A economia e a popularidade de Lula
Enviado: 06 Dez 2007, 13:56
Jasson de Oliveira Andrade
Luiz Antonio Magalhães, no texto “Não custa repetir: é a economia, estúpido...”, comenta: “Tem gente que acha que o presidente Lula é popular por causa do Bolsa Família. Claro, programas sociais ajudam. Mas o que sustenta a altíssima aprovação ao governo de fato é a performance da economia, como se pode ler na notícia do Valor Online [taxa de desemprego cai para 9%, informa IBGE]. Alguém pode dizer: mas 9% ainda é muito. De fato, é muito. Mas é apenas a menor taxa de toda a série histórica. Depois reclamam quando Lula diz que “nunca antes neste país...” Tem razão o jornalista. Nunca é demais recordar que nas eleições de 2002 o lema foi: “É Serra ou o Caos”. E o caos não veio. Pelo contrário. A economia vai bem. É o que diz um jornal da oposição ao governo Lula, como veremos a seguir.
No Editorial do Estadão (Uma pesquisa explica a outra), o jornal analisa uma pesquisa feita pelo Ipsos a seu pedido: “Mas, para mal dos pecados de Fernando Henrique e da oposição, em geral, quanto mais auspiciosos se revelam os resultados dessa política [econômica], maior se torna a hegemonia política do presidente Lula da Silva”. Adiante o jornal comenta outra pesquisa: “O IBGE revela ainda que, para a metade mais pobre dos assalariados, o ano passado [2006] foi de longe o melhor desde o lançamento do Plano Real (...) Daí Lula golear Fernando Henrique por 80 a 9, como o presidente que apoiou os mais pobres, e por 73 a 16 como o que mais elevou o poder de compra do povo [incluindo a classe média], nos percentuais da pesquisa Estado-Ipsos”. O Estadão assim conclui sua análise: “Não é à toa que a oposição está desarvorada”.
O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, faz críticas ao governo Lula. O filho dele é o presidente do DEM, partido de oposição. Portanto, sua análise é isenta. Eis o que ele diz, em seu Blog (19/9/2007), da popularidade do presidente: “Estudos econométricos de causalidade mostram que a razão hipotética de se votar em Lula hoje é a questão econômica, estabilidade e crescimento. Por isso não há contradição do eleitor quando responde sobre o presidente responsável pela estabilidade econômica quando Lula tem 67% e FHC 7%. Essa resposta apenas ratifica o que as razões de causalidade demonstram. O ponto não é o bolsa-família, mas a economia”.
Outro ponto positivo do governo Lula: a credibilidade internacional. O economista Paulo Nogueira Batista Jr, em artigo à Folha, constata: “O prestígio do Brasil no exterior e o seu potencial de influenciar a condução de assuntos internacionais é hoje muito maior do que quando estávamos passando o pires em Washington e outras capitais. E, no entanto, muitos ainda se comportam como se brasileiro precisasse andar de cabeça baixa, pedindo licença para defender os interesses do Brasil”.
Em outro Editorial, o Estadão afirma: “O capital estrangeiro volta a apostar pesadamente no Brasil. (...) Neste momento, nenhuma grande estatal está à venda. As motivações, segundo os analistas, são bem diferentes [da privatização da Era FHC]: a economia volta a crescer”. Não é sem motivo que Luiz Weis, em artigo no mesmo Estadão, afirma: “O Brasil vai de vento em popa – e só não vê quem não quer”. Além do mais, Cristina Kirchner, presidente eleita da Argentina no dia 28/10/2007, já no primeiro turno, declarou à imprensa: “Brasil (leia-se Lula) é modelo a seguir”.
Poderíamos citar várias manchetes das páginas econômicas. Vamos citar apenas algumas. “Metalúrgico do ABC eleva poder de compra – Melhora entre 2002 e 2006 deve-se à inflação controlada, ao bom desempenho do setor e aos aumentos salariais reais [o mesmo acontece em Mogi Guaçu]” –Folha. “Vendas de veículos surpreendem e crescimento pode chegar a 25%” Estado, 5/10. Outra manchete do Estadão: “Imagem de Chávez é a pior entre presidentes da América Latina”. O título se deve à oposição que o jornal faz ao presidente venezuelano. A manchete deveria ter sido: “Lula é o mais bem avaliado entre presidentes da América Latina”. Depois de dizer sobre a impopularidade de Chávez, na reportagem o jornal informa: “Já Lula é muito bem avaliado nos seis países [Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador, Brasil e México], o que lhe atribui o posto de presidente com maior apoio popular no continente”.
O caos previsto em 2002 transformou-se em bom desempenho na economia. Daí a popularidade de Lula.
Jasson de Oliveira Andrade é jornalista
Luiz Antonio Magalhães, no texto “Não custa repetir: é a economia, estúpido...”, comenta: “Tem gente que acha que o presidente Lula é popular por causa do Bolsa Família. Claro, programas sociais ajudam. Mas o que sustenta a altíssima aprovação ao governo de fato é a performance da economia, como se pode ler na notícia do Valor Online [taxa de desemprego cai para 9%, informa IBGE]. Alguém pode dizer: mas 9% ainda é muito. De fato, é muito. Mas é apenas a menor taxa de toda a série histórica. Depois reclamam quando Lula diz que “nunca antes neste país...” Tem razão o jornalista. Nunca é demais recordar que nas eleições de 2002 o lema foi: “É Serra ou o Caos”. E o caos não veio. Pelo contrário. A economia vai bem. É o que diz um jornal da oposição ao governo Lula, como veremos a seguir.
No Editorial do Estadão (Uma pesquisa explica a outra), o jornal analisa uma pesquisa feita pelo Ipsos a seu pedido: “Mas, para mal dos pecados de Fernando Henrique e da oposição, em geral, quanto mais auspiciosos se revelam os resultados dessa política [econômica], maior se torna a hegemonia política do presidente Lula da Silva”. Adiante o jornal comenta outra pesquisa: “O IBGE revela ainda que, para a metade mais pobre dos assalariados, o ano passado [2006] foi de longe o melhor desde o lançamento do Plano Real (...) Daí Lula golear Fernando Henrique por 80 a 9, como o presidente que apoiou os mais pobres, e por 73 a 16 como o que mais elevou o poder de compra do povo [incluindo a classe média], nos percentuais da pesquisa Estado-Ipsos”. O Estadão assim conclui sua análise: “Não é à toa que a oposição está desarvorada”.
O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, faz críticas ao governo Lula. O filho dele é o presidente do DEM, partido de oposição. Portanto, sua análise é isenta. Eis o que ele diz, em seu Blog (19/9/2007), da popularidade do presidente: “Estudos econométricos de causalidade mostram que a razão hipotética de se votar em Lula hoje é a questão econômica, estabilidade e crescimento. Por isso não há contradição do eleitor quando responde sobre o presidente responsável pela estabilidade econômica quando Lula tem 67% e FHC 7%. Essa resposta apenas ratifica o que as razões de causalidade demonstram. O ponto não é o bolsa-família, mas a economia”.
Outro ponto positivo do governo Lula: a credibilidade internacional. O economista Paulo Nogueira Batista Jr, em artigo à Folha, constata: “O prestígio do Brasil no exterior e o seu potencial de influenciar a condução de assuntos internacionais é hoje muito maior do que quando estávamos passando o pires em Washington e outras capitais. E, no entanto, muitos ainda se comportam como se brasileiro precisasse andar de cabeça baixa, pedindo licença para defender os interesses do Brasil”.
Em outro Editorial, o Estadão afirma: “O capital estrangeiro volta a apostar pesadamente no Brasil. (...) Neste momento, nenhuma grande estatal está à venda. As motivações, segundo os analistas, são bem diferentes [da privatização da Era FHC]: a economia volta a crescer”. Não é sem motivo que Luiz Weis, em artigo no mesmo Estadão, afirma: “O Brasil vai de vento em popa – e só não vê quem não quer”. Além do mais, Cristina Kirchner, presidente eleita da Argentina no dia 28/10/2007, já no primeiro turno, declarou à imprensa: “Brasil (leia-se Lula) é modelo a seguir”.
Poderíamos citar várias manchetes das páginas econômicas. Vamos citar apenas algumas. “Metalúrgico do ABC eleva poder de compra – Melhora entre 2002 e 2006 deve-se à inflação controlada, ao bom desempenho do setor e aos aumentos salariais reais [o mesmo acontece em Mogi Guaçu]” –Folha. “Vendas de veículos surpreendem e crescimento pode chegar a 25%” Estado, 5/10. Outra manchete do Estadão: “Imagem de Chávez é a pior entre presidentes da América Latina”. O título se deve à oposição que o jornal faz ao presidente venezuelano. A manchete deveria ter sido: “Lula é o mais bem avaliado entre presidentes da América Latina”. Depois de dizer sobre a impopularidade de Chávez, na reportagem o jornal informa: “Já Lula é muito bem avaliado nos seis países [Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador, Brasil e México], o que lhe atribui o posto de presidente com maior apoio popular no continente”.
O caos previsto em 2002 transformou-se em bom desempenho na economia. Daí a popularidade de Lula.
Jasson de Oliveira Andrade é jornalista