A superioridade moral do mercado

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RicardoVitor
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A superioridade moral do mercado

Mensagem por RicardoVitor »

A superioridade moral do mercado

por Tom Palmer

Quando são encurralados no campo da economia, os inimigos do capitalismo costumam deslocar seus argumentos para a ética, como se economia e ética fossem não apenas separáveis, mas inimigas. Alegam que, no sistema de livre mercado, as pessoas se preocupam apenas com a vantagem que podem tirar umas das outras. Não há moralidade nas trocas comerciais, nem compromisso algum com aquilo que nos faz humanos, isto é, nossa capacidade de considerar não apenas aquilo que é vantajoso para nós, mas o que é certo e o que é errado, o que é moral e o que é imoral... É difícil imaginar uma afirmação mais falsa.

Para que exista comércio, é preciso haver respeito pela justiça. Há uma diferença entre as pessoas que efetuam trocas e as pessoas que simplesmente tomam dos outros para si. Quem troca demonstra respeito pelos títulos de direito dos outros. As pessoas apenas oferecem algo em troca do bem desejado quando são constrangidas por um senso moral a não tomar à força. Uma troca é uma mudança de uma alocação de recursos para outra, o que significa que qualquer troca comercial pressupõe uma base comum: se ela não for efetivada, as partes mantêm o que possuíam. As relações de comércio fundamentam-se numa estrutura de justiça. Sem esses fundamentos morais e jurídicos não pode haver comércio.

O mercado não se baseia somente no respeito pela justiça. Também baseia-se na capacidade que os homens têm de se colocar no lugar do outro, de levar em consideração não apenas o próprio desejo, mas o desejo alheio. O dono de um restaurante que não se importa com a vontade dos seus clientes não permanecerá aberto por muito tempo. Se os clientes passam mal, ou se a comida não lhes agrada, eles não voltam e o dono vai à falência. O mercado dá os incentivos para que os participantes se coloquem na posição do outro, para que considerem quais são os desejos alheios e para que tentem ver as coisas como as outras pessoas vêem as coisas.

O mercado funciona como uma alternativa à violência. O mercado nos torna sociáveis. O mercado nos lembra que as outras pessoas importam.

O anticapitalista pode argumentar que esse é um altruísmo corrompido, que o mercado só retribui quem é ganancioso e interesseiro. Que, no mercado, apenas interessa achar o menor preço ou conseguir o maior lucro. As pessoas passam a ser motivadas pela avareza e pelo egoísmo, e não por uma preocupação sincera com os outros.

Na verdade, o mercado não promove nem inibe o egoísmo ou a ganância. Ele possibilita que tanto o mais altruísta quanto o mais egoísta lutem por seus objetivos em paz. Aqueles que dedicam suas vidas a ajudar o próximo usam o mercado para alcançar seu objetivo tanto quanto aquele cujo objetivo é a acumulação de riqueza material. Alguns até acumulam riqueza para aumentar sua capacidade de ajudar os demais. George Soros e Bill Gates são exemplos de pessoas que ganham enormes quantidades de dinheiro, ao menos parcialmente, para aumentar sua capacidade de ajudar os outros através de muitas ações de caridade.

Uma Madre Teresa precisa usar os recursos materiais disponíveis para alimentar, vestir e confortar o maior número de pessoas. O mercado permite que ela encontre o menor preço para comprar cobertores, comida e remédios, a fim de cuidar dos desamparados. O mercado permite que riqueza seja criada para o auxílio dos desafortunados e que os serviços de caridade consigam maximizar sua capacidade de ajudar os demais. O mercado torna possível a caridade dos caridosos.

Um erro comum é confundir propósitos pessoais com interesse próprio, que é, por sua vez, confundido com egoísmo. Ainda que tenhamos propósitos pessoais, nós também nos preocupamos com os interesses e bem-estar das outras pessoas: nossos familiares, amigos, vizinhos, e até mesmo desconhecidos. E, como observado acima, o mercado tende a condicionar as pessoas a considerarem as necessidades dos outros, incluindo daqueles que jamais encontraremos.

A mais elementar fundação da sociedade humana não é o amor, nem mesmo a amizade. Amor e amizade são os frutos de benefício mútuo através da cooperação, seja em grupos grandes ou pequenos. Se esse auxílio mútuo não fosse possível, o que é bom para Pedro seria ruim para Paulo, e vice-versa. Pedro e Paulo jamais poderiam cooperar um com o outro. Não poderiam ser colegas nem amigos. É o mercado que permite haver cooperação mesmo entre aqueles que não se conhecem pessoalmente, que não compartilham da mesma religião ou língua, e que talvez nunca se darão conta da existência do outro. São os ganhos potenciais advindos do comércio estruturado sobre direitos de propriedade bem definidos e juridicamente seguros que possibilitam haver caridade entre estranhos e amor e amizade através das fronteiras. Essa é a superioridade moral do mercado.

http://www.ordemlivre.org/?q=node/38
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Pug!
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Mensagem por Pug! »

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Orbe
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Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por Orbe »

Alguem ainda se importa com "moral"?

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zencem
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Re: Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por zencem »

Orbe escreveu:Alguem ainda se importa com "moral"?


Certamente, quem não se importa, nunca se importou, nem tão pouco pensou a respeito.

O certo, o bem, carrega sempre o design da verdade e é isso que gera o altruísmo.

Ninguém será altruísta, se não tiver por base o próprio egoísmo, ...o resto é hipocrisia e falácea.

É claro que o altruísmo só se constrói, quando se é inteligente e não imediatista.

Este assunto, cabe certinho, no post do zumbí filosófico: "Ateismo: Há bases filosóficas para moralidade naturalista"? .
Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


Orbe
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Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por Orbe »

Ser egoísta para fazer o bem...

Genial.

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zencem
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Re: Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por zencem »

Orbe escreveu:Ser egoísta para fazer o bem...

Genial.

:emoticon15:
A natureza é sábia!
Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


Orbe
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Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por Orbe »

Sapientíssima...

Dói nos olhos ler coisas como: "Alguns até acumulam riqueza para aumentar sua capacidade de ajudar os demais. George Soros e Bill Gates são exemplos(...)"

Hoje em dia qualquer tolice é argumento válido para direitapados ou esquerdiotas defenderem sua fé política.

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zencem
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Re: Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por zencem »

Orbe escreveu:Sapientíssima...

Dói nos olhos ler coisas como: "Alguns até acumulam riqueza para aumentar sua capacidade de ajudar os demais. George Soros e Bill Gates são exemplos(...)"

Hoje em dia qualquer tolice é argumento válido para direitapados ou esquerdiotas defenderem sua fé política.


Orbe!

Compreender é muito mais proveitoso do que julgar. :emoticon156:
Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


Orbe
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Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por Orbe »

Compreender o que? Que uma mente iluminada e egoísta pode fazer, e geralmente faz, muito mais pelo mundo do que centenas de idiotas caridosos? Se for isso, eu já compreendi. Não questiono tal fato.

Questiono certas bizarrices desse texto como usar Bill Gates de exemplo de pessoa que acumula fortuna para ajudar os outros... Ele ajuda porque quer ajudar e se sente bem ajudando ou porque isso reduz o imposto de renda dele?

Ou como essa aqui: "São os ganhos potenciais advindos do comércio estruturado sobre direitos de propriedade bem definidos e juridicamente seguros que possibilitam haver caridade entre estranhos e amor e amizade através das fronteiras".

Agora o amor e a caridade se originam do meu desejo de ganhar máximo possível em cima dos produtos dos outros e perder o mínimo possível nos meus produtos? Piada.

Comércio é bom, capitalismo é bom, poder ir ao shopping comprar as coisas que eu quero é ótimo. Mas atribuir o amor e a caridade ao comércio e ao egoísmo é "viajar na maionese" demais para mim.

Louvado seja o comércio espalhando o amor entre os capitalistas!!

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zencem
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Re: Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por zencem »

Orbe escreveu:Compreender o que? Que uma mente iluminada e egoísta pode fazer, e geralmente faz, muito mais pelo mundo do que centenas de idiotas caridosos? Se for isso, eu já compreendi. Não questiono tal fato.

Questiono certas bizarrices desse texto como usar Bill Gates de exemplo de pessoa que acumula fortuna para ajudar os outros... Ele ajuda porque quer ajudar e se sente bem ajudando ou porque isso reduz o imposto de renda dele?

Ou como essa aqui: "São os ganhos potenciais advindos do comércio estruturado sobre direitos de propriedade bem definidos e juridicamente seguros que possibilitam haver caridade entre estranhos e amor e amizade através das fronteiras".

Agora o amor e a caridade se originam do meu desejo de ganhar máximo possível em cima dos produtos dos outros e perder o mínimo possível nos meus produtos? Piada.

Comércio é bom, capitalismo é bom, poder ir ao shopping comprar as coisas que eu quero é ótimo. Mas atribuir o amor e a caridade ao comércio e ao egoísmo é "viajar na maionese" demais para mim.

Louvado seja o comércio espalhando o amor entre os capitalistas!!


Orbe!

Compreender ainda é melhor do que julgar.
Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


Orbe
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Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por Orbe »

Me leve à compreensão, então.

Eu estou super disposto a aprender.

Você esta disposto a explicar?

Para mim o texto continua sendo uma bobagem enorme. Se alguma boa alma puder me ajudar a mudar minha visão sobre o tema, eu agradecerei sinceramente.

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zencem
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Re: Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por zencem »

Orbe escreveu:Me leve à compreensão, então.

Eu estou super disposto a aprender.

Você esta disposto a explicar?

Para mim o texto continua sendo uma bobagem enorme. Se alguma boa alma puder me ajudar a mudar minha visão sobre o tema, eu agradecerei sinceramente.


Orbe!

Eu sei que, aquí no forum, existe um acirramento político que cria muito conflito entre participantes.

Apesar disso, de qualquer matiz, tenho visto oportunidades de reflexão e desenvolvimento da razão, como no caso desse texto, que tem uma análise filosófica sobre o mercado.

Isso não é um proselitismo ideológico, mas uma análise bem esclarescedora de que o mercado não é uma ideologia, mas um criação humana de grande importância e que não contradiz com o propósito de contribuir para o altruísmo humano.

As religiões se apresentam como responsáveis por cultivar o altruísmo no caráter humano e de colocar um freio em suas ações.

Pura hipocrisia e utopia!

Nós céticos, defendemos que através da razão podemos desenvolver a inteligência, onde aquilo que a natureza nos deu para nos preservar, como o egoísmo, que é visto como um mal humano pelas religiões, é justamente o que nos dá oportunidade de nos relacionar com perfeição, com a vida, ou com nossos semelhantes, nos brindando com muito mais vantagens, se nós não formos tão imediatistas nesse egoismo.

Nosso semelhante é nosso parceiro, não um adversário ou uma presa para fincarmos as nossas garras.
Ele é muito mais vantajoso como nosso parceiro do que como um objeto do nosso egoismo burro e imediatista.

E te diria mais, esta realidade nos ensina a admirar e reconhecer o quanto é importante pra nós as coisas e pessoas com que nos relacionamos, e é dessa simbiose que nasce o amor para com elas.

Então, a compreensão do egoísmo pode ser a chave de nos tornarmos menos egoistas, fazendo disso um grande e vantajoso negócio.

Coisas de mercado! :emoticon16:

Espero que eu tenha conseguido me fazer entender.
Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


Quixote
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Re: Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por Quixote »

zencem escreveu:
Orbe escreveu:Ser egoísta para fazer o bem...

Genial.

:emoticon15:
A natureza é sábia!


falácia naturalista?

Quixote
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Re: Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por Quixote »

zencem escreveu:
Nós céticos, defendemos que através da razão podemos desenvolver a inteligência, onde aquilo que a natureza nos deu para nos preservar, como o egoísmo, que é visto como um mal humano pelas religiões, é justamente o que nos dá oportunidade de nos relacionar com perfeição, com a vida, ou com nossos semelhantes, nos brindando com muito mais vantagens, se nós não formos tão imediatistas nesse egoismo.

Nosso semelhante é nosso parceiro, não um adversário ou uma presa para fincarmos as nossas garras.
Ele é muito mais vantajoso como nosso parceiro do que como um objeto do nosso egoismo burro e imediatista.

E te diria mais, esta realidade nos ensina a admirar e reconhecer o quanto é importante pra nós as coisas e pessoas com que nos relacionamos, e é dessa simbiose que nasce o amor para com elas.

Então, a compreensão do egoísmo pode ser a chave de nos tornarmos menos egoistas, fazendo disso um grande e vantajoso negócio.

Coisas de mercado! :emoticon16:

Espero que eu tenha conseguido me fazer entender.


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zencem
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Re: Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por zencem »

Quixote escreveu:
zencem escreveu:
Orbe escreveu:Ser egoísta para fazer o bem...

Genial.

:emoticon15:
A natureza é sábia!


falácia naturalista?


Não sei!

O egoismo seria uma falácia, ou uma necessidade?
Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

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O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

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Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


Orbe
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Re: Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por Orbe »

zencem escreveu:Orbe!

Eu sei que, aquí no forum, existe um acirramento político que cria muito conflito entre participantes.

Apesar disso, de qualquer matiz, tenho visto oportunidades de reflexão e desenvolvimento da razão, como no caso desse texto, que tem uma análise filosófica sobre o mercado.

Isso não é um proselitismo ideológico, mas uma análise bem esclarescedora de que o mercado não é uma ideologia, mas um criação humana de grande importância e que não contradiz com o propósito de contribuir para o altruísmo humano.

As religiões se apresentam como responsáveis por cultivar o altruísmo no caráter humano e de colocar um freio em suas ações.

Pura hipocrisia e utopia!

Nós céticos, defendemos que através da razão podemos desenvolver a inteligência, onde aquilo que a natureza nos deu para nos preservar, como o egoísmo, que é visto como um mal humano pelas religiões, é justamente o que nos dá oportunidade de nos relacionar com perfeição, com a vida, ou com nossos semelhantes, nos brindando com muito mais vantagens, se nós não formos tão imediatistas nesse egoismo.

Nosso semelhante é nosso parceiro, não um adversário ou uma presa para fincarmos as nossas garras.
Ele é muito mais vantajoso como nosso parceiro do que como um objeto do nosso egoismo burro e imediatista.

E te diria mais, esta realidade nos ensina a admirar e reconhecer o quanto é importante pra nós as coisas e pessoas com que nos relacionamos, e é dessa simbiose que nasce o amor para com elas.

Então, a compreensão do egoísmo pode ser a chave de nos tornarmos menos egoistas, fazendo disso um grande e vantajoso negócio.

Coisas de mercado! :emoticon16:

Espero que eu tenha conseguido me fazer entender.



Sinceramente, não sei em que mundo você está vivendo.

Você tem visto as pessoas tratarem uns aos outros como parceiros e, consequentemente, com o tempo e a convivência, se admirarem e reconhecerem a importância do outro?

Não tem ninguem vivendo nessa simbiose mágica mercadológica que deveria trazer o amor ao próximo... Não vejo crentes e muito menos céticos agindo assim. Em lugar algum. Não tenho visto pessoas de mãos dadas, sorrindo e cantando "Age of Aquarius".

Tanto podemos compreender o egoísmo como podemos simplesmente ser caridosos para nos tornarmos pessoas melhores. A doutrina religiosa, no que diz respeito a isso não tem falha alguma. O efeito final seria o mesmo: cooperação e desenvolvimento mútuo. Mas no mundo real nenhuma dessas coisas acontece.

Então, só posso concluir que tudo que você escreveu não difere em nada dos sermões religiosos. É tão utópico e hipócrita quanto eles. E totalmente fora da realidade.

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zencem
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Re: Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por zencem »

Quixote escreveu:
zencem escreveu:
Nós céticos, defendemos que através da razão podemos desenvolver a inteligência, onde aquilo que a natureza nos deu para nos preservar, como o egoísmo, que é visto como um mal humano pelas religiões, é justamente o que nos dá oportunidade de nos relacionar com perfeição, com a vida, ou com nossos semelhantes, nos brindando com muito mais vantagens, se nós não formos tão imediatistas nesse egoismo.

Nosso semelhante é nosso parceiro, não um adversário ou uma presa para fincarmos as nossas garras.
Ele é muito mais vantajoso como nosso parceiro do que como um objeto do nosso egoismo burro e imediatista.

E te diria mais, esta realidade nos ensina a admirar e reconhecer o quanto é importante pra nós as coisas e pessoas com que nos relacionamos, e é dessa simbiose que nasce o amor para com elas.

Então, a compreensão do egoísmo pode ser a chave de nos tornarmos menos egoistas, fazendo disso um grande e vantajoso negócio.

Coisas de mercado! :emoticon16:

Espero que eu tenha conseguido me fazer entender.


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O ceticismo, também, não precisa ser uma obsessão. :emoticon22:
Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


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RicardoVitor
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Mensagem por RicardoVitor »

"Alguns até acumulam riqueza para aumentar sua capacidade de ajudar os demais. George Soros e Bill Gates são exemplos(...)"


Você poderia nos explicar o que você viu de equívoco nessa afirmação acima? E poderia comentar os trechos que considerou como "bobagem"?
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zencem
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Re: Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por zencem »

Orbe escreveu:
zencem escreveu:Orbe!

Eu sei que, aquí no forum, existe um acirramento político que cria muito conflito entre participantes.

Apesar disso, de qualquer matiz, tenho visto oportunidades de reflexão e desenvolvimento da razão, como no caso desse texto, que tem uma análise filosófica sobre o mercado.

Isso não é um proselitismo ideológico, mas uma análise bem esclarescedora de que o mercado não é uma ideologia, mas um criação humana de grande importância e que não contradiz com o propósito de contribuir para o altruísmo humano.

As religiões se apresentam como responsáveis por cultivar o altruísmo no caráter humano e de colocar um freio em suas ações.

Pura hipocrisia e utopia!

Nós céticos, defendemos que através da razão podemos desenvolver a inteligência, onde aquilo que a natureza nos deu para nos preservar, como o egoísmo, que é visto como um mal humano pelas religiões, é justamente o que nos dá oportunidade de nos relacionar com perfeição, com a vida, ou com nossos semelhantes, nos brindando com muito mais vantagens, se nós não formos tão imediatistas nesse egoismo.

Nosso semelhante é nosso parceiro, não um adversário ou uma presa para fincarmos as nossas garras.
Ele é muito mais vantajoso como nosso parceiro do que como um objeto do nosso egoismo burro e imediatista.

E te diria mais, esta realidade nos ensina a admirar e reconhecer o quanto é importante pra nós as coisas e pessoas com que nos relacionamos, e é dessa simbiose que nasce o amor para com elas.

Então, a compreensão do egoísmo pode ser a chave de nos tornarmos menos egoistas, fazendo disso um grande e vantajoso negócio.

Coisas de mercado! :emoticon16:

Espero que eu tenha conseguido me fazer entender.



Sinceramente, não sei em que mundo você está vivendo.

Você tem visto as pessoas tratarem uns aos outros como parceiros e, consequentemente, com o tempo e a convivência, se admirarem e reconhecerem a importância do outro?

Não tem ninguem vivendo nessa simbiose mágica mercadológica que deveria trazer o amor ao próximo... Não vejo crentes e muito menos céticos agindo assim. Em lugar algum. Não tenho visto pessoas de mãos dadas, sorrindo e cantando "Age of Aquarius".

Tanto podemos compreender o egoísmo como podemos simplesmente ser caridosos para nos tornarmos pessoas melhores. A doutrina religiosa, no que diz respeito a isso não tem falha alguma. O efeito final seria o mesmo: cooperação e desenvolvimento mútuo. Mas no mundo real nenhuma dessas coisas acontece.

Então, só posso concluir que tudo que você escreveu não difere em nada dos sermões religiosos. É tão utópico e hipócrita quanto eles. E totalmente fora da realidade.


Orbe!

O mundo em que eu estou vivendo é o mundo em que você tambem está vivendo.

A diferença está na forma de ver, pois que, enquanto você insiste em olhá-lo com os olhos tapados por uma venda, eu tenho coragem de tirá-la pra vê-lo como ele é.

Assim, todos nós estamos vivendo a mesma realidade mercadológica, mas, o que nos diferencia, é que a maioria a vê de uma maneira distorcida, porque insiste em não ver com os próprios olhos, mas pelas descrições que fazem os gurús, encarregados de estabelecer o obscurantismo na grande maioria das pessoas.

Então essas, não são livres e se deparam com um enorme muro separando a realidade da razão.

Mas eu pergunto que resposta me tens para explicar as leis naturais que regem a vida e que são cheias da inteligência que a preserva, enquanto as religiões atentam contra esta própria natureza através dos grilhões da repressão burra e incapacitante?

Porque tu achas que é ideal a aceitação de se conformar em ser uma ovelha irracional, se a vida gerou o homem, como um animal diferenciado, justamente por ser capaz de viver com a própria razão?

E como pode se utilizar da razão aquele que entrega a sua mente para ser inutilizada por doutrinas, como se elas fossem um porto seguro, quando, na verdade, são, apenas uma fôrma para gerar o comodismo e a alienação no homo sapiens, transformando-o, de um ser inteligente, num ser submisso, irracional e de instintos confusos?

Como pretendes que nesse homo sapiens, inutilizado pelas religiões e outras ideologias, possa surgir o altruismo que o Livre mercado é capaz de lhe proporcionar?

Então, é claro, você prefere acabar com o livre mercado, com a sua oportunidade de relacionamento que ele oferece para se construir bons sentimentos, e continuas não enxergando que a maldade do homem não está neste livre arbítrio que se reinvindica, mas justamente nesta opressão dominadora que o impede de exercê-lo.

Se você fosse mais isento, iria ver que os sentimentos éticos no homem estão florescendo, justamente, nesta oportunidade que ele tem de construir o próprio caráter, livre desta mentira apregoada pela presunção das doutrinas opressoras.

Sobre a sua expectativa, a cerca de uma igualdade de sucesso, entre a posição que eu defendo, e o que defende a doutrina religiosa, eu posso te afirmar, que a história é a melhor mestre.

A religião devia ter vergonha de se apresentar, ainda como bastiã de uma moral que o tempo nega a comprovação.

E nós não estamos conformados com isso.

Procuramos outros caminhos.

Acreditamos na liberdade e na verdade, somente a verdade, capaz de gerar ética e humanidade.
Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


Orbe
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Re: Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por Orbe »

zencem escreveu:
Orbe escreveu:Sinceramente, não sei em que mundo você está vivendo.

Você tem visto as pessoas tratarem uns aos outros como parceiros e, consequentemente, com o tempo e a convivência, se admirarem e reconhecerem a importância do outro?

Não tem ninguem vivendo nessa simbiose mágica mercadológica que deveria trazer o amor ao próximo... Não vejo crentes e muito menos céticos agindo assim. Em lugar algum. Não tenho visto pessoas de mãos dadas, sorrindo e cantando "Age of Aquarius".

Tanto podemos compreender o egoísmo como podemos simplesmente ser caridosos para nos tornarmos pessoas melhores. A doutrina religiosa, no que diz respeito a isso não tem falha alguma. O efeito final seria o mesmo: cooperação e desenvolvimento mútuo. Mas no mundo real nenhuma dessas coisas acontece.

Então, só posso concluir que tudo que você escreveu não difere em nada dos sermões religiosos. É tão utópico e hipócrita quanto eles. E totalmente fora da realidade.


Orbe!

O mundo em que eu estou vivendo é o mundo em que você tambem está vivendo.

A diferença está na forma de ver, pois que, enquanto você insiste em olhá-lo com os olhos tapados por uma venda, eu tenho coragem de tirá-la pra vê-lo como ele é.

Assim, todos nós estamos vivendo a mesma realidade mercadológica, mas, o que nos diferencia, é que a maioria a vê de uma maneira distorcida, porque insiste em não ver com os próprios olhos, mas pelas descrições que fazem os gurús, encarregados de estabelecer o obscurantismo na grande maioria das pessoas.

Então essas, não são livres e se deparam com um enorme muro separando a realidade da razão.

Mas eu pergunto que resposta me tens para explicar as leis naturais que regem a vida e que são cheias da inteligência que a preserva, enquanto as religiões atentam contra esta própria natureza através dos grilhões da repressão burra e incapacitante?

Porque tu achas que é ideal a aceitação de se conformar em ser uma ovelha irracional, se a vida gerou o homem, como um animal diferenciado, justamente por ser capaz de viver com a própria razão?

E como pode se utilizar da razão aquele que entrega a sua mente para ser inutilizada por doutrinas, como se elas fossem um porto seguro, quando, na verdade, são, apenas uma fôrma para gerar o comodismo e a alienação no homo sapiens, transformando-o, de um ser inteligente, num ser submisso, irracional e de instintos confusos?

Como pretendes que nesse homo sapiens, inutilizado pelas religiões e outras ideologias, possa surgir o altruismo que o Livre mercado é capaz de lhe proporcionar?

Então, é claro, você prefere acabar com o livre mercado, com a sua oportunidade de relacionamento que ele oferece para se construir bons sentimentos, e continuas não enxergando que a maldade do homem não está neste livre arbítrio que se reinvindica, mas justamente nesta opressão dominadora que o impede de exercê-lo.

Se você fosse mais isento, iria ver que os sentimentos éticos no homem estão florescendo, justamente, nesta oportunidade que ele tem de construir o próprio caráter, livre desta mentira apregoada pela presunção das doutrinas opressoras.

Sobre a sua expectativa, a cerca de uma igualdade de sucesso, entre a posição que eu defendo, e o que defende a doutrina religiosa, eu posso te afirmar, que a história é a melhor mestre.

A religião devia ter vergonha de se apresentar, ainda como bastiã de uma moral que o tempo nega a comprovação.

E nós não estamos conformados com isso.

Procuramos outros caminhos.

Acreditamos na liberdade e na verdade, somente a verdade, capaz de gerar ética e humanidade.


Esta fugindo do assunto. E delirando...

Não estou vendo o mundo de maneira distorcida. Estou vendo o que ele é. O livre mercado está aí e o amor ao próximo não. O livre mercado está aí e a caridade não. Altruísmo então... a maioria nem sabe o que é isso. Então me explique por que o livre comércio seria diferente de qualquer doutrina religiosa que prega a caridade e o amor ao próximo? Ambos estão disponíveis e nenhum deles está ajudando a melhorar o mundo.

Como você mesmo disse, o livre mercado PODE proporcionar altruísmo. Mas também pode proporcionar exploração. Da mesma maneira que ensinamentos religiosos PODEM proporcionar violência ou solidariedade. São apenas possibilidades. Porque acreditar que a humanidade vai se tornar altruísta? É uma aposta de risco contar com a boa vontade de humanos.

Não há qualquer garantia de que essa suposta liberdade vá tornar as pessoas melhores como você afirma.

Nesse discurso "new age" eu não vou cair.

Boa sorte na sua espera pela era de aquarius.

Orbe
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Re: A superioridade moral do mercado

Mensagem por Orbe »

Como você pediu, RicardoVitor, ou destacar certas coisas nesse texto que me pareceram muito distorcidas:

RicardoVitor escreveu:A superioridade moral do mercado

por Tom Palmer

Quando são encurralados no campo da economia, os inimigos do capitalismo costumam deslocar seus argumentos para a ética, como se economia e ética fossem não apenas separáveis, mas inimigas. Alegam que, no sistema de livre mercado, as pessoas se preocupam apenas com a vantagem que podem tirar umas das outras. Não há moralidade nas trocas comerciais, nem compromisso algum com aquilo que nos faz humanos, isto é, nossa capacidade de considerar não apenas aquilo que é vantajoso para nós, mas o que é certo e o que é errado, o que é moral e o que é imoral... É difícil imaginar uma afirmação mais falsa.

Para que exista comércio, é preciso haver respeito pela justiça. Há uma diferença entre as pessoas que efetuam trocas e as pessoas que simplesmente tomam dos outros para si. Quem troca demonstra respeito pelos títulos de direito dos outros. As pessoas apenas oferecem algo em troca do bem desejado quando são constrangidas por um senso moral a não tomar à força. Uma troca é uma mudança de uma alocação de recursos para outra, o que significa que qualquer troca comercial pressupõe uma base comum: se ela não for efetivada, as partes mantêm o que possuíam. As relações de comércio fundamentam-se numa estrutura de justiça. Sem esses fundamentos morais e jurídicos não pode haver comércio.


O direito de posse não é dependente do mercado, como o texto espertamente faz parecer. O mercado é que depende do direito de posse sobre algo.

As pessoas entendem que o que é meu é meu, o que é delas é delas. Se eu quiser algo delas, terei que pagar por isso e se elas quiserem algo meu, terão que pagar da mesma forma. Isso é muito justo, certamente.

Mas o que acontece então? Elas tentam me vender os produtos delas pelo maior preço possível e comprar os meus pelo menor preço possível. Nada justo. Esperto, sem dúvida, mas nada justo.

E se a pessoa tem um produto que ela sabe que é essencial a minha sobrevivência, ela o coloca no preço mais alto imaginável. Faz o que pode para me arrancar até a roupa do corpo por esse produto. Justo? Eu não acho.



RicardoVitor escreveu:O mercado não se baseia somente no respeito pela justiça. Também baseia-se na capacidade que os homens têm de se colocar no lugar do outro, de levar em consideração não apenas o próprio desejo, mas o desejo alheio. O dono de um restaurante que não se importa com a vontade dos seus clientes não permanecerá aberto por muito tempo. Se os clientes passam mal, ou se a comida não lhes agrada, eles não voltam e o dono vai à falência. O mercado dá os incentivos para que os participantes se coloquem na posição do outro, para que considerem quais são os desejos alheios e para que tentem ver as coisas como as outras pessoas vêem as coisas.


Ingenuidade do autor? O dono do restaurante não se importa com os clientes e sim com o lucro. Ele faz a melhor comida e dá o melhor atendimento pensando única e exclusivamente no lucro. O mercado dá incentivos para as pessoas criarem formas mais inteligentes de lucrar e não de compreender o próximo como forma de se aproximar dele.



RicardoVitor escreveu:O mercado funciona como uma alternativa à violência. O mercado nos torna sociáveis. O mercado nos lembra que as outras pessoas importam.


O mercado nos lembra que as outras pessoas possuem algum bem que nos é importante. O produto é importante e não o seu dono. As outras pessoas não importam na lógica de mercado. Apenas sua capacidade de produzir e consumir. Nada mais.



RicardoVitor escreveu:O anticapitalista pode argumentar que esse é um altruísmo corrompido, que o mercado só retribui quem é ganancioso e interesseiro. Que, no mercado, apenas interessa achar o menor preço ou conseguir o maior lucro. As pessoas passam a ser motivadas pela avareza e pelo egoísmo, e não por uma preocupação sincera com os outros.


Não precisa ser nenhum "anticapitalista" para ver o que está óbvio.



RicardoVitor escreveu:Na verdade, o mercado não promove nem inibe o egoísmo ou a ganância. Ele possibilita que tanto o mais altruísta quanto o mais egoísta lutem por seus objetivos em paz.


Até aí nada demais. E não refutou os supostos argumentos dos anticapitalistas.



RicardoVitor escreveu:Alguns até acumulam riqueza para aumentar sua capacidade de ajudar os demais. George Soros e Bill Gates são exemplos de pessoas que ganham enormes quantidades de dinheiro, ao menos parcialmente, para aumentar sua capacidade de ajudar os outros através de muitas ações de caridade.


O autor é amigo dessas pessoas? Com base no que ele afirma que Bill Gates possa ter acumulado fortuna para, mesmo que parcialmente, ajudar alguem? O simples fato de ele manter obras de caridade significa algo? Conheço várias obras de caridade com o único objetivo de reduzir os impostos dos seus idealizadores. Várias fundações e ONGs com o único objetivo de "mamar nas tetas do governo" ou simplesmente fazer bondade com o dinheiro alheio.

Ele contribui com tudo que poderia contribuir? Provavelmente nem um décimo. Talvez faça apenas por algum incômodo por ser rico enquanto milhões passam fome. Ou talvez faça isso por querer melhorar a própria imagem. Não há como sabermos.



RicardoVitor escreveu:Uma Madre Teresa precisa usar os recursos materiais disponíveis para alimentar, vestir e confortar o maior número de pessoas. O mercado permite que ela encontre o menor preço para comprar cobertores, comida e remédios, a fim de cuidar dos desamparados. O mercado permite que riqueza seja criada para o auxílio dos desafortunados e que os serviços de caridade consigam maximizar sua capacidade de ajudar os demais. O mercado torna possível a caridade dos caridosos.


A caridade não seria impossível sem o mercado. As pessoas que produzem cobertores ainda poderiam doar parte da mercadoria para os "caridosos". Aqui o autor exagera, fazendo parecer que só pode haver caridade através do mercado.



RicardoVitor escreveu:Um erro comum é confundir propósitos pessoais com interesse próprio, que é, por sua vez, confundido com egoísmo. Ainda que tenhamos propósitos pessoais, nós também nos preocupamos com os interesses e bem-estar das outras pessoas: nossos familiares, amigos, vizinhos, e até mesmo desconhecidos. E, como observado acima, o mercado tende a condicionar as pessoas a considerarem as necessidades dos outros, incluindo daqueles que jamais encontraremos.


Como já dito acima, no mercado só se pensa nos outros quando é conveniente e lucrativo. Principalmente se for um desconhecido.



RicardoVitor escreveu:É o mercado que permite haver cooperação mesmo entre aqueles que não se conhecem pessoalmente, que não compartilham da mesma religião ou língua, e que talvez nunca se darão conta da existência do outro.


Outra viagem na maionese... A cooperação pode existir com ou sem mercado.


RicardoVitor escreveu:São os ganhos potenciais advindos do comércio estruturado sobre direitos de propriedade bem definidos e juridicamente seguros que possibilitam haver caridade entre estranhos e amor e amizade através das fronteiras. Essa é a superioridade moral do mercado.


A caridade entre estranhos pode acontecer com ou sem o mercado.

Não há superioridade moral alguma no mercado.


Sinceramente, não sei como alguem ainda leva a sério um texto que distorce totalmente a realidade dessa maneira.

Não tenho nada contra o mercado. Gosto muito de lucrar, gosto de comprar, gosto de ter a minha disposição tudo do bom e do melhor pelo menor preço. Não vejo nada de errado em um dono de restaurante enxergar seus clentes como cédulas de 50 reais. Considero isso um comportamento normal. Afinal, porque ele se importaria com uma pessoa que ele nem conhece? Ele apenas faz o melhor para tirar o máximo de dinheiro dessa pessoa. Nada demais.

Mas não sou cego a ponto de achar que Seu Manoel da padaria me ama, me compreende e me quer bem e por isso faz o pão da melhor maneira possível. :emoticon12:
Editado pela última vez por Orbe em 30 Dez 2007, 13:44, em um total de 1 vez.

Orbe
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Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por Orbe »

Post duplicado.

Sorry.

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Re: A superioridade moral do mercado

Mensagem por O ENCOSTO »

Orbe escreveu:
Mas o que acontece então? Elas tentam me vender os produtos delas pelo maior preço possível e comprar os meus pelo menor preço possível. Nada justo. Esperto, sem dúvida, mas nada justo.



E se não achar justo, basta não fazer negocio.






Ingenuidade do autor? O dono do restaurante não se importa com os clientes e sim com o lucro. Ele faz a melhor comida e dá o melhor atendimento pensando única e exclusivamente no lucro. O mercado dá incentivos para as pessoas criarem formas mais inteligentes de lucrar e não de compreender o próximo como forma de se aproximar dele.



Há comerciantes sem carater, devemos concorda, que trabalham só por dinheiro.

Porém, existe o outro lado da moeda. Conheço pessoas de bom carater que trabalham só visando o prejuizo e para "conhecer e compreender o próximo". Se todo mundo fosse assim, esse mundo seria melhor.
O ENCOSTO


http://www.manualdochurrasco.com.br/
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Onde houver fé, levarei a dúvida.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”

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zencem
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Re: Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por zencem »

Orbe escreveu:
Esta fugindo do assunto. E delirando...

Não estou vendo o mundo de maneira distorcida. Estou vendo o que ele é. O livre mercado está aí e o amor ao próximo não. O livre mercado está aí e a caridade não. Altruísmo então... a maioria nem sabe o que é isso. Então me explique por que o livre comércio seria diferente de qualquer doutrina religiosa que prega a caridade e o amor ao próximo? Ambos estão disponíveis e nenhum deles está ajudando a melhorar o mundo.

Como você mesmo disse, o livre mercado PODE proporcionar altruísmo. Mas também pode proporcionar exploração. Da mesma maneira que ensinamentos religiosos PODEM proporcionar violência ou solidariedade. São apenas possibilidades. Porque acreditar que a humanidade vai se tornar altruísta? É uma aposta de risco contar com a boa vontade de humanos.

Não há qualquer garantia de que essa suposta liberdade vá tornar as pessoas melhores como você afirma.

Nesse discurso "new age" eu não vou cair.

Boa sorte na sua espera pela era de aquarius.


Orbe!
O mercado não é uma doutrina, mas apenas um instrumento de troca criado pelo homem.

Ele não pode ser responsabilizado pelos erros ou virtudes do homem.

Ele, apenas, é uma oportunidade do homem se relacionar livremente, fazer suas trocas e, através dessa oportunidade, sem precisar reprimir seus instintos, compreender as vantagens que podemos obter das coisas e pessoas com quem nos relacionamos.

Ora, se podemos obter mais vantagens numa relação livre de comércio, do que saqueando e matando quem possue algo que nos interessa, até porque, matando-o, eliminamos, também, um futuro comprador, vemos que isto é uma coisa boa, que não contradiz com nosso egoismo, como instinto natural, criado para nos ajudar a preservar a vida.

Compreendendo essa primeira vantagem de um egoismo inteligente, podemos então parar para refletir sobre esse cenário e vamos percebendo que nossos semelhantes não são nossos inimigos mas sim elementos primordiais para servir nossos interesses egoístas, em uma vida gregária.

E aí descobrímos o maior dos absurdos, o de que o egoísmo não é em si uma coisa condenável, mas um instinto natural que, usado com racionalidade, pode gerar sentimentos de reconhecimento com nossos semelhantes e esta é a semente do altruismo.

Agora, você há de convir comigo, que estas verdades são capazes de provocar uma revolução em nosso carater, derivada da compreensão de toda a extenção do problema, de uma forma muito mais importante, do que a facilidade de ser um obediente temente a Deus que lhe proibe de roubar e matar, sem lhe dar a o oportunidade de saber integralmente o porque disso.

Há uma diferença enorme entre a ação espontânea de quem se tornou um homem sábio e bom pela razão, e aquela, obtida de um burro através do chicote da lei.

Então, ao invés de condenares o livre mercado, agradeça a oportunidade dele existir, pra ensinar o homem a ser mais humano, livre e inteligente.

Esta é a maior das vantagens.

Pôrra! Isso é New Age, ou é apenas o despertar de uma inteligência que esteve sufocada pela Old Age?
Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


Orbe
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Re: Re.: A superioridade moral do mercado

Mensagem por Orbe »

zencem escreveu:Orbe!
O mercado não é uma doutrina, mas apenas um instrumento de troca criado pelo homem.

Ele não pode ser responsabilizado pelos erros ou virtudes do homem.

Ele, apenas, é uma oportunidade do homem se relacionar livremente, fazer suas trocas e, através dessa oportunidade, sem precisar reprimir seus instintos, compreender as vantagens que podemos obter das coisas e pessoas com quem nos relacionamos.

Ora, se podemos obter mais vantagens numa relação livre de comércio, do que saqueando e matando quem possue algo que nos interessa, até porque, matando-o, eliminamos, também, um futuro comprador, vemos que isto é uma coisa boa, que não contradiz com nosso egoismo, como instinto natural, criado para nos ajudar a preservar a vida.

Compreendendo essa primeira vantagem de um egoismo inteligente, podemos então parar para refletir sobre esse cenário e vamos percebendo que nossos semelhantes não são nossos inimigos mas sim elementos primordiais para servir nossos interesses egoístas, em uma vida gregária.

E aí descobrímos o maior dos absurdos, o de que o egoísmo não é em si uma coisa condenável, mas um instinto natural que, usado com racionalidade, pode gerar sentimentos de reconhecimento com nossos semelhantes e esta é a semente do altruismo.

Agora, você há de convir comigo, que estas verdades são capazes de provocar uma revolução em nosso carater, derivada da compreensão de toda a extenção do problema, de uma forma muito mais importante, do que a facilidade de ser um obediente temente a Deus que lhe proibe de roubar e matar, sem lhe dar a o oportunidade de saber integralmente o porque disso.

Há uma diferença enorme entre a ação espontânea de quem se tornou um homem sábio e bom pela razão, e aquela, obtida de um burro através do chicote da lei.

Então, ao invés de condenares o livre mercado, agradeça a oportunidade dele existir, pra ensinar o homem a ser mais humano, livre e inteligente.

Esta é a maior das vantagens.

Pôrra! Isso é New Age, ou é apenas o despertar de uma inteligência que esteve sufocada pela Old Age?


Ora, mas em momento algum eu condenei o livre mercado. Nem disse que ele seria culpado por virtudes ou defeitos humanos.

Religião também não pode ser culpada por erros ou virtudes. Ela está lá. Você a abraça se quiser. E mesmo aceitando-a você sempre pode questionar e procurar explicações para o "não roubarás", o "não matarás" ou qualquer outro princípio. A religião não exclui a inteligência. Não é o bispo Macedo que arranca o dízimo dos fieis. Eles é que dão por livre e espontânea vontade. Ele vende um terreninho no céu, os idiotas compram. "Coisas de mercado! :emoticon16: "

Assim como o comércio é uma forma de se relacionar, há várias outras formas. Idolatrar qualquer uma delas como fonte de amor e cooperação entre os homens é ridículo. Pode haver cooperação ou não. Depende das pessoas envolvidas na atividade.

Não sei de onde você tirou essa idéia estapafúrdia de que o mercado ensina o homem a ser mais humano ou livre. Trocar algo por dinheiro é apenas trocar algo por dinheiro. Nada mais que isso. Ninguem se torna mais humano consumindo e nem sendo dono de uma rede de lojas.

Eu não estou discordando de você com relação ao fato do egoísmo ser algo "natural" e até desejável nos momentos e medidas adequadas. O ponto de discórdia é a idéia de que o comércio torna alguem melhor, mais humano, mais solidário, mais preocupado com os outros...

Sua teoria não bate com a realidade. É isso que estou afirmando.

A única coisa que eu quero que você me mostre é uma quantidade significativa de exemplos de pessoas que se tornaram melhores vendendo e comprando mercadorias. Você tem alguma comprovação para essa teoria? Quantas pessoas você conhece que se tornaram até menos egoístas devido a uma relação comercial?

Trancado