Chávez diz que Farc 'têm projeto político de respeito'
Enviado: 11 Jan 2008, 17:27
11 de janeiro, 2008 - 19h33 GMT (17h33 Brasília)
Chávez diz que Farc 'têm projeto político de respeito'
Claudia Jardim
De Caracas
Hugo Chávez discursa na Assembléia Nacional em Caracas
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc, têm um "projeto político" respeitável e pediu que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, governos do continente e a União Européia retirem a guerrilha da lista dos grupos considerados terroristas.
Falando um dia depois da libertação das reféns Clara Rojas e Consuelo González pelo grupo guerrilheiro, Chavéz disse que "as Farc e o ELN (Exército de Libertação Nacional) não são grupos terroristas. São verdadeiros exércitos, que ocupam espaços na Colômbia”.
“Há que se dar o reconhecimento (...). São forças insurgentes que têm um projeto político, bolivariano, que aqui é respeitado”, afirmou Chávez, durante uma sessão extraordinária realizada na Assembléia Nacional, transmitida em cadeia nacional.
O presidente venezuelano argumentou que a qualificação das Farc como grupo terrorista se deve a pressões do governo dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos enviam ajuda financeira à Colômbia para o combate do “terrorismo das guerrilhas” e o narcotráfico no país.
Colômbia
O governo da Colômbia qualificou imediatamente como “insólito” o pedido de Chávez.
"É uma solicitação totalmente insólita e desproporcionada", respondeu o ministro colombiano de Interior, Carlos Holguín, em entrevista a rádio colombiana Caracol.
"O governo não pode admitir uma solicitação desta natureza”.
O ministro disse que a categoria de “terroristas” acaba sendo definida pelos próprios grupos guerrilheiros a partir das ações realizadas pelos rebeldes.
Aproximação
O presidente venezuelano, que coordenou a operação de resgate nesta quinta-feira que resultou na libertação de Clara Rojas e Consuelo González de Perdomo, mantidas como reféns pelas Farc havia seis anos, mantém as relações diplomáticas com a Colômbia “congeladas” desde dezembro.
O "congelamento" veio quando Uribe decidiu por um fim ao papel de mediador, concedido a Chavez, por um acordo humanitário entre as Farc e o governo colombiano.
No seu discurso nesta sexta-feira, Chávez sinalizou estar disposto a uma reaproximação com Uribe.
“Senhor presidente da Colômbia, quero retomar o diálogo, mas em um outro nível(...) peço que considere as Farc e o ELN como forças insurgentes e não como terroristas”, disse. “Quem pode pensar em alguma possibilidade de algum acordo de paz se não há contato entre as partes?”.
Nesta quinta-feira, as Farc emitiram um comunicado pedindo aos governos do mundo que reconhecessem a guerrilha como “uma força beligerante”.
Chávez disse ter recebido provas de vida de outros reféns que continuam em cativeiro e afirmou que atenderá oo pedido da ex-refém Consuelo González de Perdomo, que ao ser liberada, pediu ao presidente que “não baixasse a guarda”.
“Eu nao vou baixar a guarda. Para mim é um compromisso. A ressurreição da Colômbia passa pela paz na Colômbia (...) Estamos elaborando novas fórmulas para continuar avançando”, disse.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporte ... c_cj.shtml
Chávez diz que Farc 'têm projeto político de respeito'
Claudia Jardim
De Caracas
Hugo Chávez discursa na Assembléia Nacional em Caracas
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc, têm um "projeto político" respeitável e pediu que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, governos do continente e a União Européia retirem a guerrilha da lista dos grupos considerados terroristas.
Falando um dia depois da libertação das reféns Clara Rojas e Consuelo González pelo grupo guerrilheiro, Chavéz disse que "as Farc e o ELN (Exército de Libertação Nacional) não são grupos terroristas. São verdadeiros exércitos, que ocupam espaços na Colômbia”.
“Há que se dar o reconhecimento (...). São forças insurgentes que têm um projeto político, bolivariano, que aqui é respeitado”, afirmou Chávez, durante uma sessão extraordinária realizada na Assembléia Nacional, transmitida em cadeia nacional.
O presidente venezuelano argumentou que a qualificação das Farc como grupo terrorista se deve a pressões do governo dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos enviam ajuda financeira à Colômbia para o combate do “terrorismo das guerrilhas” e o narcotráfico no país.
Colômbia
O governo da Colômbia qualificou imediatamente como “insólito” o pedido de Chávez.
"É uma solicitação totalmente insólita e desproporcionada", respondeu o ministro colombiano de Interior, Carlos Holguín, em entrevista a rádio colombiana Caracol.
"O governo não pode admitir uma solicitação desta natureza”.
O ministro disse que a categoria de “terroristas” acaba sendo definida pelos próprios grupos guerrilheiros a partir das ações realizadas pelos rebeldes.
Aproximação
O presidente venezuelano, que coordenou a operação de resgate nesta quinta-feira que resultou na libertação de Clara Rojas e Consuelo González de Perdomo, mantidas como reféns pelas Farc havia seis anos, mantém as relações diplomáticas com a Colômbia “congeladas” desde dezembro.
O "congelamento" veio quando Uribe decidiu por um fim ao papel de mediador, concedido a Chavez, por um acordo humanitário entre as Farc e o governo colombiano.
No seu discurso nesta sexta-feira, Chávez sinalizou estar disposto a uma reaproximação com Uribe.
“Senhor presidente da Colômbia, quero retomar o diálogo, mas em um outro nível(...) peço que considere as Farc e o ELN como forças insurgentes e não como terroristas”, disse. “Quem pode pensar em alguma possibilidade de algum acordo de paz se não há contato entre as partes?”.
Nesta quinta-feira, as Farc emitiram um comunicado pedindo aos governos do mundo que reconhecessem a guerrilha como “uma força beligerante”.
Chávez disse ter recebido provas de vida de outros reféns que continuam em cativeiro e afirmou que atenderá oo pedido da ex-refém Consuelo González de Perdomo, que ao ser liberada, pediu ao presidente que “não baixasse a guarda”.
“Eu nao vou baixar a guarda. Para mim é um compromisso. A ressurreição da Colômbia passa pela paz na Colômbia (...) Estamos elaborando novas fórmulas para continuar avançando”, disse.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporte ... c_cj.shtml