Afronta à Teoria do Big Bang

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Dick
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Afronta à Teoria do Big Bang

Mensagem por Dick »

Estas idéias serão, certamente, bastante provocantes para os apologistas do Big Bang (incluo-me aqui). Desculpem-me o cânon acadêmico... o trecho abaixo é um pedaço de um trabalho meu.


Se as idéias referentes ao Big Bang já são pouco discutidas mesmo na graduação, que dizer de outras que chegam ao ponto de sugerir que as observações dos telescópios, na Terra ou no espaço, estão sendo sistematicamente mal interpretadas pelos cosmólogos?
O conjunto de idéias mais excêntricas e, não obstante, não refutadas adequadamente pelos teóricos do paradigma atual, têm como porta voz o astrônomo Halton Arp. Cientista do Instituto Max Planck, na Alemanha, Arp vem pesquisando galáxias há pelo menos três décadas, o que o permitiu produzir o Atlas de Galáxias Peculiares, importante fonte de consulta mesmo pelos teóricos de outras linhas de pesquisa.
Quando Edwin Hubble constatou, na década de 1920, que as galáxias estavam se afastando umas das outras, o fez devido à consideração prévia de que, quando as galáxias se afastam do observador, sua luz é deslocada para o lado vermelho do espectro eletromagnético, devido ao efeito Doppler. Como a grande maioria de galáxias observadas apresentava um desvio para o vermelho, Hubble deu à comunidade científica uma evidência empírica de um universo em expansão (que, como vimos, fez Einstein voltar atrás em sua ideologia de um universo estático). Esta evidência era inclusive quantitativa, ao sugerir que, como indicavam as observações, galáxias mais distantes tinham um maior desvio para o vermelho e, conseqüentemente pelo efeito Doppler, tinham maior velocidade de afastamento. Isto permitiu Hubble construir uma relação direta entre distância e velocidade, com uma constante de proporcionalidade que foi melhorada com as pesquisas subseqüentes, tornando-se hoje uma das principais evidências usadas a favor do Big Bang.
Mas Halton Arp discorda. Após estudar exaustivamente um grande número de galáxias, ele descobriu que muitas delas têm uma ligação física direta com objetos como quasares, objetos de observação puntuais de alto desvio para o vermelho e intensa emissão de raios-x. Ora, se um quasar tem um alto desvio para o vermelho, pelas constatações de Hubble isto significa que ele também está muito longe. E aí está o enorme disparate: as observações de Arp mostram que os quasares parecem estar muito próximos e conectados fisicamente, através de uma fraca nebulosidade, com galáxias de desvio para o vermelho muito menor, o que sugere que eles estão em um plano de observação que, segundo a lei de Hubble, é impossível! Objetos de diferentes desvios para o vermelho, segundo a cosmologia tradicional, devem estar a diferentes distâncias do observador.


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Evidentemente um contra-argumento que imediatamente surge está relacionado com a simples sobreposição de imagens, dando a impressão de estarem no mesmo plano, quando realmente estão muito distantes entre si. Joseph Silk, professor de astronomia em Berkeley, já tinha dito que “Mesmo nos exemplos aparentemente anômalos, não podemos afirmar se a fraca nebulosidade é um fenômeno generalizado em volta de um dos objetos e é simplesmente vista em projeção contra o outro objeto...” (Silk, 1988, pg. 319).

“Exames rápidos de fotografias de galáxias remotas freqüentemente revelam estrelas muito brilhantes em nossa própria Via Láctea que são vistas em projeção contra uma galáxia de fundo. Mesmo se víssemos tal estrela na ponta de um braço espiral da galáxia distante, jamais suporíamos que essa estrela tivesse sido recentemente ejetada da galáxia distante” (Silk, 1988, pg. 320).

Mas, ainda na década de 1980, Silk já colocava que “Se uma escala contínua em avermelhamento puder ser medida ao longo de um jato de gás ligando uma galáxia de pequeno avermelhamento a um quasar de alto avermelhamento, então Arp terá sido redimido” (Silk, 1988, pg. 320). Apesar da colocação comedida, Silk sabe que isto causaria a destruição das bases da teoria do Big Bang. E é justamente isto o que pretende Halton Arp. Segundo suas observações, os desvios para o vermelho detectados não podem ser explicados pela velocidade de recessão das galáxias, o que eliminaria inclusive a necessidade de postular, como faz a cosmologia do Big Bang, a existência de matéria escura. Esta matéria é exigida justamente para possibilitar, por sua gravidade, que as galáxias tenham a dinâmica observada sem serem destroçadas por sua própria rotação (Smoot, 1995). Um grande problema das pesquisas atuais é, evidentemente, captar esta forma de matéria que, justamente por não ser percebida oticamente, é chamada de escura. Arp simplesmente descarta esta idéia ao colocar que as galáxias não estão se afastando segundo o modelo do Big Bang, e seus desvios para o vermelho, que ele mesmo ajudou a catalogar, são intrínsecos, ou seja, são um efeito da própria galáxia.
Claro, Arp começou a sofrer censuras de todos os lados, inclusive de Fred Hoyle, que não aceitava o Big bang! “Fred disse que minha adoção de um resultado obviamente tão maluco minaria a credibilidade do nosso ataque ao Big Bang” (Arp, 2001, pg. 236).
Por suas observações, Halton Arp defende que as galáxias ejetam quasares que mais tarde virão a se tornar, eles mesmos, novas galáxias. Embora ousada, esta idéia não é de Arp, mas sim do astrônomo Viktor Ambarzumian que, após observar as fotografias de galáxias obtidas no Observatório do Monte Palomar, propôs em 1957 que as galáxias jovens nasciam de material ejetado das galáxias ativas mais velhas (Arp, 2001). Não por acaso, Arp fez várias fotografias neste mesmo observatório, que mostravam pares de objetos separados por uma galáxia, e galáxias inter-atuantes, o que o permitiu chegar em um número grande de evidências que mostravam galáxias companheiras na direção dos braços da galáxia dominante, o que apoiava fortemente a noção de galáxias sendo geradas por outras galáxias. Mais tarde, em 1969, comentando sobre suas observações e sobre as idéias de Ambarzumian com Erik Holmberg, respeitado astrônomo sueco que visitava o observatório, Arp começou a perceber o impacto que estas novas suposições teriam:

“Ele concordou que este alinhamento de companheiras ao longo do eixo menor era uma forte evidência para a origem das galáxias companheiras como sendo por ejeção, mas ele não pronunciaria uma palavra sobre isto nos Observatórios com medo de ser ridicularizado” (Arp, 2001, pg. 133).

Mas a iconoclastia não pararia por aí. Para explicar o grande desvio para o vermelho dos quasares em relação às próprias galáxias que (supostamente) os originaram, é necessário supor que os fótons emitidos pelos elétrons nestas estruturas têm uma menor energia que os fótons obtidos por processos de decaimento eletrônico semelhantes aos ocorridos aqui na Terra. E, para isto, é necessário supor ainda que este processo seja produzido por matéria “nova”, ou seja, criada em momentos mais recentes. Halton Arp, assim como Fred Hoyle, coloca que matéria nova está sendo constantemente criada no universo atual, o que é uma causa direta do processo de ejeção de novas galáxias. Ainda, as partículas novas são menos massivas que as mais velhas, ficando mais massivas conforme envelhecem, de acordo com soluções obtidas por Jayant Narlikar em 1977 para as equações da relatividade geral (Arp, 2001). Segundo estas idéias, matéria recente emite fótons de baixa energia, portanto com maior desvio para o vermelho, o que seria então a causa dos desvios observados.

“Fomos forçados pelas observações a considerar o que faria com que o desvio para o vermelho do material da galáxia diminuísse à medida que ela envelhecia. A única possibilidade simples parecia ser a de que as massas das partículas elementares aumentassem com o tempo. Vimos que isto satisfaz os limites fundamentais da física como atualmente entendemos o assunto, i.e., é uma solução válida das equações de campo de Einstein generalizadas” (Arp, 2001, pg. 174).

Assim, o desvio para o vermelho passa a ser considerado um indicativo da idade de uma galáxia e não de sua velocidade e distância ao observador. Ainda, Arp e Narlikar mostram que ao admitir as soluções possíveis das equações de Einstein para uma massa variável com o tempo, a necessidade de um espaço curvo é descartada, alterando completamente a interpretação corrente da relatividade geral! Sem violar o que foi conseguido por Einstein, o universo passa a ser outro. Quanto ao ruído de fundo, Arp trabalha com outras interpretações, indicando inclusive que sua grande uniformidade é uma forte evidência de um universo que não se expande, sendo simplesmente a temperatura do meio intergaláctico, como já sugeriram Max Born e Arthur Eddington, inclusive através de cálculos que chegam muito próximos dos 2,7K atualmente medidos para a radiação de fundo (Arp, 2001).
Porque estas idéias não são conhecidas mesmo por pessoas ligadas à ciência e sua divulgação? Segundo Arp, “O jornalismo investigativo no que diz respeito à ciência está claramente morto na fonte. A imprensa geralmente toma o caminho fácil de publicar e de opinar a partir das fontes autorizadas. Nenhum trabalho árduo é feito para checar fatos e conflitos de interesse” (Arp, 2001, pg. 383).
Quanto aos periódicos especializados, parece haver muito mais em jogo do que a mera publicação de resultados. Arp relata vários casos de recusa, por parte dos editores, em publicar qualquer artigo seu que se referisse à refutação do desvio para o vermelho como sendo por efeito Doppler e sobre as ejeções das galáxias. Talvez isto seja só uma conseqüência de suas teorias não terem base o suficiente para uma defesa acadêmica, mas por isso mesmo elas deveriam ser mais conhecidas, para uma melhor argumentação a respeito.



Referências Bibliográficas

ARP, Halton. O Universo Vermelho. São Paulo: Perspectiva, 2001.
SILK, Joseph. O Big Bang: a origem do universo. Brasília: Universidade de Brasília, 1988.
SMOOT, George F. Cosmic Microwave Background Radiation Anisotropies: Their Discovery and Utilization. Nobel Lecture, december 8, 2006.
SMOOT, George F. & DAVIDSON, K. Dobras no tempo. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.
docdeoz escreveu:
"Você vai apertando a "coisa" e encontra um livro- "Variedades da Experiência Científica" que que CARL SAGAN afirma que há evidências de uma entidade chamada DEUS...
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zumbi filosófico
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Re.: Afronta à Teoria do Big Bang

Mensagem por zumbi filosófico »

Eu sou meio simpatizante do anti-big-bangismo, sendo essas idéias do Arp as que me parecem mais satisfatórias, mas tudo em nível de gut feeling, apenas, já que não entendo muito do assunto. Não gosto tanto da idéia dele de planetas crescendo e explodindo, mas também não entendo muito desse assunto, podendo ser algo menos caricato do que essa descrição pode fazer parecer, e acho que não são coisas necessariamente conectadas.
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Dick
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Re.: Afronta à Teoria do Big Bang

Mensagem por Dick »

Bem lembrado, Arp realmente sugere (apenas sugere, sejamos complacentes) que os planetas têm uma massa quantizada em múltiplos de 1,22, se não me engano, o que é algo curioso, uma vez que esta idéia funciona relativamente bem para alguns planetas. De um modo ou de outro, realmente isto não tem ligação com sua teoria para um universo estacionário, apenas mostra como cientistas podem ser disidentes sem, contudo, fazerem-se valer de argumentos arbitrários, como é típico dos cientistas crentes.
docdeoz escreveu:
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Dick
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Re.: Afronta à Teoria do Big Bang

Mensagem por Dick »

E, é importante frisar, se Arp é crente, não deixa transparecer em seus escritos de divulgação, o que é, no mínimo, uma atitude sóbria e responsável para um cientista que pretende bater de frente com o paradigma vigente. Seus argumentos são todos científicos, no mesmo sentido em que o Big Bang o é: conjecturas, observações, análise de dados, ratificação/retificação da conjectura, etc.
docdeoz escreveu:
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Fenrir
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Re: Re.: Afronta à Teoria do Big Bang

Mensagem por Fenrir »

Let me think for a while escreveu:Bem lembrado, Arp realmente sugere (apenas sugere, sejamos complacentes) que os planetas têm uma massa quantizada em múltiplos de 1,22,...


!!!!!?????
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Dick
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Re.: Afronta à Teoria do Big Bang

Mensagem por Dick »

!!!!!!??????? digo eu! Quantização de massa é algo corriqueiro no mundo das subpartículas atômicas, mas no caso do sistema solar é algo bastante extravagante. O interessante é que há gente séria pesquisando isso, ou seja, se as analogias entre o átomo e o sistema solar são algo mais que analogias. Para os possíveis expertos no assunto (cadê você, Fayman?), logo vem à cabeça o princípio de incerteza e a função de onda probabilística que tornaria esta idéia o que ela parece ser (um absurdo), mas os físicos que lidam com estas pesquisas argumentam contra a interpretação de copenhage, no sentido de que nossa matemática usada na teoria quântica é apenas uma tentativa (a melhor até agora) de interpretar os fenômenos. Para eles, a interpretação probabilística da MQ seria resultado direto da nossa limitação matemática, e não refletiria a natureza em si (se é que isto existe, como poderão pensar os Kantianos). Mas, iconoclastias à parte e voltando ao assunto do tópico, é importante sabermos que a Teoria do Big Bang, embora paradigmática, oferece lacunas como as colocadas por Halton Arp, o que a coloca, ao contrário do que muitos pseudo-intelectuais pensam, em uma posição de refutabilidade que, ironicamente, a faz por isso mesmo mais científica do que a mera conjectura que muitos pensam ser.
docdeoz escreveu:
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Apáte
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Re.: Afronta à Teoria do Big Bang

Mensagem por Apáte »

Let me think, já leu este tópico: https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=958 ?

Bem... não posso dar maiores pitacos por pura ignorância mesmo.
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zumbi filosófico
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Re: Re.: Afronta à Teoria do Big Bang

Mensagem por zumbi filosófico »

Let me think for a while escreveu:!!!!!!??????? digo eu! Quantização de massa é algo corriqueiro no mundo das subpartículas atômicas, mas no caso do sistema solar é algo bastante extravagante. O interessante é que há gente séria pesquisando isso, ou seja, se as analogias entre o átomo e o sistema solar são algo mais que analogias. Para os possíveis expertos no assunto (cadê você, Fayman?), logo vem à cabeça o princípio de incerteza e a função de onda probabilística que tornaria esta idéia o que ela parece ser (um absurdo), mas os físicos que lidam com estas pesquisas argumentam contra a interpretação de copenhage, no sentido de que nossa matemática usada na teoria quântica é apenas uma tentativa (a melhor até agora) de interpretar os fenômenos. Para eles, a interpretação probabilística da MQ seria resultado direto da nossa limitação matemática, e não refletiria a natureza em si (se é que isto existe, como poderão pensar os Kantianos). Mas, iconoclastias à parte e voltando ao assunto do tópico, é importante sabermos que a Teoria do Big Bang, embora paradigmática, oferece lacunas como as colocadas por Halton Arp, o que a coloca, ao contrário do que muitos pseudo-intelectuais pensam, em uma posição de refutabilidade que, ironicamente, a faz por isso mesmo mais científica do que a mera conjectura que muitos pensam ser.



Será que não teria a ver com modelos de formação de sistemas solares? Não que eu veja apenas nisso alguma possibilidade muito tangível, a menos que se propusesse um mecanismo muito rígido, que, por acaso, tem essa característica... :emoticon5:


Mas nunca tinha ouvido falar disso dele.... há um tempo atrás eu ainda lia umas coisas do fórum/site dele..... o que eu me referia era (me parece) meio avesso à isso, inclusive... ele sugeria que os planetas crescessem com acúmulo de massa de algum tipo (me lembro vagamente de coisas como, desde captura de matéria mais convencional, passando por captura de grávitons e algo como buracos-brancos no núcleo dos planetas(!) mas posso estar "inventando" nesse ponto... tenho quase certeza quanto aos grávitons, de qualquer forma), e nos planetas rochosos, uma vez que a crosta se solidifica, esse acúmulo de massa eventualmente levaria o planeta a explodir. Ele sugeriu inclusive que o atual Marte talvez fosse apenas uma lua do planeta Marte original.

Isso dos tamanhos dos planetas que falou, mais isso que eu pensei de mecanismo de formação de SSs, me fez lembrar de qualquer idéia de que os planetas e os seus tamanhos num SS teriam os seus tamanhos, na medida que se distanciam da estrela, primeiramente crescentes, chegando no meio com planetas grandes como Saturno e Júpiter, e depois diminuindo novamente. Não sei se isso tem qualquer coisa a ver, de qualquer forma.
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Dick
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Mensagem por Dick »

Sim, Apáte, por isso mesmo evoquei o Fayman. Lá ele discorre exatamente sobre o paradigma atual. E é também exatamente como eu passo o assunto a diante. Mas conheci Halton Arp a pouco tempo, somente depois de esbarrar nele (não é muito difícil, experimente googlar o nome Halton Arp) ao procurar idéias científicas dissidentes às paradigmáticas. Fiquei atônico, como só alguém que realmente se interessa por estas coisas, ao saber que as anomalias propostas por Arp (galáxias inter-atuantes e quasares ligados à galáxias de diferente desvio para o vermelho) não foram avaliadas com rigor pelos cosmólogos. Ao contrário, a maioria o ignora, por motivos que ele mesmo explica ao discorrer sobre como funciona, hoje, o sistema de comunicação via artigos acadêmicos e revistas especializadas. Os que o conhecem ficam com as bochechas vermelhas, pois sabem que (talvez ainda) não são capazes de contradizê-lo. Não quero citar nomes, mas no Brasil temos alguns grandes astrofísicos que não o conhecem, e alguns outros que me disseram, pessoalmente, mais ou menos isto: "estas coisas são um absurdo, uma afronta à nossa física (daí o nome do meu tópico). Incrível não haver um estudo publicado detalhado refutando as idéias de Arp. E não porque sejam facilmente atacadas, pois não são, mas devido a importância destas observações".

Talvez uma informação tenha passado desapercebida: Arp NÃO desmente nossa física, chagando mesmo a trabalhar com as equações de campo de Einsten (usadas pelos cosmólogos do Big Bang, inclusive), mas as interpreta de uma maneira diferente. Em seu livro de divulgação, O Universo Vermelho, Arp coloca que as equações que levam à idéia de um universo surgido em um instante definido, o Big Bang, usam a hipótese arbitrária, ainda que "evidente", de massas estáveis ao longo do tempo. Alterando esta hipótese pela de massa variável, as mesmas equações que explicam um Big Bang passam a dar suporte a um universo estacionário. Só, mais uma vez, deixando claro que sou partidário da Teoria do Big Bang, por todas as suas consistências e mesmo predições (ruído cósmico de fundo, população de hidrogênio e hélio no universo, etc.). Mas o interesse que tenho pela evolução, história e filosofia da ciência não me permite varrer para debaixo do tapete idéias (científicas) contrárias às paradigmáticas (que sigo também).
docdeoz escreveu:
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Dick
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Re.: Afronta à Teoria do Big Bang

Mensagem por Dick »

Sim, zumbi, os planetas, segundo ele (não exatamente ele, mas outros cosmólogos que o fazem porta voz) cresceriam por acréscimo (essa foi boa). E é este acréscimo que seria quantizado, dando um tamanho também quantizado para os planetas. Mas eu não meto minha mão no fogo por isto. Ele cita estes estudos de relance, só para mostrar que existem outras possibilidades científicas às estabelecidas. Não há como sabermos (talvez em algum artigo seu que eu não li) se ele defende, seriamente, estas idéias. O que me surpreende são suas galáxias peculiares (ele escreveu o maior manual a respeito) muito respeitadas pelos cosmólogos, que vão de encontro ao que eles mesmos acreditam!
Editado pela última vez por Dick em 03 Fev 2008, 22:36, em um total de 1 vez.
docdeoz escreveu:
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Re.: Afronta à Teoria do Big Bang

Mensagem por Apáte »

Hum... (um tanto desentendido)

[crente]Pra quê esta complicação toda? Deus criou o Universo e pronto.[/crente]
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Dick
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Re.: Afronta à Teoria do Big Bang

Mensagem por Dick »

:emoticon12:
docdeoz escreveu:
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Dick
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Mensagem por Dick »

Só uma concluzãozinha de um pesquisador brasileiro (googlem-no), Marcos Cesar Danhoni Neves, de um artigo a respeito (Redshift: Alicerce do Modelo Cosmológico):



O trabalho em questão analisou diversos estudos sobre o desvio para o vermelho. Foram registradas diversas observações e interpretações que não estão evidentes no quadro mais geral do paradigma de um universo em expansão. A partir dessa constatação, num rol até substancial de produção acadêmica, de divulgação cientifica, exalta-se a necessidade de fomentar aquilo que se pode chamar de “atividade científica”, confrontando os alicerces dos paradigmas científicos, com uma revisão permanente das fontes do registro sistematizado de observações, conflitantes ou não.


Só para vermos que não precisamos ir longe para encontrar pesquisadores sérios que questionem o Big Bang. Infelizmente, isto precisa ser dito, é uma questão de tempo para algum apologista criacionista usar Arp ao seu favor. Desde já, é importante (mas importante mesmo!) deixar claro que: um universo estacionário, como o defendido por Fred Hoyle e Halton Arp, piora ainda mais a situação do criacionista ao propor um universo virtualmente infinito no tempo e, portanto, sem um criador.

Posso até vislumbrar um tempo kafkaniano surreal onde a teoria do universo estacionário é o paradigma vigente, e os criacionistas vociferam a favor da, agora suplantada, teoria do Big Bang! :emoticon12:
docdeoz escreveu:
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Wallace
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Mensagem por Wallace »

Let me think for a while escreveu:Só uma concluzãozinha de um pesquisador brasileiro (googlem-no), Marcos Cesar Danhoni Neves, de um artigo a respeito (Redshift: Alicerce do Modelo Cosmológico):



O trabalho em questão analisou diversos estudos sobre o desvio para o vermelho. Foram registradas diversas observações e interpretações que não estão evidentes no quadro mais geral do paradigma de um universo em expansão. A partir dessa constatação, num rol até substancial de produção acadêmica, de divulgação cientifica, exalta-se a necessidade de fomentar aquilo que se pode chamar de “atividade científica”, confrontando os alicerces dos paradigmas científicos, com uma revisão permanente das fontes do registro sistematizado de observações, conflitantes ou não.


Só para vermos que não precisamos ir longe para encontrar pesquisadores sérios que questionem o Big Bang. Infelizmente, isto precisa ser dito, é uma questão de tempo para algum apologista criacionista usar Arp ao seu favor. Desde já, é importante (mas importante mesmo!) deixar claro que: um universo estacionário, como o defendido por Fred Hoyle e Halton Arp, piora ainda mais a situação do criacionista ao propor um universo virtualmente infinito no tempo e, portanto, sem um criador.

Posso até vislumbrar um tempo kafkaniano surreal onde a teoria do universo estacionário é o paradigma vigente, e os criacionistas vociferam a favor da, agora suplantada, teoria do Big Bang! :emoticon12:


O Lattes já questionava o Big-Bang, inclusive me parece que foi marginalizado pela comunidade cientifica e garfado de prestigio por isso... Quanto a questão do para o vermelho dos objetos, me parece bastante plausível e elegante a explicação que essa diferença trata-se de matéria recente emitindo sua própria radiação.

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Dick
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Mensagem por Dick »

É verdade. César Lattes, como coloquei no outro tópico, não levou o Nobel por pouco (que deve ter sido muito, para ele :emoticon12: ). Mas ele era meio desbocado. E arrogante (o que costuma vir junto). Conta-se uma história nos corredores de física de que uma vez Lattes foi a um congresso e queria se hospedar no hotel onde estavam os principais físicos. Mas ele queria se hospedar com seu cachorro, o que evidentemente foi negado pelo recepcionista. Foi quando Lattes vociferou: "vocês vão deixar meu cachorro entrar sim, pois meu cachorro sabe mais física que todos neste hotel". É mole? Esta história pode ser anedota, mas a transcrição abaixo é verdadeira, tirada de uma dissertação de mestrado (NOÇÕES DE COSMOLOGIA NO ENSINO MÉDIO:
O PARADIGMA CRIACIONISTA DO BIG BANG E A INIBIÇÃO DE
TEORIAS RIVAIS - googlem-no):


ENTREVISTA PROFESSOR CÉSAR LATTES*

Professor Lattes, o físico inglês Stephen Hawking afirmou, em seu livro "Uma breve
história do tempo" que os físicos têm gasto tempo demais na pesquisa da física de
partículas. O senhor concorda com isso?

César Lattes - Aquele livro é uma droga, uma porcaria. Ele não tem representatividade
nenhuma na física. Sua fama é fruto só da imprensa. Ele é um mau caráter. O resumo da
biografia do Newton que ele fez mostrou que ele morre de inveja do Newton. Hawking
chamou o maior físico de todos os tempos de mau caráter, que gostava de dinheiro... é um
pobre coitado.

Mas ele é um físico muito conceituado...

César Lattes - Ele pode ser conceituado na imprensa, mas não é conceituado no meio
científico.

O senhor é tido como um crítico de Einstein, não é mesmo?

César Lattes - Einstein é uma fraude, uma besta! Ele não sabia a diferença entre uma
grandeza física e uma medida de grandeza, uma falha elementar.

E onde exatamente ele cometeu a falha a qual o senhor está falando?

César Lattes - Quando ele plagiou a Teoria da Relatividade do físico e matemático francês
Henri Poincaré, em 1905. A Teoria da Relatividade não é invenção dele. Já existe há séculos.
Vem da Renascença, de Leonardo Da Vinci, Galileu e Giordano Bruno. Ele não inventou a
relatividade. Quem realizou os cálculos corretos para a relatividade foi Poincaré. A fama de
Einstein é mais fruto do lobby dele na física do que de seus méritos como cientista. Ele
plagiou a Teoria da Relatividade. Se você pegar o livro de história da física de Whittaker,
você verá que a Teoria da Relatividade é atribuída a Henri Poincaré e Hawdrik Lawrence.
Na primeira edição da Teoria da Relatividade de Einstein, que ele chamou de Teoria da
Relatividade Restrita, Ele confundiu medida com grandeza. Na segunda edição, a Teoria da
Relatividade Geral, ele confundiu o número com a medida. Uma grande bobagem. Einstein
sempre foi uma pessoa dúbia. Ele foi o pacifista que influenciou Roosevelt a fazer a bomba
atômica. Além disso, ele não gostava de tomar banho...

Então o senhor considera a Teoria da Relatividade errada? Aquela famosa equação
"E=mc²" está errada?

César Lattes - A equação está certa. É do Henri Poincaré. Já a teoria da relatividade do
Einstein está errada. E há vários indícios que comprovam esse ponto de vista.

Mas, professor, periodicamente lemos que mais uma teoria de Einstein foi comprovada...

César Lattes - É coisa da galera dele, do lobby dele, que alimenta essa lenda. Ele não era
tudo isso. Tem muita gente ganhando a vida ensinando as teorias do Einstein.

Mas, e o Prêmio Nobel que ele ganhou por sua pesquisa sobre o efeito fotoelétrico em
1921?

César Lattes - Foi uma teoria furada. A luz é principalmente onda. Ele disse que a luz
viajava como partícula. Está errado, é somente na hora da emissão da luz que ela se
apresenta como partícula. E essa constatação já tinha sido feita por Max Planck.


* Entrevista concedida ao Jornal de Campinas em outubro de 1998


Dá para perceber porque foi marginalizado. Foi, certamente, alguém que merecia ser mais conhecido, mas todos tem seus defeitos. E Lattes tinha muitos, a começar por algumas grandes besteiras ditas.
docdeoz escreveu:
"Você vai apertando a "coisa" e encontra um livro- "Variedades da Experiência Científica" que que CARL SAGAN afirma que há evidências de uma entidade chamada DEUS...
PASMEM!"

CADÊ O TRECHO? EM QUÊ PÁGINA? DE QUAL EDIÇÃO? EM QUAL CONTEXTO? SUA HONESTIDADE INTELECTUAL É IGUAL A UMA TEMPERATURA DE - 274 GRAUS CENTÍGRADOS, NÃO É MESMO?

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emmmcri
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Mensagem por emmmcri »

O Nelson está fazendo falta aqui. Este assunto é sempre fascinante !
Ah universo misterioso !
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE

Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.



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chagas
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Mensagem por chagas »

emmmcri escreveu:O Nelson está fazendo falta aqui. Este assunto é sempre fascinante !
Ah universo misterioso !


Complexo, e fascinante!
E se apareceu assim, só por acaso, mais ainda.

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Insane_Boy
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Mensagem por Insane_Boy »

chagas escreveu:
emmmcri escreveu:O Nelson está fazendo falta aqui. Este assunto é sempre fascinante !
Ah universo misterioso !


Complexo, e fascinante!
E se apareceu assim, só por acaso, mais ainda.


Esses teístas... sempre buscando o caminho mais fácil.
É bem mais simples dizer que foi DEUS que fez... e pronto, pra que ciência né? Agora lembre-se que foi graças a ela, que foi tão perseguida e ainda é muio mal-falada por pessoas como você, que vivemos mais, temos computadores, satélites e excelentes antibióticos. Se pessoas como você tivesse a mínima noção que essas tecnologias só foram possíveis por meio de teorias que vocês não aceitam, ou que foram feitos por pessoas que você não aceitaria por mera frescura ideológica... é a vida... ela é uma grande ironia... isso me lembra os esquerdinhas anti-globalização que usam Calças Jeans, tomam coca-cola e digitam seus discursos em computadores DELL atualizam seu blog no blogspot.com e depois imprimem sua verborragia em impressoras HP. Irônico não?
Hic sapientia est. Qui habet intellectum, computet numerum bestiæ. Numerus enim hominis est: et numerus ejus sexcenti sexaginta sex.

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Fenrir
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Re.: Afronta à Teoria do Big Bang

Mensagem por Fenrir »

Let me think,
Já havia lido alguma coisa sobre a posição do Arp e queria fazer um comentario.

Arp alega que existe associação entre alguns quasares e galáxias próximas.
Ora, os Quasares são objetos que tem um estreito parentesco com as galáxias ativas, chamadas galáxias de Seyfert (A NGC 4151 é o protótipo delas). Se nao me engano, ja andaram fotografando
alguns quasares com o Hubble a procura de estruturas tênues em torno do núcleo (poderiam ser
braços em espiral, com luminosidade muito mais fraca que a do núcleo, daí o nome Quasares: Quasi-Stellar Objects, a grande distâncias so vemos o núcleo). Observe a diferença de
luminosidade destas estruturas na NGC 4151 - os quasares seriam exemplos mais extremos dela.
Estas estruturas já foram encontradas em alguns deles (acho que no 3C 273 e em outros),
sugerindo que os Quasares poderiam ser versões mais distantes (e ainda mais intrinsicamente compactas e luminosas) da NGC 4151.

Alem disso, se os quasares estivessem a mesma distancia que as galáxias ao qual estão aparentemente
associados teriam de ser forçosamente menores que as menores galáxias conhecidas e teriam
tamanhos de aglomerados estelares, porem com luminosidade intrínseca e luminosidade por unidade
de área muito maior. Mas objetos assim não foram encontrados próximos a grande maioria das galaxias conhecidas.

Por exemplo, recentemente descobriram-se galaxias anãs e ultracompactas de alta luminosidade no aglomerado de galáxias de Fornax (similares à Messier 32), mas estes objetos não são quasares, como tambem não são
os 'fuzzy clusters' descobertos na NGC 3115 e nem os superaglomarados observados nas
antennae (a imagem de baixo, das tres que voce postou) e da NGC 1569. Onde estariam estes quasares?

Eu prefiro a hipótese do alinhamento, Halton Arp que me perdoe.
"Man is the measure of all gods"
(Fenrígoras, o sofista pós-socrático)

"The things are what they are and are not what they are not"
(Fenrígoras, o sofista pós-socrático)

"As mentes mentem"
(Fenrir, o mentiroso)

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chagas
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Mensagem por chagas »

Insane_Boy escreveu:
chagas escreveu:
emmmcri escreveu:O Nelson está fazendo falta aqui. Este assunto é sempre fascinante !
Ah universo misterioso !


Complexo, e fascinante!
E se apareceu assim, só por acaso, mais ainda.


Agora lembre-se que foi graças a ela, que foi tão perseguida e ainda é muio mal-falada por pessoas como você, que vivemos mais, temos computadores, satélites e excelentes antibióticos.



A ironia disso é que se não tivesse um homem sabio em ação, uma inteligencia em movimento, não teriamos nada disso.
Mas se satelites e computadores são menos complexos que o universo, qual o problema em achar que o mais complexo teria uma mente inteligente como causa?

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Insane_Boy
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Mensagem por Insane_Boy »

chagas escreveu:
Insane_Boy escreveu:
chagas escreveu:
emmmcri escreveu:O Nelson está fazendo falta aqui. Este assunto é sempre fascinante !
Ah universo misterioso !


Complexo, e fascinante!
E se apareceu assim, só por acaso, mais ainda.


Agora lembre-se que foi graças a ela, que foi tão perseguida e ainda é muio mal-falada por pessoas como você, que vivemos mais, temos computadores, satélites e excelentes antibióticos.



A ironia disso é que se não tivesse um homem sabio em ação, uma inteligencia em movimento, não teriamos nada disso.

Prove!

Mas se satelites e computadores são menos complexos que o universo, qual o problema em achar que o mais complexo teria uma mente inteligente como causa?


Problema nenhum. Agora isto nunca vai passar de um "achismo".
Hic sapientia est. Qui habet intellectum, computet numerum bestiæ. Numerus enim hominis est: et numerus ejus sexcenti sexaginta sex.

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Insane_Boy
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Mensagem por Insane_Boy »

chagas escreveu:
Insane_Boy escreveu:
chagas escreveu:
emmmcri escreveu:O Nelson está fazendo falta aqui. Este assunto é sempre fascinante !
Ah universo misterioso !


Complexo, e fascinante!
E se apareceu assim, só por acaso, mais ainda.


Agora lembre-se que foi graças a ela, que foi tão perseguida e ainda é muio mal-falada por pessoas como você, que vivemos mais, temos computadores, satélites e excelentes antibióticos.



A ironia disso é que se não tivesse um homem sabio em ação, uma inteligencia em movimento, não teriamos nada disso.

Prove!

Mas se satelites e computadores são menos complexos que o universo, qual o problema em achar que o mais complexo teria uma mente inteligente como causa?


Problema nenhum. Agora isto nunca vai passar de um "achismo".
Hic sapientia est. Qui habet intellectum, computet numerum bestiæ. Numerus enim hominis est: et numerus ejus sexcenti sexaginta sex.

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Fenrir
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Re: Re.: Afronta à Teoria do Big Bang

Mensagem por Fenrir »

Fenrir escreveu:Let me think,
Já havia lido alguma coisa sobre a posição do Arp e queria fazer um comentario.

Arp alega que existe associação entre alguns quasares e galáxias próximas.
Ora, os Quasares são objetos que tem um estreito parentesco com as galáxias ativas, chamadas galáxias de Seyfert (A NGC 4151 é o protótipo delas). Se nao me engano, ja andaram fotografando
alguns quasares com o Hubble a procura de estruturas tênues em torno do núcleo (poderiam ser
braços em espiral, com luminosidade muito mais fraca que a do núcleo, daí o nome Quasares: Quasi-Stellar Objects, a grande distâncias so vemos o núcleo). Observe a diferença de
luminosidade destas estruturas na NGC 4151 - os quasares seriam exemplos mais extremos dela.
Estas estruturas já foram encontradas em alguns deles (acho que no 3C 273 e em outros),
sugerindo que os Quasares poderiam ser versões mais distantes (e ainda mais intrinsicamente compactas e luminosas) da NGC 4151.

Alem disso, se os quasares estivessem a mesma distancia que as galáxias ao qual estão aparentemente
associados teriam de ser forçosamente menores que as menores galáxias conhecidas e teriam
tamanhos de aglomerados estelares, porem com luminosidade intrínseca e luminosidade por unidade
de área muito maior. Mas objetos assim não foram encontrados próximos a grande maioria das galaxias conhecidas.

Por exemplo, recentemente descobriram-se galaxias anãs e ultracompactas de alta luminosidade no aglomerado de galáxias de Fornax (similares à Messier 32), mas estes objetos não são quasares, como tambem não são
os 'fuzzy clusters' descobertos na NGC 3115 e nem os superaglomarados observados nas
antennae (a imagem de baixo, das tres que voce postou) e da NGC 1569. Onde estariam estes quasares?

Eu prefiro a hipótese do alinhamento, Halton Arp que me perdoe.


Acho melhor por uns links:

Tem uma bela imagem da NGC 4151 em
http://www.noao.edu/outreach/aop/observ ... roeckw.jpg
(a galáxia menor, uma espiral barrada, é a NGC 4156)
Devem ter usado a técnica de 'unsharp masking' na foto: para reduzir o contraste e possibilitar observar estruturas mais tênues - O núcleo da NGC 4151 é mais luminoso que nesta foto - veja nesta outra:
http://www.astrosurf.com/benoit/Sum%20n4151_3.jpg

Veja uma imagem do Hubble, do 3C 273 em
http://www.ifa.hawaii.edu/~barnes/ast11 ... q/jnb1.jpg

outra em
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/c ... 3C_273.jpg
(nesta reduziram a luminosidade do núcleo usando-se uma antepara - observe o disco em volta do 3C 273)
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Dick
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Re: Re.: Afronta à Teoria do Big Bang

Mensagem por Dick »

Fenrir escreveu:Eu prefiro a hipótese do alinhamento, Halton Arp que me perdoe.


Eu sinceramente não tenho uma posição fixa a este respeito. Como o professor Silk, citado por mim, já tinha dito, faltam (ainda hoje) maneira efetivas de se refutar uma ligação de matéria entre quasares e galáxias. Só lembrando, também está difícil refutar que existe um unicórnio sobrevoando uma lua de saturno! :emoticon12:

Mas com Arp a coisa não é tão simples. Existem muitas galáxias fotografadas que não compartilham de certezas interpretativas. Nem pela cosmologia padrão, nem por ele mesmo, Arp, é claro. Acredito que seja um pouco por causa disto que ainda há margem para o que ele está fazendo. Só lembrando também, ele tem uma teoria consistente ao seu lado, não apenas uma hipótese arbitrária. Mas, Fenrir, eu também sou partidário do modelo padrão. A evolução da moderna cosmologia segue um caminho que, quando racionalmente construído, denota uma incrível correlação com tudo o que é observado hoje, seja pela astronomia ótica, seja pela radioastronomia. Seria realmente muito interessante que este caminho se revelasse um grande erro, como propõe Halton Arp.
docdeoz escreveu:
"Você vai apertando a "coisa" e encontra um livro- "Variedades da Experiência Científica" que que CARL SAGAN afirma que há evidências de uma entidade chamada DEUS...
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CADÊ O TRECHO? EM QUÊ PÁGINA? DE QUAL EDIÇÃO? EM QUAL CONTEXTO? SUA HONESTIDADE INTELECTUAL É IGUAL A UMA TEMPERATURA DE - 274 GRAUS CENTÍGRADOS, NÃO É MESMO?

Trancado