Paulo Bento Bandarra fala sobre Otilia Diogo
Enviado: 08 Jan 2006, 13:13
Artigo de 2004 que não havia lido, escrito pelo respeitado médico Paulo Bento Bandarra (CREMERS 8908)
http://observatorio.ultimosegundo.ig.co ... =274OFC002
Volta às alegações gratuitas
Lembro que antigamente a revista Manchete realizou uma série de reportagens mostrando vários deslizes de Chico Xavier, flagrando-o com uma bomba de borracha embaixo do braço que espargia perfume no ambiente. Outro exemplo são as encarnações de irmã Josefa por Otilia Diogo. Nestas sessões produziam-se odores, luzes, escrita direta, entre outros fenômenos. A farsa grosseira e contínua durou até ser tudo desmascarado pela equipe de repórteres de O Cruzeiro, em ampla série de reportagens nos primeiros meses de 1964 e muitas outras posteriores, como a de 27/10/1970.
O ilusionista do Rá, Thomaz Green Morton, foi promovido anos seguidos pela TV Globo, até que o Fantástico resolveu investigá-lo de fato. E caiu-lhe a máscara em pouco tempo, revelando-se seus truques. Isto não impede que ainda seja procurado por crédulos, mas a imprensa (por enquanto) não compactua mais com ele.
E é nisto que se baseia o Iluminismo para a Idade Média. O livre questionamento e a busca da verdade para as crendices da época. O ceticismo sobre afirmações da igreja, o desmascaramento das bruxas e seus "poderes", de alegados fenômenos extraordinários, como assombração, anjos e duendes perambulando pelas casas. Ciência não é apenas conhecimento, mas primordialmente um método para que afirmações sejam testadas.
Este questionamento abriu espaço para que as ciências tivessem evolução extraordinária nos séculos seguintes, após mil anos de estagnação nas crendices. Na área da saúde, tivemos o controle das epidemias, o entendimento do homem pela fisiologia, pela anatomia, pela fisiopatologia – que se quer agora abandonar para voltar ao mundo das alegações gratuitas. E a atração da clientela pela "telepatia" com animais é parte deste regresso.
(*) Médico
http://observatorio.ultimosegundo.ig.co ... =274OFC002
Volta às alegações gratuitas
Lembro que antigamente a revista Manchete realizou uma série de reportagens mostrando vários deslizes de Chico Xavier, flagrando-o com uma bomba de borracha embaixo do braço que espargia perfume no ambiente. Outro exemplo são as encarnações de irmã Josefa por Otilia Diogo. Nestas sessões produziam-se odores, luzes, escrita direta, entre outros fenômenos. A farsa grosseira e contínua durou até ser tudo desmascarado pela equipe de repórteres de O Cruzeiro, em ampla série de reportagens nos primeiros meses de 1964 e muitas outras posteriores, como a de 27/10/1970.
O ilusionista do Rá, Thomaz Green Morton, foi promovido anos seguidos pela TV Globo, até que o Fantástico resolveu investigá-lo de fato. E caiu-lhe a máscara em pouco tempo, revelando-se seus truques. Isto não impede que ainda seja procurado por crédulos, mas a imprensa (por enquanto) não compactua mais com ele.
E é nisto que se baseia o Iluminismo para a Idade Média. O livre questionamento e a busca da verdade para as crendices da época. O ceticismo sobre afirmações da igreja, o desmascaramento das bruxas e seus "poderes", de alegados fenômenos extraordinários, como assombração, anjos e duendes perambulando pelas casas. Ciência não é apenas conhecimento, mas primordialmente um método para que afirmações sejam testadas.
Este questionamento abriu espaço para que as ciências tivessem evolução extraordinária nos séculos seguintes, após mil anos de estagnação nas crendices. Na área da saúde, tivemos o controle das epidemias, o entendimento do homem pela fisiologia, pela anatomia, pela fisiopatologia – que se quer agora abandonar para voltar ao mundo das alegações gratuitas. E a atração da clientela pela "telepatia" com animais é parte deste regresso.
(*) Médico