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Breve Análise Definitiva Sobre o Porre de Noé

Enviado: 01 Nov 2005, 15:12
por Aranha
- Bem vindos à escolinha dominical do Abmael, vamos a mais um interessante estudo bíblico.

- Já pensaram se a Bíblia nos diz por que palestinos e judeus se pegam até hoje? – É claro que sim! – Está lá, em Gênesis 9:18,29, vejamos:


“E os filhos de Noé, que da arca saíram, foram Sem, Cão e Jafé; e Cão é o pai de Canaã.
Estes três foram os filhos de Noé; e destes se povoou toda a terra.
E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha.
E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda.
E viu Cão, o pai de Canaã, a nudez do seu pai, e fê-lo saber a ambos seus irmãos no lado de fora.
Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre ambos os seus ombros, e indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai, e os seus rostos estavam virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai.
E despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho menor lhe fizera.
E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos.
E disse: Bendito seja o SENHOR Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.
Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.
E viveu Noé, depois do dilúvio, trezentos e cinqüenta anos.
E foram todos os dias de Noé novecentos e cinqüenta anos, e morreu.”



- Veja como Noé era um belo de um pudim-de-cachaça, seus primeiros atos oficiais pós-dilúvio foram plantar uva, fermentá-la e encher os cornos de vinho, ficou tão chapado que até tirou a roupa (pra quem não bebe, a opinião de um entendido: - Garanto que pra chegar nesse nível, só bebendo muito, mas muito!!, muito mesmo!!), no entanto, devemos convir que é justificável depois das poucas e boas que ele passou, afinal um dilúvio mundial não é coisa pouca, só que para os apologistas bíblicos da abstinência alcoólica esta passagem é, sem dúvida, um problema, pois Deus considerava Noé um homem “Justo” e até “Perfeito” (Gen 6:8,9) e veja também que Deus não faz nenhuma condenação explícita ou implícita a Noé pela bebedeira, mas este não é o assunto deste estudo, vamos ao que interessa.

- Note que Cão (Nome mais esquisito) cometeu um ato terrível: “Viu o Pai Pelado!!!”, terrível?!? – Já vi meu pai pelado, e ele agiu bem naturalmente, que eu saiba isto é normal, logo isto devia ser errado só na época de Noé, estranho Deus permitir uma Maldição eterna pela transgressão de um costume de época, Já vi várias tentativas de explicar porque Noé ficou tão bravo por ter sido visto pelado, todas relacionadas ao significado da frase “descobrir a nudez”, a explicação mais pudica é a que diz que ver a nudez de um patriarca naquela época era sacrilégio horrível, os mais afoitos dizem que dizem que Cão “papou” Noé, achei meio forçado, os mais sádicos afirmam que Cão castrou Noé, isso mesmo, capou o próprio pai para que ele não tivesse mais filhos, os mais sacanas dizem que Cão aproveitou a cachaçada de Noé para investir na própria mãe e gerar Canaã, dizem isto baseados em Levitício 20:11, julguem por si mesmos:

“E o homem que se deitar com a mulher de seu pai descobriu a nudez de seu pai; ambos certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles.”


- Mais estranho ainda foi que quem viu o pai pelado foi Cão e não Canaã, veja bem, o filho fez a merda e quem pagou o pato foi o neto e seus descendentes!!!! - Porque?!?! – Cadê a lógica disto? – Então os Cananeus pagam até hoje por algo que Canaã NÃO fez?!?!!!? – A única explicação que eu vejo é que Noé acordou ainda sob efeito da manguaça da noite anterior e amaldiçoou o cara errado, eheheheheheh.

- Canaã ou Kná'na, com o tempo, passou a ser um termo para designar a região que corresponde ao atual Estado de Israel, incluindo a Cisjordânia, a Jordânia ocidental, o sul da Síria e o sul do Líbano. A cidade canaanita de Ugarit foi redescoberta em 1928 e muito do conhecimento moderno sobre os cananeus advém das escavações arqueológicas nesta área. Comparada com os desertos circundantes, a terra de Canaã era uma terra de fartura, onde havia uvas e outras frutas, mel e azeitonas (Nada mal para os amaldiçoados). Daí que tenha sido considerada como a "terra prometida" e "onde corre leite e mel" por Abraão, que era originário da região no atual Iraque.

- A história de Noé tem forte significado simbólico sobre a história de Israel, durante o período da conquista de Canaã narrada no livro de Josué. A maldição de Noé certamente foi usada pelos povos semíticos (descendentes de Sem, cujos hebreus fazem parte) como justificativa para a conquista da terra de Canaã (ocupada pelos cananeus, descendentes de Canaã, o neto amaldiçoado) e veja que até hoje os palestinos padecem sob o domínio de Israel devido a Cão ter visto o pai pelado depois de uma bebedeira.

- Interessante também é o paralelo da bebedeira de Noé com outras lendas da antiguidade, Uma lenda basca celebra um herói chamado Ano que teria trazido a videira e outras plantas num barco. Curiosamente, o basco é uma das mais antigas línguas ocidentais e “Ano”, em basco, também significa vinho. Na Galícia também existe uma figura legendária denominada Noya e os sumérios da Mesopotâmia adoram uma espécie de deus do mar denominado Oannes. Também interessante é que, na mitologia grega, Dionísio, deus do vinho, foi criado por sua tia Ino, uma deusa do mar, e a palavra grega para vinho é "oinos". O vinho está muito relacionado à mitologia grega. Um dos vários significados do Festival de Dionísio em Atenas era a comemoração do grande dilúvio com que Zeus castigou o pecado da raça humana primitiva. Apenas um casal sobreviveu. Seus filhos eram: Orestheus, que teria plantado a primeira vinha; Amphictyon, de quem Dionísio era amigo e ensinou sobre vinho; e Helena, a primogênita, de cujo que nome veio o nome da raça grega. A lenda Persa mais conhecida de todas sobre a descoberta do vinho é uma que fala sobre Jamshid , um rei persa semi-mitológico que parece estar relacionado a Noé, pois teria construído um grande muro para salvar os animais do dilúvio. Na corte de Jamshid, as uvas eram mantidas em jarras para serem comidas fora da estação. Certa vez, uma das jarras estava cheia de suco e as uvas espumavam e exalavam um cheiro estranho sendo deixadas de lado por serem inapropriadas para comer e consideradas possível veneno. Uma donzela do harém tentou se matar ingerindo o possível veneno. Ao invés da morte ela encontrou alegria e um repousante sono. Ela narrou o ocorrido ao rei que ordenou, então, que uma grande quantidade de vinho fosse feita e Jamshid e sua corte beberam da nova bebida.

- É bom lembrar que a maldição de Canaã também foi utilizada para justificar a escravidão, muitos líderes religiosos como os clérigos Robert Jamieson, A. R. Fausset e David Brown, em seus comentários bíblicos, asseveram: “Maldito seja Canaã, (Gên 9:25) esta maldição se tem cumprido na . . . escravização dos africanos, os descendentes de Cão.” — Comentary, Critical and Explanatory, on the Whole Bible (Comentário, Crítico e Explicativo, de Toda a Bíblia). Afirmava-se que não só a escravização dos negros cumpria tal maldição bíblica, mas que sua cor preta também. Assim, muitos brancos foram levados a presumir que os negros são inferiores, e que Deus propôs que fossem servos dos brancos. Até mesmo há uns cem anos atrás a Igreja Católica detinha o conceito de que os negros foram amaldiçoados por Deus. Maxwell explica que este conceito “aparentemente sobreviveu até 1873, quando o Papa Pio IX associou uma indulgência à oração em favor dos ‘desgraçados etíopes da África Central, para que o Deus Todo-poderoso remova inteiramente a maldição de Cão de seus corações’”. Todavia, mesmo antes do começo da cristandade há mais de 1.500 anos atrás, sim, possivelmente mesmo antes de Jesus Cristo viver na terra, os rabinos judeus ensinavam uma estória sobre a origem da pele negra. Afirma a Encyclopœdia Judaica: “Cus (Nome estranho), o descendente de Cão tem pele negra como castigo por Cão ter tido relações sexuais na arca” , “Estórias” similares foram propagadas nos tempos modernos. Os defensores da escravidão, tais como John Fletcher, de Luisiana, EUA, por exemplo, ensinavam que o pecado que motivou a maldição de Noé fora o casamento inter-racial. Afirmava que Caim fora assolado com a pele negra por matar seu irmão, Abel, e que Cão pecara por se casar com alguém da raça de Caim. É digno de nota, também, que Nathan Lord, presidente da Faculdade Dartmouth, no último século, atribuiu também a maldição de Noé sobre Canaã, parcialmente, ao “casamento misto proibido de Cão com a raça previamente iníqua e amaldiçoada de Caim”, hoje em dia ainda há igrejas que defendem estas interpretações, embora não defendam mais a escravidão, é claro.

- Bem, é isso aí, de um simples porre, como muitos por aí tomam todos os dias, surgiu uma contenda eterna entre dois povos e se justificou séculos de submissão de uma etinia, coisas da fé, coisas de Deus.


Um Abraço,