Lula viaja à Guatemala para posse de 'admirador'

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Lula viaja à Guatemala para posse de 'admirador'

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Lula viaja à Guatemala para posse de 'admirador'

Denize Bacoccina
Enviada especial da BBC Brasil à Cidade da Guatemala


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será um dos dez líderes latino-americanos presentes nesta segunda-feira à cerimônia de posse do novo presidente da Guatemala: o engenheiro industrial Álvaro Colom Caballero.
O Palácio do Planalto justificou a presença do presidente Lula na posse dizendo que Colom "é um grande admirador" do presidente, segue a mesma linha política e está muito interessado nos programas sociais do governo brasileiro e nos biocombustíveis.

Os dois se encontraram em Buenos Aires no mês passado, durante a posse da presidente Cristina Kirchner.

Lula chega à Guatemala às 12h40 do horário local (16h40 no horário de Brasília), se encontra com Colom no hotel onde ficará hospedado e assiste à cerimônia de posse no teatro nacional.

Em seguida, o presidente embarca para Cuba, onde na mesma noite vai participar de um jantar oferecido pelo presidente cubano em exercício Raúl Castro, irmão de Fidel.


Intercâmbio


De acordo com o Itamaraty, a presença na cerimônia faz parte da política brasileira de "aprofundamento e diversificação do relacionamento do Brasil com a América Central e o Caribe".

O intercâmbio comercial entre os dois países é muito pequeno. No ano passado, entre janeiro e outubro, as exportações brasileiras somaram US$ 214 milhões e as importações foram de US$ 8,8 milhões.

Lula já havia visitado a Guatemala em 2005, quando participou da reunião do Sistema Integração Centro-Americana (Sica). No ano passado, o presidente visitou Honduras, Nicarágua, Panamá e República Dominicana.

Também participam da cerimônia de posse os presidentes Felipe Calderón (México), Antonio Saca (El Salvador), Manuel Zelaya (Honduras), Daniel Ortega (Nicarágua), Óscar Arias (Costa Rica), Martin Torrijos (Panamá), Álvaro Uribe (Colômbia), Rafael Correa (Equador) e Hugo Chávez (Venezuela), o mais comentado pela imprensa local.

Estarão presentes ainda o presidente de Taiwan, Chen Shui Bian, e o príncipe da Espanha, Felipe de Borbón.

Prioridade

Álvaro Colom, eleito em segundo turno com 1,4 milhão de votos, toma posse para um mandato de quatro anos e promete dar prioridade à segurança e combater a pobreza e a desigualdade.

Com 56 anos, vice-ministro da Economia em 1991 e candidato derrotado à presidência em 1999, Colom será o sétimo presidente eleito depois do retorno da Guatemala à democracia, em 1986.

Ele se declara um social-democrata, o que é visto no país como uma ruptura em relação aos governos anteriores.

Em uma entrevista ao jornal local Nuestro Diario, publicada no domingo, Colom diz que cada ministro recebeu a incumbência de traçar um plano de governo para os primeiro cem dias.

A preocupação com a segurança está presente em todos os jornais guatemaltecos, que destacam que 15 pessoas são mortas a cada dia no país.

O novo presidente terá que negociar com outros partidos para aprovar seus projetos no Congresso já que, apesar de ter a maior bancada, seu partido, o Unidade Nacional da Esperança (UNE), elegeu apenas 50 dos 158 deputados.

Desigualdade e violência

A Guatemala é um dos países mais pobres da América Central, com renda per capita de US$ 2,4 mil ao ano, 51% dos 13 milhões de habitantes na pobreza e 15% na pobreza extrema, com menos de um dólar ao dia.

A pobreza atinge especialmente a população indígena, que representa 52,8% do total.

Apesar disso, a imprensa do país destaca que há apenas um indígena e uma mulher entre os ministros escolhidos por Colom, que serão empossados na tarde desta segunda-feira.

O presidente eleito respondeu em entrevistas que o importante é que nenhum integrante do ministério é racista e todos vão trabalhar para toda a população e para reduzir as desigualdades no país.

A Guatemala sofreu durante 36 anos com um conflito interno que deixou mais de 200 mil vítimas entre mortos e desaparecidos. Mais de 1,5 milhão de pessoas tiveram que deixar suas casas.

Em 29 de dezembro de 1996, foi firmada a paz entre o governo e a guerrilha de esquerda Unidade Revolucionária Nacional Guatemalteca, agora convertida em partido político, com dois deputados eleitos para a atual legislatura.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporte ... e_ba.shtml
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