Botanico escreveu:Essa colocação é irrelevante a partir do momento em que podemos ter consciência do certo ou errado. Já dizia lá um certo Jesus que devemos amar ao próximo como a nós mesmos. Bem, se o que farei ao próximo é algo que eu não gostaria que me fizessem, então aí está um critério infalível para se julgar que algo é mal, sem precisar recorrer a nenhuma comparação binária.
O que acontece é o "mal relativo" que conforme salientei, depende de nossa evolução moral. Digamos lá que um torturador da Santa Madre Igreja, em defesa da fé cristã, torture uma menina de 6 anos acusada de bruxaria. Ela, sem conseguir resistir às dores confessa o seu crime. Aí então será submetida a torturas ainda mais cruéis e mutilantes e finalmente posta pelo torturador na fogueira. Digamos que ele tenha feito tudo isso de boa-fé, pois foi o que a Santa Madre Igreja lhe ensinou que se deveria ser feito em defesa da Igreja e de Deus. Bem, vai chegar um momento em que, seu espírito progredindo moralmente, vai finalmente se confrontar com seus atos desumanos. Ainda que os tenha cometido de boa-fé, sua consciência não o deixará de acusar quando reconhecer que agiu errado. Então aí é que, buscando a paz para si mesmo, decidirá sofrer ou pagar em trabalho pelo mal que fez, mesmo não tendo sido mal intencionado.
Senão vejamos:E se o próximo não necessitar daquilo que você necessita?Somos todos diferentes, não há 2 iguais no mundo.
Eu preciso de determinadas coisas, outros de outras. E aí?
Você fala em consciencia quando a pessoa agiu de boa-fé.Ora, se ela agiu de boa-fé,agiu conscientemente e portanto não há do que ser perdoada ou o que resgatar.Se não agiu de boa fé, é porque não tem ainda consciencia do que deveria fazer, ou seja não agiu conscientemente. Nesse caso não é culpada também, a não ser da própria ignorancia.