Benetton escreveu:Em um outro tópico que
lancei aqui, levantei a questão acerca do preconceito contra os ateus, veiculado pela Revista Veja.
Cheguei a dizer lá, que já vi vários casos de pais que rompem relações com filhos ( não é o caso aqui, em questão ) em função de drogas, gravidez, violência de parte a parte, etc, mas que não tinha notícias de pais que assim procedem em função da opção religiosa ou não religiosa dos filhos.
Foi com surpresa que li a mensagem do Fernando Silva a respeito da esposa do Res e da Suyndara, esposa do APODman.
Fiquei surpreso com os fatos. A cada novo tópico sobre esse assunto, uma nova cortina se abre e me mostra uma outra face da religião. E minha decepção aumenta.
Quando larguei a igreja, aos 27 anos, minha mãe me chamou de "vira casaca", um renegado.
Ponderei que nada tinha contra a religião dela. Afinal, fui criado na igreja católica por tantos anos. Disse que essa religião tinha seu lado bom, seus encantos e valores. Disse que sempre respeitaria a religião dela porque meu caráter foi moldado pela igreja. E hoje sou o que sou graças ao que pude filtrar dos ensinamentos que recebi.
Aos poucos, minha mãe foi me observando e absorvendo minhas palavras. Já não me acusava. Era reticente, mas não me apontava mais o dedo.
Hoje brinco com ela sobre sua religião. Critico o que vejo e até cutuco em algumas mazelas da Igreja, as quais ela sabe que são reais. Assim, faço-a ver que nem tudo o que ela aprendeu no passado corresponde à verdade. Hoje ela me compreende melhor e até conversamos muito sobre nossas diferenças.
Enfrentar a família, na questão religiosa, é muito delicado, Eu sei. A indiferença pode crescer, e isso magoa muito, de parte a parte. Acho que temos que lutar para quebrar as barreiras e nos mostrar como pessoas de valor. O diálogo amigo e algum tipo de inspiração ajudaram muito.
No começo é difícil, e como é difícil. Talvez, num primeiro momento, o melhor é deixar a poeira assentar.
Depois de um certo período, senti a necessidade de conversar com meus pais, mas bem devagar, com muito tato, sem ressentimentos e de forma amigável.
Felizmente, com o passar do tempo, consegui manter um razoável nível de diálogo com meus pais sobre o assunto.
E é isso o que Eu espero que o Let consiga, leve o tempo que levar.
Abraços.