Religiões e Fidelidade
Enviado: 20 Fev 2008, 02:43
Se religião é uma re-ligação com Deus ( isto pressupondo-se que houve um momento de afastamento, não totalmente definido e nem por que razões, e pressupondo-se a existência irrefutável de algum deus criador que permita o tal afastamento, provavelmente num momento da vida em que nem sabemos da existência dele), fica aqui uma questão fundamental:
- Por que, em tomando pé das questões existenciais e do poder de arbitar se queremos nos re-ligar a um deus através de uma instituição que vai nortear nosso percurso - através de seus preceitos, dogmas e verdades -, achamos por bem que este caminho seja o estudo, a busca, uma dose de abnegação e de comprometimento, precisamos escolher 1 religião apenas?
Por que da exigência de fidelidade, lealdade, exclusividade, submissão, afastamento de qualquer outra religião ou possibilidade de encontro com um deus, já que a demanda por este reencontro seria de interesse de ambas as partes e existindo tantas religiões a oferecer tal prêmio , tal possibilidade, tanta riqueza de detalhes, de potenciais, seria digno e aceito por deus que a liberdade de escolha pelos caminhos mesclasse as pedras a pisar até a religação ideal e a iluminação do espírito de forma plena, rumo ao perdão frente à bondade e misericórdia divinos?
Afinal, não seria este o objetivo da religião? Uma forma de comungar com deus?
Ou seria vedado por deus este benefício?
Cada livro sagrado, que se julga todo sabedor e decodificador da vontade e dos ensinamentos provindos da onipresença, tem um deus com seu formato, imagem e simbologias próprios, às vezes tremendamente contraditórios, de forma a confundir a mente dos mais suscetíveis. É difícil escolher entre tantos deuses, entre tantos re-ligare.
Por que simplesmente deus não nos aceita como filhos e pronto? Por que ele nos chama através de tão truncados e caleidoscópicos acessos diferentes, cada qual brigando entre si pela legitimidade de sua palavra, que deveria ser simples e humilde, pois seu filho quer se religar, mas alguém por trás das inúmeras religiões, faz questão de complicar, de nos barrar? Nos atraem como virgens ou com máscaras bizarras, daquelas que surgem em nossos sonhos e ficam a nos causar temor e curiosidade infantil? Qum são estes filhos de deus ( e que deus? seriam vários talvez) que criam "casas" estranhas e nos convidam a entrar e nos exigem depois que nos tornemos escravos e ainda por cima com retidão e prazer?
Por que não posso escolher várias religiões e me enriquecer e beber de todas? O caminho nao seria mais profundo e proveitoso para o fim a que se destina?
Num tópico destes, li uma declaração do Benetton em que ele dizia: " ...não pode ser espirita, já que é também ( freqüentador de outra doutrina, religião, enfim)...é apenas simpatizante, então...".
Mas por que não posso eu escolher ser o que quero, do meu modo e com a humildade de aprender de várias fontes e chegar a minhas conclusões e objetivos mais internos através da diversificação? Preciso carregar uma marca, um rótulo, dar uma prova de que jamais poderei trair uma religião com outra, apenas porque quero compreender deus em sua riqueza e concepção infinitos?
Onde está a liberdade do livre arbítrio se eu não posso escolher em que clave escrevo minha linha na partitura da obra em busca do criador? Sou tido por dissidente ou traidor, se acaso levanto do banco da Igreja e me ponho a desejar contatar com os espíritos? E sou excomungado se me apraz o bem estar da comunhão através do ajoelhar-me em direção à uma terra tido como santa por outros irmãos do mesmo criador? E se poções mágicas produzidas no meu fogão me dizem que a paz e o amor com os meus irmãos pode ser plenamente vivida através de um copo de leite com canela fumengantes?
Sou queimada ou apedrejada por tais blasfêmias baseado em que princípio superior ( que deve me conhecer melhor do que outro mortal qualquer)?
Ou seremos todos desconhecidos, inventores de nossas próprias cordas no que nos pendurar, a querer atrair mais moscas tontas o quanto for possível, já que deixá-las assim soltas por aí, pode ser sinal de que estamos nós a ser insetos impotentes voando e desasando na escuridão?
Eu ainda prefiro ficar no meu canto quietinha, às vezes mostrando as garras, mas bebendo do meu copo de leite quente, fazendo minha filha dormir quando tem medo de seus temores e rindo da vida como se ela fosse apenas ela mesma. Antes que me exijam ser uma coisa assim como uma ameba.
- Por que, em tomando pé das questões existenciais e do poder de arbitar se queremos nos re-ligar a um deus através de uma instituição que vai nortear nosso percurso - através de seus preceitos, dogmas e verdades -, achamos por bem que este caminho seja o estudo, a busca, uma dose de abnegação e de comprometimento, precisamos escolher 1 religião apenas?
Por que da exigência de fidelidade, lealdade, exclusividade, submissão, afastamento de qualquer outra religião ou possibilidade de encontro com um deus, já que a demanda por este reencontro seria de interesse de ambas as partes e existindo tantas religiões a oferecer tal prêmio , tal possibilidade, tanta riqueza de detalhes, de potenciais, seria digno e aceito por deus que a liberdade de escolha pelos caminhos mesclasse as pedras a pisar até a religação ideal e a iluminação do espírito de forma plena, rumo ao perdão frente à bondade e misericórdia divinos?
Afinal, não seria este o objetivo da religião? Uma forma de comungar com deus?
Ou seria vedado por deus este benefício?
Cada livro sagrado, que se julga todo sabedor e decodificador da vontade e dos ensinamentos provindos da onipresença, tem um deus com seu formato, imagem e simbologias próprios, às vezes tremendamente contraditórios, de forma a confundir a mente dos mais suscetíveis. É difícil escolher entre tantos deuses, entre tantos re-ligare.
Por que simplesmente deus não nos aceita como filhos e pronto? Por que ele nos chama através de tão truncados e caleidoscópicos acessos diferentes, cada qual brigando entre si pela legitimidade de sua palavra, que deveria ser simples e humilde, pois seu filho quer se religar, mas alguém por trás das inúmeras religiões, faz questão de complicar, de nos barrar? Nos atraem como virgens ou com máscaras bizarras, daquelas que surgem em nossos sonhos e ficam a nos causar temor e curiosidade infantil? Qum são estes filhos de deus ( e que deus? seriam vários talvez) que criam "casas" estranhas e nos convidam a entrar e nos exigem depois que nos tornemos escravos e ainda por cima com retidão e prazer?
Por que não posso escolher várias religiões e me enriquecer e beber de todas? O caminho nao seria mais profundo e proveitoso para o fim a que se destina?
Num tópico destes, li uma declaração do Benetton em que ele dizia: " ...não pode ser espirita, já que é também ( freqüentador de outra doutrina, religião, enfim)...é apenas simpatizante, então...".
Mas por que não posso eu escolher ser o que quero, do meu modo e com a humildade de aprender de várias fontes e chegar a minhas conclusões e objetivos mais internos através da diversificação? Preciso carregar uma marca, um rótulo, dar uma prova de que jamais poderei trair uma religião com outra, apenas porque quero compreender deus em sua riqueza e concepção infinitos?
Onde está a liberdade do livre arbítrio se eu não posso escolher em que clave escrevo minha linha na partitura da obra em busca do criador? Sou tido por dissidente ou traidor, se acaso levanto do banco da Igreja e me ponho a desejar contatar com os espíritos? E sou excomungado se me apraz o bem estar da comunhão através do ajoelhar-me em direção à uma terra tido como santa por outros irmãos do mesmo criador? E se poções mágicas produzidas no meu fogão me dizem que a paz e o amor com os meus irmãos pode ser plenamente vivida através de um copo de leite com canela fumengantes?
Sou queimada ou apedrejada por tais blasfêmias baseado em que princípio superior ( que deve me conhecer melhor do que outro mortal qualquer)?
Ou seremos todos desconhecidos, inventores de nossas próprias cordas no que nos pendurar, a querer atrair mais moscas tontas o quanto for possível, já que deixá-las assim soltas por aí, pode ser sinal de que estamos nós a ser insetos impotentes voando e desasando na escuridão?
Eu ainda prefiro ficar no meu canto quietinha, às vezes mostrando as garras, mas bebendo do meu copo de leite quente, fazendo minha filha dormir quando tem medo de seus temores e rindo da vida como se ela fosse apenas ela mesma. Antes que me exijam ser uma coisa assim como uma ameba.