Eu não falei que é impessoal, nem que é objetivo, acredito até que possam ter alguns critérios
Não existem critérios. Se um frasco de vidro com fezes dentro é capaz de tocar emocionalmente uma pessoa, fazê-la refletir, se aquilo possui para ela algum significado, alguma importância, se ela dá valor para essa obra, por mais incompreensível que seja para quem está de fora, então o frasco com fezes é a mais pura arte para essa pessoa.
Não fosse pelo dinheiro que eu ganharia com a venda, eu seria capaz de jogar um Portinari no lixo.
E agora?
E isso pra mim não significa que o Estado não deva gastar com a Arte. Pra mim ela serve para formar um sentimento de unidade, coesão, identificação , e até mesmo transmissão de valores, e é necessário para qualquer povo uma noção de "identidade cultural", ligada num contexto histórico à própria nação. E, claro, esse "conceito" também é mutável, mas quando ele inexiste, pra mim o Estado deve promover a cultura sim
Eu não compreendo esse ponto.
Em primeiro lugar, por que é
necessário que as pessoas que nascem e moram em um determinado território se sintam unidas por alguma característica comum, algum aspecto cultural comum? Por que essa necessidade?
Em segundo,
por que é necessário o estado para que a cultura se transmita geração após geração? Se é do gosto das pessoas a prática de determinada arte, por que julgar que ela terminará sem o incentivo estatal? E se não é do gosto delas, por que incentivá-los?
Para ajudar na compreensão do que você diz, me dê exemplos de aspectos culturais que são realmente necessários para o bem-estar das pessoas
e que não podem ser transmitidos sem a mão do estado, incentivando, promovendo sua existência.
SickBoy escreveu:você é contra o ensino de literatura portuguesa e nacional nas escolas?
Contra.
Teve um tópico lá no Clube Cético em que disse por que acho isso.
é contra a existência de bibliotecas públicas? o ainda, acha que o Estado pode até mantê-las, mas o acervo deve ser norteado exclusivamente pelo mercado? os livros mais procurados e e mais pedidos se multiplicariam, o que não fosse procurado, simplesmente poderia ser relegado, mesmo que isso implicar daqui há 20 anos essas bibliotecas estejam entúpidas de livros de auto-ajuda e/ou manuais de como passar num concurso público?
Ora, de forma alguma. Bibliotecas públicas estão infinitamente mais para educação do que para cultura (arte), como já mencionei aqui no tópico. E o acervo de uma biblioteca pública deveria conter de tudo.