“EVOLUÇÃO DA ESQUERDA BRASILEIRA”, UMA FARSA RISÍVEL
Enviado: 29 Nov 2007, 16:14
27. 11. 2007
É notório que a os esquerdistas, no mundo todo e em sua maioria, tenham “evoluído” nos últimos tempos. Tal evolução consiste, basicamente, no abandono das teses mais radicais e numa maior aceitação de conceitos e instituições do mercado.
Isso também aconteceu no Brasil, claro; mas, como sói, foi por vias menos louváveis. Vejamos.
Enquanto em boa parte do mundo a “evolução esquerdista” se dá por uma imposição contextual, que forçou intelectuais e políticos a adotarem novos discursos e práticas, no Brasil o processo decorre da tomada de poder.
Simples assim. E triste, também.
Com exceção da “Carta ao Povo Brasileiro”, divulgada por alguns setores do PT no início de 2002, praticamente toda a esquerda do Brasil manteve posições extremamente radicais e inarredáveis… ATÉ A ELEIÇÃO DE LULA.
Com a adoção sistemática e completa do plano econômico de FHC - até então criticadíssimo pela esquerda em geral e pelo PT em especial -, muitos esquerdistas passaram a relativizar seu discurso; e merecem destaque aqueles vinculados ao Partido dos Trabalhadores.
A “evolução da esquerda”, pelo menos no Brasil, não decorreu de contexto algum a não ser a eleição de Lula e o alojamento da “companheirada” nos mais diversos cantos do Governo Federal.
O muro de Berlim já havia caído mais de uma década antes da posse do atual Presidente. Por que cargas d’água esperaram tanto para “evoluir”? Até a tal Terceira Via já era notícia velha quando os “esquerdistas jabuticaba” resolveram que era o momento da “evolução”.
E nossa “esquerda” acabou mudando tanto de ideologia que o PT, uma vez no Governo, conseguiu votar, entre outras coisas, a taxação dos inativos - nem o ‘neoliberal FHC’ chegou a esse ponto.
A Esquerda Ideologicamente Coerente
Não posso aqui generalizar. Claro que não. É preciso destacar aquela parcela de esquerda que se manteve fiel aos pensamentos defendidos até a posse de Lula, mesmo depois de iniciado seu governo.
Muitos intelectuais e partidários romperam com o PT, saíram do partido e/ou estremeceram relações por incompatibilidade ideológica. Alguns outros, embora não tenham saído do PT ou mesmo do arco governista, mantêm posição crítica e batalham internamente por uma retomada do pensamento originário do partido.
O Que eu Acho…
A “evolução” é uma coisa ótima; e não é irônico falar em processo evolutivo, porque pensar em socialismo nos dias de hoje, convenhamos, é chutar o pau de todas as barracas filosóficas, sociológicas e até históricas. Além configurar um tremendo chute no balde da razão.
Mas a todos é assegurada a liberdade de culto, de modo que devemos respeitar aqueles que, mesmo no ano de 2007, ainda professam a fé do socialismo. Por mais que seja - ao menos na prática - uma seita que tenha cometido atrocidades aqui e ali.
A Relativização da Ética
Além da “evolução ideológica”, que transformou outrora bolcheviques em entusiastas do mercado, tivemos também uma flexibilização - intelectual e partidária - no que diz respeito à ética.
Antes do “Mensalão”, os intelectuais e partidários da esquerda eram os primeiros a apontar culpados e pedir cabeças em bandejas a qualquer escândalo que estourava; mas agora, vejam só, se dividiram (em sua maioria) em três grupos:
a) silentes obsequiosos - não falam no assunto, tergiversam, perguntam quanto foi o jogo do domingo, como está a novela das oito etc;
b) generalizadores - dizem que isso sempre aconteceu no Brasil, que a corrupção é atávica, que nosso povo nunca prestou, que todos os partidos são uma porcaria etc;
c) fugitivos da verdade - simplesmente NEGAM que houve qualquer esquema de corrupção. Negam, falam que “nada está provado”, e batem o pé dizendo que Fulano, Sicrano e até o Beltrano apanhado com a boca na botija são todos honestíssimos e têm um “passado histórico inatacável”.
É engraçado, claro, mas não deixa também de ser triste.
A eleição de Lula serve de “marco zero” para o processo evolutivo da ideologia esquerdista no Brasil (por razões bem pouco louváveis, como visto), e o Mensalão é o ponto inicial para a “relativização da ética” por uma parcela considerável da esquerda.
E sabe como eles rebatem constatações óbvias como essas? Assim: “tucano pefelento!”, “neoliberal!” ou “servo do deus-mercado!”, entre outros ‘argumentos’.
Espinafrado por Gravatai Merengue
FONTE: Imprensa Marrom
Abraços,
É notório que a os esquerdistas, no mundo todo e em sua maioria, tenham “evoluído” nos últimos tempos. Tal evolução consiste, basicamente, no abandono das teses mais radicais e numa maior aceitação de conceitos e instituições do mercado.
Isso também aconteceu no Brasil, claro; mas, como sói, foi por vias menos louváveis. Vejamos.
Enquanto em boa parte do mundo a “evolução esquerdista” se dá por uma imposição contextual, que forçou intelectuais e políticos a adotarem novos discursos e práticas, no Brasil o processo decorre da tomada de poder.
Simples assim. E triste, também.
Com exceção da “Carta ao Povo Brasileiro”, divulgada por alguns setores do PT no início de 2002, praticamente toda a esquerda do Brasil manteve posições extremamente radicais e inarredáveis… ATÉ A ELEIÇÃO DE LULA.
Com a adoção sistemática e completa do plano econômico de FHC - até então criticadíssimo pela esquerda em geral e pelo PT em especial -, muitos esquerdistas passaram a relativizar seu discurso; e merecem destaque aqueles vinculados ao Partido dos Trabalhadores.
A “evolução da esquerda”, pelo menos no Brasil, não decorreu de contexto algum a não ser a eleição de Lula e o alojamento da “companheirada” nos mais diversos cantos do Governo Federal.
O muro de Berlim já havia caído mais de uma década antes da posse do atual Presidente. Por que cargas d’água esperaram tanto para “evoluir”? Até a tal Terceira Via já era notícia velha quando os “esquerdistas jabuticaba” resolveram que era o momento da “evolução”.
E nossa “esquerda” acabou mudando tanto de ideologia que o PT, uma vez no Governo, conseguiu votar, entre outras coisas, a taxação dos inativos - nem o ‘neoliberal FHC’ chegou a esse ponto.
A Esquerda Ideologicamente Coerente
Não posso aqui generalizar. Claro que não. É preciso destacar aquela parcela de esquerda que se manteve fiel aos pensamentos defendidos até a posse de Lula, mesmo depois de iniciado seu governo.
Muitos intelectuais e partidários romperam com o PT, saíram do partido e/ou estremeceram relações por incompatibilidade ideológica. Alguns outros, embora não tenham saído do PT ou mesmo do arco governista, mantêm posição crítica e batalham internamente por uma retomada do pensamento originário do partido.
O Que eu Acho…
A “evolução” é uma coisa ótima; e não é irônico falar em processo evolutivo, porque pensar em socialismo nos dias de hoje, convenhamos, é chutar o pau de todas as barracas filosóficas, sociológicas e até históricas. Além configurar um tremendo chute no balde da razão.
Mas a todos é assegurada a liberdade de culto, de modo que devemos respeitar aqueles que, mesmo no ano de 2007, ainda professam a fé do socialismo. Por mais que seja - ao menos na prática - uma seita que tenha cometido atrocidades aqui e ali.
A Relativização da Ética
Além da “evolução ideológica”, que transformou outrora bolcheviques em entusiastas do mercado, tivemos também uma flexibilização - intelectual e partidária - no que diz respeito à ética.
Antes do “Mensalão”, os intelectuais e partidários da esquerda eram os primeiros a apontar culpados e pedir cabeças em bandejas a qualquer escândalo que estourava; mas agora, vejam só, se dividiram (em sua maioria) em três grupos:
a) silentes obsequiosos - não falam no assunto, tergiversam, perguntam quanto foi o jogo do domingo, como está a novela das oito etc;
b) generalizadores - dizem que isso sempre aconteceu no Brasil, que a corrupção é atávica, que nosso povo nunca prestou, que todos os partidos são uma porcaria etc;
c) fugitivos da verdade - simplesmente NEGAM que houve qualquer esquema de corrupção. Negam, falam que “nada está provado”, e batem o pé dizendo que Fulano, Sicrano e até o Beltrano apanhado com a boca na botija são todos honestíssimos e têm um “passado histórico inatacável”.
É engraçado, claro, mas não deixa também de ser triste.
A eleição de Lula serve de “marco zero” para o processo evolutivo da ideologia esquerdista no Brasil (por razões bem pouco louváveis, como visto), e o Mensalão é o ponto inicial para a “relativização da ética” por uma parcela considerável da esquerda.
E sabe como eles rebatem constatações óbvias como essas? Assim: “tucano pefelento!”, “neoliberal!” ou “servo do deus-mercado!”, entre outros ‘argumentos’.
Espinafrado por Gravatai Merengue
FONTE: Imprensa Marrom
Abraços,