Espaço-tempo pode ser "fluido"

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Res Cogitans
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Espaço-tempo pode ser "fluido"

Mensagem por Res Cogitans »

Espaço-tempo pode ser fluido, diz artigo publicado na Scientific American Brasil

Físicos sugerem que o tempo-espaço pode ter estrutura molecular, ao contrário do que Einstein supôs

A edição deste mês de Scientific American Brasil traz estudos que indicam que o tempo-espaço pode se comportar como um fluido, ao contrário do que Albert Einstein afirmava.

A matéria de capa “Propagação nos buracos negros”, assinada pelos físicos Theodore A. Jacobson (Universidade de Maryland, EUA) e Renaud Parentani (Universidade de Paris-Sud, França), descreve simulações com ondas sonoras em meios fluidos, sugerindo que o espaço-tempo pode ter estrutura vagamente semelhante ao éter da física pré-relativista.

Os pesquisadores contam que, quando Albert Einstein propôs a teoria da relatividade em 1905, rejeitou a idéia, comum no século XIX, de que a luz resultava de vibrações em um meio hipotético chamado “éter”.

Em vez disso, argumentou que as ondas de luz podem viajar no vácuo sem apoio de nenhum material.

Contudo, as simulações com ondas sonoras em fluidos – que se comportam de maneira similar à luz no espaço – vêm indicando que o próprio espaço-tempo pode ter uma estrutura “molecular”.

“Nosso trabalho sugere que o espaço-tempo pode ser granular e ter um sistema de referência preferencial, que se manifesta em pequena escala”, afirmam os pesquisadores.

Ainda nesta edição, os mais novos sistemas de alerta para prever tsunamis e a tecnologia brasileira para fabricar aviões movidos a álcool – valiosa fonte de energia renovável, mais barata e menos poluente que a gasolina.

Saiba mais sobre a Scientific American Brasil no site http://www.sciam.com.br.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.

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Fayman
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Mensagem por Fayman »

Olá, Res!

Eu ia exatamente postar algo sobre esse artigo, muito bom, por sinal. Interessante a pesquisa desses físicos, que pode revelar muitas coisas novas sobre o Espaço-Tempo.

A única coisa que me admira, e eu já vi essa questão colocada em inúmeros artigos, é sobre a (nova??) possibilidade do espaço-Tempo ser “fragmentado”, ou seja, não-contínuo. A premissa de Eisntein está plenamente de acordo com a Física Clássica, exatamente o que a Relatividade é.

Desde que compreendi a necessidade de quantizar a Gravidade, e desde que Gravidade nada mais é do que Espaço-Tempo curvado, sempre achei que era instintivo que dever-se-ia quantizar o Espaço-Tempo para essa finalidade.

Curiosamente, a Supergravidade, uma generalização da RG, falhou exatamente por apresentar os valores infinitos, não sendo a teoria, renormalizável.

Contudo, essa quantização da Gravidade partiu dos pressupostos da RG, ou seja, e isso eu nunca entendi porque, que o ET era contínuo.

Um trabalho bem mais recente, que partiu do princípio contrário, ou seja, a não-continuidade do ET, obteve sucesso, conseguindo formular uma teoria Quântica da Gravidade, a Gravitação Quântica por Loops.

O desafio atual, entre outras coisa, é conseguir uma conciliação com as demais forças, uma vez que a GQL é tão somente uma generalização da RG, e em uma unificação, trata as demais forças de maneiras distintas (Campos Quânticos – Partículas X Geometria).

Outra curiosidade é que a velha Supergravidade é uma das teorias naturalmente decorrentes da Teoria M (as outras são 4 versões das Supercordas). Contudo, as Supercordas não são teorias independentes de fundo, como a GQL e a RG, ou seja, as cordas interagem sobre o ET de fundo, o qual também é contínuo.

Já existe pessoas que tentam conciliar as duas propostas. Ao que tudo indica, e este artigo da Sciam só vem reforçar o que penso, uma Teoria Quântica da Gravidade não só deve ser independente de fundo, bem como o ET ser descontínuo. Talvez o mais difícil seja imaginar como serão apresentadas as forças (cordas, branas, ou sei lá o que), mas deverá conter todo arcabouço da Mecânica Quântica reescrito em um ET descontínuo, com a MQ sendo um quadro particular dessa teoria mais ampla, assim como a RG.

Vale lembrar que, como aponta o artigo da Sciam, essa descontinuidade do ET passa a ser relevante “apenas” a distâncias de 10 elevado a MENOS (!) 33 centímetros. Um bocado pequeno, mas extremamente relevante para a existência do Universo como um todo!
Fayman

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Najma
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Mensagem por Najma »

Fay e Res... :emoticon1:

Esse assunto muito me interessa! Agora, deixa eu perguntar... :emoticon4:

Os pesquisadores contam que, quando Albert Einstein propôs a teoria da relatividade em 1905, rejeitou a idéia, comum no século XIX, de que a luz resultava de vibrações em um meio hipotético chamado “éter”.


O éter foi descartado por Einstein levando-se em conta os experimentos de Michelson e Morley que, para todos os fins, atesta que não há um meio de propagação para a luz, enquanto essa nova teoria leva em conta um espaço-tempo fluído, não necessariamente um meio para a propagação do que for mas uma estrutura "base" para o universo? Interessante... :emoticon16:

Algum de vocês já ouviu falar em Fluído Cósmico Universal?

[url=http://www.espirito.org.br/portal/artigos/unidual/fcu.html]
O FCU ou Fluido Cósmico Universal foi o nome dado pelos Espíritos ao fluido elementar imponderável que serve como intermediário entre o Espírito e a matéria1, que permite a adesão das partículas de matéria e apresenta inúmeras combinações que são observadas como campo eletromagnético e como fluido vital2, sendo ainda o princípio da matéria pesada3.

Comparando com os conceitos da Física, poderíamos associá-lo ao éter, ao campo, ao espaço e à energia.

[...]Que nome seria escolhido hoje para designar algo que explicasse tanto os campos quanto a energia, o espaço, o fluido vital e que ainda fosse o elemento do qual matéria e antimatéria fossem constituídos? Um elemento assim seria amplo, universal em sua capacidade de explicar tudo, e teria características análogas a um fluido em sua acepção atual, e preencheria o espaço cósmico
[/url].

Beijos
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Fayman
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Mensagem por Fayman »

essa nova teoria leva em conta um espaço-tempo fluído

Olá, Lígia!

Na realidade, essa pesquisa leva em conta algumas analogias e diz que o ET se comportaria similarmente a um fluído.

O que os pesquisadores fizeram, foi partir da proposta de Hawking e da emissão de radiação pelos Buracos Negros. De acordo com Hawking, um par de fótons virtuais pode aparecer, via Flutuação de Vácuo, exatamente no Horizonte de Eventos de um BN, sendo que um fóton pode cair no BN e o outro, sair para longe. Nessa hora, esses fótons deixam de ser virtuais e o fóton que sai do MN é vistos como uma Radiação Térmica. Acontece que, conforme a RG, a freqüência do fóton deveria ser distorcida (estendida) ao infinito, conforme suas premissas, diferentemente do que Hawking encontrou, partindo de outras premissas.

Essa fragrante contradição levou esses pesquisadores a imaginarem que, se conforme Hawking, tal fenômeno é governado pelo que se passa em nível micro, eles ficaram imaginando um meio de estabelecer bases para ver o que aconteceria em um meio descontínuo (diferente de como a RG imagina o ET). Para tanto, fizeram uma analogia com um fluído (água, por exemplo) que é composta de moléculas, ou seja, descontínuo, mas que parece contínuo às nossas escalas.

Eles já têm estabelecidas as necessidades para um experimento desse porte, que usaria Hélio resfriado próximo ao zero absoluto e utilizariam mecanismos (na revista explica com detalhes) para simular um verdadeiro BN de som, ou seja, uma região de correntes Supersônicas que, assim como no caso da Luz em um BN, as Ondas Sonoras não conseguem sair quando capturadas.

Ainda nesse cenário, os físicos trabalhando por hora apenas em cálculos teóricos, conseguiram prever o surgimento do equivalente à Radiação de Hawking, porém com algumas conseqüências interessantes.

Quando o par virtual surge DENTRO do BN, o fóton que escapa excederia a velocidade da Luz, além de apresentar um sistema de referencia absoluto.

Em outras palavras, para mim, embora incríveis essas previsões, não é uma surpresa. Os BN são tratados como objetos Clássicos pela RG, coisa que deverá apresentar mudanças quando se introduz a MQ, exatamente como acontece nesse cenário, onde o ET contínuo é substituído por um meio descontínuo. É nesse sentido que os autores dizem que o ET se comporta como se fosse um fluído.

Vou ver se nos próximos dias eu trago a revista e posto alguns outros detalhes.

Quanto ao FCU, nunca tinha ouvido falar, mas a definição apresentada somente diz que ele explica tudo, ou seja, não explica nada, além de alguns pontos bastante... estranhos, como este aqui, no texto do link:


Na física clássica do século IX o campo só existia no interior dos corpos materiais sendo um conceito auxiliar.

Quem disse? Com certeza não foi Maxwell! (e vamos descontar o erro de digitação, afinal, no séc. IX não existia Física; obviamente, trata-se do séc. XIX.

E este, então:


Hoje, com a teoria do campo quântico, a palavra campo representa algo bem diverso do seu significado inicial (!!!!!?????), possuindo propriedades mecânico-quânticas e partículas associadas.

Talvez porque, à época de Maxell, não existia a MQ, Dualidade Onda-Partícula, etc, etc, mas a palavra CAMPO em Física jamais mudou de significado!

Ou ainda este:


Na atualidade já foi detectado o arrastamento da estrutura do espaço próximo de buracos negros,

Incrível! E não publicaram em lugar algum que já fizeram esta detecção! Gente modesta essa que conseguiu o feito, não? No mais, deve ser fantástico ouvir o indivíduo explanar sobre como esse experimento foi feito, com quais aparelhos, que tipo de medição e assim por diante!

E aí vamos, com uma pérola atrás da outra!

A mim, além desse FCU parecer mais uma tentativa de se dar uma explicação “científica” a esses fenômenos, é clara a “visão” de que campo, assim como Ondas Eletromagnéticas, etc, necessitam de algo para sustentá-los e esse algo seria... o FCU!
Fayman

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O ENCOSTO
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Mensagem por O ENCOSTO »

Fayman escreveu:essa nova teoria leva em conta um espaço-tempo fluído



Ah! arem de enrolar. Vocês não entendem nada de espiritismo! :emoticon16:
O ENCOSTO


http://www.manualdochurrasco.com.br/
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Onde houver fé, levarei a dúvida.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”

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Vitor Moura
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Mensagem por Vitor Moura »

Najma escreveu:

Algum de vocês já ouviu falar em Fluído Cósmico Universal?

[url=http://www.espirito.org.br/portal/artigos/unidual/fcu.html]
O FCU ou Fluido Cósmico Universal foi o nome dado pelos Espíritos ao fluido elementar imponderável que serve como intermediário entre o Espírito e a matéria1, que permite a adesão das partículas de matéria e apresenta inúmeras combinações que são observadas como campo eletromagnético e como fluido vital2, sendo ainda o princípio da matéria pesada3.

Comparando com os conceitos da Física, poderíamos associá-lo ao éter, ao campo, ao espaço e à energia.

[...]Que nome seria escolhido hoje para designar algo que explicasse tanto os campos quanto a energia, o espaço, o fluido vital e que ainda fosse o elemento do qual matéria e antimatéria fossem constituídos? Um elemento assim seria amplo, universal em sua capacidade de explicar tudo, e teria características análogas a um fluido em sua acepção atual, e preencheria o espaço cósmico
[/url].

Beijos


Oi, Lígia

Lígia, quando vi a matéria na Sciam pensei logo no fluido cósmico universal citado pelos supostos espíritos a kardec! fiquei com receio de apresentar alguma comparação aqui, mas vc revelou que tem mais coragem que eu!

Pra os três: Lígia, Cyrix e Fayman, eu sei que no LE tem um MONTE de coisa errada, mas me digam sinceramente: há a possibilidade de nessa questão haver alguma verdade oculta? um acerto...incrível? Ou não?

Um abraço,
Vitor

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Fayman
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Mensagem por Fayman »

Pra os três: Lígia, Cyrix e Fayman, eu sei que no LE tem um MONTE de coisa errada, mas me digam sinceramente: há a possibilidade de nessa questão haver alguma verdade oculta? um acerto...incrível? Ou não?

Olá, Vitor!

A questão é que, se esse FCU pode ser associado ao própprio ET, ele pode ser associado a qualquer coisa.

Veja bem, de acordo com a visão Quântica (e já temos trabalhos nesse sentido, como a GQL), o ET deve ser quantizado. Há inclusive, uma Sciam mais antiga, cujo artigo de chamada foi Átomos de Espaço-Tempo. Isso não significa que ele deixa de ser o que é, apenas que apresenta uma estrutura quantizada, assim como tudo na Natureza. O artigo em questão, como expliquei, faz uma analogia com um fluído, porque este é descontínuo a nível micro, e aparenta ser contínuo em nível macro, mas o ET continua sendo o mesmo ET de sempre, possivelmente com algumas correções em condições extremas, como o referencial absoluto no Horizonte de Eventos. Ainda não é claro se isso é uma característica geral do ET ou não.

Um ponto que para mim não fica claro é o fato de que a Relatividade, contrariando o que muitos pensam, não afirma que TUDO é relativo, muito pelo contrário, possuindo sim, elementos absolutos, como a Velocidade da Luz e o Espaço-Tempo. Se na Relatividade o Espaço é relativo e o Tempo também, o ET é absoluto. Não sei se isso influencia alguma coisa nessa questão do referencial no Horizonte de Eventos.

Mas voltando, o que estou querendo dizer é que do ponto de vista da Física, o ET não necessita de nenhum suporte; contudo, é associado a ele algo que não pode ser determinado, interagido, medido, etc. Essa é a questão. Da maneira que o FCU é definido, sempre se poderá afirmar que ele é o mais fundamental, seja lá a descrição que se dá ao ET. Na GQL, o ET emerge de algo chamado Redes de Spin, que de fato, são um “suporte matemático”, mas o ET é composto por unidades mínimas, ou Quantums, de Espaço e de Tempo. Quando se divide um Quantum de Espaço, se obtém um espaço maior que o original, pela Flutuação da Topologia.

Note que, da maneira como é descrito, posso dizer que o FCU é o componente dos próprios Quantuns de ET; e o mesmo vale se, em vez da GQL, eu me utilizar da Supercordas ou Teoria M para descrever o Universo; o FCU será o componente das Branas, por exemplo. E por aí vamos!

Em outras palavras, não adianta apenas afirmar; deve-se conceituar de tal forma que seja passível de verificação.

No mais, tudo é tão somente teoria.

Abraços!
Fayman

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APODman
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Mensagem por APODman »

Vitor Moura escreveu:Pra os três: Lígia, Cyrix e Fayman, eu sei que no LE tem um MONTE de coisa errada, mas me digam sinceramente: há a possibilidade de nessa questão haver alguma verdade oculta? um acerto...incrível? Ou não?


Acho que aqui cabe mais uma analise historica quais as caracteristicas do Eter Luminifero da época de Kardec e o que seria a propridade fluida do espaço tempo ?

Seriam a mesma coisa ?

Veja que na DE o éter é manipulável com a mente, sria como dizer que o espaço-tempo poderia ser "plástico" a influência mental de mod que até os perispiritos seria constituidos dele,

Traspondo isto para a fisica seria como dizer que é possivel um individuo se "enrolar em espaço-tempo" bastando para isto seu desejo para tal.

Percebe que são coisas diferentes ? Sao definições diferentes, o éter de Kardec não é o "éter" proposto na SCIAM.

Da mesma forma que a "matéria quintessenciada" ( uma substância ) de Kardec não é mesmo que a Quintessência da Cosmologia moderna ( um campo ).

Da mesma forma que a transmutação realizada hoje em aceleradores de particulas não é a transmutação dos alquimistas.

É este o cuidado que se deve ter , não realizar livre-associações.

[ ]´s
You wanna fuck with me? Okay. You wanna play rough? Okay. Say hello to my little friend!
Tony Montana

Mantra diário dos Criacionistas:
"Que mal poderia haver se um homem dissesse uma grande mentira para o bem e para a igreja Cristã... uma mentira sem necessidade, uma mentira útil, tais mentiras não seriam contra Deus, ele as aceitaria."
Martinho Lutero
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Najma
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Mensagem por Najma »

Fayman escreveu:essa nova teoria leva em conta um espaço-tempo fluído

Olá, Lígia!

Na realidade, essa pesquisa leva em conta algumas analogias e diz que o ET se comportaria similarmente a um fluído.

[...]

Em outras palavras, para mim, embora incríveis essas previsões, não é uma surpresa. Os BN são tratados como objetos Clássicos pela RG, coisa que deverá apresentar mudanças quando se introduz a MQ, exatamente como acontece nesse cenário, onde o ET contínuo é substituído por um meio descontínuo. É nesse sentido que os autores dizem que o ET se comporta como se fosse um fluído.


Oi Fay!

Acho muito interessante isso. Deixando de lado a "febre" pela busca de partículas associadas a tudo, até ao tempo - os tachyons não me deixam mentir sozinha, já que durante um bom tempo foram associados a partículas de tempo... :emoticon16: - imaginar o ET como um fluido permeando tudo é fascinante! Não me olhe assim... :emoticon12: Mas as aplicações disso para explicar não só como a força gravitacional atua nos corpos físicos, são quase ilimitadas. Haja visto a suposta comunicação mente-mente e a atuação da mente sobre a matéria. SIM, minha cabeça é uma estrumeira... :emoticon12:

Eu entendi de que forma se dá tal descontinuidade... e, sim, ela é necessária para aplicar a MQ em estruturas maiores que um ângstron, mais ou menos assim: uma vez "estabelecido" que o ET se comporta como um líquido (não sei porque mas me lembrei das rochas expelidas numa explosão vulcânica piroclástica, que também se comportam como um líquido nesse tipo de explosão... :emoticon5: ), não há a necessidade da "quintessência" ou do Éter para agir como "veículo" de propagação do que quer que seja no ET. Eu sei que a luz se propaga no vácuo sem problemas, já que se leva em conta a existência dos fótons mas... a força gravitacional como "emanação" de um corpo necessitaria de um veículo e aí a coisa fica feia. No caso de um ET formado por pedaços, a propagação de ondas gravitacionais estaria resolvida, sem a necessidade de forçar a existência dos grávitons... e o universo torna-se ainda mais fabuloso... :emoticon1:


Fayman escreveu:Quanto ao FCU, nunca tinha ouvido falar, mas a definição apresentada somente diz que ele explica tudo, ou seja, não explica nada, além de alguns pontos bastante... estranhos, como este aqui, no texto do link:

Na física clássica do século IX o campo só existia no interior dos corpos materiais sendo um conceito auxiliar.

Quem disse? Com certeza não foi Maxwell! (e vamos descontar o erro de digitação, afinal, no séc. IX não existia Física; obviamente, trata-se do séc. XIX.

E este, então:


Hoje, com a teoria do campo quântico, a palavra campo representa algo bem diverso do seu significado inicial (!!!!!?????), possuindo propriedades mecânico-quânticas e partículas associadas.

Talvez porque, à época de Maxell, não existia a MQ, Dualidade Onda-Partícula, etc, etc, mas a palavra CAMPO em Física jamais mudou de significado!

Ou ainda este:


Na atualidade já foi detectado o arrastamento da estrutura do espaço próximo de buracos negros,

Incrível! E não publicaram em lugar algum que já fizeram esta detecção! Gente modesta essa que conseguiu o feito, não? No mais, deve ser fantástico ouvir o indivíduo explanar sobre como esse experimento foi feito, com quais aparelhos, que tipo de medição e assim por diante!

E aí vamos, com uma pérola atrás da outra!

A mim, além desse FCU parecer mais uma tentativa de se dar uma explicação “científica” a esses fenômenos, é clara a “visão” de que campo, assim como Ondas Eletromagnéticas, etc, necessitam de algo para sustentá-los e esse algo seria... o FCU!


:emoticon16: ... Eu me lembro de uma vez que um físico teórico da teoria das supercordas participou da Ciencialist do Brudna e eu fiz a mesma coisa: associei o OMMMMMMMMM, o "som primordial" com a vibração das supercordas... :emoticon12: Ele só falou que a vibração das supercordas não produz som e que ele não fazia idéia de onde eu queria chegar... Mas é que eu sou assim, adoro pegar temas que podem virar assunto em mais algum site de esoterismo e anotar as opiniões de pessoas que entendam mais do assunto ANTES da M* ser feita... e depois rebater. :emoticon4:

Já fica aqui anotada a sua interpretação de parte do longo texto falando em FCU, inviabilizando o uso a posteriori da associação dele com o "possível" ET fluido. Valeu!

Beijos!
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Najma
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Mensagem por Najma »

Vitor Moura escreveu:
Najma escreveu:

Algum de vocês já ouviu falar em Fluído Cósmico Universal?


Oi, Lígia

Lígia, quando vi a matéria na Sciam pensei logo no fluido cósmico universal citado pelos supostos espíritos a kardec! fiquei com receio de apresentar alguma comparação aqui, mas vc revelou que tem mais coragem que eu!

Pra os três: Lígia, Cyrix e Fayman, eu sei que no LE tem um MONTE de coisa errada, mas me digam sinceramente: há a possibilidade de nessa questão haver alguma verdade oculta? um acerto...incrível? Ou não?

Um abraço,
Vitor


Oi Vitor!

Como eu disse na mensagem que acabei de mandar pro Fay, eu costumo fazer esse tipo de coisa de associar idéias, tomando o cuidado de não forçar a barra. Você se lembra muito bem disso, não é? O Mori ficava de cabelos em pé lá na CA... :emoticon12:

Veja só que coisa: o FCU seria um fluido permeando o universo todo. SE a idéia do ET descontínuo "vingar" e for aplicável, NEM POR ISSO (grifo, não grito) o FCU vai ser automaticamente validado pela ciência, visto que ele também dá condições para a existência de espírito, perispírito e estruturas do mundo espiritual que até que se provem existentes, não podem fazer parte do estudo científico direto e não passam de especulações.

Beijos
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Fayman
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Mensagem por Fayman »

Olá, Lígia!

Não se preocupe, eu entendi o que você queria dizer e, de fato, dar umas viajadas é bem divertido. Veja esta questão: se você juntar o Modelo Holográfico, com a questão da Informação, da contraposição de Entropia com BIT’s de Informação, e da Computabilidade que todas as coisas realizam no Universo, um cenário tipo Matrix, mais precisamente o apresentado no filme O 13º. Andar, acabam por teimar que são possíveis. Note uma pista incrível que existe por detrás do Teleporte Quântico e a Não-Localidade da Realidade. É infinitas vezes mais fácil transferir Informação do que Massa / Energia e a Informação em si, não é algo físico, muito embora sua Codificação seja feita através de Entidades Físicas (Bit’s consomem Energia).

Bom, deixando a elocubração ficcional de lado, quero fazer apenas um complemento a este comentário:


Eu sei que a luz se propaga no vácuo sem problemas, já que se leva em conta a existência dos fótons mas... a força gravitacional como "emanação" de um corpo necessitaria de um veículo e aí a coisa fica feia. No caso de um ET formado por pedaços, a propagação de ondas gravitacionais estaria resolvida, sem a necessidade de forçar a existência dos grávitons...

Não necessariamente. Podemos ver as coisas por dois prismas. Primeiro, pelo modelo do Gráviton. Seja visto como uma partícula, seja um modo de vibração de uma Corda Fechada, ele também não necessita de um meio para se propagar, sendo similar, em quase tudo, ao Fóton (velocidade igual a c de propagação no vácuo, massa zero, alcance ilimitado, etc, diferenciando em alguns Números Quântico, como o Spin, igual a 2).

Em segundo lugar, pelo modelo da RG, onde as Ondas Gravitacionais são tão somente Deformações do próprio Espaço-Tempo que se propagam à velocidade da luz, ou seja, não necessitam de um meio; o ET é o próprio meio, independentemente de ele ser contínuo ou não. É uma pura questão geométrica. A questão interessante, e é exatamente para isso que serve a analogia com um fluído e com o som, é saber o que acontece quando o Comprimento de Onda de uma Onda Gravitacional for menor que a distância entre dois quantuns de ET. Em uma comparação com o Som, não existe som (não tem sentido em se falar disso) quando o comprimento de uma onda for inferior à distância entre duas moléculas do meio no qual ele se propaga.

Tendo isso em mente, é interessante lembrar que as Supercordas limita, pela questão do próprio tamanho das cordas, as Flutuações do ET ao nível de Plank, o que resolve de maneira espetacular os Infinitos que apareciam nesse ponto em teorias corpusculares.

Não tenho certeza se há variação do tamanho da corda conforme sua energia, creio que apenas varia sua Tensão e talvez alguma outra propriedade, mas seja como for, isso intervém na maneira como a corda vibra. Visto por esse lado, muito provavelmente, isso deve criar um modo mínimo de vibração, ou seja, deve haver um modo harmônico mínimo para uma Onda Gravitacional, o que seria o seu equivalente quântico. Em outras palavras, um “pedaço” mínimo de ET. Temos aí, então, o Gráviton no Estado Fundamental ou a Onda Gravitacional de Modo Mínimo, dependendo apenas do modelo através do qual olhamos para eles. O “meio”, em ambos os casos, é dispensável.

Abraços!
Fayman

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cyrix
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Mensagem por cyrix »

Vitor Moura escreveu:Oi, Lígia

Lígia, quando vi a matéria na Sciam pensei logo no fluido cósmico universal citado pelos supostos espíritos a kardec! fiquei com receio de apresentar alguma comparação aqui, mas vc revelou que tem mais coragem que eu!

Pra os três: Lígia, Cyrix e Fayman, eu sei que no LE tem um MONTE de coisa errada, mas me digam sinceramente: há a possibilidade de nessa questão haver alguma verdade oculta? um acerto...incrível? Ou não?

Um abraço,
Vitor


Quando não se tem definições precisas ... fica difícil identificar uma acerto quando ele ocorrer.
Na introdução do LE:
Princípio vital o princípio da vida material e orgânica, qualquer que seja a fonte donde promane, princípio esse comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem. Pois que pode haver vida com exclusão da faculdade de pensar, o princípio vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz achando-se a matéria em dadas circunstâncias. Segundo outros, e esta é a idéia mais comum, ele reside em um fluido
especial, universalmente espalhado e do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida, tal como os corpos inertes absorvem a luz. Esse seria então o fluido vital que, na opinião de alguns, em nada difere do fluido elétrico animalizado, ao qual também se dão os nomes de fluido magnético, fluido nervoso, etc.

Parece que à epoca de Kardec, "fluido" tinha um sentido muito mais frouxo e genérico do que hoje...

Algumas coisas, sem forem verdadeiras, podem tornar o LE contraditório. Por exemplo:
4. Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
“Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.”
Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.


36. O vácuo absoluto existe em alguma parte no Espaço universal?
“Não, não há o vácuo. O que te parece vazio está ocupado por matéria que te escapaaos sentidos e aos instrumentos.”


Se considerar matéria virtual (responsável pelo efeito Casimir) como a previsão da q. 36, vai ter problemas na q.4: a produção espontânea de pares é a base de teorias da criação ex-nihilo do universo...
Onde há dúvida,há liberdade!
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Fayman
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Mensagem por Fayman »

Se considerar matéria virtual (responsável pelo efeito Casimir) como a previsão da q. 36, vai ter problemas na q.4: a produção espontânea de pares é a base de teorias da criação ex-nihilo do universo...

Muito bem lembrado, Cyrix. Isso é que é sinuca de bico!!
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aknatom
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Re.: Espaço-tempo pode ser "fluido"

Mensagem por aknatom »

Lendo a matéria e o efeito que se verifica na borda dos BN, não seria este efeito, de uma das partículas ser sugada e a outra expulsa uma possível explicação da "predileção" do universo por criar partículas de matéria ao invés de anti-matéria?
The Pensêitor admitindo que estava enganado: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=53315#53315
Eu concordando plenamente em algo com o VM: http://www.rv.cnt.br/viewtopic.php?p=239579#239575

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Fayman
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Re: Re.: Espaço-tempo pode ser "fluido"

Mensagem por Fayman »

aknatom escreveu:Lendo a matéria e o efeito que se verifica na borda dos BN, não seria este efeito, de uma das partículas ser sugada e a outra expulsa uma possível explicação da "predileção" do universo por criar partículas de matéria ao invés de anti-matéria?


Olá, Aknatom!

Não entendi porque. No caso, o exemplo é dado com Fótons, que é a sua própria anti-partícula, portanto, indistinguíveis.
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Márcio
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Mensagem por Márcio »

Muito legal esse artigo.
Eu sempre tive dificuldades em imaginar o ET como causa do que quer que fosse, sempre o imaginei como efeito de algo que permeia o vácuo. Um algo ''causador'' de efeitos, que construiria o universo .
Eu imaginava algo como um ''ruído-branco'' , em sendo assim haveria a necessidade de um suporte que o gerasse e que preencheria todo o vácuo, e de onde a realidade que observamos seria quantificada, assim como podemos extrair quaisquer valôres do mar aparentemente caótico de frequências misturadas.
Assim, se fosse como essa teoria do artigo diz, muitas questões se resolveriam elegantemente, com nexo, principalmente em como ondas de gravidade atuam e propagam,sem falar em muitas outras.
O ateísmo é uma consequência em mim, não uma militância sistemática.

'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)

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Najma
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Mensagem por Najma »

Márcio escreveu:Muito legal esse artigo.
Eu sempre tive dificuldades em imaginar o ET como causa do que quer que fosse, sempre o imaginei como efeito de algo que permeia o vácuo. Um algo ''causador'' de efeitos, que construiria o universo .
Eu imaginava algo como um ''ruído-branco'' , em sendo assim haveria a necessidade de um suporte que o gerasse e que preencheria todo o vácuo, e de onde a realidade que observamos seria quantificada, assim como podemos extrair quaisquer valôres do mar aparentemente caótico de frequências misturadas.
Assim, se fosse como essa teoria do artigo diz, muitas questões se resolveriam elegantemente, com nexo, principalmente em como ondas de gravidade atuam e propagam,sem falar em muitas outras.


É isso mesmo... :emoticon4:
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Márcio
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Mensagem por Márcio »

Najma escreveu:
Márcio escreveu:Muito legal esse artigo.
Eu sempre tive dificuldades em imaginar o ET como causa do que quer que fosse, sempre o imaginei como efeito de algo que permeia o vácuo. Um algo ''causador'' de efeitos, que construiria o universo .
Eu imaginava algo como um ''ruído-branco'' , em sendo assim haveria a necessidade de um suporte que o gerasse e que preencheria todo o vácuo, e de onde a realidade que observamos seria quantificada, assim como podemos extrair quaisquer valôres do mar aparentemente caótico de frequências misturadas.
Assim, se fosse como essa teoria do artigo diz, muitas questões se resolveriam elegantemente, com nexo, principalmente em como ondas de gravidade atuam e propagam,sem falar em muitas outras.


É isso mesmo... :emoticon4:


:emoticon1: :emoticon4:
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Fayman
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Mensagem por Fayman »

Pessoal, só um detalhe:

Por tudo que entendi, o artigo, e a proposta dos pesquisadores, afirma que o ET PODE se comportar como um Fluído, não que ele seja um FLUÍDO ou um MEIO QUE A TUDO PREENCHE. A analogia é válida, e este é o porquê dos pesquisadores passaram a analisar fluídos, como água, por exemplo, porque sabemos que os fluídos são DESCONTÍNUOS, porém, aparentam ser contínuos. Este é o cerne da questão. Apesar das chamadas da capa, e mesmo do destaque na página inicial do artigo, no texto está explícito que:

“...nosso trabalho sugere que ele (o ET) PODE, como um Fluído Material, ser granular e ter um Sistema de Referência Preferencial, que se manifesta em pequena escala...”

Como eu havia assinalado, a perspectiva não é nova, tendo sido adotada com sucesso por Lee Smolin na elaboração da Gravitação Quântica por Loops, cujo texto “Átomos de Espaço-Tempo” foi publicado em um número anterior da Sciam.

Neste caso, a questão foi um conflito existente entre o que a Relatividade afirma e o que afirma Hawking, ao mostrar que os BN emitem radiação. Pela Relatividade, o Fóton que escapa deveria ter sua freqüência alongada ao infinito, o que contraria o que mostra a Radiação de Hawking.

O que significam esses infinitos que surgem em diversas ocorrências na RG, como por exemplo, quando aplicada ao centro de um BN? Significa que a teoria está sendo aplicada além de seu limite, exatamente por ser uma Teoria Clássica.

A Radiação de Hawking rompe com a RG tradicional, exatamente por ser um Efeito Quântico e, portanto, para resolver a questão, é necessário uma Teoria Quântica da Gravidade, teoria tal que ainda não existe!

Contudo, esses pesquisadores, muito engenhosamente, seguiram por um outro caminho, o qual pode, inclusive, elucidar certos aspectos de como seguir e/ou desenvolver os Modelos Quânticos da Gravidade.

A Relatividade parte de um ET CONTÍNUO; eles partiram da premissa (repito, a mesma utilizada por Smolin), de um ET granulado, ou seja, descontínuo, ou seja, QUANTIZADO. Mas na falta da teoria propícia, eles resolveram estudar como seria esse fenômeno, a Radiação de Hawking, com um similar em ONDAS SONORAS propagando-se através de uma Meio Fluído, o qual, como todos sabem, é granular, ou composto de moléculas, mas aparentemente contínuo, à visão macro.

Conforme mostra o artigo:

”Os físicos lidam com esse problema (o do alongamento infinito da freqüência do Fóton que escapa) ao estudar ANÁLOGOS de BN em Sistemas Fluídos. A estrutura molecular dos fluídos corta o Alongamento Infinito e substitui os mistérios microscópicos do espaço-Tempo por Leis Físicas conhecidas”.

E este é o ponto chave da questão, descrito em detalhes no artigo.

Percebam que é nítida a questão da necessidade da quantização, que mostra de fato que a RG, como está estruturada (Física Clássica), colapsa e se esfacela frente a Efeitos Quânticos, como pode-se ver em:

”As ANALOGIAS sustentam a Teoria de Hawking (em detrimento da Relatividade).”

Ou seja, quando se leva em conta a natureza Quântica, os infinitos desaparecem. Existe uma expectativa semelhante, nesse mesmo sentido, em relação à tão afamada Singularidade dos BN, onde as Flutuações impediriam o colapso total da matéria / energia a uma região de volume zero. Particularmente, creio que a Agitação Quântica de Confinamento acabaria por destruir / impedir o surgimento de uma Singularidade. Curioso seria notar o que aconteceria como ET nessas condições, se há um “ponto de equilíbrio” ou o quê, mas infelizmente, como todos, só esperando uma Teoria Quântica da Gravidade.
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Najma
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Re.: Espaço-tempo pode ser "fluido"

Mensagem por Najma »

Grande Fay!

Interessante seria se a massa de um corpo não tendesse ao infinito quando próximo à velocidade da luz. Não que algum dia cheguemos a criar veículos que consigam alcançar essa marca... mas romper com esse limite, pelo menos na calculeira, seria um passo inicial rumo às viagens extra-solares, permitindo grandes investimentos na área. Mas parece que o teleporting vem primeiro... :emoticon1:

Beijos
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Fayman
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Re: Re.: Espaço-tempo pode ser "fluido"

Mensagem por Fayman »

Najma escreveu:Grande Fay!

Interessante seria se a massa de um corpo não tendesse ao infinito quando próximo à velocidade da luz. Não que algum dia cheguemos a criar veículos que consigam alcançar essa marca... mas romper com esse limite, pelo menos na calculeira, seria um passo inicial rumo às viagens extra-solares, permitindo grandes investimentos na área. Mas parece que o teleporting vem primeiro... :emoticon1:

Beijos


É... a questão de ultrapassar c é bem complicada, mas a RG abre outras possibilidades, com as curvas e mais curvas do Espaço-Tempo que, assim como o Teleporte, são opções teóricas fascinantes. Nunca foi tão real a frase: quem viver; verá!

Como eu disse em um caso semelhante no antigo RV: dá até vontade de uma reencarnada para poder acompanhar isso tudo de perto! :emoticon16:

Beijos!
Fayman

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Mensagem por Márcio »

Mas, por que tanta dificuldade em se conjecturar um suporte que geraria a realidade, e que (por enquanto) só pode ser percebido indiretamente pelos efeitos que ele causa?
Todo esse ET que teorias apontam como preenchendo o vácuo, poderia significar que há um sistema dinâmico que realmente preenche esse vácuo.
Não querendo ser teimoso, mas sendo: eu acho muito menos perturbador, ''culpar'' um algo qualquer (não falo de nada místico ou sobrenatural) por existir o universo, do que imagina-lo surgindo do nada.
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Fayman
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Mensagem por Fayman »

Márcio escreveu:Mas, por que tanta dificuldade em se conjecturar um suporte que geraria a realidade, e que (por enquanto) só pode ser percebido indiretamente pelos efeitos que ele causa?
Todo esse ET que teorias apontam como preenchendo o vácuo, poderia significar que há um sistema dinâmico que realmente preenche esse vácuo.
Não querendo ser teimoso, mas sendo: eu acho muito menos perturbador, ''culpar'' um algo qualquer (não falo de nada místico ou sobrenatural) por existir o universo, do que imagina-lo surgindo do nada.


Olá, Márcio!

Conjecturar pode, óbvio, não há problema nem proibição alguma quanto a isso! Eu somente estava destacando o que o artigo fala, já que intuir essa questão não é algo que se deduz diretamente do que foi apresentado. Mas como você bem utilizou as palavras, esse “suporte” é somente uma conjectura, lembrando que não é uma necessidade para a Física.

Agora, uma dúvida:

Neste ponto, você diz:


eu acho muito menos perturbador, ''culpar'' um algo qualquer (não falo de nada místico ou sobrenatural) por existir o universo, do que imagina-lo surgindo do nada.

1- Você apenas não transferiu a questão? E esse “algo”, surgiu de onde?

2- Já pensou que, em certos aspectos, esse “algo” já existe e seriam as Branas?

Abraços!
Fayman

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Re.: Espaço-tempo pode ser "fluido"

Mensagem por Márcio »

Caro Fayman...
Respondendo sua postagem imediatamente anterior à esta.

“ ... lembrando que não é uma necessidade para a Física ...”
Por que não? O “suporte” aí significa uma estrutura qualquer onde se assenta a realidade, veja bem que podemos até imaginar que tudo que percebemos poderia ser apenas informação, ou sinais trafegando nessa estrutura, com regras próprias, isso explicaria, por exemplo, o efeito de atração, onde dois elementos se atraem sem nenhum meio de ligação entre eles.

1- Você apenas não transferiu a questão? E esse “algo”, surgiu de onde?
Sim senhor, é isso mesmo. E sempre parece ser assim, uma estrutura infinita, um algo é feito de outro, que por sua vez é feito de outro e etc. É tão desconcertante quanto imaginar que existe um “algo” absolutamente fundamental que não é constituído de estrutura alguma e que geraria o restante. Ou seja: algo feito de nada. Gosto mais da primeira conjectura.
2- Já pensou que, em certos aspectos, esse “algo” já existe e seriam as Branas?
E voltaríamos ao mesmo raciocínio anterior, como seriam as estruturas dessas Branas, etc e etc.

Parece-me que fundamentalmente a questão gira em torno de dois aspectos principais, finito e infinito.
O ser humano é inquieto, sempre quer ter conhecimento e procura pela origem das coisas e de si mesmo; logo, se algo existe, ele deveria ser ilimitado por natureza, pois se houver um limite absoluto causal, a procura termina, e chegaríamos à conclusão de que tudo é feito de nada. Ou, o fundamental é feito dele mesmo. Quanto mais a “visão” se torna fina, mais estranhas as coisas ficam.

Grande abraço.
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Mensagem por Fayman »

veja bem que podemos até imaginar que tudo que percebemos poderia ser apenas informação

Olá, Márcio!

Curiosa esta frase. Ultimamente, a importância, ou a constatação de quanto a informação é fundamental para nossa realidade, aparece cada vez mais forte na Física.

De todos os "cenários para sonhar", o que mais me cativa a viajar é algo similar ao apresentado no filme O 13o. Andar, que tem seus paralelos com Matrix.

Abraços!
Fayman

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Trancado