Os estigmas de Padre Pio

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waldon
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Os estigmas de Padre Pio

Mensagem por waldon »

06.01.2008

Os estigmas de Padre Pio


Quando Padre Pio celebrava a missa, os fiéis disputavam correndo os melhores lugares da igreja. Padre Pio aparecia com luvas, para cobrir os estigmas, sinas ditas milagrosos que aparecem no corpo de alguns santos, marcas dos pregos que crucificaram Jesus. São Francisco, segundo a tradição, recebeu os estigmas. Agora, os estigmas do padre Pio estão no centro de uma discussão.

Padre Pio chegou a San Giovanni Rotondo em 1916 e nunca mais deixou a cidade da Puglia. Dois anos depois, no dia 20 de setembro de 1918, teriam aparecido as primeiras chagas nas mãos, nos pés, e no peito do frade capuchinho. Para os fiéis era o anúncio de um novo Cristo na Terra.

San Giovanni Rotondo é hoje uma das rotas de peregrinos mais freqüentadas no mundo. A igreja local sustenta que sete milhões de pessoas por ano passam no local. Lá está o túmulo onde foi enterrado o santo mais popular da Itália.

Segundo uma pesquisa de uma revista religiosa, Padre Pio ultrapassou com larga vantagem São Francisco e Santo Antonio, na preferência dos católicos italianos. O canal Teleradio Padre Pio, com 24 horas de programação, manda para a Europa e os Estados Unidos as imagens do santo e dos estigmas que provocaram tantas dúvidas.

Com a abertura recente dos arquivos secretos do Vaticano, o primeiro a estudar os documentos relativos a Padre Pio foi o historiador italiano Sergio Luzzatto. Ele publicou o livro “Padre Pio, milagres e política na Itália dos anos 1900”. E fala de documentos que sugerem que as chagas do Frei poderiam ter sido provocadas.

"Nos arquivos do Santo Ofício existem provas documentais de que Padre Pio comprava escondido ácido fênico e veratrina, que são substâncias cáusticas, capazes de manter aquelas feridas abertas”, lembra o historiador Sergio Luzzatto.

Fantástico - A igreja não criou obstáculos?

Sergio Luzzatto - Ao contrário. A Igreja facilitou de todas as maneiras. Os documentos de Padre Pio estão no Santo Oficio, o famoso tribunal eclesiástico. Foi uma decisão do então prefeito da congregação para a doutrina da fé, Joseph Ratzinger, depois eleito Papa.

O diretor da TV Padre Pio, Stefano Campanella, criticou o escritor e defendeu a autenticidade dos estigmas. "Padre Pio comprava os ácidos porque, na época, o ácido fênico era usado como desinfetante, tanto nas casas como nos hospitais. Ele usava para desinfetar as seringas e as suas próprias feridas", explica Stefano Campanella.

Segundo o historiador, os farmacêuticos declararam que Padre Pio comprava grande quantidade de ácidos e exigia sempre sigilo absoluto.

Padre Pio deu ao sul da Itália um imenso hospital que construiu em San Giovanni Rotondo, a Casa Alívio do Sofrimento. Em 1968, no seu funeral, 100 mil pessoas foram vistas nas ruas da cidade. Com o povo em lágrimas, estava Matteo Ricciardi. "Ficamos três dias e três noites sem comer e sem dormir. O carro descoberto chegou à ao Centro e o povo ainda fazia fila no convento, um cortejo de mais de seis quilômetros. Eu nunca tinha visto um acontecimento igual", lembra Matteo Ricciardi.

O motorista de táxi mais antigo da região, com 78 anos, estampou a foto tirada 50 anos atrás, quando Padre Pio subiu a bordo do seu táxi.

Os fiéis se emocionam quando falam do santo de nascido em Pietrelcina. E defendem as suas chagas como sinais da crucificação. "Não é mentira. As feridas são verdadeiras. Nós acreditamos. Não. A vida de Padre Pio é tudo verdade. Já consegui uma graça feita por ele. Venho aqui duas ou três vezes por ano”, conta uma fiel.

Em 1999, João Paulo II beatificou Padre Pio. Três anos depois, também por desejo do Papa Woytila, uma multidão ocupou a Praça São Pedro e as ruas paralelas à via da conciliação. Padre Pio foi canonizado em 16 de junho de 2002, com o nome de São Pio de Pietrelcina.



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