Aborto, questão aos anti-aborto.

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betossantana
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

Acauan escreveu:
betossantana escreveu:Mentira, você afirmou taxativamente que a humanidade do produto da concepção é intrínseca a ele: o embrião é um ser humano, não "algo que se tornará" um ser humano.

Recorte e cole o trecho de meu texto que prova o que disse acima, exatamente como escrevi.
Veremos então quem mente.


Aqui, mentiroso:

Acauan escreveu:Todos que hoje são seres humanos um dia foram fetos. O feto não era um outro ser que um dia se transformou em cada um de nós, eramos nós há mais ou menos tempo atrás e só.
Pode-se relativizar isto dando a cada fase do desenvolvimento de um ser humano outros nomes, mas dar vários nomes ao mesmo ser não faz com ele se torne outro e nem altera as implicações morais que recaem sobre a existência deste ser, que por si é incontestável e independe dos nomes que lhe dão.
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Apo
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Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Apo »

Parece que querer imputar culpa, amoralidade, falta de humanidade, criminalidade e outras coisas usadas contra os abortistas ( médicos sérios que lidam com malformações e tumores malignos - não vem ao caso a origem deles -devem ser respeitados e não acusados ), assim como os envolvidos com um ex-talvez-processo inicial residual embrionário ( que evoluiu para uma deformidade genética ou patológica ) é simplesmente uma monstruosidade.

O embrólio disto com as questões previstas em lei acerca do aborto de um feto ( este sim, seja normal, com alguma síndrome ou esperanças de vida digna ou indigna) serve para quê?
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betossantana
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

Acauan escreveu:Não sei se isto é analfabetismo funcional ou a mais pura cara-de-pau.


Ui, ui! Rsrsrsrsrsrs!

Acauan escreveu:Eu afirmo explicitamente que os fatores que podem levar uma gestação a produzir um teratoma podem ser internos ou externos ao corpo em formação e tenho por resposta que estou mentindo, pois os fatores que podem levar a formação do teratoma podem ser externos a ele.
Ou seja, eu estou mentindo porque disse antes o que ele disse depois para provar que estou mentindo.


Querido, você mesmo se restringiu a duas linhas:

Acauan escreveu:Se o feto era uma formação normal, com um código genético normal, negar sua identidade original porque um fator externo acidental que não lhe é imanente alterou esta condição é simplesmente estúpido.


Não havia nada "anormal" no embrião que gerou o teratoma, assim como não há nada "anormal" no zigoto que eventualmente irá se tornar um anencéfalo. O teratoma se torna um teratoma e um anencéfalo se torna um anencéfalo apenas quando erros na diferenciação celular surgem. Esses erros não estão presentes no embrião e nem precisam estar "previstos" pelo código genético do embrião para acontecerem.

Logo, o teratoma seria tão ser humano quanto o embrião, o zigoto, a mórula, a gástrula, o anencéfalo, o nascituro com síndrome de Down, etc. Ele sempre foi "imanentemente" humano e essa condição "não se alterou".

MAS... você disse que o teratoma NÃO É um ser humano.

Explique.

Acauan escreveu:Já se era imanente ao corpo em desenvolvimento se tornar um teratoma, por conta de deficiência em seu material genético, discutir o que ele era antes de ser um teratoma, quando geneticamente sempre foi isto, é mais estúpido ainda.


Prejudicado.

Acauan escreveu:Ah, se tiver como, poste as provas de que o embrião que gerou aquele teratoma era normal, a menos, claro, que ache que sua afirmação de que é já é prova suficiente.


http://www.leemsilver.net/challenging/a ... sponse.htm

Quotando o geneticista Lee M. Silver, autor do livro Challenging Nature, em resposta a seus colegas que defendem que desde a primeira semana em uma placa de Petri, um embrião é um ser humano:

If a perfectly normal human embryo is grown in a laboratory incubator, it can develop without any discontinuity into a teratoma (see picture to the left).

According to Lee and George, during the first week in the petri dish, the embryo is a human being. But no one believes that an embryo-generated teratoma is a human being, even though it can be kept alive as a unique, integrated organism, and even though it is certainly not part of any other organism.

So when during the continuous life of this organism did the human being suddenly disappear? Again, what molecular or cellular correlates would you expect to see at the moment of passing?
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Samael
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Samael »

Acauan escreveu:Neste caso, para termos uma discussão minimamente produtiva, sugiro que leia meu texto e tente entender minha proposição sobre fatores determinantes e determinados da identidade, que é o centro de minha tese.


Acabei de ler. Respondi "não" a cada uma das suas duas proposições.

Acauan escreveu:Samael, sem querer ofender, mas depois de repetir mil vezes a mesma coisa, fico com a impressão que falo grego.

A primeira coisa que faço no meu texto "Aborto" é afastar a discussão desta picuinha idiota de se células sexuais são humanos em potencial tanto quanto fetos, por favor leia e verá.

Depois eu não faço regressão arbitrária de até onde seres humanos são ou não são. Faço exatamente o contrário que é uma análise dos fatores determinantes do que se é e do que não se é.

Por fim, antes da fecundação não há qualquer fator de individualidade definido nas células potencialmente constituintes de um ovo.
Cada uma delas pode gerar qualquer ser humano, homem ou mulher, de qualquer nacionalidade ou raça.

A partir do momento da fecundação, não só já estão definidos a maioria dos fatores genéticos que definirão o indivíduo, como boa parte dos fatores sociais decorrentes do sexo, nacionalidade, raça, condição social dos pais, país de nascimento (potencialmente), língua, cultura etc. Ou seja, uma enorme parte do que todos nós seremos, tanto biológica quanto socialmente, se estabelece já no momento da fecundação, coisa absolutamente impensável de se aplicar a um gameta.


Em primeiro lugar, considero mero jogo retórico "considerar seres por teleologia". Primeiro, porque reafirmo que essa teleologia é uma regressão arbitrária, aos gostos de quem está argumentando. Você, no texto, reafirmou o seu ponto da individualidade a partir da fecundação e, daí, da humanidade a partir dessa mesma individualidade.

Segundo um texto que li do Manuel, considerar o material genético como o fator determinante ao ser é determinismo genético, e foi justo isso que li no seu texto, como na passagem em que você diz : "O ovo, embrião ou feto, pelo contrário, não depende de outros elementos e combinações externos a ele próprio para se tornar um ser humano completo, precisando apenas que as condições ambientais para seu desenvolvimento sejam fornecidas."

Ora, se eu disser que as condições normais para um espermatozoide seja se encontrar com um óvulo, fecundá-lo e formar um novo ser, pronto, está feita novamente essa regressão retórica e arbitrária. Com a diferença que eu admitiria a minha.

De resto, concordo com o Procedure. O vir a ser daquilo que não é ainda não me parece suficiente para gerar Direito. No máximo, expectativa de Direito. E nisso o Direito dos pais de escolher se sobrepõem.

Daí, retorno ao "bom senso" que considero bastante justo: o sistema nervoso central define a tutela legal.

Acauan escreveu:O único que vi até agora afirmando e repetindo que teratomas são humanos foi o autor do tópico, que insiste nisto sei lá porque.

No mais, quem nos dá o direito de decretar o que é e o que não é humano, a menos quando isto é óbvio demais para ser sequer discutido, como no caso do teratoma?
É este um ponto chave que é frequentemente ignorado nestas discussões.
Se podemos decretar arbitrariamente que fetos normais e saudáveis não tem direito a vida, porque não fazer o mesmo com deficientes físicos, pessoas em coma ou idosos inválidos?
Dizer que é falsa comparação não muda em nada o fato, pois se não posso usar os mesmos argumentos arbitrários usados para decretar que o feto não tem direito a vida, posso inventar outros argumentos arbitrários para negar o direito de vida daqueles, inclusive usando também justificativas biológicas – ex.: porque não matar todos os portadores de doenças contagiosas de alto risco, salvando assim milhões que morreriam em caso de uma epidemia?


O fato óbvio de um teratoma não ser um ser humano está posto para quem não vê "inserção de humanidade" na fecundação. Eu incluso.

A sua opinião quanto ao teratoma, então, é que o mesmo era um ser humano enquanto embrião mas que perdeu a humanidade enquanto uma contingência abalou suas condições normais e ele se tornou um tumor?

Quanto ao resto, acho que existem pressupostos éticos que protejam os seus exemplos citados. Não que eu ache que a ética se aplique a amontoados de células sem formação nervosa.

Acauan escreveu:Tem proteção legal quem a lei diz que tem proteção legal.
No caso do Brasil, só os fetos gerados por estupro ou que ponham em risco a vida da mãe não tem este direito.

Por mim, deve continuar assim.


Para mim, isso é um absurdo sem tamanho, pois ataca o princípio de igualdade dos seres perante a lei.

Se eu compartilhasse da sua opinião quanto à humanidade de embriões, eu seria totalmente contra a permissão de abortos a fetos fruto de estupros.

Mas compreendo a sua posição. Só não compartilho da mesma.

mi9
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por mi9 »

Apo escreveu:
Volto a dizer: a premissa do beto é uma armadilha para forçar uma resposta em cima de algo que não é o que ele quer que seja. O tópico rendeu ein? Que sucesso...

...


sim... um pouco maniqueísta :emoticon16:

mi9
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Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por mi9 »

há uma distinção feita pelos eticistas entre ser humano e pessoa humana. Mas isso foi pouco falado aqui.

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Acauan
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Acauan »

betossantana escreveu:
Acauan escreveu:
betossantana escreveu:Mentira, você afirmou taxativamente que a humanidade do produto da concepção é intrínseca a ele: o embrião é um ser humano, não "algo que se tornará" um ser humano.

Recorte e cole o trecho de meu texto que prova o que disse acima, exatamente como escrevi.
Veremos então quem mente.


Aqui, mentiroso:

Acauan escreveu:Todos que hoje são seres humanos um dia foram fetos. O feto não era um outro ser que um dia se transformou em cada um de nós, eramos nós há mais ou menos tempo atrás e só.
Pode-se relativizar isto dando a cada fase do desenvolvimento de um ser humano outros nomes, mas dar vários nomes ao mesmo ser não faz com ele se torne outro e nem altera as implicações morais que recaem sobre a existência deste ser, que por si é incontestável e independe dos nomes que lhe dão.


Patético.

Onde, no trecho acima, eu afirmei taxativamente que:


"...a humanidade do produto da concepção é intrínseca a ele: o embrião é um ser humano, não "algo que se tornará" um ser humano."


Você obviamente foi atrás do trecho do meu texto que dizia respeito ao assunto em questão e se deparou com um embaraçoso "SE", indicativo de hipótese o precedendo:


SE a identidade humana é um fato material, definida pela estrutura biológica do feto, todos os elementos materiais para a formação do sistema nervoso central já estão presentes no próprio feto, na forma de codificação genética.


O trecho postado por você não possui afirmação taxativa de nada do que disse que continha, se é que você entende o significado de afirmação taxativa ou seria honesto de reconhecer que esta definição o desmente.
O que foi afirmado é que todos já foram fetos, talvez até você, e cita os desdobramentos óbvios e diretos disto.
Tanto é que o trecho explicitamente afirma que estes desdobramentos podem ser relativizados, o que não muda o fato de que todos fomos um feto um dia.

A estratégia desonesta utilizada, típica dos chicaneiros, é quando se ver sem saída procurar algo que confunda a platéia e a faça pensar que encontrou uma, ao mesmo tempo em que se utiliza de algum subterfúgio para desviar a atenção do interlocutor do argumento que não pode responder, por exemplo, tentando alterá-lo emocionalmente, chamando-o de mentiroso, recorrendo a frescuras que lhe sejam potencialmente irritantes ou agindo de modo provocadoramente cínico.

Como nada disto afeta este Índio Velho, com vasta experiência em lidar com pentelhos do tipo, tais atos motivam apenas o desinteresse e a indiferença, ressalvado apenas que a importância do tema as vezes exija que não se deva deixá-lo aos pentelhos.
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Acauan »

betossantana escreveu:Os fetos gerados por estupro são também "seres humanos", tanto quanto crianças nascidas de uma gestação causada por estupro são seres humanos iguais às de gestação causada por sexo consensual, mas nunca foi explicado porque é certo matar esses "seres humanos" no ventre (e suspeito que nunca será). Afinal eles já transportam desde a fecundação o seu "caráter imanente" e sua "individualidade" humanas.


Eu já expliquei porque é legalmente admissível e socialmente tolerável, embora não seja certo.
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Acauan »

betossantana escreveu:
Acauan escreveu:Ah, se tiver como, poste as provas de que o embrião que gerou aquele teratoma era normal, a menos, claro, que ache que sua afirmação de que é já é prova suficiente.


http://www.leemsilver.net/challenging/a ... sponse.htm

Quotando o geneticista Lee M. Silver, autor do livro Challenging Nature, em resposta a seus colegas que defendem que desde a primeira semana em uma placa de Petri, um embrião é um ser humano:

If a perfectly normal human embryo is grown in a laboratory incubator, it can develop without any discontinuity into a teratoma (see picture to the left).

According to Lee and George, during the first week in the petri dish, the embryo is a human being. But no one believes that an embryo-generated teratoma is a human being, even though it can be kept alive as a unique, integrated organism, and even though it is certainly not part of any other organism.

So when during the continuous life of this organism did the human being suddenly disappear? Again, what molecular or cellular correlates would you expect to see at the moment of passing?


Patético 2.

É esta a prova que você apresenta de sua afirmação taxativa de que "o embrião que gerou o teratoma era um embrião normal"?

E note que quando eu uso a expressão "afirmação taxativa" posto suas próprias palavras letras por letra.

Este comentário genérico não prova que aquele embrião que gerou aquele teratoma era normal, seja em nível genético ou qualquer outro. É apenas um comentário genérico que você deve ter achado que por estar em inglês e possuir um nome e título de apresentação enganasse alguém.

Como disse, patético.
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Acauan »

Acauan escreveu:
betossantana escreveu:Os fetos gerados por estupro são também "seres humanos", tanto quanto crianças nascidas de uma gestação causada por estupro são seres humanos iguais às de gestação causada por sexo consensual, mas nunca foi explicado porque é certo matar esses "seres humanos" no ventre (e suspeito que nunca será). Afinal eles já transportam desde a fecundação o seu "caráter imanente" e sua "individualidade" humanas.


Eu já expliquei porque é legalmente admissível e socialmente tolerável, embora não seja certo.


Acauan, em 12/08/2007 às 12:36, no tópico Quem é a favor do aborto em caso de estupro?, escreveu:
francioalmeida escreveu:Algumas pessoas são contra o aborto, porém no caso de estupro mudam de opinião. Mas por que? Quando uma mulher engravidade de um estupro o feto não é uma vida? Por que ele vale menos que um outro feto que foi concebido naturalmente?


Em primeiro lugar, as pessoas que são contra o aborto não mudam de opinião quando a gravidez a ser interrompida é produto de um estupro, uma vez que continuam defendendo que o feto possui identidade humana e, portanto, deve ter seu direito à vida protegido.

A questão é mais complexa, como tudo o mais referente à legalização do aborto.

Esta complexidade surge do conflito moral e legal de três fatores interdependentes:

Direito, responsabilidade e culpa.

Os defensores do aborto argumentam que o direito da mulher de interromper a gravidez tem precedência sobre o direito à vida do feto, direito este os defensores do aborto não admitem.
Frequentemente alegam em defesa desta precedência as mortes de gestantes em decorrência de abortos, o que é um argumento absurdo dado que a lei já permite a interrupção da gravidez em caso de risco de vida para a mãe, não fazendo sentido dizer que o aborto deve ser legalizado porque mulheres morrem em decorrência de abortos. Sentido faria se mulheres morressem em decorrência direta da gravidez indesejada que pretendem interromper, argumento nunca sequer levantado pelos defensores do aborto.

Se a gravidez indesejada, por si só, não é letal, a legalização do aborto implica em permitir um ato que resulta na morte de um dos lados em conflito e na obrigatoriedade de tolerar um período de meses de gestação para a outra.
Obviamente, a desproporção das conseqüências fala por si só.

Resulta desta acima, a questão legal e moral se existe o direito de obrigar a mulher a manter uma gravidez que não deseja.
Juridicamente todos são obrigados a cumprir a lei, sendo o espírito da lei a conciliação entre o direito individual e o BEM comum na forma de justiça.

O fundamento legal e moral para que se proíba a mulher de interromper a gravidez provém de o feto ser considerado um indivíduo humano em formação e não parte do corpo da mãe, mas também do fato de a gravidez ser decorrência de um ato voluntário, exercido pela mulher conscientemente e de livre e espontânea vontade.

Em uma sociedade civilizada, os indivíduos são livres para executar suas vontades e obrigados a assumir as responsabilidades e conseqüências delas.
Assim, quando a gravidez é produto de ato consciente e livre dos dois pais, a sociedade tem o direito de exigir deles que assumam as conseqüências e responsabilidades decorrentes daquele ato.

A gravidez decorrente de estupro não muda em nada o direito do feto a vida, que continua sendo considerado um indivíduo humano em formação que deve ser protegido pela sociedade através da lei.
Só que neste caso cessa a responsabilidade da mulher sobre a gravidez, uma vez que esta foi produto de um ato de violência e não de um ato livre e consciente dela.

Ou seja, o feto continua possuindo seu direito, mas a sociedade renuncia ao poder de obrigar a mãe a levar aquela gravidez adiante, por entender que não deve fazer isto neste caso.

O equilíbrio entre direito individual, bem comum e justiça neste caso entende que a decisão final cabe à mãe, da qual se espera que reconheça a inocência e o direito à vida do feto e renuncie voluntariamente à opção que a sociedade lhe concede de interromper legalmente a gravidez.

Em caso de estupro não existe responsabilidades a ser atribuídas, havendo apenas a culpa pelo ato de violência que cabe exclusivamente ao estuprador, a quem, obviamente, não se pode imputar obrigações que garantam a preservação da gravidez e sobrevivência do feto, limitando-se a sociedade a puni-lo por seu ato e impedindo-o de repeti-lo.

Minha opinião pessoal é que se um feto deve ser condenado a morte por conta de um estupro, não vejo porque o estuprador deveria receber sentença mais branda do que a pronunciada contra o inocente, mas, como disse, é minha opinião.

Assim, dirimindo eventuais dúvidas, quem é contra o aborto em condições de uma gravidez decorrente de ato voluntário e consciente não se torna favorável a ele quando a gravidez é decorrente de estupro, apenas entende que, mesmo considerando o aborto como destruição de vida inocente, neste caso não há justificativas legais e morais suficientes para obrigar a mãe a manter a gravidez.

Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Herf
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Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Herf »

Isso tudo partindo da premissa de que um embrião, um corpo sem sistema nervoso, e, portanto, incapaz de sentir, pensar e ter consciência, é digno de direitos humanos.

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Apo
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Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Apo »

Teratomas não são dotados de SNC algum, nem órgão interno formado, apenas massa tumoral, podendo ter restos embrionários de um irmão gêmeo gerado em outra fecundação, que até já nasceu perfeito. Pode ser um resto embrionário de um início de irmão gêmeo que se desenvolve depois de anos dentro do corpo da criança ou já adulta, inclusive em órgãos como testículos.

Retirar uma coisa dessas é aborto?
Mesmo que fosse produto de fecundação, o processo tivesse durado alguns dias e depois se transformado num cisto apenas. É aborto? É certo querer atribuir caráter humano a algo que no momento em questão é mais uma patologia ( que pode ser maligna ou se transformar em malignidade para o portador) alimentando-se do seu sangue e podendo causar metástases, prejudicar o funcionamento de outros órgãos vitais? E a vida deste paciente e sua dignidade, abstrai-se para discutir se é moral, se foi concebido como filho voluntária, consciente e moralmente algum dia?
Médico algum vê esta questão com dúvida. A retirada é feita porque há outros motivos não relacionados à fecundação envolvidos, e muito mais urgentes.

Se um corpo doente, com SNC e outros órgãos vitais ligados à aparelhos, sem condições de sobreviver sozinho, já pode ser considerado como não tendo mais dignidade humana - portanto é mais digno permitir que cesse o princípio artificial de vida, que dirá de um teratoma, que nunca teve nada disto.

Outra coisa que eu não entendo é como podem chamar de anencéfalo um ser humano que têm funções cerebrais ( mesmo que mínimas e sem consciência).

Aquela menina que sobrevive ainda hoje, que foi alvo de tantas discussões ( inclusive considerou-se como milagre que ela continue viva ), é usada como exemplo de anencefalia até hoje. Os familiares insistem nesta bobagem de que ela é anencéfala, mas juram que ela lhes sorri e está se desenvolvendo normalmente. Vestem-na como uma bonequinha, expõe como um trunfo para a mídia e ainda dizem que ela é maior felicidade que qualquer pai poderia ter na vida. Isto me lembra um circo dos horrores.

Se sorri para eles ( e faz outras "gracinhas", como chorar, reagir à dor, à movimentos ), é evidente que tem alguma porção e função cerebral, mesmo que apenas neurológica, com resquícios de consciência ( mas eu duvido ). Anencéfala ela nunca foi. Ou não sabem o sentido da palavra.

É patético o que fazem com a noção de vida e dignidade humanos.
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Acauan
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Acauan »

betossantana escreveu:
Acauan escreveu:Além disto, dependendo da mãe e das circunstâncias, a mulher gerada por aquele espermatozóide poderia ser pobre ou rica, brasileira ou estrangeira, ser criada em uma casa de sábios humanistas ou em outra de criminosos insanos.
Ou seja, no momento da fecundação definiu-se não apenas boa parte da carga genética que fariam você ser você, definiu-se boa parte da carga social que ajudariam e influenciariam você a ser você.


Explique como crianças adotadas e criadas em lares diferentes daqueles que teriam com seus genitores se encaixam no seu discurso de "a fecundação já define a individualidade cultural e social do ser humano".


Inacreditável...

Escrevo claramente "dependendo da mãe e das circunstâncias" e uso termos como "boa parte" para deixar claro que falo genericamente e com margem para outras influências e possibilidades e recebo um pedido de explicações destes.

E só para constar, foi a origem em pais que por um motivo ou outro não poderiam ou quereriam criar as crianças que determinou que elas seriam adotadas, o que já é um fator social relevante.

Pois é...
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Mensagem por betossantana »

Apo escreveu:Gostaria de saber de onde tiram a conclusão de que um teratoma é um feto, ou foi um embrião ( quero uma assinatura científica ou médica para tal). Pode ter sido um amontoado de células embrionárias, mas destituído de humanidade.


Explique quando um amontoado de células embrionárias têm humanidade e quando um amontoado de células embrionárias é destituído de humanidade.
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Mensagem por betossantana »

Acauan escreveu:
"...a humanidade do produto da concepção é intrínseca a ele: o embrião é um ser humano, não "algo que se tornará" um ser humano."

Você obviamente foi atrás do trecho do meu texto que dizia respeito ao assunto em questão e se deparou com um embaraçoso "SE", indicativo de hipótese o precedendo:

SE a identidade humana é um fato material, definida pela estrutura biológica do feto, todos os elementos materiais para a formação do sistema nervoso central já estão presentes no próprio feto, na forma de codificação genética.

O trecho postado por você não possui afirmação taxativa de nada do que disse que continha, se é que você entende o significado de afirmação taxativa ou seria honesto de reconhecer que esta definição o desmente.
O que foi afirmado é que todos já foram fetos, talvez até você, e cita os desdobramentos óbvios e diretos disto.
Tanto é que o trecho explicitamente afirma que estes desdobramentos podem ser relativizados, o que não muda o fato de que todos fomos um feto um dia.


Iiiiiiiiiiiiiiiih, quanta enrolação. Você é contra o aborto? É. Por quê? Porque a identidade humana é um fato material, definida pela estrutura biológica do feto, logo, o embrião já é um ser humano.

Mas, espere. Na verdade é SE a identidade humana FOR um fato material, definida pela estrutura biológica do feto. Então, você SERIA contra o aborto SE assim fosse?

Você é contra o aborto ou não é contra o aborto?

Quanta enrolação! A "identidade humana é um fato material, definida pela estrutura biológica do feto" ou NÃO é "um fato material, definida pela estrutura biológica do feto"? É ou não é? Se você não sabe e fica no "SE", como pode até mesmo ser contra ou a favor? Duh.

Sem contar que roda, roda, roda e não responde porque o teratoma já foi embrião mas não está na mesma categoria de todos nós, talvez até eu.

Acauan escreveu:A estratégia desonesta utilizada, típica dos chicaneiros, é quando se ver sem saída procurar algo que confunda a platéia e a faça pensar que encontrou uma,


Ei, é você que escreve "teses" aqui e acha que o RV é seu palco, a "platéia" é toda sua.
Editado pela última vez por betossantana em 29 Jan 2008, 01:56, em um total de 2 vezes.
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

Acauan escreveu:É esta a prova que você apresenta de sua afirmação taxativa de que "o embrião que gerou o teratoma era um embrião normal"?
E note que quando eu uso a expressão "afirmação taxativa" posto suas próprias palavras letras por letra.
Este comentário genérico não prova que aquele embrião que gerou aquele teratoma era normal, seja em nível genético ou qualquer outro. É apenas um comentário genérico que você deve ter achado que por estar em inglês e possuir um nome e título de apresentação enganasse alguém.
Como disse, patético.


Tá bom, esqueça o Lee M. Silver, afinal ele pode estar simplesmente mentindo. Não conheço ele, vou pôr a mão no fogo?

Comente isto:

http://www.gnxp.com/MT2/archives/003642.html

http://www.cdc.gov/genomics/training/pe ... enviro.htm

Dizer que "a identidade humana é um fato material, definida pela estrutura biológica do feto" e "todos os elementos materiais para a formação do sistema nervoso central já estão presentes no próprio feto, na forma de codificação genética" é falso porque não existe tanta informação assim no DNA. A maior parte da informação vêm da interação com o ambiente pré-natal no útero, por isso que ainda não foi possível incubar um bebê inteiro in vitro durante 9 meses. DNA sozinho não adianta de nada, subentende-se um enorme intercâmbio com o ambiente que faz com que genes sejam ligados e desligados de forma sincronizada, essa é a conclusão da biologia do desenvolvimento moderna.

O determinismo genético, conclui-se, é uma idéia falsa. A expressão do fenótipo depende de um intercâmbio entre os genes e o ambiente. Tanto é falsa a idéia de que o SNC está embutido no DNA que condições diferentes de desenvolvimento biológico fazem com o que o SNC não se expresse - por exemplo, teratomas, que são fruto de desenvolvimento biológico anormal. O SNC não está inevitavelmente contido no DNA, é preciso um útero e nutrição da mãe para que ele surja.
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betossantana
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

Apo escreveu:Teratomas não são dotados de SNC algum, nem órgão interno formado,


Embriões também.
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Wallace
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Wallace »

Acauan escreveu:
betossantana escreveu:
Acauan escreveu:Além disto, dependendo da mãe e das circunstâncias, a mulher gerada por aquele espermatozóide poderia ser pobre ou rica, brasileira ou estrangeira, ser criada em uma casa de sábios humanistas ou em outra de criminosos insanos.
Ou seja, no momento da fecundação definiu-se não apenas boa parte da carga genética que fariam você ser você, definiu-se boa parte da carga social que ajudariam e influenciariam você a ser você.


Explique como crianças adotadas e criadas em lares diferentes daqueles que teriam com seus genitores se encaixam no seu discurso de "a fecundação já define a individualidade cultural e social do ser humano".


Inacreditável...

Escrevo claramente "dependendo da mãe e das circunstâncias" e uso termos como "boa parte" para deixar claro que falo genericamente e com margem para outras influências e possibilidades e recebo um pedido de explicações destes.

E só para constar, foi a origem em pais que por um motivo ou outro não poderiam ou quereriam criar as crianças que determinou que elas seriam adotadas, o que já é um fator social relevante.

Pois é...


De fato, isso tem se tornado um mau hábito entre os foristas do RéV. Isso tá enchendo o saco!

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betossantana
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

Acauan escreveu:Inacreditável...
Escrevo claramente "dependendo da mãe e das circunstâncias" e uso termos como "boa parte" para deixar claro que falo genericamente e com margem para outras influências e possibilidades e recebo um pedido de explicações destes.
E só para constar, foi a origem em pais que por um motivo ou outro não poderiam ou quereriam criar as crianças que determinou que elas seriam adotadas, o que já é um fator social relevante.
Pois é...


Sua definição de fator social relevante é arbitrária. Explique porque ela deve ser levada em conta.
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

Acauan escreveu:Assim, dirimindo eventuais dúvidas, quem é contra o aborto em condições de uma gravidez decorrente de ato voluntário e consciente não se torna favorável a ele quando a gravidez é decorrente de estupro, apenas entende que, mesmo considerando o aborto como destruição de vida inocente, neste caso não há justificativas legais e morais suficientes para obrigar a mãe a manter a gravidez.


Não dirimiu nada, explique a diferença entre abortar um embrião gerado por um estupro e matar um bebê de dois meses parido em condições normais em uma gestação causada por estupro.
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King In Crimson
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Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por King In Crimson »

teratoma já foi embrião
De novo: ?

Teratoma, que eu saiba, nunca foi embrião.

Não dirimiu nada, explique a diferença entre abortar um embrião gerado por um estupro e matar um bebê de dois meses parido em condições normais em uma gestação causada por estupro.
por isso que eu asou contra a aborto aiunda em caso de estupro.

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betossantana
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por betossantana »

King In Crimson escreveu:
teratoma já foi embrião
De novo: ?
Teratoma, que eu saiba, nunca foi embrião.


http://www.leemsilver.net/challenging/a ... sponse.htm

If a perfectly normal human embryo is grown in a laboratory incubator, it can develop without any discontinuity into a teratoma (see picture to the left).
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Acauan
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Acauan »

betossantana escreveu:
Acauan escreveu:É esta a prova que você apresenta de sua afirmação taxativa de que "o embrião que gerou o teratoma era um embrião normal"?
E note que quando eu uso a expressão "afirmação taxativa" posto suas próprias palavras letras por letra.
Este comentário genérico não prova que aquele embrião que gerou aquele teratoma era normal, seja em nível genético ou qualquer outro. É apenas um comentário genérico que você deve ter achado que por estar em inglês e possuir um nome e título de apresentação enganasse alguém.
Como disse, patético.


Tá bom, esqueça o Lee M. Silver, afinal ele pode estar simplesmente mentindo. Não conheço ele, vou pôr a mão no fogo?

Comente isto:

http://www.gnxp.com/MT2/archives/003642.html

http://www.cdc.gov/genomics/training/pe ... enviro.htm

Dizer que "a identidade humana é um fato material, definida pela estrutura biológica do feto" e "todos os elementos materiais para a formação do sistema nervoso central já estão presentes no próprio feto, na forma de codificação genética" é falso porque não existe tanta informação assim no DNA. A maior parte da informação vêm da interação com o ambiente pré-natal no útero, por isso que ainda não foi possível incubar um bebê inteiro in vitro durante 9 meses. DNA sozinho não adianta de nada, subentende-se um enorme intercâmbio com o ambiente que faz com que genes sejam ligados e desligados de forma sincronizada, essa é a conclusão da biologia do desenvolvimento moderna.

O determinismo genético, conclui-se, é uma idéia falsa. A expressão do fenótipo depende de um intercâmbio entre os genes e o ambiente. Tanto é falsa a idéia de que o SNC está embutido no DNA que condições diferentes de desenvolvimento biológico fazem com o que o SNC não se expresse - por exemplo, teratomas, que são fruto de desenvolvimento biológico anormal. O SNC não está inevitavelmente contido no DNA, é preciso um útero e nutrição da mãe para que ele surja.


Isto é alguma piada cuja graça está em me fazer perder tempo?

Os artigos direcionados pelos links acima nem sequer citam as palavras "embrião" ou "feto", sendo que um deles já no início declara que o tema é dominado pela incerteza:


When people speak of "Nature vs. Nurture" there is often a tendency to refer to the "proportion of a trait that is genetic vs. environmental" in a rather broad and vague manner. The problem is that the proportionate contribution of genes and environment in an individual human on a particular trait varies from person to person. Additionally, since one can not rewind the developmental arc of an individual and expose them to various environments to get a sense of how powerful genetic and non-genetic inputs might be in determining their particular phenotype it is rather difficult to assert that individual A's phenotype B was determined by quanta of x genes and y environment (and unlike the environment, at least genes are discrete elements).


Ou seja, plenamente compatível com minha posição de abordar o tema da influência genética a partir de hipóteses, como explicitamente citado algumas postagens atrás.

No mais, para quem quiser uma crítica ampla baseada em pesquisa bibliográfica de qualidade sobre a questão do determinismo genético recomendo o livro "Promessas do Genoma" de Marcelo Leite.

Discutir sobre pedacinhos de informação tirados de útlima hora do google é um recurso que tem seus limites.

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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Samael »

King In Crimson escreveu:De novo: ?

Teratoma, que eu saiba, nunca foi embrião.


Segundo o geneticista no qual o Beto se embasou, e segundo a Anna, dependendo do tipo de teratoma, sim, este já foi embrião.

O da foto da primeira página, sim, era um embrião.

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Acauan
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Re: Re.: Aborto, questão aos anti-aborto.

Mensagem por Acauan »

betossantana escreveu:Quanta enrolação! A "identidade humana é um fato material, definida pela estrutura biológica do feto" ou NÃO é "um fato material, definida pela estrutura biológica do feto"? É ou não é? Se você não sabe e fica no "SE", como pode até mesmo ser contra ou a favor? Duh.


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