Religião é Veneno

São Paulo 454 anos

Homem invade missa de aniversário de SP com faca e fere três

Publicada em 25/01/2008 às 14h39m

O Globo Online, Diário de S. Paulo


SÃO PAULO - Um homem, identificado pela polícia como Benedito de Oliveira, aparentemente morador de rua, entrou no fim desta manhã na Catedral da Sé, durante a missa de comemoração do aniversário de 454 anos de São Paulo, e feriu três pessoas com uma faca. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um policial e dois seguranças ficaram feridos quando tentaram dominar o agressor. Benedito já tem passagens por furto e roubo, mas não era foragido da polícia, de acordo com a SSP.

Veja imagens do aniversário de São Paulo
O incidente aconteceu no final desta manhã. De acordo com policiais, Benedito estava aparentemente alcoolizado e entrou na igreja por uma porta lateral. Ele levava um cavaquinho e se dirigiu até próximo ao altar, onde começou a gritar. Seguranças e policiais correram para segurar Benedito, que reagiu, mas acabou sendo contido.

Segundo a secretaria de Segurança Pública, as vítimas tiveram ferimentos leves e foram atendidas na própria Catedral da Sé. De acordo com o coronel Álvaro Camilo, da Polícia Militar, um dos feridos foi identificado como Ivan Bezerra da Silva, professor, que trabalha na própria Catedral.

- O agressor entrou sem objetivo na igreja. Ele estava embriagadoe acabou vindo para cá - disse o coronel, que afirmou que o homem é conhecido na região.

Benedito foi encaminhado pelos policiais até o 1° distrito policial, da Sé, onde deve ser indicado por porte de arma e agressão.

O agressor ficou próximo de autoridades como o prefeito Gilberto Kassab, os senadores Eduardo Suplicy e Romeu Tuma, o secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, e o subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, que assistiam a missa.

O rabino Henry Sobel, que estava na missa, disse que ficou assustado com a invasão. Ele contou que o público estava afastado fisicamente do local onde o agressor apareceu.

- O desconhecido sempre gera medo. Só depois eu soube que poderia ser um morador de rua. Nem sei se ele feriu alguém. O bom é que, por conta do grande número de autoridades presentes, havia segurança e a missa pode continuar - afirmou.

Sobel disse que o susto só passou 10 minutos depois e que saiu da Catedral consciente que o problema em São Paulo é mesmo a segurança. Para Sobel, a cidade tem muitos problemas graves, de moradia e educação, por exemplo, mas "a falta de segurança não deixa a população viver plenamente a sua cidadania".

- Há muitas coisas boas para compensar as desvantagens. Temos em São Paulo pessoas de todas as raças e credos vivendo harmoniosamente, mas é preciso aumentar a segurança, é preciso contratar mais policiais - disse Sobel, que mora há 37 anos na cidade, desde que chegou dos Estados Unidos.

Festa do bolo termina em guerra

O corte do bolo que simboliza o aniversário de São Paulo terminou em guerra e pedaços do confeito voando por todos os lados no Bixiga, na região central da cidade. As sete toneladas de bolo espalhadas em 454 metros pela Rua Rui Barbosa acabaram em segundos.


- Foi muito rápido e muito engraçado ver as pessoas lambuzadas de bolo, disse a estudante Camila Brito dos Santos, de 10 anos, que mora na região.

O ataque selvagem ao bolo aconteceu às 11h. Até o parabéns foi deixado de lado. Muitas pessoas aproveitaram para fazer uma guerra com pedaços do bolo. Cerca de 5 mil pessoas que estavam no local foram animadas por sósias de Roberto Carlos, Raul Seixas, Pelé e Chacrinha.

25/01/2008 - 14h39

"Entrei na igreja pra rezar", diz homem que tumultuou missa na Sé

PATRÍCIA DANTAS
da Folha Online

O morador de rua Benedito de Oliveira, 45, conhecido como Benedito do Pagode, que causou tumulto ao sacar uma faca durante a missa aberta celebrada na manhã desta sexta-feira em homenagem ao aniversário de 454 anos de São Paulo, na Catedral da Sé (centro), disse que entrou na igreja "pra rezar". "Não roubei nem matei ninguém."

Oliveira assistia à celebração a cerca de três metros do altar e do banco de autoridades --com um cavaquinho nas mãos-- quando, aparentemente embriagado, começou a gritar "mata eu, São Paulo, eu não quero morrer de fome". Depois de alguns minutos gritando, segundo testemunhas, ele sacou uma faca enferrujada e atacou o professor de educação física e voluntário da Pastoral do Menor Ivan Bezerra dos Santos, 29.

Questionado por repórteres na carceragem do 1º DP (Sé), Oliveira negou o ataque. "É mentira. Você já viu a polícia dizer a verdade?".

Como as testemunhas disseram que Oliveira atacou o professor com intenção de matá-lo, ele foi preso em flagrante por tentativa de homicídio.

O professor atacado conta que estava de costas para o homem quando percebeu o tumulto. "Não dei atenção e, quando vi, ele estava perto de mim, indo em direção ao altar. Só tentei me proteger." Santos sofreu ferimentos leves na barriga e um corte na mão. Ele foi levado para um pronto-socorro da região, levou três pontos na mão e foi liberado.

Oliveira foi contido por seis a sete seguranças das autoridades e encaminhado à delegacia pela PM. Na confusão, também feriu o capitão da PM Mauro Riccieli. Ele sofreu um corte na mão, ao tentar agarrar a faca pela lâmina, enquanto continha Oliveira, que tem acusações anteriores de furto e roubo. A missa continuou normalmente.

Estavam presentes os ministros Luiz Marinho (Previdência) e Carlos Lupi (Trabalho), que representavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o secretário estadual da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, o prefeito, Gilberto Kassab, os secretários municipais Andrea Matarazzo (Subprefeituras) e Alexandre de Moraes (Transportes), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o presidente da Assembléia Legislativa, José Carlos Vaz de Lima (PSDB). Quem presidia a celebração era o cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo.

"É mentira. Você já viu a polícia dizer a verdade?"