá grande adesão”, prevê. “O povo, de forma visível, é radicalmente contra o aborto”, acentua.
Apesar da aparente simpatia popular à iniciativa da igreja, como acredita o bispo, ele ressalva que reações em massa contrárias às decisões legislativas ou governamentais dependem de intenso trabalho de mobilização coletiva. “Já morei em outros países e posso afirmar que o brasileiro, ao contrário de outros povos, ou demora para agir ou simplesmente aceita as decisões”, conceitua. “Por isso, é muito importante que a campanha seja amplamente divulgada pela mídia”, considera. “É preciso ‘chacoalhar’ o povo para que reaja”, enfatiza.
O bispo ressalva que sua postura é resumida a confrontar a tramitação do projeto de lei no Congresso Nacional, sem condenar mulheres que já tenham sofrido abortos. “Lutamos pela vida, maior dom que Deus concede ao ser humano. Nossa luta é pela valorização da vida, alerta aos legisladores e governantes, sempre com misericórdia às mães”, diz. “Elas (mães que sofreram aborto) têm a infinita misericórdia, basta pedir perdão”, recomenda o clérigo. “O povo quer a vida. Certamente, 90% de nossa população é contra o aborto”, assegura D. Antônio.
Projeto – A proposta de discriminalização do aborto, conforme o bispo, surgiu no Ministério da Saúde e tramita no Congresso Nacional por meio do projeto de lei nº 1135/91. O texto prevê a total descriminalização do ato, além da cobertura do SUS e demais planos de saúde para casos ocorridos até a 12ª semana de gestação. O projeto isenta da legalidade apenas abortos cometidos sem consentimento das mães.
A segunda parte do movimento, de acordo com D.Antônio, é o envio do manifesto assinado para Brasília, anexado a um oficio protocolado pelo bispo diocesano D.Maurício Grotto de Camargo. “O documento será enviado ao presidente da República, bem como aos chefes do Senado e Câmara dos Deputados”, detalha. “Precisamos nos mobilizar e não me refiro apenas ao aborto. A população tem de estar mais presente nas decisões de governo principalmente naquelas questões de justiça social e abuso de poder”, convoca.
Fonte: Diário de Assis