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Educação de quem? Para quem?

Enviado: 24 Jan 2008, 08:20
por Res Cogitans
Terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Educação de quem?
Para quem?

Gustavo Ioschpe
Economista, especialista em educação

Falemos de duas salas de aula. Na primeira delas, a professora Bety ensina matemática. O assunto pode parecer árido – geometria espacial –, mas, com suas esferas invisíveis dentro de cubos e pirâmides, Bety enfeitiça os seus alunos, que assistem à exposição da professora em silêncio compenetrado, interrompido apenas por perguntas prenhes de curiosidade. A segunda aula é de biologia. O professor, cujo anonimato preservo, é chamado, à boca pequena, de "ET" pelos alunos. Sua dicção é monocórdia e a pronúncia catequética de termos estranhos – "o ta-las-so-ci-clôôôô" – choca-se com a balbúrdia que impera entre os alunos. Pedaços de giz são atirados ao quadro-negro, bolinhas de argila vão parar nas paredes. A algazarra é tamanha que, no dia em que as provas corrigidas do bimestre seriam entregues, um aluno resolve trazer uma arma de brinquedo para intimidar o professor.

Essas duas classes, na verdade, são uma só. O mesmo colégio, os mesmos alunos, o mesmo espaço físico, os dois retratos ocorridos no mesmo ano. Conheço-a bem: é a classe na qual me formei no ensino secundário.

Não conheço estudos empíricos sobre o assunto, mas durante a minha vivência de estudante casos como esses descritos acima formaram a convicção de que o problema da indisciplina na escola está fortemente associado à qualidade da aula que está sendo ministrada. Eis uma idéia que deve soar no mínimo estranha, possivelmente sacrílega, a qualquer pessoa bem informada que acompanha o debate educacional brasileiro. Pois, na questão da indisciplina, certamente predomina a leitura de que esse é um fenômeno de responsabilidade exclusiva do aluno – desajustado, vagabundo, porra-louca etc. –, de sua família – os pais que não ensinam mais valores aos filhos e só se lembram de ir à escola para reclamar quando o filho leva bomba – e da sociedade em geral, cada vez mais violenta e desrespeitosa.

Em realidade, não é apenas na questão da indisciplina escolar que a responsabilidade pelos nossos fracassos é atribuída à sociedade ou aos alunos e que os agentes do sistema educacional, especialmente os professores, aparecem apenas como as vítimas, que lutam sem jamais desistir apesar da enorme maré contra. Todas as questões relativas à escola foram seqüestradas pela agenda da corporação dos funcionários do ensino. Pense naquilo que você, leitor, acredita ser a solução para o problema da nossa educação. Provavelmente será algo que englobe alguns ou todos os seguintes fatores: aumento do investimento em educação, aumento do salário dos professores, diminuição do número de alunos nas salas de aula, aumento do número de horas letivas. Agora pense nesses fatores e pergunte-se: a quem eles beneficiam? Aos alunos ou aos profissionais do ensino?

Você provavelmente deve estar pensando: não é a mesma coisa? Professores mais satisfeitos e motivados não darão aulas melhores? Defender o professor não é o mesmo que defender os alunos? Você sucumbiu à propaganda da corporação, mas não se assuste: assim como os alemães da época hitlerista acreditavam que os não-arianos eram raças inferiores e os cubanos sob Fidel crêem que podem creditar todos os seus males à perseguição dos Estados Unidos, é difícil para qualquer um ter uma idéia diferente da propagada pelo discurso único. No caso da nossa educação, esse discurso é o dos profissionais do ensino.

É uma cantilena que tem lógica, claro. Faz sentido imaginar que professores e funcionários de ensino mais bem pagos serão mais motivados e, portanto, darão aulas melhores, ou que conseguirão dedicar mais atenção a cada aluno em salas menores, ou que a presença de equipamentos multimídia ou de uma quadra poliesportiva tenha efeitos positivos – assim como é bastante lógico imaginar que o Sol orbita ao redor da Terra, que o planeta é quadrado, que uma garrafa cheia de água chegará antes ao solo do que uma garrafa vazia ou que a melhor forma de combater uma doença que se espalha pela corrente sanguínea é retirando sangue do corpo por meio de sanguessugas. Muito do que é lógico é falso, e muito do que é verdadeiro é contra-intuitivo. A única maneira de estabelecer a verdade é testando, empiricamente.

No campo educacional, essa medição vem sendo feita de forma sistemática e metódica há mais de dez anos, e revela alguns achados talvez surpreendentes. Quando se analisa o desempenho de alunos em testes e se cotejam as características de suas escolas e professores, descobre-se que o número de alunos em sala de aula não tem impacto significativo sobre o aprendizado, nem o salário dos professores, nem a presença de infra-estrutura rebuscada nas escolas. Esses mesmos estudos empíricos revelam outros dados interessantes. Alguns dos fatores associados ao melhor desempenho do alunado não apenas não trazem benefícios aos professores como fazem com que tenham de trabalhar mais: alunos que fazem o dever de casa com mais freqüência, por exemplo, têm desempenho melhor – e esse desempenho é ainda melhor se o professor comenta a sua avaliação, em vez de apenas marcar "certo" ou "errado". Também têm desempenho superior alunos que são avaliados constantemente por meio de provas, alunos de professores com um conhecimento mais aprofundado da matéria que ensinam e alunos de professores que faltam menos ao trabalho. Não é curioso que nenhum desses fatores conste da agenda dos sindicatos de professores quando eles fazem manifestos pela melhoria da qualidade da educação? Não, claro que não. Sindicatos devem defender a sua categoria. O problema não é que a corporação dos profissionais do ensino puxe a brasa para a sua sardinha; o problema é que eles tenham conseguido fazer com que o país aceite como sendo um programa para o bem comum aquilo que é, na verdade, a defesa dos interesses da sua categoria profissional.

Esse deslocamento de prioridades só é possível porque há um vácuo na nossa sociedade, que parece ter se esquecido de quem é a nossa educação e para quem ela é feita. É bom lembrar, portanto, que a educação pública é de, digamos, "propriedade" do povo brasileiro, e não apenas dos profissionais que nela trabalham. Esses profissionais são servidores públicos e, portanto, não cabe a eles formular política pública, mas sim acatar o programa decidido pela sociedade por meio dos seus representantes eleitos. E isso em todos os níveis: assim como o professor de 1ª série de uma escola pública não pode decidir quando o aluno deve ser alfabetizado, os doutores da pedagogia da USP não podem formar, com dinheiro público, professores que eles desejam que sejam vanguardistas da revolução socialista. Finalmente, precisamos lembrar para quem é nossa educação. Um sistema educacional é criado para educar os alunos. É isso – só isso – que importa. Se as salas de aula são agradáveis ou não para o professor e se a escola é suficientemente convidativa para os seus funcionários são questões que deveriam ser relevantes apenas na medida em que comprovadamente afetam o desempenho dos alunos. A idéia de que nosso aluno não aprende porque não se interessa ou porque os pais não se importam com a escola é ridícula, para não dizer maliciosa. Seria algo na composição do nosso ar, ou algum vírus na água que os brasileiros bebem, que aniquila a curiosidade das nossas crianças e o desejo dos pais de ver os filhos progredindo na vida?

Precisamos de um reordenamento da nossa leitura da educação nacional. Cada vez que um aluno não aprende – e estão aí todos os testes, nacionais e internacionais, mostrando que o nosso aprendizado é catastrófico –, precisamos primeiro imaginar o que está errado na educação que ele recebe. Se ele não se interessa pela aula, é necessário ver se a aula não é desinteressante. Se ele não estuda, precisamos checar se ele recebe material suficiente e se tem as avaliações necessárias para saber que precisa estudar. Se o aluno não faz os deveres quando chega em casa, temos de verificar se eles estão sendo prescritos pelos professores, se estão sendo corrigidos e se o fato de o aluno não os fazer tem alguma conseqüência. Se os pais não participam da escola, devemos questionar se a escola se organiza de maneira a realmente permitir a participação dos pais, se eles se sentem convidados ou ignorados pelos diretores e professores de seus filhos, se percebem a escola como um espaço no qual podem e devem atuar ou como um ente distante, alheio, fechado. Somente depois de esgotados esses questionamentos é que deveríamos partir para a culpabilização de pais e alunos.

Parece radical, mas na verdade é óbvio. Se parece estranho, é bom sinal: do jeito que anda nossa educação, é bastante provável que o senso comum esteja errado.

Re.: Educação de quem? Para quem?

Enviado: 24 Jan 2008, 17:01
por Orbe
Repetido.

Re.: Educação de quem? Para quem?

Enviado: 24 Jan 2008, 17:04
por Orbe
Res Cogitans escreveu:Terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Educação de quem?
Para quem?

Gustavo Ioschpe
Economista, especialista em educação

Falemos de duas salas de aula. Na primeira delas, a professora Bety ensina matemática. O assunto pode parecer árido – geometria espacial –, mas, com suas esferas invisíveis dentro de cubos e pirâmides, Bety enfeitiça os seus alunos, que assistem à exposição da professora em silêncio compenetrado, interrompido apenas por perguntas prenhes de curiosidade. A segunda aula é de biologia. O professor, cujo anonimato preservo, é chamado, à boca pequena, de "ET" pelos alunos. Sua dicção é monocórdia e a pronúncia catequética de termos estranhos – "o ta-las-so-ci-clôôôô" – choca-se com a balbúrdia que impera entre os alunos. Pedaços de giz são atirados ao quadro-negro, bolinhas de argila vão parar nas paredes. A algazarra é tamanha que, no dia em que as provas corrigidas do bimestre seriam entregues, um aluno resolve trazer uma arma de brinquedo para intimidar o professor.

Essas duas classes, na verdade, são uma só. O mesmo colégio, os mesmos alunos, o mesmo espaço físico, os dois retratos ocorridos no mesmo ano. Conheço-a bem: é a classe na qual me formei no ensino secundário.


Historinha da vida dele... que bonito.

Res Cogitans escreveu:Não conheço estudos empíricos sobre o assunto,


Percebe-se isso pelas merdas faladas mais adiante. Nem precisava avisar.

Res Cogitans escreveu:mas durante a minha vivência de estudante casos como esses descritos acima formaram a convicção de que o problema da indisciplina na escola está fortemente associado à qualidade da aula que está sendo ministrada.


Falso. Bons professores também são ameaçados com armas de fogo (me refiro as armas de verdade). Dependendo da turma o professor nem tem a chance de começar a aula, quanto mais de dar uma aula ruim ou boa. O senhor economista especialista em educação aí parece que nunca foi professor titular de uma turma em escola dentro de favela, nos dias de hoje. Aliás nunca deve ter sido mesmo. Afinal, ninguem se forma no exterior para voltar ao brasil e dar aula em escolinha de favela.

Res Cogitans escreveu:Eis uma idéia que deve soar no mínimo estranha, possivelmente sacrílega, a qualquer pessoa bem informada que acompanha o debate educacional brasileiro.


Na verdade, soa apenas tola como a idéia de um leigo no assunto, baseando suas conclusões na sua experiência como aluninho décadas atrás, provavelmente em colégio particular.

Res Cogitans escreveu:Pois, na questão da indisciplina, certamente predomina a leitura de que esse é um fenômeno de responsabilidade exclusiva do aluno – desajustado, vagabundo, porra-louca etc. –, de sua família – os pais que não ensinam mais valores aos filhos e só se lembram de ir à escola para reclamar quando o filho leva bomba – e da sociedade em geral, cada vez mais violenta e desrespeitosa.


Essa "leitura" predomina apenas para leigos, normalistas e, talvez, para "economistas especialistas em educação". Educadores devidamente formados e conhecedores de sua área de atuação, sabem que a responsabilidade pelo problema de indisciplina dos alunos é compartilhada por pais, professores e sociedade. Jogar a responsabilidade apenas nos professores é ridículo. Comportamento típico de pai que não quer ter trabalho de educar seus filhos.

Res Cogitans escreveu:Em realidade, não é apenas na questão da indisciplina escolar que a responsabilidade pelos nossos fracassos é atribuída à sociedade ou aos alunos e que os agentes do sistema educacional, especialmente os professores, aparecem apenas como as vítimas, que lutam sem jamais desistir apesar da enorme maré contra.


Toda classe se faz de vítima. Não é novidade.

Res Cogitans escreveu:Todas as questões relativas à escola foram seqüestradas pela agenda da corporação dos funcionários do ensino. Pense naquilo que você, leitor, acredita ser a solução para o problema da nossa educação. Provavelmente será algo que englobe alguns ou todos os seguintes fatores: aumento do investimento em educação, aumento do salário dos professores, diminuição do número de alunos nas salas de aula, aumento do número de horas letivas. Agora pense nesses fatores e pergunte-se: a quem eles beneficiam? Aos alunos ou aos profissionais do ensino?


Aos alunos e professores, obviamente. Ou este senhor acha que uma turma de 60 alunos vai aprender tão bem quanto uma de 30? Ou este senhor acha que as cordas vocais do professor vão durar quantos meses se ele se tiver que gritar todos os dias para ser ouvido em uma sala de 60 alunos? Quanto ele espera que um professor ganhe para garantir o futuro dos filhos dele? Quantas horas ele espera que o filho dele estude por ano letivo para apreender todo o conteúdo?

Res Cogitans escreveu:Você provavelmente deve estar pensando: não é a mesma coisa? Professores mais satisfeitos e motivados não darão aulas melhores? Defender o professor não é o mesmo que defender os alunos? Você sucumbiu à propaganda da corporação, mas não se assuste: assim como os alemães da época hitlerista acreditavam que os não-arianos eram raças inferiores e os cubanos sob Fidel crêem que podem creditar todos os seus males à perseguição dos Estados Unidos, é difícil para qualquer um ter uma idéia diferente da propagada pelo discurso único. No caso da nossa educação, esse discurso é o dos profissionais do ensino.


Bela comparação. Professores = Adolf Hitler = Fidel Castro.

Res Cogitans escreveu:É uma cantilena que tem lógica, claro. Faz sentido imaginar que professores e funcionários de ensino mais bem pagos serão mais motivados e, portanto, darão aulas melhores, ou que conseguirão dedicar mais atenção a cada aluno em salas menores, ou que a presença de equipamentos multimídia ou de uma quadra poliesportiva tenha efeitos positivos – assim como é bastante lógico imaginar que o Sol orbita ao redor da Terra, que o planeta é quadrado, que uma garrafa cheia de água chegará antes ao solo do que uma garrafa vazia ou que a melhor forma de combater uma doença que se espalha pela corrente sanguínea é retirando sangue do corpo por meio de sanguessugas. Muito do que é lógico é falso, e muito do que é verdadeiro é contra-intuitivo. A única maneira de estabelecer a verdade é testando, empiricamente.


E como este senhor desconhece os estudos empíricos, como ele disse lá no início, acaba falando essas bobagens.

Res Cogitans escreveu:No campo educacional, essa medição vem sendo feita de forma sistemática e metódica há mais de dez anos, e revela alguns achados talvez surpreendentes. Quando se analisa o desempenho de alunos em testes e se cotejam as características de suas escolas e professores, descobre-se que o número de alunos em sala de aula não tem impacto significativo sobre o aprendizado, nem o salário dos professores, nem a presença de infra-estrutura rebuscada nas escolas.


Que estudos? Avaliam o desempenho em que? Memorização? Resolução de problemas? Testes de QI?

Res Cogitans escreveu:Esses mesmos estudos empíricos revelam outros dados interessantes. Alguns dos fatores associados ao melhor desempenho do alunado não apenas não trazem benefícios aos professores como fazem com que tenham de trabalhar mais: alunos que fazem o dever de casa com mais freqüência, por exemplo, têm desempenho melhor – e esse desempenho é ainda melhor se o professor comenta a sua avaliação, em vez de apenas marcar "certo" ou "errado".


Para o aluno fazer a tarefa de casa frequentemente é preciso a colaboração dos pais. Ou os professores devem agora acompanhar seus alunos até em casa? Comentar a avaliação é natural. Bons professores fazem isso.

Res Cogitans escreveu:Também têm desempenho superior alunos que são avaliados constantemente por meio de provas,


Primeiramente, provas só avaliam a memória. Avaliação deve ser feita ao longo de todo o período e não apenas em um dia.

Res Cogitans escreveu:alunos de professores com um conhecimento mais aprofundado da matéria que ensinam e alunos de professores que faltam menos ao trabalho.


Conclusão óbvia. Precisava estudo empírico para isso?

Res Cogitans escreveu:Não é curioso que nenhum desses fatores conste da agenda dos sindicatos de professores quando eles fazem manifestos pela melhoria da qualidade da educação? Não, claro que não. Sindicatos devem defender a sua categoria. O problema não é que a corporação dos profissionais do ensino puxe a brasa para a sua sardinha; o problema é que eles tenham conseguido fazer com que o país aceite como sendo um programa para o bem comum aquilo que é, na verdade, a defesa dos interesses da sua categoria profissional.


O país aceitou? Estranho porque os salários dos professores continuam baixos, as escolas continuam caindo aos pedaços e raramente são oferecidos cursos de "reciclagem" aos professores.

Res Cogitans escreveu:Esse deslocamento de prioridades só é possível porque há um vácuo na nossa sociedade, que parece ter se esquecido de quem é a nossa educação e para quem ela é feita. É bom lembrar, portanto, que a educação pública é de, digamos, "propriedade" do povo brasileiro, e não apenas dos profissionais que nela trabalham. Esses profissionais são servidores públicos e, portanto, não cabe a eles formular política pública, mas sim acatar o programa decidido pela sociedade por meio dos seus representantes eleitos.


Errado. Os representates da sociedade não são educadores, não frequentam escolas, conhecem nada da realidade das escolas brasileiras. Eles são políticos e só entendem de fazer o que dá votos, o que abre espaço para superfaturamento, o que abre espaço para fraudes, o que abre espaço para novos cargos de confiança... Educação mesmo é a menor das preocupações deles ao propor qualquer política pública na área.

Políticas públicas formuladas por essas pessoas, sem participação dos profissionais da área, são ineficientes, defeituosas e catastróficas como tem sido ao longo dos anos.

Alguem se deixa operar por um leigo? Alguem deixa que um desconhecedor da rotina de um hospital o administre? Pois é. Então porque deveríamos deixar o controle da educação nas mãos de leigos, como já é feito a anos e não tem dado certo?

Res Cogitans escreveu:E isso em todos os níveis: assim como o professor de 1ª série de uma escola pública não pode decidir quando o aluno deve ser alfabetizado, os doutores da pedagogia da USP não podem formar, com dinheiro público, professores que eles desejam que sejam vanguardistas da revolução socialista.


Ninguem forma os universitários. Eles se formam. Aqueles que acolhem a doutrinação esquerdiota das universidades é porque são imbecis incompetentes.

Res Cogitans escreveu:Finalmente, precisamos lembrar para quem é nossa educação. Um sistema educacional é criado para educar os alunos. É isso – só isso – que importa. Se as salas de aula são agradáveis ou não para o professor e se a escola é suficientemente convidativa para os seus funcionários são questões que deveriam ser relevantes apenas na medida em que comprovadamente afetam o desempenho dos alunos. A idéia de que nosso aluno não aprende porque não se interessa ou porque os pais não se importam com a escola é ridícula, para não dizer maliciosa. Seria algo na composição do nosso ar, ou algum vírus na água que os brasileiros bebem, que aniquila a curiosidade das nossas crianças e o desejo dos pais de ver os filhos progredindo na vida?


É a idéia típica de um leigo. Qualquer educador sabe que há inúmeros fatores envolvidos no "não aprender" do aluno. E quando um professor reivindica uma sala de aula agradável, ele não reivindica isso apenas para ele. É uma reivindicação que ele acha necessária para melhorar as aulas.

Res Cogitans escreveu:Precisamos de um reordenamento da nossa leitura da educação nacional. Cada vez que um aluno não aprende – e estão aí todos os testes, nacionais e internacionais, mostrando que o nosso aprendizado é catastrófico –, precisamos primeiro imaginar o que está errado na educação que ele recebe.


Que testes nacionais e internacionais? ENEM e semelhantes? Não me faça rir...

Res Cogitans escreveu:Se ele não se interessa pela aula, é necessário ver se a aula não é desinteressante.


"Capitão Óbvio" ataca novamente!! Aprendi isso aí no primeiro semestre da faculdade de pedagogia. Aprende-se isso em praticamente qualquer faculdade de pedagogia. Ele no mínimo aprendeu isso em alguma especialização meia-boca e quer bancar o sábio da educação.

Res Cogitans escreveu:Se ele não estuda, precisamos checar se ele recebe material suficiente e se tem as avaliações necessárias para saber que precisa estudar.


Não recebe. Nem material suficiente, nem material de qualidade. E a avaliação não foi feita para o aluno saber que precisa estudar. O aluno deve saber que precisa estudar pelos seus pais e pelos professores. A importância de estudar deve ser destacada frequentemente para ele. A avaliação não tem por objetivo obrigar o aluno a estudar. Este senhor deveria ter aprendido isso na especialização dele.

Res Cogitans escreveu:Se o aluno não faz os deveres quando chega em casa, temos de verificar se eles estão sendo prescritos pelos professores, se estão sendo corrigidos e se o fato de o aluno não os fazer tem alguma conseqüência.


Também devemos verificar se os pais estão fazendo sua parte mandando os filhos completarem os deveres de casa.

Res Cogitans escreveu:Se os pais não participam da escola, devemos questionar se a escola se organiza de maneira a realmente permitir a participação dos pais, se eles se sentem convidados ou ignorados pelos diretores e professores de seus filhos, se percebem a escola como um espaço no qual podem e devem atuar ou como um ente distante, alheio, fechado.


Também devemos questionar se os pais estão interessados em participar, se eles tem tempo para participar, se eles acham necessário participar.

Res Cogitans escreveu:Somente depois de esgotados esses questionamentos é que deveríamos partir para a culpabilização de pais e alunos.


Somente depois de esgotados todos os questionamentos e não só esses que este senhor cita, é que alguem deve ser responsabilizado.

Res Cogitans escreveu:Parece radical, mas na verdade é óbvio. Se parece estranho, é bom sinal: do jeito que anda nossa educação, é bastante provável que o senso comum esteja errado.


Não parece radical. Parece idiota. Parece a palavra de um leigo. Fez uma especialização na área, depois de estudar economia durante anos, e se acha capaz de escrever sobre o tema. Óbvio que só podia falar esse monte de merda. Impressionante como qualquer imbecil se acha capaz de resolver os problemas da educação. Não precisa nem estudar muito o tema.

Dá pena ver alguem com um currículo como o dele escrever tanta baboseira...

Re.: Educação de quem? Para quem?

Enviado: 24 Jan 2008, 17:21
por Apo
Acho que o Orbe já está bebendo desde hoje...nem esperou a sexta feira... :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Viajou geral.....

Re.: Educação de quem? Para quem?

Enviado: 24 Jan 2008, 17:36
por Orbe
Eu? Esse fulaninho colunista da Veja é que viaja "hard" na maionese...

Re: Re.: Educação de quem? Para quem?

Enviado: 24 Jan 2008, 17:39
por Apo
Orbe escreveu:Eu? Esse fulaninho colunista da Veja é que viaja "hard" na maionese...


Não. Eu acho, sinceramente, que você foi apressado na análise. Mas agora preciso sair. Juro que queria conversar a respeito.

Abraços!

Re.: Educação de quem? Para quem?

Enviado: 24 Jan 2008, 18:22
por Ilovefoxes
Esses profissionais são servidores públicos
Aí já tem parte da origem do problema...

Quando eu estava no segundo grau, sempre tinham professores com o discurso gravado: o aluno faz o professor... pois é, o curioso é que quem dizia isso eram professores de segunda, que geralmente não ficam muitos anos na escola.

Re.: Educação de quem? Para quem?

Enviado: 24 Jan 2008, 18:35
por Orbe
A pior coisa que existe são os concursos públicos.

Nunca os professores deveriam ser escolhidos para o cargo apenas por prova. Deveria haver uma entrevista, avaliação psicológica, uma prova prática de aula e um tempo de experiência no qual ele seria constantemente avaliado.

Sabem que tipo de questão os candidatos a professores do município de Queimados - RJ tiveram que responder na prova do concurso mais recente?

"Cite os 2 primeiros versos do hino do município de Queimados." (ou dois últimos, não lembro agora)

Realmente a rede pública de ensino vai melhorar muito se o conhecimento exigido dos professores é o hino da cidade... :emoticon17: