Laicismo e laicidade
Laicismo e laicidade
Laicismo e laicidade
por Rafael Vitola Brodbeck em 01 de novembro de 2005
Resumo: Sempre foi pacífico entre os melhores teólogos e cristalino no Magistério dos Papas a tese de que, em seus campos próprios, Igreja e Estado são soberanos e independentes.
Em 1905, promulgava-se em França perniciosa lei anticlerical, pretendendo que os leigos, e não mais o Papa, elegessem os Bispos, instituindo associações culturais no lugar das Dioceses, confiscando os bens eclesiásticos a pretexto de separação entre Igreja e Estado, e também, invocando o mesmo motivo, acabando, na prática, com a educação religiosa confessional. Era a vitória do laicismo, programa de feições liberais que estabeleceu sua sede no país outrora denominado “filho primogênito da Igreja” e cujo chefe de Estado goza até hoje do título de Primeiro Cônego Honorário do Cabido de São João do Latrão, a catedral do Sumo Pontífice em Roma.
Importa diferenciar os termos e precisar as expressões. Quando a doutrina católica se opõe à separação entre Igreja e Estado não está a canonizar a confusão entre os dois entes nem a defender a subordinação direta de um ao outro. Pelo contrário, sempre foi pacífico entre os melhores teólogos e cristalino no Magistério dos Papas a tese de que, em seus campos próprios – a sociedade espiritual e a temporal, a vida religiosa e a civil –, Igreja e Estado são soberanos e independentes, cada qual exercendo sua máxima e natural autoridade no âmbito que lhes compete. Desse modo, não cabe à Igreja imiscuir-se em assuntos meramente civis nem ao Estado intrometer-se no plano diretamente religioso. Isso é laicidade, é reconhecer a independência das duas esferas.
Muito distinto desse ensino é o laicismo, que pretende não só o reconhecimento dos dois campos, como uma radical separação entre eles. Ora, o homem-religioso também é um homem-súdito, um homem-cidadão, de maneira que extremar tais qualidades é um desrespeito à realidade dos fatos. Se faz parte do dogma católico a sustentação da laicidade – independência e soberania do Estado e da Igreja, com a conseqüente condenação da confusão entre ambos ou da subordinação direta de um a outro –, igualmente verdadeira é a rejeição ao postulado da separação radical. Melhor expressão, a resumir o pensamento eclesiástico, é “mútua colaboração”.
Refutamos, evidentemente, a supremacia direta da Igreja sobre o Estado, eis que a cada um compete a gestão de seus negócios específicos. Entretanto, em uma Nação católica não pode o Estado ignorar os benefícios de uma aliança com a Igreja.
Ao mesmo tempo em que rechaça as indevidas ingerências do plano espiritual no temporal, e deste naquele, proclama a Igreja que uma separação sua do Estado não é sadia. Os extremos devem ser evitados, e uma correta autonomia de colaboração, como vem salientando Bento XVI, se alcança quando os postulados tradicionais católicos em matéria social são implantados. Basta ler, entre outras, a Gaudium et Spes, do Vaticano II (interpretando conforme a Tradição), o Catecismo, a Quanta Cura, do Beato Pio IX, a Quas Primas, de Pio XI, e a monumental Immortale Dei, de Leão XIII, tão esquecida pelos “católicos progressistas” – que, ao invés de defender os direitos de Deus e os interesses de Cristo Rei, fazem pacto com os inimigos da Igreja e, em nome da católica laicidade, propagam o funesto laicismo.
Há 100 anos a França de São Luís IX, de Santo Hilário de Poitiers, de Santo Irineu de Lion, de Carlos Magno, de Santa Teresinha, de São Martinho de Tours, voltava a declarar guerra a si mesma, ao perseguir a Fé Católica que a moldara com Clóvis e Santa Clotilde. Na mesma época, reagiu o povo católico tendo a frente o grande Papa São Pio X, com sua Encíclica Vehementer Nos. Hoje, quando o novo laicismo investe contra a Civitas Dei, proibindo o uso público de sinais religiosos nas escolas (ou tentando o banimento dos crucifixos no Judiciário gaúcho, em nítido contraste com a fé da maioria de nosso povo), impedindo que cristãos preguem sua doutrina moral contra o homossexualismo e o aborto, etc, o que faremos nós?
Distinção, sim, entre Igreja e Estado. Nunca separação. “Não se deve ceder às pretensões de quem, amparando-se em uma errônea concepção do princípio de separação Igreja e Estado (...), tenta reduzir a religião à esfera meramente privada do indivíduo.” (João Paulo II. Discurso ao Embaixador do México à Santa Sé, 24/02/2004)
Unidos ao Papa, é preciso um novo levante! Cordial, pacífico, ordeiro e legal... Mas corajoso, decidido, firme e eficaz!
O autor é advogado e escritor.
por Rafael Vitola Brodbeck em 01 de novembro de 2005
Resumo: Sempre foi pacífico entre os melhores teólogos e cristalino no Magistério dos Papas a tese de que, em seus campos próprios, Igreja e Estado são soberanos e independentes.
Em 1905, promulgava-se em França perniciosa lei anticlerical, pretendendo que os leigos, e não mais o Papa, elegessem os Bispos, instituindo associações culturais no lugar das Dioceses, confiscando os bens eclesiásticos a pretexto de separação entre Igreja e Estado, e também, invocando o mesmo motivo, acabando, na prática, com a educação religiosa confessional. Era a vitória do laicismo, programa de feições liberais que estabeleceu sua sede no país outrora denominado “filho primogênito da Igreja” e cujo chefe de Estado goza até hoje do título de Primeiro Cônego Honorário do Cabido de São João do Latrão, a catedral do Sumo Pontífice em Roma.
Importa diferenciar os termos e precisar as expressões. Quando a doutrina católica se opõe à separação entre Igreja e Estado não está a canonizar a confusão entre os dois entes nem a defender a subordinação direta de um ao outro. Pelo contrário, sempre foi pacífico entre os melhores teólogos e cristalino no Magistério dos Papas a tese de que, em seus campos próprios – a sociedade espiritual e a temporal, a vida religiosa e a civil –, Igreja e Estado são soberanos e independentes, cada qual exercendo sua máxima e natural autoridade no âmbito que lhes compete. Desse modo, não cabe à Igreja imiscuir-se em assuntos meramente civis nem ao Estado intrometer-se no plano diretamente religioso. Isso é laicidade, é reconhecer a independência das duas esferas.
Muito distinto desse ensino é o laicismo, que pretende não só o reconhecimento dos dois campos, como uma radical separação entre eles. Ora, o homem-religioso também é um homem-súdito, um homem-cidadão, de maneira que extremar tais qualidades é um desrespeito à realidade dos fatos. Se faz parte do dogma católico a sustentação da laicidade – independência e soberania do Estado e da Igreja, com a conseqüente condenação da confusão entre ambos ou da subordinação direta de um a outro –, igualmente verdadeira é a rejeição ao postulado da separação radical. Melhor expressão, a resumir o pensamento eclesiástico, é “mútua colaboração”.
Refutamos, evidentemente, a supremacia direta da Igreja sobre o Estado, eis que a cada um compete a gestão de seus negócios específicos. Entretanto, em uma Nação católica não pode o Estado ignorar os benefícios de uma aliança com a Igreja.
Ao mesmo tempo em que rechaça as indevidas ingerências do plano espiritual no temporal, e deste naquele, proclama a Igreja que uma separação sua do Estado não é sadia. Os extremos devem ser evitados, e uma correta autonomia de colaboração, como vem salientando Bento XVI, se alcança quando os postulados tradicionais católicos em matéria social são implantados. Basta ler, entre outras, a Gaudium et Spes, do Vaticano II (interpretando conforme a Tradição), o Catecismo, a Quanta Cura, do Beato Pio IX, a Quas Primas, de Pio XI, e a monumental Immortale Dei, de Leão XIII, tão esquecida pelos “católicos progressistas” – que, ao invés de defender os direitos de Deus e os interesses de Cristo Rei, fazem pacto com os inimigos da Igreja e, em nome da católica laicidade, propagam o funesto laicismo.
Há 100 anos a França de São Luís IX, de Santo Hilário de Poitiers, de Santo Irineu de Lion, de Carlos Magno, de Santa Teresinha, de São Martinho de Tours, voltava a declarar guerra a si mesma, ao perseguir a Fé Católica que a moldara com Clóvis e Santa Clotilde. Na mesma época, reagiu o povo católico tendo a frente o grande Papa São Pio X, com sua Encíclica Vehementer Nos. Hoje, quando o novo laicismo investe contra a Civitas Dei, proibindo o uso público de sinais religiosos nas escolas (ou tentando o banimento dos crucifixos no Judiciário gaúcho, em nítido contraste com a fé da maioria de nosso povo), impedindo que cristãos preguem sua doutrina moral contra o homossexualismo e o aborto, etc, o que faremos nós?
Distinção, sim, entre Igreja e Estado. Nunca separação. “Não se deve ceder às pretensões de quem, amparando-se em uma errônea concepção do princípio de separação Igreja e Estado (...), tenta reduzir a religião à esfera meramente privada do indivíduo.” (João Paulo II. Discurso ao Embaixador do México à Santa Sé, 24/02/2004)
Unidos ao Papa, é preciso um novo levante! Cordial, pacífico, ordeiro e legal... Mas corajoso, decidido, firme e eficaz!
O autor é advogado e escritor.
"Noite escura agora é manhã..."
Re.: Laicismo e laicidade
Não li o texto, e nem vou ler.
Seja ele uma critica à separação entre Igreja e Estado, seja um elogio, basta lembrar que o laicismo anda lado a lado com a democracia.
Sem laicismo, temos no máximo, uma democracia meio boca, uma democracia de fachada.
E o oposto também pode valer em certos casos: Sem democracia, sem laicismo.
O que é bem óbvio. Se numa sociedade você tem la os umbandistas, judeus, católicos, adventistas, batistas, testemunhas de jeova e outras bilhões mais (ter como base um livro contraditório e sem nenhuma clareza da nisso mesmo..) você não pode adotar nenhum ponto de vista e impor sobre o outro de modo nenhum, mesmo que este ponto de vista seja o escolhido da maioria.
Nesse sentido, foda-se quem acha quem acha que essa congregação de porcos pedófilos (mais conhecida como Igreja Católica) não deve separar do Estado.
Se não gosta do laicismo, arrume as malas e va para o Irã.
Seja ele uma critica à separação entre Igreja e Estado, seja um elogio, basta lembrar que o laicismo anda lado a lado com a democracia.
Sem laicismo, temos no máximo, uma democracia meio boca, uma democracia de fachada.
E o oposto também pode valer em certos casos: Sem democracia, sem laicismo.
O que é bem óbvio. Se numa sociedade você tem la os umbandistas, judeus, católicos, adventistas, batistas, testemunhas de jeova e outras bilhões mais (ter como base um livro contraditório e sem nenhuma clareza da nisso mesmo..) você não pode adotar nenhum ponto de vista e impor sobre o outro de modo nenhum, mesmo que este ponto de vista seja o escolhido da maioria.
Nesse sentido, foda-se quem acha quem acha que essa congregação de porcos pedófilos (mais conhecida como Igreja Católica) não deve separar do Estado.
Se não gosta do laicismo, arrume as malas e va para o Irã.
- carlo
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Re.: Laicismo e laicidade
O autor é advogado e escritor.E o mais importante: Católico!
NOSSA SENHORA APARECIDA!!!!
Re.: Laicismo e laicidade
Lixo historiografico extremamente parcial.
Vale lembrar que a tentativa dos imperadores seculares de eleger seus próprios bispos foi um fator entre muitos na guerrinha de poderes entre Igreja e Estado.
Esse idealzinho politicamente correto pode até ser aplicado hoje, mas não corresponde à confusão que se passava no seio da Igreja naquele período, onde, até a Reforma, chegamos a ter três papas reinvidicando seu direito como Sumo Pontíficie.
Vale lembrar que a tentativa dos imperadores seculares de eleger seus próprios bispos foi um fator entre muitos na guerrinha de poderes entre Igreja e Estado.
Esse idealzinho politicamente correto pode até ser aplicado hoje, mas não corresponde à confusão que se passava no seio da Igreja naquele período, onde, até a Reforma, chegamos a ter três papas reinvidicando seu direito como Sumo Pontíficie.
- Vito Álvaro
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Re.: Laicismo e laicidade
Arrgghhh... Ultra-conversador... até extrema direita!
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Status: Ocupadíssimo (Se caso queria me falar, mande MP ou Gmail)
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- Aurelio Moraes
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Re.: Laicismo e laicidade
O que o católico quer é um estado controlado pela igreja. Isso é coisa de retardado mental.
- carlo
- Mensagens: 3974
- Registrado em: 31 Out 2005, 23:09
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Re: Re.: Laicismo e laicidade
Samael escreveu:Lixo historiografico extremamente parcial.
Vale lembrar que a tentativa dos imperadores seculares de eleger seus próprios bispos foi um fator entre muitos na guerrinha de poderes entre Igreja e Estado.
Esse idealzinho politicamente correto pode até ser aplicado hoje, mas não corresponde à confusão que se passava no seio da Igreja naquele período, onde, até a Reforma, chegamos a ter três papas reinvidicando seu direito como Sumo Pontíficie.
Valeu pela sua paciência Samael, quando leio estes textos idiotas, tudo isto me vem à mente mas, é que já foi dito isto tantas vezes ao católico e a outros também que, para não agravar minha gastrite não bacteriana, prefiro não ir tão a fundo da questão e deixar a bola com outros.